Remoção de carbendazim de água por processo de clarificação acoplado à adsorção ou cloração.
No Thumbnail Available
Date
2018
Authors
Journal Title
Journal ISSN
Volume Title
Publisher
Abstract
Apesar do carbendazim, fungicida da classe dos benzimidazóis, ser um dos 10 ingredientes
ativos de pesticidas mais utilizados nas lavouras brasileiras, pouco se sabe a respeito da sua
remoção pelos processos comumente utilizados nas Estações de Tratamento de Águas (ETAs).
Assim sendo, o objetivo deste trabalho é avaliar a remoção do carbendazim nas etapas de
clarificação acoplada à adsorção e cloração em escala de bancada. Todos os ensaios foram feitos
com dois tipos de água, de alta (~200 NTU) e baixa turbidez (~20 NTU), fixando-se a
concentração inicial do agrotóxico em 250 μg.L-1. Para a clarificação, foram testados os
coagulantes sulfato de alumínio, cloreto de polialumínio e cloreto férrico em doses e pH
otimizados previamente para a remoção de partículas suspensas da água. A adsorção com
carvão ativado em pó (CAP) foi testada dosando-se o CAP (2,5; 5 e 10 mg.L-1) juntamente com
o coagulante ou após a clarificação. Já a cloração foi testada após a clarificação utilizando
tempo de contato de até 30 min, sendo o hipoclorito de sódio o agente oxidante na dose inicial
de Cl2 igual a 2 mg.L-1. A análise de carbendazim nas amostras de água foi feita por
cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas (HPLC-MS-IT-TOF) após
validação do método analítico, que resultou em limites de detecção e quantificação de,
respectivamente, 1,05 μg.L-1 e 3,49 μg.L-1. A etapa de clarificação resultou em remoções
variadas do agrotóxico, sendo o cloreto férrico mais eficiente para as águas de alta turbidez
(67%) e o cloreto de polialumínio para águas de baixa turbidez (86%). Menor remoção de
carbendazim foi observada na clarificação de águas de maior turbidez, possivelmente porque
as partículas suspensas recobrem o hidróxido metálico formado (de carga positiva) diminuindo
a área de contato e a interação com o carbendazim (de carga líquida negativa). A adição de CAP
junto com o coagulante e como pós-tratamento não resultou em melhoria considerável da
clarificação para pequenas doses de CAP (2,5 e 5 mg.L-1), sendo verificada uma eficiência de
remoção mais acentuada apenas na maior dose de CAP (10 mg.L-1). Da mesma forma que na
clarificação, a presença de partículas suspensas na água influenciou negativamente a adsorção
do carbendazim, possivelmente devido ao recobrimento do adsorvente e redução de área e sítios
de adsorção. A cloração acoplada à clarificação possibilitou elevada remoção de carbendazim,
resultando em concentrações finais inferiores ao limite de quantificação do método. Porém, foi
possível perceber a formação e acúmulo de subprodutos clorados do carbendazim, fazendo-se
necessário um estudo mais detalhado para elucidação estrutural destes compostos e verificação
de sua toxicidade.
Description
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto.
Keywords
Produtos químicos agrícolas - remoção, Tecnologias ambientais, Água - purificação, Cloração - subprodutos
Citation
PEREIRA, Andressa Rezende. Remoção de carbendazim de água por processo de clarificação acoplado à adsorção ou cloração. 2018. 97 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.