Browsing by Author "Parolin, Mauro"
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Item Análise de espículas de esponjas como indicadores paleoambientais em sedimentos lacustres no oeste da Bahia.(2017) Santos, Gisele Barbosa dos; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Parolin, Mauro; Docio, Loyana; Costa, Diandra HoffmannThe use of sponge spicules in sediments as proxy data has been successful in paleoenvironmental reconstructions. We recovered two sedimentary cores in two ponds located in San Francisco lowland in Western Bahia to understand the paleoclimatic and the lacustrine system dynamics. Sedimentary facies and granulometric analysis were perfomed. Also, organic matter content and presence of diatoms frustules were studied, besides the identification and quantification of sponge spicules detected in sediments, which were dated by 14C. The sediment age ranged between 8410 to 3929 yrs cal BP, corresponding to the Holocene. Sponge spicules of the following species were found: Dosilia pydanieli, Heterorotula fistula, Metania spinata, Oncoslera sp., Radiospongilla inesi and Tubella variabilis. Analysis of the results suggest that the two lakes have a standardized climate pattern alternating between drier and wetter climates in relation to the current climate condition. However, the two lakes differ regarding the sedimentation rate and the microfossil content the pond of the northern portion showed lentic and lotic alternated phases, indicating a paleodrainage at the beginning of the upper Holocene, while the evidences in the southern pond of the lake system there are only lentic phases. Such evidences suggest that other physiographic factors and climate influenced the dynamics of these lakes, such as structure, litholog and tectonics of the ponds substrates.Item Origem do sistema lacustre da região do Médio São Francisco : bacia do Rio Grande – Bahia.(2016) Santos, Gisele Barbosa dos; Castro, Paulo de Tarso Amorim; Parolin, Mauro; Costa, Adivane Terezinha; Lana, Cláudio Eduardo; Morais, Fernando deO estudo sobre gênese de lagos tem grande relevância em pesquisas geomorfológicas e geológicas, pois pode revelar quais são os agentes que imperam na construção desta paisagem, podendo ser os de natureza endógena, resultantes da evolução de deformações crustais, ou de âmbito exógeno, ligados principalmente à processos superficiais atmosféricos e hidrológicos. Este trabalho tem por objetivo a caracterização de aspectos morfoestruturais, sedimentológicos, hidroquímicos e micropaleontológicos, visando o reconhecimento de parâmetros que permitam discutir a influência do substrato litológico, de reativações tectônicas e do clima na gênese deste sistema lacustre. A análise de propriedades das morfoestruturas por meio da morfometria de lagos, assimetria de bacias, densidade e anomalias de drenagem pode revelar informações importantes sobre o contexto tectônico, que possivelmente exerce influência na origem e dinâmica de sistemas lacustres. Características hidroquímicas e sedimentológicas podem revelar a interação dos lagos com o clima e a litologia, nos quais estão inseridas. O comportamento sazonal das lagoas pode ser revelado pelo processamento digital de imagens a partir de cenas registradas em períodos de estiagem e de chuvas. Os sedimentos ainda podem fornecer, por meio de conteúdo microfossilífero, como presença de espículas silicosas, mineralógico e granulométrico dados proxy para a interpretação paleoambiental e paleoclimática desses sistemas. Estes diferentes tipos de métodos foram utilizados nesta pesquisa, pois são particularmente relevantes em estudos tais como o do sistema lacustre do médio rio Grande, inserido no noroeste do Cráton do São Francisco, ligado a um relevo muito plano e coberto por materiais inconsolidados que podem mascarar a influência do contexto tectônico regional na morfodinâmica local. Os resultados obtidos por meio da análise de produtos de sensoriamento remoto, revelaram uma série de feições relevantes a este tipo de estudo, como bacias fortemente assimétricas atreladas a valores irregulares de densidade de drenagem, presença de anomalias de drenagem em ângulos elevados quase ortogonais, coincidentes com variações na forma, dimensão e comprimento máximo dos lagos. Adicionalmente foi registrado o predomínio de lineamento da drenagem e das lagoas com direções NW-SE, NE-SW, e, subordinadamente E-W, concordantes com orientações principais de falhas dos contextos tectônicos regionais já reconhecidas na área de estudo. Este padrão de lineamentos permitiu a divisão de dois domínios morfoestruturais com comportamento diferenciado do sistema lacustre, sendo o Domínio I localizado na porção norte, com predomínio de direções NW-SE, menor número de lagoas e superioridade de lagoas alongadas em relação ao Domínio II. Este por usa vez, localiza-se na porção sul do sistema lacustre possui lineamentos predominantes de direção NE-SW, e, subordinadamente E-W, maior quantidade de lagoas de menor diâmetro e circulares. Os parâmetros hidroquímicos revelaram duas tendências, um grupo de lagoas mostraram-se sódicas e básicas e outro grupo cálcicas e ácidas. Estes dois grupos apresentaram também diferenças em suas características sedimentológicas. Sendo registrados seixos arredondados, maior porcentagem de areia e presença de mica em uma das lagoas. Contrastando com a textura lamosa com predomínio de quartzo e caulinita da outra lagoa. Estes resultados permitiram a proposição de dois modelos evolutivos para as lagoas. Um dos modelos é representado por lagoas que se desenvolveram a partir de rochas metapelíticas, pouco permeáveis, porém mais fraturadas favorecendo a expansão em área das lagoas e maior permanência de água, com conexões recentes da rede fluvial. No outro modelo proposto as lagoas evoluíram a partir de rochas carbonáticas, permeáveis, menos fraturadas, com rápida infiltração hídrica vertical e menor residência de água, refletindo maior influência atmosférica que litológica em suas características geoquímicas. A classificação de imagens de satélite e tabulação de dados de precipitação para os períodos de estiagem e de chuvas entre 2014 e 2015 revelaram um comportamento diferenciado entre as lagoas pertencentes as bacias hidrográficas dos rios Preto e Grande, no que tange à presença de lâmina d'água, vegetação, umidade e homogeneidade no total precipitado, com melhor distribuição das chuvas na bacia do rio Grande, indicando que tais variações podem ser mais bem explicadas pela permeabilidade do substrato do que por questões relacionadas ao clima regional. Já as condições paleoclimáticas e dinâmicas do sistema lacustre revelaram que a idade das amostras dos sedimentos de duas lagoas, localizados em cada uma dessas bacias, variou entre 3.929 a 8.410 cal. AP. Foram encontradas espículas das esponjas Dosilia pydanieli, Heterorotula fistula, Metania spinata, Oncoslera sp, Radiospongilla inesi e Tubella variabilis. As análises sugerem que as duas lagoas tiveram situações climáticas com alternância entre fases mais secas e mais úmidas em relação ao clima atual. No entanto, asduas lagoas diferem no que tange à taxa de sedimentação e conteúdo microfossilífero. Para a lagoa da porção norte os resultados evidenciaram alternância de fases lênticas e lóticas, indicando uma paleodrenagem no início do Holoceno Superior, enquanto as evidências da lagoa ao sul do sistema lacustre indicam apenas fases lênticas. Tais evidências sugerem que outros fatores fisiográficos, além do clima, influenciaram a dinâmica dessas lagoas, como características estruturais, tectônicas e litológicas do substrato das lagoas. Deste modo, considera-se que a reativação de falhas pré-existentes e as características litológicas são os fatores mais importantes para a gênese e dinâmica dos lagos do médio rio Grande.