DEHIS - Departamento de História
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Browsing DEHIS - Departamento de História by Author "Abreu, Marcelo Santos de"
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Item Antirracismo, história e tempo : ações afirmativas e reparação histórica no jornal Folha de São Paulo (2000-2012).(2019) Paula, Guilherme Oliva de; Roza, Luciano Magela; Abreu, Marcelo Santos de; Roza, Luciano Magela; Freixo, André de Lemos; Miranda, Shirley Aparecida deNesta dissertação apresento uma possível ligação entre os campos dos estudos raciais e da teoria da história, demonstrando como as diferentes performances dos conceitos de história, tempo e antirracismo podem ser conectadas a algumas interpretações sobre a formação nacional brasileira e a atuação dos movimentos sociais negros ao longo do período republicano brasileiro. Com isso, procuro historicizar as interpretações sobre as relações raciais no Brasil e a atuação dos movimentos sociais negros em diferentes contextos. Por conseguinte, apresento as possíveis relações entre a emergência de uma experiência do tempo e da história ligadas à ética da reparação dos traumas do passado com o desenvolvimento da luta pelas ações afirmativas para a população negra no final do século XX e início do século XXI. Por fim, por meio da análise dos argumentos dos articulistas do jornal Folha de São Paulo, entre os anos de 2000 e 2012, demonstro que os mesmos constroem seus posicionamentos sobre as ações afirmativas por critérios raciais lançando mão de duas interpretações históricas sobre a questão racial brasileira distintas. Os contrários valorizam a narrativa da miscigenação, negando a valorização política e identitária do conceito de raça. Ao passo que os favoráveis, por meio da ótica da reparação histórica, estabelecem a desigualdade racial presente como um processo de perpetuação histórica do qual só a valorização do conceito de raça é capaz de auxiliar no tratamento destes passados que não passam, representados pela desigualdade racial presente.Item Apresentação.(2017) Bauer, Caroline Silveira; Abreu, Marcelo Santos de; Pereira, Mateus Henrique de FariaItem Apresentações do feminino na palavra sobre a tortura : sacralização da maternidade em Luta, Substantivo Feminino (2011).(2019) Santos, Ana Carolina Monay dos; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Abreu, Marcelo Santos de; Bauer, Caroline SilveiraLançado em lançado em 2010 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos/PR e pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres/PR, o livro-relatório Luta: Substantivo Feminino é uma publicação oficial cujo objetivo é apresentar a dimensão feminina da experiência da tortura na Ditadura Militar brasileira (1964-1988). Para tanto, o livro se embasa em 27 testemunhos de mulheres sobre a tortura, dos quais uma determinada interpretação embasa a hipótese do livro. Ao apresentar a dimensão feminina, o texto do livro fixa no referente “maternidade” um sentido sacro, oferecendo um sentido para experiência feminina. Compreendendo o relatório como uma instância de articulação discursiva que revela uma “voz estatal” que fala sobre a questão da tortura, e adotando a categorização de “maternidade” como método para identificar as disputas políticas significantes em torno do termo, o objetivo dessa dissertação é revelar as condições contextuais éticas e políticas do ingresso desses testemunhos no livro-relatório Luta, Substantivo Feminino (2010). A hipótese sustentada nesta dissertação é a de que existe uma apropriação destes testemunhos no interior do discurso estatal, cujo efeito maior é o obscurecimento do sentido político fundamental de “maternidade” emergente nos testemunhos.Item Arte e estado : Portinari e sua correspondência como um espaço de “sociabilidade intelectual” (1920-1945).(2015) Arêdes, Ana Carolina Machado; Araújo, Valdei Lopes de; Abreu, Marcelo Santos de; Bentivoglio, Julio CesarEste trabalho procura entender o entrosamento do pintor Candido Portinari no ambiente intelectual e político, entre os anos de 1920 a 1945, por meio da análise das correspondências trocadas entre ele e seu influente círculo de amizades, assim como da interpretação de algumas obras do pintor que contribuem para o entendimento de sua trajetória artística e de sua atuação sob o mecenato estatal. Candido Portinari possui um rico acervo epistolar que demonstra aspectos da sua personalidade, suas convicções políticas e artísticas e como ele se relacionava com grandes nomes da intelectualidade e da burocracia estado-novista. Suas missivas, portanto, são capazes de revelar alguns desdobramentos do ambiente político, intelectual e cultural