Browsing by Author "Pereira, Mateus Henrique de Faria"
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Item Actualismo y presente amplio : breve análisis de las temporalidades contemporáneas.(2016) Pereira, Mateus Henrique de Faria; Araújo, Valdei Lopes deDiscutimos sintomatologías relacionadas con una ruptura entre el tiempo historicista-moderno, por lo general encontrado en el siglo xix, y un “cronotopo” o “régimen de historicidad” emergente, sustancialmente distinto. Después de leer “Temporalidad y cotidianidad”, de Ser y tiempo, de Heidegger, argumentamos que ciertos aspectos de este tiempo pueden derivarse de las descripciones de la temporalidad del “estado de apertura”. Por lo que para Heidegger estas formas de experiencia son ontológicas, tendríamos que pensar en el significado de su “pérdida de relevancia” en las descripciones de la “época moderna” y su hipertrofia en las descripciones de la novedad de nuestro actual cronotopo. Utilizamos la palabra “actualismo” para pensar en una forma de presente que pone el énfasis en las temporalizaciones no auténticas.Item Agonística buarquiana : Sérgio Buarque de Holanda em combates com Gilberto Freyre e Alceu Amoroso Lima (1920-1960).(2019) Sanches, Dalton; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Mata, Sérgio Ricardo da; Rangel, Marcelo de Mello; Rodrigues, Henrique Estrada; Nicodemo, Thiago Lima; Pereira, Mateus Henrique de FariaTendo como fio condutor a imagem nietzscheana da agonística ateniense, esta tese aborda as disputas intelectuais de Sérgio Buarque de Holanda com Gilberto Freyre e Alceu Amoroso Lima. Ao lançar mão de variada estratégia discursiva e textual no combate com os dois interlocutores, Sérgio Buarque representa-se e erige sua memória intelectual assente nesse jogo de pares antitéticos, cujo móvel é a negação das empreitadas intelectivas e projetos postos em curso por eles. Como personagens nodais em cujas trajetórias se entreveem muitas das questões candentes que figuram ao longo da periodização aqui delineada, sustentamos que, compósita e plasticamente, Buarque de Holanda molda-se por e molda tal relação triangular em três tempos: estético-político, ético-político e político-epistemológico. O primeiro, que terá como fontes privilegiadas publicações de artigos de imprensa, configura-se no ambiente dos modernismos na década de 1920, no qual se projetam os anseios e as disputas por interpretações seletivas de cunho estético em busca de uma “expressão nacional”; o segundo, já nas décadas de 1930 e 1940, que terá como excelência analítica as duas primeiras edições de Raízes do Brasil (1936-1948), é o ambiente no qual emergem poderosas e sedutoras propostas de leituras sobre o passado nacional e cujas rivalidades sobre modelos interpretativos, seguidas de apagamentos, construção de identidades e contração de memórias podem ser antevistas nas permutas efetuadas no clássico livro; no terceiro tempo, por fim, veremos que, por meio do combate pelas resenhas estampadas nos jornais ao longo das décadas de 1950 e 1960, o ensaísta, mantendo ainda vivas as disputas com os seus dois grandes oponentes, comporá o front nos campos disciplinares que se impunham gradativamente como matrizes hegemônicas e cujas dinâmicas de consagração se pautarão por seus combates pela história, não menos pela sociologia e – dimensão escassamente estudada em sua obra – pela filosofia.Item Almanaques, evento e imagens : a experiência da Grande Guerra representada pelos almanaques Hachette e Bertrand.(2012) Pereira, Mateus Henrique de FariaEste artigo procura refletir sobre como dois almanaques representam a Grande Guerra (1914-1918) a partir de seus projetos editoriais. Objetiva-se explicar e compreender como o Almanach Hachette (1894-1923) e o Almanach Bertrand (1900-1923) se aproximam e se distanciam, tendo em vista duas chaves de leitura: a história editorial dos almanaques e a forma como, em ambos, procura-se interpretar, representar e construir imagens da experiência da Grande Guerra.Item Apresentação.(2017) Bauer, Caroline Silveira; Abreu, Marcelo Santos de; Pereira, Mateus Henrique de FariaItem Apresentações do feminino na palavra sobre a tortura : sacralização da maternidade em Luta, Substantivo Feminino (2011).