DEHIS - Departamento de História
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Browsing DEHIS - Departamento de História by Author "Almeida, Cleber Lúcio de"
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Item Exilados na pátria : o tratamento de "alienados" no Centro Psiquiátrico de Barbacena, 1903 -1979.(2020) Assis, Elizeu Antonio de; Carrara, Ângelo Alves; Carrara, Ângelo Alves; Silveira, Anny Jackeline Torres; Almeida, Cleber Lúcio de; Andrade, Mateus Rezende de; Vieira, Marcelo LucianoO Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB) foi qualificado como “Sucursal do Inferno”, “Campo de Concentração Nazista”, “Porões da Loucura” e como um verdadeiro “Holocausto Brasileiro”. Essa mesma narrativa afirma que “a histórica comporta outras histórias”, desse modo, essa tese apresenta um contraponto a esse discurso denunciativo. Argumenta que ao tomar a instituição de forma isolada, essa narrativa não levou em conta a complexidade do CHPB enquanto um nó na rede de atenção ao Alienado do Estado de Minas Gerais. Desta forma, o discurso denunciativo ocultou o percurso dos doentes em seu itinerário para Barbacena, bem como a atuação dos trabalhadores do CHPB em seu esforço para efetivar a assistência à saúde dos enfermos. O período analisado se inicia em 1903, ano em que se deu a instalação da Assistência a Alienados do Estado de Minas Gerais e vai até 1979, quando se realizou o III Congresso Mineiro de Psiquiatria. A pesquisa indaga quem eram os sujeitos internados no Centro Hospitalar entre os anos de 1903 até 1979 e como a sociedade brasileira lidou com os sujeitos acometidos pela loucura. Analisa o modo pelo qual o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena se articulava com outros estabelecimentos de tratamento da loucura do Estado, bem como vincula a história do CHPB ao contexto da assistência a alienados do Estado de Minas Gerais. Para este fim, coleta, analisa e sistematiza dados de todos os livros de matrícula de pacientes segurados e de pacientes indigentes recolhidos gratuitamente à assistência a alienados. A partir das categorias: ano de entrada; gênero; cor; diagnóstico, estado civil; idade; ano de saída; tempo de internação e mortes de pacientes; trabalha um total de 125.537 registros. Conclui-se que o cuidar da loucura serviu de instrumento útil à emboscada para a manutenção do status-quo. Observou-se, ainda, que discurso denunciativo construiu representações sociais que perpetuaram significados impermeáveis às contradições oferecidas pelos documentos. É neste ponto que a História se colocou como conhecimento científico capaz de permitir compreender o que ocorreu no “modo de cuidar”.