daquele período. A carta, utilizada nesse estudo como fonte, foi um dos mais importantes meios de comunicação daquela época, sendo usada como um espaço de “sociabilidade intelectual”, ou seja, como uma forma de estabelecer e manter amizades epistolares a fim de participar do concorrido meio cultural e burocrático. O recorte de 1920 a 1945 foi adotado porque Portinari começou a se destacar como pintor no cenário nacional na década de 1920, quando ingressou na tradicional Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, para estudar pintura. Na década de 1930, depois de uma viagem de estudos à Europa, Portinari voltou para o Brasil com um estilo artístico mais livre e pessoal, tornando-se um dos pintores adeptos da vanguarda modernista. Em suas telas evocou a brasilidade por meio da representação da gente simples e trabalhadora da nação, especialmente o negro e o mestiço. Destacou-se como artista por extrapolar os limites do quadro à óleo e pintar afrescos. Um dos traços mais marcantes da pintura de Portinari é a monumentalidade dos corpos e a deformação dos pés e das mãos das figuras representadas. Portinari confeccionou trabalhos significativos para o Estado Novo, principalmente sob a encomenda do então ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema. Dentre estes trabalhos destacam-se os murais em afresco realizados para o edifício sede do Ministério da Educação, atual Palácio Capanema, no Rio de Janeiro. O ano de 1945, marcou o fim do Estado Novo, contexto político que foi abordado nesse estudo, portanto, foi adotado como o limite do recorte cronológico. Em suma, as cartas do pintor, atreladas às suas obras, representam nesse trabalho a chave para a compreensão da sua trajetória artística, do seu relacionamento social e da sua atuação no Estado.Item Através da Pátria Brasileira : possibilidades de narrativa acerca do indígena brasileiro em livros de leitura da Primeira República.(2016) Almeida, Helena Azevedo Paulo de; Rangel, Marcelo de Mello; Abreu, Marcelo Santos de; Fernandes, Luiz Estevam de Oliveira; Abreu, Marcelo Santos de; Rangel, Marcelo de Mello; Bentivoglio, Julio CesarNo decorrer do século XIX, ocorreu uma acirrada discussão sobre o lugar do índio na constituição da sociedade brasileira. Podemos destacar duas vertentes principais de abordagem: a Romântica, que exaltava-os como honrados, corajosos e futuros cristãos em seu papel de construção da identidade nacional, e uma outra vertente, vinculada à figura de Varnhagen, que colocava o indígena como parte de um passado remoto, bárbaro, sem qualidades, que precisaria ser esquecido e superado através de sua escravização em substituição à mão de obra escrava negra. Assim, o presente trabalho tem por intenção discutir as modificações e permanências destas propostas, a partir de uma análise dos livros de leitura, utilizados no início do século XX, a partir da noção de memória coletiva.Item Chalés ecléticos na cidade barroca : poder, linguagem arquitetônica e patrimônio em Ouro Preto (1880-1950).(2023) Simões, Bruna Carneiro Leão; Abreu, Marcelo Santos de; Aguiar, Tito Flávio Rodrigues de; Abreu, Marcelo Santos de; Aguiar, Tito Flávio Rodrigues de; Costa, Eduardo Augusto; Schettino, Patrícia Thome JunqueiraA presente pesquisa aborda a arquitetura eclética na cidade de Ouro Preto, com foco principal na tipologia dos chalés durante o período de intervenção modernista no município. Com o reconhecimento da importância de preservação do patrimônio nacional e a implantação dos primeiros instrumentos de proteção, Ouro Preto recebe grande ênfase por causa do seu acervo preservado do período colonial e atravessa um momento de alterações da sua paisagem urbana. Durante esse período, a arquitetura eclética é uma das principais construções da cidade a serem modificadas, contudo os chalés permanecem praticamente inalterados. Essa pesquisa, portanto, tenta compreender as principais influências na preservação desses imóveis a partir do ponto de vista socioeconômico dos proprietários desses imóveis, além de analisar a interferência das políticas patrimoniais promovidas pelas instituições responsáveis em proteger o patrimônio nacional. Ao todo, são 15 imóveis analisados, durante o desenvolvimento dessa pesquisa, localizados dentro do perímetro tombado do distrito sede de Ouro Preto. O ineditismo temático e originalidade na escolha dos objetos de estudo justificam a importância dessa pesquisa na compreensão de um período pouco abordado no âmbito acadêmico. Objetiva-se, por fim, incentivar estudos e pesquisas sobre uma nova perspectiva da cidade.Item Contando o conto do Sacudón na Venezuela (1989) : narrativas para um acontecimento.