Evolução sedimentar e história deformacional da Formação Moeda ao longo da junção entre o Sinclinal da Moeda e o Homoclinal da Serra do Curral, Quadrilátero Ferrífero, MG.
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Date
2018
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Abstract
A complexidade estrutural da província mineral do Quadrilátero Ferrífero (MG) deve-se à interação dos
ciclos orogênicos do Orosiriano/Riaciano e Brasiliano. Dentre várias estruturas peculiares da região,
tem-se a junção entre o Sinclinal da Moeda, de direção meridiana e o Homoclinal da Serra do Curral,
de direção ENE-WSW. Visando a caracterização desta junção e sua evolução, realizou-se uma
campanha de mapeamento estrutural de detalhe da Formação Moeda (escala 1:10.000) além de
descrições faciológicas a partir de oito perfis estratigráficos para auxiliar na compreensão da geometria
e evolução tectônica desta unidade. Foram identificadas nove fácies sedimentares: quatro fácies
conglomeráticas (Gms, Gm, Gt e Gp), três essencialmente areníticas (St, Sp e Sh) e duas
predominantemente pelíticas (Fl e Fsc). As seções estratigráficas foram correlacionadas possibilitando
o agrupamento das fácies em cinco associações geneticamente relacionadas. As associações de fácies
AF1 e AF2 representam sistemas de leques aluviais que evoluíram para planícies fluviais entrelaçadas.
A AF 3 está relacionada a um sistema lacustre associado a marinho raso nas porções distais. Por fim, as
associações de fácies AF4 e AF5 representam planícies fluviais entrelaçadas encerradas por uma
transgressão marinha no estágio final de evolução da bacia. A partir da confecção de uma seção
restaurada foi possível interpretar que as AF1, AF2, AF3, e a porção basal da AF4, foram depositadas
durante os estágios iniciais do rifteamento continental e as demais associações materializam a transição
rifte-margem passiva. Quanto ao arcabouço estrutural, o acamamento descreve os dobramentos
evidenciados na região e possui a orientação preferencial de 094/46. É cortado em baixo ângulo pela
foliação penetrativa Sn, que disposta segundo o plano axial destas dobras, possui a atitude modal 100/51.
A lineação de interseção (Lint) entre S0 e Sn cai sistematicamente para o quadrante E, posicionando-se
em 092/48, que corresponde a atitude das charneiras destas estruturas antiformais e sinformais.
Associada à foliação Sn têm-se a lineação de estiramento mineral (Lest), cuja orientação preferencial é
100/49. Indicadores cinemáticos a ela associados atestam transporte tectônico sistemático para W.
Movimento de mesma natureza foi caracterizado em falha reversa na porção central da área. À luz destes
dados, conclui-se que a deformação principal e responsável pela geração dos elementos tectônicos Sn,
Lest e Lint, foi uma compressão geral E-W associada a orogenia Brasiliana, que atuou sobre camadas
previamente basculadas e provavelmente orientadas na direção ENE-WSW durante o evento
Transamazônico. Uma outra geração de estruturas pode ser observada no contato ocidental do Sinclinal
Gaivotas com o Complexo Bonfim, que é marcado por uma zona de cisalhamento normal e mergulhante
para E. Esta estrutura pode ser relacionada ao colapso orogênico Transamazônico como também pode
caracterizar uma movimentação posterior.
Description
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Keywords
Sedimentos - geologia, Fácies - geologia, Quadrilátero Ferrífero - MG
Citation
MADEIRA, Marina de Rezende. Evolução sedimentar e história deformacional da Formação Moeda ao longo da junção entre o Sinclinal da Moeda e o Homoclinal da Serra do Curral, Quadrilátero Ferrífero, MG. 2018. 172 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.