Browsing by Author "Cruz, Simone Cerqueira Pereira"
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Item Evolução geodinâmica dos estágios de rifteamento do grupo Macaúbas no período Toniano, meridiano 43°30'W, região centro-norte de Minas Gerais.(2019) Souza, Maria Eugênia de; Queiroga, Gláucia Nascimento; Martins, Maximiliano de Souza; Martins, Maximiliano de Souza; Alckmim, Fernando Flecha de; Costa, Alice Fernanda de Oliveira; Novo, Tiago Amâncio; Cruz, Simone Cerqueira PereiraA Bacia Macaúbas ocupa a margem oriental do Cráton do São Francisco, porção sudeste do Brasil. Correspondendo a uma típica bacia rifte que evoluiu para uma margem passiva e de história policíclica, seu registro (Grupo Macaúbas) engloba o evento tectônico de quebra do Paleocontinente São Francisco – Congo durante o Neoproterozoico, bem como o(s) evento(s) climático(s) de abrangência mundial. Aparentemente, o evento extensional que culminou em sua formação se associa a quebra do supercontinente Rodínia. Este evento compreende dois estágios riftes (um Toniano e outro no Criogeniano) seguidos de um estágio de margem passiva com proto-oceanização (Criogeniano – Ediacarano). Estendendo-se ao longo da direção N-S, ao longo do meridiano 43º30’ no Estado de Minas Gerais, o rifte toniano da Bacia Macaúbas se superpõe, no tempo e no espaço, ao ciclo bacinal Espinhaço de idade mesoproterozoica. De tal forma, esta é uma típica bacia influenciada por herança tectônica de ciclos pretéritos. Um proeminente e significativo sistema de par conjugado de lineamentos morfoestruturais de trends N50W e N45E controlaram a nucleação e desenvolvimento dos depocentros tonianos da bacia Macaúbas, influenciando diretamente na sua arquitetura tectono-estratigráfica. Este sistema de lineamentos aparenta ter idade Paleoproterozoica e ter passado por multi-estágios de reativação ao longo de toda a evolução tectônica do Paleocontinente São Francisco – Congo. No Toniano, este sistema controlou os depósitos essencialmente siliciclásticos do rifte Macaúbas, limitando espacialmente a ocorrência dos depósitos de fan deltas aluviais e depósitos fluviais registrados na Formação Matão-Duas Barras (aqui redefinida). Os novos dados de proveniência sedimentar apresentados nesta tese somados ao estudo de fácies e associação de fácies indicaram que a sedimentação inicial do rifte Macaúbas no Toniano foi fortemente condicionada pelo Bloco Porteirinha. Esta fase iniciou-se em ca. 1.0 Ga e se finalizou pouco antes da colocação do enxame de diques máficos da Suíte Metaígnea Pedro Lessa, que foi aqui datado em ca. 939 Ma. Assim, a fase inicial, essencialmente siliciclástica do rifte Macaúbas é restringida ao intervalo de ca. 1.0 Ga a 939 Ma. Consecultivamente, o rifte Toniano evoluiu e atingiu o seu estiramento máximo em torno de 890 Ma. Esta nova fase é principalmente registrada na sequencia vulcano-sedimentar Planalto de Minas, cujo magmatismo máfico corresponde a basaltos toleíticos, intraplaca, com assinatura geoquímica EMORB, e parâmetros isotópicos que indicam a participação de magma astenosférico em sua gênese (ƐHf > +2,95 e < +6,77; ƐNd > +0,60 e < 0,78), com provável influência térmica de pluma mantélica. Esse episódio magmático tem relevância global, por ser o registro final de magmatismo da LIP Bahia-Gangila relacionada a quebra de Rodínia. Após esta fase, houve um momento de quiescência tectônica, marcando a interrupção do rifte Toniano. Marcado por discordâncias erosivas em sua base e no seu topo, o rifte Toniano pode ser restringido ao intervalo de tempo compreendido entre 1.0 Ga e 867 Ma. Os resultados obtidos neste estudo demonstram que a complexa evolução do Paleocontinente São Francisco-Congo gerou uma densa herança tectônica que refletiu na nucleação e evolução do rifte Macaúbas no Toniano. Sua arquitetura geológica se encontra bem preservada e retrata esta complexa evolução tectônica. De tal forma, o rifte Toniano da bacia Macaúbas representa um excelente laboratório natural para estudos de tectônica, sedimentação e magmatismo em bacias pré-cambrianas.Item Geologia e arcabouço estrutural do Complexo Lagoa Real, Vale do Paramirim, Centro-Oeste da Bahia.