Guimarães, Dênia Antunes SaúdeGuimarães, Andrea GrabeMichel, Marcela Carolina de Paula2013-08-292013-08-292011MICHEL, M. C. de P. Estudo fitoquímico da fração metanólica do extrato etanólico das folhas e avaliação da atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de Campomanesia velutina (Cambess.) O. Berg. 2011. 118 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.http://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/3162As espécies do gênero Campomanesia (Myrtaceae), popularmente conhecidas como gabiroba ou guavira, são utilizadas na medicina popular para o tratamento de diversas condições clínicas, incluindo inflamação e reumatismo. Apesar do uso tradicional destas espécies, não existem estudos que corroborem sua utilização para esta finalidade. Assim, este trabalho teve como objetivo pesquisar a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva do extrato etanólico de Campomanesia velutina e de suas frações acetato de etila e metanólica, bem como realizar o estudo fitoquímico da fração metanólica desta espécie vegetal. No estudo fitoquímico, o extrato etanólico bruto (EB) das folhas de C. velutina foi submetido à cromatografia em coluna de filtração originando as frações hexânica (FH), acetato de etila (FA) e metanólica (FM). Do fracionamento cromatográfico de FM foi isolado o flavonol miricetina 3-O-ramnosídeo. Com o objetivo de avaliar a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de EB, FA e FM, os mesmos foram submetidos aos métodos in vivo de edema de pata induzido pela carragenina, contorções induzidas pelo ácido acético e placa quente. No método do edema de pata induzido pela carragenina, EB, FA e FM foram administrados por via oral nas doses de 100 e 300 mg/kg e o edema mensurado antes e 3, 6 e 24 h após a administração da solução de carragenina. EB e FA, nas duas doses avaliadas (100 e 300 mg/kg), bem como FM na maior dose (300 mg/kg) inibiram significativamente a formação do edema. A partir da terceira hora foi observada uma redução gradativa no edema desenvolvido para EB (100 mg/Kg; D% 28,53 ± 5,03; 300 mg/kg, D% 26,84 ± 4,79), FA (100 mg/Kg; D% 31,58 ± 8,46; 300 mg/kg, D% 15,02 ± 4,43) e FM (100 mg/Kg; D% 40,21 ± 4,58; 300 mg/kg, D% 19,79 ± 2,89), enquanto para o grupo não tratado esta variação foi de 54,70% ± 8,95. O efeito observado foi comparável ao fármaco padrão, a indometacina (27,32% ± 3,76). No tempo 6 h, foi observada uma menor variação percentual da espessura das patas em todos os grupos. Vinte e quatro horas após a administração da carragenina houve uma acentuada redução no tamanho do edema desenvolvido em todos os grupos. No método de contorções abdominais, EB na dose de 300 mg/kg e FA nas duas doses avaliadas (100 e 300 mg/kg) produziram redução significativa no número de contorções com 84,01%, 65,45% e 71,43% de inibição em relação ao grupo controle, respectivamente. A atividade antinociceptiva destes grupos foi similar à do fármaco padrão, a indometacina (68,66% de inibição). No método da placa quente, o tempo de latência, ou seja, o tempo necessário para que os animais reagissem ao estímulo nociceptivo provocado pelo calor, foi mensurado antes e 30, 60 e 120 minutos após a administração das soluções do extrato, frações, veículo e morfina (fármaco padrão). A administração por via oral de EB, FA e FM não produziu um aumento significativo nos tempos de latência em relação à observação inicial, indicando que a atividade antinociceptiva observada não envolve mecanismos centrais, sendo mediada perifericamente. O extrato etanólico bruto, suas frações acetato de etila e metanólica e as substâncias isoladas da fração metanólica miricetina 3-Oramnosídeo e S43p foram avaliadas in vitro quanto à sua capacidade de modular a produção de NO, TNF-α e IL-10 por macrófagos J774A.1 estimulados por LPS/IFN-γ. A avaliação in vitro mostrou que FA, miricetina e a substância S43p inibiram a produção de NO nos macrófagos J774A.1. A miricetina também induziu a produção da citocina antiinflamatória IL-10. Nenhuma das amostras foi capaz de inibir a produção de TNF-α. Os resultados obtidos demonstraram pela primeira vez a atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de C. velutina. Apesar dos mecanismos de ação envolvidos não terem sido completamente elucidados, parecem envolver a via do NO e da IL-10. As substâncias isoladas parecem contribuir para a atividade. Os resultados obtidos justificam o uso da espécie na medicina popular para o tratamento de condições inflamatórias e dolorosas.pt-BRAgentes antiinflamatóriosAtividade antinociceptivaÓxido nítricoInterleucina 10Fator de necrose tumoral alfaEstudo fitoquímico da fração metanólica do extrato etanólico das folhas e avaliação da atividade anti-inflamatória e antinociceptiva de Campomanesia velutina (Cambess.) O. Berg.Dissertacao