(2022) Vargas González, Livia Esmeralda; Rangel, Marcelo de Mello; Freixo, André de Lemos; Rangel, Marcelo de Mello; Freixo, André de Lemos; Pereira, Luisa Rauter; Abreu, Marcelo Santos de; Haddock Lobo, Rafael; Astorga, OmarEsta tese propõe uma reflexão – e uma escrita – do Sacudón (1989) na Venezuela a partir da sua consideração enquanto acontecimento e sob o reconhecimento da impossibilidade para apreendê-lo, subsumi-lo e submetê-lo numa estrutura. Trata-se de uma possível narrativa – tradução – que se tece com algumas das vozes que esse acontecimento torna audíveis, entendendo, por sua vez, que toda tradução carrega consigo uma perda originária. Para tanto, a tese se organiza em dois grandes momentos. Na primeira parte, intitulada “Para ler o Sacudón: rastros historiográficos e teóricos”, apresentam-se algumas das narrativas e interpretações que existem sobre o Sacudón, e exploram-se os insumos teórico-filosóficos sobre a ideia de acontecimento segundo Alain Badiou, Slavoj Zizek e Daniel Bensaïd com cujas chaves eu encaro o mergulho teórico-empírico no Sacudón enquanto acontecimento. A segunda parte, intitulada “Crônicas constelares do Sacudón: entre pontos e encruzilhadas”, propõe uma narrativa do Sacudón a partir de cinco crônicas tecidas com vozes, lembranças testemunhais e registros jornalísticos do que se passou naquele episódio. Por fim, a presente tese representa um esforço teórico, empírico e narrativo a partir do qual se articulam traços do que fora um dos eventos mais disruptivos na história contemporânea da Venezuela. Essa tese carrega com, em, por trás e para além das suas tramas – e suas linhas –, a força fantasmagórica do não dito. Em termos de disposições metodológicas, é uma tese escrita sob espíritos melancólicos, em trânsitos que envolvem a reflexão teórica, o documentário, o testemunhal e o biográfico. No entanto, ela se nutre, sobretudo, da nostalgia irresolúvel que acompanha a experiência migratória. Trata-se de um percurso (com suas pausas) em que as lembranças, imagens, vivências e histórias próprias foram se inserindo no texto, direta ou indiretamente, movidas pela impossível vontade de dividir, não apenas relatos sobre o Sacudón, mas tudo aquilo que me leva para a terra em que nasci.Item "Cultura de História" no Brasil Oitocentista : espaços de autonomia e produção de distância histórica nos compêndios e manuais de história do Brasil (1828-1861).(2019) Cunha, Daniel Joni Mendes Nunes da; Rangel, Marcelo de Mello; Rangel, Marcelo de Mello; Araújo, Valdei Lopes de; Abreu, Marcelo Santos de; Bentivoglio, Julio CesarEste trabalho pretende investigar os manuais didáticos adotados no Colégio Pedro II, a saber: o “Resumo da História do Brasil até 1828” de Henrique Luís de Niemeyer Bellegarde, o “Compêndio da História do Brasil” de José Ignácio de Abreu e Lima e as “Lições de História do Brasil” de Joaquim Manuel de Macedo, visando contribuir para os debates acerca das possibilidades da escrita da história, sobretudo àquela do ensino de história no Brasil Imperial. Além disso, há a preocupação com a constituição e a sedimentação de conteúdos e compreensões mobilizados no interior destes manuais didáticos, com o intuito de tematizar e restituir a complexidade dos debates envolvendo a aproximação ou alargamento no que tange a herança portuguesa, ou modulações da “distância histórica”, entre 1831 e 1863.Item Cultura de história, história pública e ensino de história : investigação e formação de professores de história.(2019) Abreu, Marcelo Santos de; Cunha, Nara Rúbia de CarvalhoO artigo avalia a maneira como estudantes de história se relacionam com a cultura de história. Primeiro, discutimos as relações entre cultura de história, história pública e ensino de história. Na segunda parte, avaliamos as políticas de formação e defendemos a investigação como princípio educativo para a formação. Na última, apresentamos a experiência de produção de narrativas curtas produzidas pelos estudantes sobre a cultura de história. Nas três partes, trazemos as vozes dos estudantes e sua reflexão sobre a cultura de história. Defendemos que esse método pode ser útil no questionamento das relações sensíveis e racionais que mantemos com a história.Item Do monumental ao performático : Ouro Preto e as práticas oficiais e populares do patrimônio.