Petrogênese de rochas ultramáficas do quadrilátero ferrífero e adjacências e sua relação genética com rochas metaultramáficas do tipo serpentinito e esteatito.
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Date
2011
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Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Abstract
Na região do Quadrilátero Ferrífero (QF) encontram-se raros corpos de rochas metaultramáficas que preservam algum mineral e/ou textura da rocha ígnea original. O interesse no estudo petrogenético destes corpos deve-se à possibilidade de se entender melhor o magmatismo ultramáfico do greenstone belt Rio das Velhas, já que a maior parte das suas rochas ultramáficas, entre as quais se destacam esteatitos e serpentinitos por sua importância econômica, estão completamente metamorfizadas. O presente trabalho teve como objetivo a caracterização mineralógica, geoquímica e petrogenética de sete corpos de rochas metaultramáficas com minerais ou texturas preservados do protólito ígneo localizados no QF e suas adjacências, a saber, em Rio Manso, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Lamim, Queluzito e Lagoa Dourada. Os afloramentos ocorrem na forma de blocos de metros a decâmetros, são maciços e estão encravados em terrenos constituídos de gnaisses do embasamento. Os litotipos estudados foram: metaperidotitos com minerais ígneos preservados como olivina, piroxênio e espinélio; metakomatiitos, que embora não apresentem minerais ígneos, preservam textura spinifex; esteatitos, serpentinitos, tremolititos e clorita xistos associados espacialmente aos metaperidotitos e que representam porções destes corpos mais afetadas pelo metamorfismo. O principal mineral ígneo preservado é olivina com composição variando de Fo77-87, com exceção da olivina de Acaiaca, com Fo>92. Muito raramente encontra-se ortopiroxênio com En79-89 e pleonasto. Minerais metamórficos são talco, serpentinas, carbonatos, cloritas e anfibólios como antofilita, tremolita, Mg-hornblenda e actinolita. Foram ainda identificados diversos óxidos e sulfetos como ilmenita, magnetita, cromita, pirita e pentlandita, além das raras breithauptita (NiSb) e arita (NiSbAs). Foram realizadas análises químicas para elementos maiores, menores e traços de amostras selecionadas que foram comparadas com análises da literatura de peridotitos e komatiitos de localidades clássicas. Pela análise destes dados e de diagramas discriminantes constatou-se que as rochas desse trabalho são semelhantes à peridotitos komatiiticos, com teores de MgO > 18% em peso e de TiO2 < 0,9 e que pertencem a suíte de komatiitos não-desfalcados em alumínio. Cálculos de balanço de massa comparando os litotipos mais preservados com os mais metamorfizados de uma mesma região mostram que, no caso da esteatitização, houve perdas acentuadas da maioria dos elementos exceto SiO2 e MgO, que são os óxidos que compõem talco. A comparação, no balanço de massa, do metakomatiito de Rio Manso com um komatiito de Abitibi mostra que as duas rochas são quimicamente muito semelhantes. Considerando a composição mineralógica e química, a textura e a localização das rochas com minerais ígneos preservados conclui-se que a maioria dos corpos estudados pode corresponder à porção plutônica do magmatismo komatiitico do Grupo Nova Lima, que é a unidade basal do greenstone belt Rio das Velhas.
Description
Keywords
Geologia, Quadrilátero Ferrífero - Minas Gerais, Petrogênese, Litogeoquímica
Citation
FONSECA, G. M. Petrogênese de rochas ultramáficas do quadrilátero ferrífero e adjacências e sua relação genética com rochas metaultramáficas do tipo serpentinito e esteatito. 2011. 87 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.