(2019) Santos, Ana Carolina Monay dos; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Abreu, Marcelo Santos de; Bauer, Caroline SilveiraLançado em lançado em 2010 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos/PR e pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres/PR, o livro-relatório Luta: Substantivo Feminino é uma publicação oficial cujo objetivo é apresentar a dimensão feminina da experiência da tortura na Ditadura Militar brasileira (1964-1988). Para tanto, o livro se embasa em 27 testemunhos de mulheres sobre a tortura, dos quais uma determinada interpretação embasa a hipótese do livro. Ao apresentar a dimensão feminina, o texto do livro fixa no referente “maternidade” um sentido sacro, oferecendo um sentido para experiência feminina. Compreendendo o relatório como uma instância de articulação discursiva que revela uma “voz estatal” que fala sobre a questão da tortura, e adotando a categorização de “maternidade” como método para identificar as disputas políticas significantes em torno do termo, o objetivo dessa dissertação é revelar as condições contextuais éticas e políticas do ingresso desses testemunhos no livro-relatório Luta, Substantivo Feminino (2010). A hipótese sustentada nesta dissertação é a de que existe uma apropriação destes testemunhos no interior do discurso estatal, cujo efeito maior é o obscurecimento do sentido político fundamental de “maternidade” emergente nos testemunhos.Item Atualismo : pandemia e historicidades no interminável 2020.(2021) Pereira, Mateus Henrique de Faria; Araújo, Valdei Lopes deNeste ensaio tentamos demonstrar que o presente e o futuro tam- bém são história e devem ser dimensões da historiografia. Para isso, retomamos episódios de nosso livro Almanaque da COVID-19 e algumas de nossas leituras de momentos-chave do ano a fim de refletir sobre o que temos chamado his- toricidade atualista. Em alguns momentos, lançamos mão da retrospectiva, em outros, optamos por manter o efeito anacrônico de certas passagens a fim de evidenciar o aspecto contingente de toda representação do tempo. Dividimos o texto em três partes principais. Na primeira, apresentamos os deslocamentos mais recentes na hipótese sobre uma historicidade atualista. Na segunda, reunimos alguns episódios de 2020 como modo demonstrar o que estamos chamando atualismo em suas relações com a política e a história. Por fim, apontamos ca- minhos preliminares de uma ação com efeitos contra-atualista.Item A atualização do “pequeno grande homem” : uma análise do Instagram de Jair Messias Bolsonaro na eleição de 2018.(2023) Miranda, Beatriz Castro; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Bauer, Caroline Silveira; Silva, Daniel PinhaO presente trabalho busca compreender a construção da imagem de “homem comum” de Jair Messias Bolsonaro e as possibilidades e os limites de enquadrá-lo no conceito de “pequeno grande homem”, forjado por Theodor W. Adorno (1975). Esse conceito abarca a figura do sujeito que sugere, ao mesmo tempo, onipotência e a ideia de que ele é apenas mais um homem comum, o que fortalece o processo de identificação do seguidor com a figura do líder, por gratificar o seu desejo em se submeter à autoridade e ser ele mesmo essa autoridade. A “simplicidade” e a “autenticidade” da figura de Bolsonaro são características que nos auxiliam na compreensão do seu crescimento político e da sua vitória eleitoral, para isso são analisadas fotos publicadas no Instagram de Bolsonaro nas eleições de 2018. A seleção das imagens partiu de critérios que enquadram o candidato no espectro de um “homem comum” ou ao que os internautas denominam de “gente como a gente”: fotos nas quais Bolsonaro apresentava-se descontraído, jogando vídeo game ou tomando café em sua casa. A rápida ascensão do então candidato pode ser entendida, ao nosso ver, como uma evidência da demanda por figuras que se encontram à margem da tradicional elite política, os outsiders, tendo em vista o processo de criminalização da política, que se encaminha, pelo menos, desde 2013, além de uma conjuntura de crise que mescla a antipolítica, pós-política, ultrapolítica e ufanismo, sendo Bolsonaro uma possível alternativa à política tradicional. Analisamos, ainda, o recrudescimento da militância de direita nas ruas e nas redes, compreendendo a trajetória militar e política do candidato, além de sua presença no ambiente digital. Por fim, observamos que perceber Bolsonaro como o “pequeno grande homem” de Adorno demonstra ser menos um retorno do fascismo e apresenta- se mais como um sintoma das mudanças mais recentes no fazer e agir políticos, que enaltecem a performance sobre a crítica, sendo uma das consequências do avanço das tecnologias de comunicação, principalmente via redes sociais.Item Brazilian historical writing in global perspective : on the emergence of the concept of “historiography”.