(2007) Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Alkmim, Fernando Flecha de; Leite, Carlson Matos Maia; Evangelista, Hanna Jordt; Cunha, José Carlos; Matos, Evando Carele; Noce, Carlos Maurício; Marinho, Moacyr MouraO Complexo Lagoa Real, constituído por meta-granitóides com idade de colocação em torno de 1,7 Ga, ocorre no vale do Paramirim e engloba as rochas denominadas enericamente de Granito São Timóteo e um conjunto de granitóides milonitizados em graus variados gerados no curso de uma deformação compressional sin-metamórfica. A análise estrutural permitiu identificar duas famílias de estruturas: uma compressiva, representada por zonas de cisalhamento, bandamento composicional, foliação milonítica e dobras; e outra distensiva, marcada pela nucleação de zonas de cisalhamento normais. As estruturas deformacionais identificadas assemelham-se com as que são encontradas no sinclinal de Ituaçu, onde afloram as formações Salitre e Bebedouro do Grupo Una. Como não foi encontrada uma trama mais antiga que a primária, sugere-se que a deformação do Complexo Lagoa Real ocorreu durante o Neoproterozóico.Item A história de inversão do aulacógeno do Paramirim contada pela Sinclinal de Ituaçu, extremo sul da Chapada Diamantina.(2007) Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Alkmim, Fernando Flecha deO Aulacógeno do Paramirim, localizado na porção nordeste do Cráton do São Francisco, é um rifte parcialmente invertido e representa o sítio deposicional das duas maiores unidades de cobertura, os supergrupos Espinhaço e São Francisco, de idades paleo/mesoproterozóica e neoproterozóica, respectivamente. A inversão do aulacógeno resultou em um sistema de falhas e dobras com trend NNW-SSE que domina o cenário estrutural regional. A idade da inversão e seu mecanismo vêm persistindo ao longo dos anos como matéria de debate na literatura geológica brasileira. Localizada no extremo sul do Aulacógeno, a sinclinal de Ituaçu é uma depressão sinformal que pertence ao conjunto de estruturas de inversão dominantes. Repousando sobre o embasamento, a sinclinal de Ituaçu envolve todas as unidades sedimentares proterozóicas de preenchimento do aulacógeno. Por causa disso, a sinclinal de Ituaçu pode ser vista como uma miniatura do Aulacógeno do Paramirim, representando um laboratório natural para a análise das estruturas de inversão e teste de hipóteses relativas à sua evolução tectônica. A investigação estrutural detalhada baseada em dados de campo permitiu documentar duas famílias de estruturas relacionadas com essa inversão. A família mais antiga, Da, marca o descolamento entre a cobertura e o substrato cristalino, sendo constituída por falhas e dobras que mostram uma orientação geral segundo WSWENE e vergência dirigida para NNE. A família mais jovem, Dp, compreende um rico e diversificado acervo de estruturas com trend NNW-SSE, vergência para ENE. Está representado por falhas e dobras que estruturam a sinclinal e que foram desenvolvidas inicialmente acima e no limite entre o substrato cristalino e a cobertura, seguido por envolvimento do embasamento na deformação. Ambas as famílias de estruturas afetam os carbonatos da Formação Salitre, a mais jovem unidade de preenchimento do aulacógeno, indicando assim uma idade máxima neoproterozóica para a inversão da porção sul do Aulacógeno do Paramirim. As estruturas Da foram interpretadas como uma conseqüência da migração do front de deformação brasiliana para norte, em direção ao aulacógeno, da mesma forma como documentada em muitas outras áreas próximas à borda sudeste do Cráton do São Francisco. As estruturas Dp refletem o fechamento frontal do aulacógeno, em função a um encurtamento geral WSW-ENE, que foi provavelmente induzida pelas colisões durante a colagem Brasiliana-Panafricana.Item A interação tectônica embsamento/cobertura em aulacógenos invertidos : um exemplo da Chapada Diamantina Ocidental.