(2018) Féres, Leila Medina Leite; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Roza, Luciano Magela; Aguiar, Leila BianchiEssa dissertação de mestrado tem por objetivo analisar os patrimônios oficiais e populares da cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Primeiro, examinamos os patrimônios institucionalizados, isto e, oficialmente reconhecidos em âmbito nacional, na cidade de Ouro Preto. Buscamos compreender as ações preservacionistas que institucionalizam o patrimônio em Ouro Preto, como se efetiva sua proteção e o discurso de preservação desde os anos 1930 até os dias de hoje. A investigação do patrimônio institucionalizado se concentra na análise do tombamento de dois bens arquitetônicos. O primeiro, tombado em 1938 pelo IPHAN compõe o circuito turístico principal da cidade; o segundo, tombado em 2010 pelo COMPATRI se localiza a margem do centro histórico. Como contraponto ao patrimônio institucionalizado, analisamos os patrimônios populares situados fora do chamado centro histórico. Trata-se do caso das antigas minas de ouro desativadas. Sua patrimonialização depende da ação performática de guias e estudiosos populares da história da mineração que também exploram turisticamente esses espaços. Nos dois casos, o que está em jogo é a dinâmica entre centro e periferia, visibilidade e invisibilidade, na definição do patrimônio. Dessa maneira, buscamos compreender as tensões e assimetrias na política patrimonial na cidade de Ouro Preto. Interpretamos o jogo simbólico do discurso patrimonial a partir da tensão entre a monumentalidade do centro histórico e a performance, elemento chave na manutenção do patrimônio popular.Item Em busca da revolução : a trajetória do movimento nacionalista no Brasil (1956-1964).(2015) Oliveira, Felipe Alves de; Abreu, Marcelo Santos deO presente trabalho tem como foco a análise do nacionalismo no Brasil, durante as décadas de 1950 e 1960. Busca-se demostrar que o nacionalismo foi algo além de uma ideologia formulada pela intelectualidade brasileira, sendo, sobretudo, um movimento político, que atingiu amplos setores da sociedade brasileira, como a União Nacional dos Estudantes, a Frente Parlamentar Nacionalista, o periódico ¨O Semanário e o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) . Compreende-se o nacionalismo como um movimento político que vigorou no país entre os anos de 1956 e 1964.Item Entre batalhas : de relíquias ao revival da arte acadêmica : as pinturas históricas e sua relação com a trajetória institucional do Museu Histórico Nacional (MHN) e do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), entre 1922 e 1994.(CASTRO, Isis Pimentel de. Entre batalhas: de relíquias ao revival da arte acadêmica: as pinturas históricas e sua relação com a trajetória institucional do Museu Histórico Nacional (MHN) e do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), entre 1922 e 1994. 2018. 185 f. Tese (Doutorado em História) - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2018., 2018) Castro, Isis Pimentel de; Mollo, Helena Miranda; Mollo, Helena Miranda; Abreu, Marcelo Santos de; Rangel, Marcelo de Mello; Caldeira, Ana Paula Sampaio; Montenegro, Aline; Dias, Luciana da CostaAs pinturas de história são constantemente apresentadas nas exposições como objetos-fetiches. Elas não só apresentam o passado, como constituem uma janela para ele, desta forma, alheias aos processos sociais que tornaram aquelas representações possíveis. O presente projeto de pesquisa visa analisar as relações entre as coleções permanentes e as instituições museológicas, problematizando as definições de objeto histórico/objeto artístico e de museu de arte/museu histórico, uma vez que estes implicam em diferentes apreensões de tempo. Tais noções foram e são constantemente repensadas nos processos de troca, transferência e doação entre museus, assim como na reelaboração de sua narrativa museológica ao longo do tempo. Serão objeto de estudo as exposições permanentes de dois dos principais museus brasileiros – Museu Nacional de Belas Artes e Museu Histórico Nacional, entre os anos de 1922 e 1994.Item Entre objetos e palavras : o Museu de Artes e Ofícios como experiência historiográfica.(2018) Vasconcelos, Vanessa Gonçalves de; Abreu, Marcelo Santos de; Lopes, Ana Mônica Henriques; Abreu, Marcelo Santos de; Lopes, Ana Mônica Henriques; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Bruno, Maria Cristina de OliveiraEssa dissertação analisa a relação entre a metodologia da pesquisa histórica e o processo de implantação de uma instituição museológica. A análise da organização de objetos inseridos no contexto de uma exposição museológica permite a reflexão sobre a instituição de um discurso e as potencialidades do que ele representa/reproduz. O propósito desse estudo é pensar a construção de uma narrativa museal à luz da noção da operação historiográfica, proposta por Michel de Certeau, que defende a operação histórica como resultado da associação de um lugar social, de práticas metodológicas e de uma escrita. Certeau entende que ao operar a história por meio de