A temporalidade na fenomenologia de Heidegger e Husserl.
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Date
2023
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A presente pesquisa faz um recorte contemporâneo sobre a questão do tempo, situando-se nas
teses fenomenológicas dos filósofos Martin Heidegger e Edmund Husserl. Duas obras são
utilizadas como literatura principal: Ser e Tempo e Fenomenologia da Consciência Interna do
Tempo. O objetivo é investigar como esses autores compreendiam o tempo em suas
investigações, de que forma o tempo foi nelas determinante e o nexo fenomenológico entre
elas. Para alcançar essa proposta, o texto é organizado da seguinte forma: primeiro,
introduz-se o debate no qual a fenomenologia se inseriu, apresentando os estágios iniciais do
desenvolvimento do modelo retencional do tempo elaborados por William James e Franz
Brentano. Em seguida, faz-se uma introdução sobre o desenvolvimento da fenomenologia por
Husserl, culminando em uma análise da estrutura geral da consciência intencional. Após isso,
o texto analisa a tese husserliana sobre o tempo, a qual é formulada em três instâncias:
transcendente, imanente e formal. O tempo imanente é o fluxo de consciência preenchido e
conteúdo para a interpretação do tempo transcendente. No entanto, o próprio fenômeno
temporal está referido à sua estrutura formal de origem, a qual não pode ser concebida no
tempo. Assim, Husserl elabora sua tese do fluxo formal a priori. A próxima etapa consiste em
introduzir a fenomenologia hermenêutica de Heidegger, apresentando a estrutura geral da
existência como preocupação [Sorge]. No entanto, a demanda por uma unidade de sentido do
ser da existência, que é em todo caso compreendida, explícita ou implicitamente, em termos
temporais, conduz à tese heideggeriana da temporalidade estática a priori como unidade de
sentido da preocupação. Feitas essas considerações, entende-se que tanto Heidegger quanto
Husserl conceberam os fenômenos sempre em suas modalidades [das Objekt im Wie], não
como objetividades subsistentes. O caráter modal funciona como indicação formal para a
temporalidade, a qual não pode ela mesma ser fenômeno, pois é origem de possibilidade
destes. Além disso, entende-se também que a temporalidade abre um nível superior de
investigação e é parte fundamental do método fenomenológico. Por fim, o próprio tempo,
como indicação formal, parece conciliar-se com a estrutura formal da fenomenologia. Em
todo caso, a temporalidade dá-se como estrutura originária constituidora do tempo, por
conseguinte, dos fenômenos.
Description
Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Departamento de Filosofia, Instituto de Filosofia, Arte e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto.
Keywords
Fenomenologia, Tempo, Existencialismo, Consciência, Martin Heidegger
Citation
MACEDO, Bruno Alves. A temporalidade na fenomenologia de Heidegger e Husserl. 2023. 202 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Instituto de Filosofia, Arte e Cultura, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2023.