(2007) Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Dias, Vilson Marques; Alkmim, Fernando Flecha deUm cinturão de dobramentos e cavalgamentos com embasamento envolvido está exposto ao longo da borda ocidental da Chapada Diamantina, um platô recoberto por unidades proterozóicas no interior da porção setentrional do Cráton do São Francisco. Esse cinturão, com trend NNW e vergência ENE, envolve uma parte substancial da porção leste do Aulacógeno do Paramirim, que corresponde a um rifte intracontinental que experimentou uma longa história de desenvolvimento iniciada em 1,75 Ga com a sedimentação do Supergrupo Espinhaço. Após a deposição da segunda maior unidade de preenchimento, o Supergrupo São Francisco, de idade neoproterozóica (Tonian-Cryogeninan), o rifte do Paramirim experimentou uma vigorosa inversão positiva que gerou um sistema de falhas e dobras com trend NNW. Com o intuito de contribuir com o entendimento da tectônica de inversão envolvendo o embasamento, foi realizada a análise estrutural baseada em dados de campo ao longo da borda oeste da Chapada Diamantina. Os resultados indicam que o processo de inversão ocorreu em quatro fases coaxiais de deformação progressiva. Sob um campo de encurtamento geral orientado segundo WSW-ENE, a primeira fase de deformação (Dpdesc) nucleou um sistema em que a cobertura se descolada do embasamento nucleando estruturas vergentes para ESE, incluindo descolamentos intra-estratais, leques imbricados, duplexes confinados a estratos e uma variedade de estruturas de pequena escala. Reativando estruturas pré-existentes, a fase deformacional subseqüente (Dp1/Dp2) foi responsável pela geração de falhas reversas envolvendo o embasamento, zonas de cisalhamento reversas a oblíquas e grandes dobras com trend NNW que domina o cenário estrutural da borda oriental da Chapada Diamantina. Durante a fase Dp3 um trem de dobras orientadas segundo NNW, vergente para WSW e associada com uma proeminente clivagem de crenulação desenvolveu-se sobre as estruturas previamente deformadas em zonas de alta deformação da borda oriental da Chapada Diamantina.Item Kinematic evolution of the Araçuáı-West Congo orogen in Brazil and Africa : nutcracker tectonics during the Neoproterozoic assembly of Gondwana.(2006) Alkmim, Fernando Flecha de; Marshak, Stephen; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Peres, Guilherme Gravina; Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Whittington, AlanThe Neoproterozoic Araçuaí-West Congo (A-WC) orogen is one of many Brasiliano/Pan-African orogens that developed during the assembly of West Gondwana. This orogen was split apart in Mesozoic time, due to opening of the South Atlantic—the Araçuaí orogen now underlies eastern Brazil, whereas the West Congo belt fringes central Africa's Atlantic coast. Significantly, at the time it formed, the A-WC orogen was bounded on the west, north, and east by the São Francisco-Congo craton, a crustal block that had the shape of a lopsided, upside-down ‘U’. Thus, the orogen was “partially confined” during tectonism, in that it occupied an enclave surrounded on three sides by cratonic crust. Formation of the A-WC orogen resulted in kinematically complex deformation, substantial crustal shortening, and production of a large volume of magma. How such features could develop in this particular setting has long been a mystery. Our field studies in the Araçuaí orogen, together with published data on the West Congo belt, characterize the kinematic picture of the A-WC orogen, and lead to a tectonic model that addresses its evolution. In our model, the A-WC orogen formed in response to closure of the Macaúbas basin. This basin was underlain by oceanic crust in the south, but tapered northward into a continental rift which terminated against the cratonic bridge linking the eastern and western arms of the São Francisco-Congo craton. Closure occurred when the western arm (now the São Francisco craton) rotated counterclockwise towards the eastern arm (now the Congo craton). This closure may have been driven by collision of the Paranapanema, Amazonian, and Kalahari cratons against the external margins of the São Francisco-Congo craton, rather than by slab-pull associated with subduction of the Macaúbas basin's floor. Thus, the process of forming the A-WC orogen resembled the process of crushing of a nut between two arms of a nutcracker. Such “nutcracker tectonics” led to a series of kinematically distinct deformation stages. Initially, internal portions of the orogen flowed northwards. Then, substantial crustal thickening occurred in the orogen's interior, and the deformation front migrated outwards, producing thrust belts that overlapped the internal margins of the craton. With continued closure, space in the enclave became restricted and the orogen's interior underwent lateral escape to the south. Late-stage extensional collapse triggered both production of late- to post-collisional granites and exhumation of high-grade rocks from mid-crustal levels.Item Magmatic diversity in continental rifts : a case study on the Early Tonian, plutono-volcanic Salto da Divisa Complex, Araçuaí Orogen, Eastern Brazil.