atividades técnicas que relacionam o presente e o passado, o historiador confere e/ou constrói sentido aos acontecimentos criando relações inteligíveis a partir de uma análise contextual. Para pensar as questões que envolvem a implantação de uma exposição museológica como operação historiográfica, investigaremos o processo de instalação do Museu de Artes e Ofícios, localizado na Praça da Estação, na região central de Belo Horizonte (MG). A exposição é o local no qual o público interage com o museu, constituindo-se assim, no principal veículo de comunicação das instituições museais. Ao pensarmos nas reflexões propostas por Certeau acerca da operação historiográfica e no processo de implantação de uma instituição museológica – em particular, da sua expografia – identificamos traços comuns a esses dois exercícios.Item Espaço, tempo e produção de presença através do Inhotim.(2016) Alves, Maria Fernanda Silva; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Costa, Carina Martins; Rangel, Marcelo de MelloEste trabalho consiste em uma reflexão teórica sobre as concepções de tempo e espaço contemporâneas. Para tanto, utilizo como exemplo o Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte. Através dos trabalhos realizados pelo Instituto em relação ao patrimônio histórico e natural de seu entorno e de um dos programas de arte educação, procuro pensar como as relações entre tempo e espaço se constituem de maneiras específicas nesse lugar, por meio de noções e conceitos emergentes relativos ao “paradigma da presença”. No primeiro capítulo, tentei pensar o patrimônio acionado pela então existente Diretoria de Inclusão e Cidadania do Inhotim a partir da noção de presença do passado como trabalhada por Hans Ulrich Gumbrecht. Para tanto, usarei a noção de “presença”, assim como a de “presente alargado”, ambas de Gumbrecht como fundamentação para discutir a potencialidade do patrimônio histórico como apreensão do passado. No segundo capítulo, por meio de artigos publicados em jornais nacionais e internacionais e por meio das atividades do programa educativo “Descentralizando o acesso” procurei acessar a recepção que se tem do Inhotim pelo público em geral e na educação. Tentei compreender como a linguagem utilizada para expressar a experiência tida no Inhotim pode dizer algo sobre a especificidade e a generalidade desse lugar. Dessa maneira, acredito ser possível desenvolver o pensamento acerca da complexificação do presente, levando em consideração suas características de co-presenças ou simultaneidades.Item Guignard e a pintura de paisagem de Ouro Preto : imagem e memória.(2018) Thomaz, Mariana Rodi; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Lehmkuhl, LucieneA construção da identidade no Brasil integrou-se através de programas institucionais e artísticos que tinham um viés comum: criar imagens do “nacional”. O presente estudo consiste em analisar conjuntos de obras específicos que o pintor Alberto da Veiga Guignard pintou durante sua morada em Ouro Preto. Atuando durante a Era Vargas, Guignard contribuiu iconograficamente para a construção da paisagem brasileira e do patrimônio nacional, dialogando com convenções da pintura ocidental e oriental. A imagem possui um caráter cognitivo, ou seja, o objeto visual colabora com os processos sociais e, portanto, é dotado de historicidade. O valor cognitivo dos objetos da cultura visual será aqui relacionado com a construção de uma memória coletiva sobre o Brasil e a nacionalidade brasileira. Considera-se aqui duas principais vertentes das pinturas de paisagem de Guignard. Primeiro, um paisagismo documental sobre Ouro Preto e outras cidades mineiras identificadas como patrimônio; e as paisagens imaginantes nas quais predominam as fantasias da memória. Representadas de forma mais realista, suas paisagens documentais enfatizam o caráter monumental dos edifícios coloniais da região de Ouro Preto, são constituídas por pontos de vista que valorizam os edifícios barrocos e as ruelas íngremes da cidade. Já as paisagens imaginárias que constituem um grande simbolismo na dimensão da memória, formada esta por várias camadas sobrepostas de acontecimentos, visões, pensamentos e vivências. As paisagens imaginárias dialogam com a memória a partir dos elementos simbólicos que as constituem através de uma composição mais livre, poética e fantasiosa. Ambas as vertentes das obras de Guignard, portanto, integram a propaganda do Brasil e de sua paisagem nacional.Item História na Primeira República : perspectivas ético-políticas nos ensaios de Paulo Prado e Manoel Bomfim.(2016) Ferreira, Clayton José; Rangel, Marcelo de Mello; Rangel, Marcelo de Mello; Abreu, Marcelo Santos de; Avelar, