PROPP - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação
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Browsing PROPP - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação by Author "Abreu, Raquel Trópia de"
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Item Alterações eritropoéticas e leucopoéticas na Leishmaniose visceral canina.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Abreu, Raquel Trópia de; Reis, Alexandre BarbosaA medula óssea é considerada um importante reservatório de parasitos em cães infectados por Leishmania chagasi. Poucos trabalhos na literatura relatam o processo da gênese celular na medula óssea na Leishmaniose Visceral Canina (LVC) em diferentes fomas clínicas. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar as alterações na leucopoese e eritropoese bem como investigar a carga parasitária em aspirados de medula óssea de cães naturalmente infectados por L. chagasi apresentando diferentes formas clínicas e padrões distintos de densidade parasitária na medula óssea. Dessa forma, filmes de medula óssea corados por Giemsa foram avaliados considerando três grupos clínicos: assintomático (CA, n=50), oligossintomático (CO, n=44) e sintomático (CS, n=65) comparados com cães não-infectados (CNI, n=28). A densidade parasitária foi avaliada na medula óssea e os resultados expressos como “Leishman Donovan Units” (LDU), e classificados em tercis como baixo (BP, n=51), médio (MP, n=51) ou alto (AP, n=48) parasitismo. Em um segundo grupo de 48 cães (CA, n=10; CO, n= 9; CS, n= 12; CNI, n= 17) o mielograma e hemograma completo foram realizados para investigar a associação entre a celularidade da medula óssea e do sangue periférico. Os resultados obtidos indicaram diferenças significativas em relação à eritropoese considerando proeritroblastos, eritroblastos basófilos, policromáticos e ortocromáticos resultando em hipoplasia eritróide principalmente nos grupos CA e CS. A leucopoese apresentou algumas alterações em cães infectados. Por exemplo, células da linhagem eosinofílica mostraram uma diminuição significativa nos diferentes grupos clínicos comparado com o grupo CNI. Entretanto, células da linhagem neutrofílica mostraram alterações nos diferentes grupos clínicos, tais como um aumento significativo nos diferentes grupos clínicos. Em relação às células mononucleares, foi observado aumento de linfócitos nos grupos CO e CS quando comparado com o grupo CNI. Resultados similares foram encontrados em plasmócitos mostrando clara tendência ao aumento gradual de acordo com a gravidade da infecção. Por outro lado, monócitos tiveram significativo aumento no grupo CO comparado ao grupo CA. A contagem diferencial de células da medula óssea demonstrou um aumento na razão mielóide: eritróide (M:E) devido ao aumento de células granulocíticas nos diferentes grupos clínicos comparado com o grupo CNI. A avaliação parasitológica mostrou maiores índices de LDU em CS comparado com CA. Além disso, os dados demonstraram uma correlação positiva entre status clínico (CA,CO,CS) e densidade parasitária (BP,MP,AP). A avaliação do impacto do parasitismo na medula óssea mostrou resultados similares quando se avaliou os cães classificados em diferentes formas clínicas, tais como, hipoplasia eritróide, hipoplasia eosinofílica, proliferação de células precursoras neutrofílicas, um significativo aumento no número de linfócitos e plasmócitos, destacando o grupo de cães com alto parasitismo com resultados mais significativos. Os resultados do grupo 2 mostraram que as alterações do sangue periférico foram relacionadas às alterações da medula óssea principalmente no grupo CS. De forma interessante, o grupo CS demonstrou diminuição de células da linhagem eritropoética e eritrócitos, hemoglobina e hematócrito caracterizando anemia periférica não-regenerativa. Além disso, foram observados aumento de neutrófilos e seus precursores, diminuição de bastonetes e segmentados eosinófilos e significativo aumento de linfócitos na medula óssea associada à leucopenia com desvio à esquerda, eosinopenia, linfopenia e monocitopenia no sangue periférico. O presente estudo mostrou que a evolução clínica da LVC em cães naturalmente infectados promove claras alterações na medula óssea e no sangue periférico. A progressão da doença da forma clínica assintomática para sintomática foi acompanhada de parasitismo intenso na medula óssea. Assim, os dados analisados em conjunto permitem concluir que a avaliação desses parâmetros constitui uma ferramenta adicional bastante útil no prognóstico da leishmaniose visceral canina, bem como no diagnóstico em duas situações específicas, a saber: a) esclarecer casos com forte suspeita de LVC, porém não confirmados por sorologia, utilizando-se do mielograma; e b) orientar exames complementares para elucidar suspeita de LVC, a partir de dados clínicos e do hemograma.