(2022) Victoria, Anderson Magalhães; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Lana, Cristiano de Carvalho; Dantas, Elton Luiz; Dussin, Ivo Antonio; Borges, RamonExposures from plutonic roots to volcanic roofs in deeply eroded regions may disclose the architecture and igneous processes in ancient metamagmatic edifices, like it is the Early Tonian Salto da Divisa Complex (SADICO) of Eastern Brazil. Field, petrographic, lithochemical and isotopic (in-zircon U-Pb and Lu-Hf, and whole-rock Sm-Nd) studies were conducted on the SADICO, an anorogenic plutono-volcanic complex located in the northeast Araçuaí orogen. The SADICO magmatic record comprises (with U-Pb crystallization ages, and isotopic Hf and Nd data): i) pyroxenite (εNd(t): +2.2 to −5.3; Nd TDM: 1.2–1.7 Ga); ii) mafic-intermediate dykes (εNd(t):+2.1 to −5.9; Nd TDM: 1.2–1.8 Ga) and enclaves with OIB-like signature; ii) ferroan, A-type granitoid with mafic-felsic mingling-mixing features (885 ± 9 Ma; εHf(t): −5 to −7, Hf TDM: 2.0–2.1 Ga; εNd(t): −3.2 to −4.3, Nd TDM: 1.5–1.7 Ga); iii) fluorite-bearing, metaluminous to peraluminous, ferroan A-type granites, including biotite-amphibole granite (915 to 875 Ma; εNd(t): −2.8 to −5.8, Nd TDM: 1.6–1.9 Ga), biotite granite (894 ± 10, εHf(t): −4 to −11, Hf TDM: 1.9–2.3 Ga; εNd(t): −1.6 to −8.0, Nd TDM: 1.4–2.2 Ga), and amazonite-bearing two-mica granite (εNd(t): −4.0; Nd TDM: 1.7 Ga); iv) rhyolite (905 ± 24 Ma; εHf(t): −1 to −8.7, Hf TDM: 1.8–2.2 Ga; εNd(t): +3.1, Nd TDM: 1.1 Ga) and subvolcanic silica-undersaturated trachyte (912 ± 13 Ma, εHf(t): −14 to −18, Hf TDM: 2.5–2.7 Ga; εNd(t): +0.3, Nd TDM: 1.2 Ga), also with ferroan A-type signature. Our integrated petrogenetic model envisages mantle-derived magmas (ultramafic and mafic rocks) evolved by assimilation-fractional crystallization to felsic subvolcanic and volcanic rocks, interacting with granitic magmas produced by crustal anatexis (biotite-amphibole granite) and subsequently fractionated (biotite granite) and highly fractionated (two-mica granite) with the involvement of F-rich fluids up to subvolcanic levels.Item Sobre a evolução tectônica do orógeno Araçuaí-Congo ocidental.(2007) Alkmim, Fernando Flecha de; Soares, Antônio Carlos Pedrosa; Noce, Carlos Maurício; Cruz, Simone Cerqueira PereiraCaracterizada, há 30 anos atrás, como cinturão de dobramentos brasilianos que limitaria o Cráton do São Francisco pelo sudeste e sul, a Faixa Araçuaí é hoje entendida como parte do domínio metamórfico externo do Orógeno Araçuaí-Congo Ocidental. Este componente da grande rede orogênica do Gondwana Ocidental que, na África, compreende a Faixa Oeste-Congolesa e, no Brasil, a Faixa Araçuaí e terrenos adjacentes a leste, possui uma série de atributos singulares. Contornado pelo Cráton do São Francisco-Congo e contíguo, a sul, ao sistema orogênico Ribeira exibe, em mapa, uma forma em ferradura e vergências centrífugas, o que a princípio sugere uma evolução essencialmente ensiálica. Os estudos realizados no Orógeno Araçuaí mostram, entretanto, que geração e consumo de assoalho oceânico constituem fases da sua evolução, como também o são vários pulsos de volumosa produção de magmas graníticos a partir de fontes tanto mantélicas, quanto crustais. Analisado do ponto de vista tectônico, o Orógeno Araçuaí-Congo Ociental pode ser subdividido em dez compartimentos, os quais desempenharam papéis distintos no curso de sua história. Dada a sua natureza confinada e as funções cinemáticas desempenhadas pelas peças do seu arcabouço, postulou-se a hipótese, ora em fase de teste, de que o Orogeno Araçuaí-Congo Ocidental tenha evoluído a partir de uma bacia parcialmente assoalhada por crosta oceânica - a Bacia Macaúbas, iniciada por volta de 880 Ma - através um mecanismo que lembra a operação de um quebra-nozes. Ou seja, as peças cratônicas do São Francisco e do Congo, articuladas por meio de riftes interiores, mover-se-iam em sentidos opostos por forças de colisões em suas margens e promoveriam o fechamento da bacia mediterrânea precursora. Ao evento colisional principal, que se desencadeou por volta de 580 Ma, sucederam as fases de escape lateral da porção sul e de colapso gravitacional. Antevê-se que a continuidade do estudo da porção brasileira desta feição orogênica, que constitui um excepcional laboratório natural, trará respostas para muitas questões ainda em aberto não só sobre esta, mas também sobre as cadeias de montanhas de um modo geral.Item The Tectonic interaction between the Paramirim Aulacogen and the Araçuaí Belt, São Francisco craton region, Eastern Brazil.(2006) Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Alkmim, Fernando Flecha deO aulacógeno do Paramirim, instalado na porção norte do Cráton do São Francisco, corresponde a dois riftes superpostos e parcialmente invertidos de idades paleo e neoproterozóicas. A Saliência do Rio Pardo da Faixa Araçuaí define o limite local do cráton e interfere com as estruturas do aulacógeno. Visando determinar o mecanismo e a idade da interação tectônica entre essas feições durante o processo de inversão, uma análise estrutural foi realizada na porção meridional do aulacógeno do Paramirim e ao longo da Saliência do Rio Pardo. Os resultados obtidos indicam que a Saliência do Rio Pardo formou-se durante um estágio precoce de fechamento do sistema de riftes neoproterozóicos Macaúbas e refletindo o início do desenvolvimento do Orógeno Araçuaí. O front orogênico propagou-se em direção a norte, Cráton adentro, causando um primeiro estágio de inversão da terminação sudeste da calha aulacogênica. Posteriormente, o Aulacógeno do Paramirim experimentou o principal estágio de inversão, o qual levou ao desenvolvimento de um sistema de dobramentos e cavalgamentos com embasamento envolvido e orientado na direçãoNNW. Esses elementos tectônicos se superimpõem à Saliência doRio Pardo e estruturas de ambos estágios de inversão afetam a Formação Salitre, amais jovem unidade neoproterozóica da área, indicando assim uma idade no máximo tardi-neoproterozóica para todos os estágios de inversão do aulacógeno do Paramirim.Item U-Pb geochronology of the Lagoa Real uranium district, Brazil : implications for the age of the uranium mineralization.(2015) Lobato, Lydia Maria; Pimentel, Márcio Martins; Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Machado, Nuno; Noce, Carlos Maurício; Alkmim, Fernando Flecha deThe Lagoa Real uranium district in Bahia, northeastern Brazil, is the most important uranium province in the country and presently produces this metal in an open-pit mine operated by Indústrias Nucleares do Brasil. Uranium-rich zones are associated with plagioclase (dominantly albite ± oligoclase) -rich rocks, albitites and metasomatized granitic-gneisses, distributed along NNW/SSE striking shear zones. We have used the ID-TIMS U-Pb method to date zircon and titanite grains from the São Timóteo granitoid, and albite-rich rocks from the Lagoa Real district in order to assess the age of granite emplacement, deformation/metamorphism and uranium mineralization. The isotopic data support the following sequence of events (i) 1746 ± 5 Ma - emplacement of the São Timóteo granitoid (U-Pb zircon age) in an extensional setting, coeval with the beginning of the sedimentation of the Espinhaço Supergroup; (ii) 956 ± 59 Ma hydrothermal alteration of the São Timóteo granitoid and emplacement of the uranium mineralization (U-Pb titanite age on an albite-rich sample); (iii) 480 Ma metamorphism, remobilization and Pb loss (U-Pb titanite age for the gneiss sample), during the nucleation of shear zones related to the collision between the São Francisco-Congo and Amazonia paleoplates. The 956 ± 59-Ma mineralization age is apparently associated with the evolution of the Macaúbas-Santo Onofre rift. This age bracket may bear an important exploration implication, and should be included in the diverse age scenario of uranium deposits worldwide.Item Variações químicas e mineralógicas na zona de cisalhamento de Gouveia (Minas Gerais) e suas implicações no processo de reativação tectônica.(2005) Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Evangelista, Hanna Jordt; Alkmim, Fernando Flecha deA zona de cisalhamento dúctil-rúptil de Gouveia, junto com três outras estruturas similares a ela, se entende por 10 km no embasamento do núcleo do Anticlinório de Gouveia, uma culminação regional nucleada na porção externa do cinturão de dobramentos e cavalgamentos Araçuaí, de idade neoproterozóica. O embasamento do Anticlinório de Gouveia consiste essencialmente de migmatitos arqueanos, granitóides e xistos, enquanto as unidades de coberturas compreendem seqüências de quartzitos e filitos do Supergrupo Espinhaço, de idade Paleo-Mesoproterozóica. A zona de cisalhamento de Gouveia orienta-se segundo NNW-SSE, com mergulhos variáveis para ENE e desenvolve-se sob condições de fácies xisto verde. Os indicadores cinemáticos revelam a existência de duas fases de deformação associadas a essa zona, respectivamente, reversa - reversa sinistral e normal - normal destral. Com o objetivo de investigar a natureza dos processos envolvidos na nucleação e evolução dessa zona, foram realizados estudos de petrologia e geoquímica em um segmento da zona de cisalhamento em questão nucleada no granito de Gouveia, de idade arquena. A porção estudada apresenta largura de 32,8 m e compreende rochas de natureza milonítica e filonítica. Em direção ao centro da zona observa-se, de uma maneira geral, uma progressiva diminuição no conteúdo em plagioclásio, K-feldspatos e quartzo, combinado com um aumento em biotita e clorita. Essas mudanças são acompanhadas por importantes perdas em potássio, cálcio, sódio e sílica. Ao longo da zona estudada alternam-se rochas miloníticas e filoníticas. Nas porções filoníticas foram observadas duas fases deformacionais. Nessas rochas, predominam os processos que levaram à dissolução do quartzo e à total eliminação desse mineral e dos feldspatos. Nas rochas miloníticas, ricas em quartzo, observa-se o registro de uma cinemática reversa-sinistral. De acordo com o balanço de massa realizado estimou-se uma redução de volume de até 60% nas porções filonitizadas.Item Zonas de cisalhamento do núcleo do anticlinal de Gouveia, cordilheira do Espinhaço, MG : geometria, cinemática e processos deformacionais/metamórficos.(2005) Cruz, Simone Cerqueira Pereira; Alkmim, Fernando Flecha de; Lagoeiro, Leonardo EvangelistaO Anticlinório de Gouveia, uma culminação antiformal de idade neoproterozóica nucleada pelo embasamento no Cinturão de Dobramentos e Cavalgamentos do Espinhaço Meridional (MG), está estruturado por uma série de falhamentos ancorados no embasamento e por dobramentos em pequena escala, ambos vergentes para oeste. Uma análise detalhada em diversas escalas de observação foi realizada ao longo de um segmento de duas dessas falhas que foram nucleadas no complexo arqueano denominado granito de Gouveia, aqui denominado de granitóide de Gouveia. Esse estudo revelou que a deformação da cobertura foi acomodada no embasamento do núcleo do Anticlinório de Gouveia por meio da nucleação de zonas de cisalhamento dúctil-rúpteis. Tais zonas são constituídas por uma associação de rochas miloníticas e filoníticas e alcançam mergulhos de até 60o, diferentemente da sua continuação na cobertura. Esse mergulho anômalo reflete o controle estrutural exercido pela foliação primária do granitóide de Gouveia sobre a geometria das zonas de cisalhamento estudadas. Indicadores cinemáticos de vários tipos revelam duas fases principais de deformação. Aprimeira, com cinemática reversa sinistral, possui vergência para oeste e foi responsável pela nucleação das zonas de cisalhamento. Asegunda, com movimentação normal destral, desenvolve-se por meio da reativação de porções das zonas anteriormente nucleadas. Os principais processos observados na escala de grão nas zonas de cisalhamento estudadas foram o microfraturamento e deslizamento friccional em grãos de feldspato e biotita, deformação cristalplástica em quartzo e processos envolvendo transferência de soluções. A circulação de fluidos foi um processo ativo em ambas as fases de deformação levando à instalação de reações de hidratação e substituição do K-feldspato pelo plagioclásio, dissolução/precipitação de quartzo e crescimento de turmalina e barita. Como resultado disso, as zonas estudadas são dominadas por rochas protomiloníticas e filoníticas. As condições de temperatura estimadas para a deformação varia entre 300 e 400o C e o metamorfismo alcança temperatura de 500°C.