(2015) Pereira, Mateus Henrique de Faria; Santos, Pedro Afonso Cristóvão dos; Nicodemo, Thiago LimaThis article assesses the meanings of the term “historiography” in Brazilian historiography from the late nineteenth century to circa 1950, suggesting that its use plays an essential role in the process of the disciplinarization and legitimation of history as a discipline. The global- scale comparison, taking into consideration occurrences of the term in German, Spanish, and French, reveals that use of the term took place simultaneously worldwide. The term “historiography” underwent a significant change globally, having become independent from the modern concept of history, shifting away from the political and social dimensions of the writing of history in the nineteenth century and unfolding into a metacritical concept. Such a process enables historians to technically distinguish at least three semantic modulations of the term: 1. history as a living experience; 2. the writing or narration of history; and 3. the critical study of historical narratives. Based on the Brazilian experience, it is possible to think of the “historiography” category as an index of the transformations of the modern concept of history itself between the 1870s and 1940s, a period of intense modification of the experience and expectations of the writing of professional historical scholarship on a global scale.Item Como (re)escrever a história do Brasil hoje?(2009) Pereira, Mateus Henrique de FariaEste texto procura pensar sobre as seguintes questões: o que é ou pode ser uma história nacional hoje? Em outras palavras, quais os limites da escrita de uma História do Brasil hoje?; e como algumas das escritas passadas sobre as experiências do tempo podem iluminar, no sentido de apresentar possibilidades perdidas, às escritas de hoje?. Para realizarmos tal experimento, escolhemos em cada item escalas de observação bem precisas: o texto “O pensamento histórico nos últimos 50 anos”, escrito, em 1951, por Sérgio Buarque de Holanda; cruzamentos entre Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, obra escrita em 1933, e a edição de 2001 de Culturas Híbridas, de Néstor Garcia Canclini; e, por fim, uma análise dos impactos do Giro Lingüístico na (re)escrita da história.Item Contribuições à história intelectual do Brasil republicano.(Editora UFOP, 2012) Avelar, Alexandre de Sá; Faria, Daniel Barbosa Andrade; Pereira, Mateus Henrique de FariaItem O convite da história global.(2019) Morales, Fábio Augusto; Pereira, Mateus Henrique de FariaItem Da visibilidade da tortura à luta pela anistia nas páginas do semanário movimento : disputas e combates em busca de um projeto alternativo (1975-1981).(2018) Magalhães, Amanda Queiroz; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Freixo, André de Lemos; Maia, Marta Regina; Motta, Miriam Hermeto de SáNo Brasil ditatorial marcado pela repressão em diferentes esferas e pela aplicação desmedida de violência contra os opositores dos governos militares, vários foram os sujeitos, grupos e movimentos que, buscando implementar projetos alternativos à ordem política dominante, denunciaram tais violações dos Direitos Humanos durante e após sua perpetração e lutaram pela verdade, pela justiça e pelo estabelecimento de um sistema político que não garantisse uma cultura de repetição e perpetuação da violência de Estado. O presente trabalho se dedica a analisar matérias, reportagens, charges e artigos que, produzidos pelo jornal alternativo Movimento entre 1975 e 1981, tiveram como tema os crimes de tortura praticados desde o início da ditadura militar e a luta pela Anistia empreendida no país, sobretudo, no final de década de 1970. A proposta é demonstrar como o processo de crítica e denúncia da tortura que foi realizado pelo semanário, esteve entrelaçado ao seu posterior engajamento na luta por uma Anistia abrangente e pelo estabelecimento de uma certa memória e reparação das marcas deixadas pela ditadura militar brasileira. Para tal, este estudo explora em contraposição ao material de caráter contestador divulgado pelo Movimento, o posicionamento e reações dos militares e também os discursos propalados pela imprensa hegemônica de circulação nacional.Item Dissoluzioni, parodie o mutamenti? : considerazioni sulla storia nelle pagine di Wikipedia.(2017) Pereira, Mateus Henrique de FariaQuale rapporto si sta costruendo fra le scienze storiche e Wikipedia? Come bisogna porsi di fronte alle voci di Wikipedia che trattano di storia? Quale potrà essere il ruolo della futura “enciclopedia libera” per lo studio e l’insegnamento della storia? A partire dall’analisi di alcune voci di Wikipedia operata dal gruppo di lavoro “Nicoletta Bourbaki”, sei autori animano una tavola rotonda sul rapporto tra l’enciclopedia libera e il mondo della storia.Item O ensino de história entre trajetórias e epistemologias : o desafio cotidiano de articular teoria e prática na formação do professor de história.(2012) Motta, Miriam Hermeto de Sá; Pereira, Mateus Henrique de FariaEste artigo apresenta um estudo de caso que tem como objetivo contribuir para as discussões relativas às “práticas cotidianas”, em dois contextos muito precisos: o da formação de professores de história e o da sua atuação na educação básica. As análises que se apresentam foram produzidas com base na comparação entre um questionário qualitativo aplicado para turmas de estudantes que realizavam estágio supervisionado e o material didático produzido por eles, que compunha o trabalho final da licenciatura. Os pontos centrais observados no estudo foram as dificuldades de mobilização de conhecimentos teórico-metodológicos na realização de atividades práticas de docência e as contradições entre discurso e prática na ação dos professores em formação. Tais conclusões nos remetem à reflexão sobre as dimensões cotidianas do ofício docente, em nível de graduação (os formadores de professores) e de educação básica (os professores em formação).Item Entre barreiras e barragens : escreviviência, história e o crime da Barragem de Fundão (Mariana, 2015).(2021) Melo, Marianna Andrade; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Fonseca, Janete Flor de Maio; Lucchesi, Anita; Pereira, Luisa RauterO crime de 5 de novembro de 2015 iniciado na cidade de Mariana ainda se faz presente na vida de dezenas de milhares de pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela lama tóxica da empresa Samarco. Desde o rompimento da barragem de Fundão presenciamos uma espécie de guerra de narrativas travada pela população atingida, a empresa e os meios de comunicação e as produções acadêmicas. Desde a consolidação da História como ciência, em meio a falsificações, manipulação de documentos e ocultação de fatos, o papel do historiador nunca se mostrou tão desafiador quanto na contemporaneidade. Com o advento tecnológico as formas de narrativizar foram dinamizadas e pluralizadas ao ponto de a violência ser confundida com liberdade de expressão, silenciando muitas vezes as vítimas de crimes como o da barragem de Fundão. Ocultação de informações e manipulação dos fatos tornaram-se ainda mais acessíveis e permitiu que a memória fosse editada de acordo com as demandas do presente. Nesta dissertação busco abordar três das várias motivações que me levaram ao estudo da história do tempo presente. 1) Através da escrevivência criar uma interlocução entre a narrativa historiográfica e a historiadora que a produz, refletindo assim sobre a humanização das produções acadêmicas e as diversas dinâmicas possíveis dentro da História do tempo presente; 2) refletir acerca da ampliação das formas de comunicação e das estratégias de democratização do conhecimento da história através do uso das tecnologias digitais disponíveis; 3) Abordar as tensões sociais e políticas no ambiente digital a partir da análise dos discursos veiculados no facebook acerca do crime da Barragem de Fundão.Item Fim do tempo das sínteses? : questões a partir da perspectiva de Mircea Eliade em História das Crenças e das Idéias Religiosas (1976-1983) : um “estudo de caso” como motivo à reflexão teórica e metodológica.(2011) Pereira, Mateus Henrique de FariaEliade é mobilizado em nossa reflexão como um motivo para se levantar questões à teoria e à metodologia da história, visto por nós como campos indissociáveis. Procuramos, assim, refletir sobre o campo de experiência da perspectiva sintética a fim de construir questões sobre as condições de possibilidade para a elaboração de sínteses no contexto historiográfico atual. Nesta direção, buscaremos, na primeira parte do texto, perceber como Eliade procura de modo singular o refletir sobre questões próprias a seu campo. Na segunda parte, analisaremos as motivações expressas pelo autor para a elaboração de uma síntese. E por fim, procuraremos extrair algumas considerações e questões teóricas e metodológicas sobre a (im)possibilidade da escrita de uma síntese para o conhecimento histórico como um todo na contemporaneidade.Item Futuros precários e o fenômeno youtuber : história, neoliberalismo e temporalidade.(2022) Silva, Marcela Guimarães; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Luisa Rauter; Silveira, Pedro Telles daEste trabalho surgiu a partir de uma preocupação do próprio lugar de atuação do historiador frente às mudanças na esfera do trabalho e da maneira com que as novas tecnologias têm sido agenciadas em um contexto de governança neoliberal. O cenário em que ele foi desenvolvido estará presente, permeando todo o texto. De maneira prática, ele foi dividido em dois capítulos que tem como objetivo pautar a discussão sobre a precarização do trabalho e do agenciamento das novas tecnologias, sendo eles: I) sobre o neoliberalismo e II) sobre o fenômeno youtuber, que dança entre a promessa de inovação e a escassez de alternativas no mundo do trabalho. Em suma, a dissertação é fruto de uma jornada não linear de mestrado, pensada, também, sobre as perspectivas de futuro do jovem universitário, que ainda procura contar com a proteção das instituições.Item Guignard e a pintura de paisagem de Ouro Preto : imagem e memória.(2018) Thomaz, Mariana Rodi; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Lehmkuhl, LucieneA construção da identidade no Brasil integrou-se através de programas institucionais e artísticos que tinham um viés comum: criar imagens do “nacional”. O presente estudo consiste em analisar conjuntos de obras específicos que o pintor Alberto da Veiga Guignard pintou durante sua morada em Ouro Preto. Atuando durante a Era Vargas, Guignard contribuiu iconograficamente para a construção da paisagem brasileira e do patrimônio nacional, dialogando com convenções da pintura ocidental e oriental. A imagem possui um caráter cognitivo, ou seja, o objeto visual colabora com os processos sociais e, portanto, é dotado de historicidade. O valor cognitivo dos objetos da cultura visual será aqui relacionado com a construção de uma memória coletiva sobre o Brasil e a nacionalidade brasileira. Considera-se aqui duas principais vertentes das pinturas de paisagem de Guignard. Primeiro, um paisagismo documental sobre Ouro Preto e outras cidades mineiras identificadas como patrimônio; e as paisagens imaginantes nas quais predominam as fantasias da memória. Representadas de forma mais realista, suas paisagens documentais enfatizam o caráter monumental dos edifícios coloniais da região de Ouro Preto, são constituídas por pontos de vista que valorizam os edifícios barrocos e as ruelas íngremes da cidade. Já as paisagens imaginárias que constituem um grande simbolismo na dimensão da memória, formada esta por várias camadas sobrepostas de acontecimentos, visões, pensamentos e vivências. As paisagens imaginárias dialogam com a memória a partir dos elementos simbólicos que as constituem através de uma composição mais livre, poética e fantasiosa. Ambas as vertentes das obras de Guignard, portanto, integram a propaganda do Brasil e de sua paisagem nacional.Item Histórias de repressão e luta na UFOP, Ouro Preto e região.(Editora UFOP, 2018) Silveira, Marco Antônio; Maia, Marta Regina; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Silva, Camilla CristinaItem Historicidades em deslocamento : tempo e política entre os Ashaninka da Amazônia peruana e os Misak dos Andes colombianos.(2020) Moreira, Guilherme Bianchi; Pereira, Mateus Henrique de Faria; matteuspereira@gmail.com; Abreu, Marcelo Santos de; Nicolazzi, Fernando Felizardo; Pereira, Ana Carolina Barbosa; Fernandes, Luiz Estevam de Oliveira; Pereira, Mateus Henrique de FariaEsta tese investiga dimensões da experiência histórica de duas comunidades indígenas da América do Sul: os Ashaninka do rio Ene, da Amazônia peruana, e os Misak de Guambia, dos Andes colombianos. Com isso, queremos refletir sobre os dilemas teóricos da história disciplinar em contato com a legitimidade de mundos que resistem ativamente às tentativas de serem enquadrados nos termos analíticos de nossa tradição. Objetivamos demonstrar de que maneira a ação política e a produção cosmológica dessas comunidades desestabilizam potencialmente, quando levadas a sério, parte fundamental do repertório conceitual de nossa disciplina. Propomos entender, no interior das historicidades desses mundos, os sentidos através dos quais seus atores pensaram a questão do tempo e da história e como mobilizaram esses sentidos na vida prática e no domínio político. De maneira semelhante, os usos e as apropriações do conhecimento histórico pelas comunidades também são analisados como forma de entender o trânsito entre diferentes formas de dotar o passado de sentido e de deslocar as historicidades para além de lugares fixos e universais. A partir de fontes etnográficas e históricas, entrevistas e histórias recolhidas em uma curta investigação de campo, mitos, autobiografias e documentos produzidos pelas organizações indígenas ao longo das últimas décadas, refletimos sobre os modos ameríndios de construir relações entre o tempo, a política e a história e sobre as implicações disso para a atividade historiográfica moderna. Concluímos, em interlocução com uma série de desenvolvimentos recentes entre a antropologia e a teoria da história, com um convite a repensar a rigidez e a suposta universalidade de pares conceituais caros à nossa tradição disciplinar, de modo a imaginar um espaço interpretativo aberto às tensões produzidas de forma não imanente ao discurso histórico.
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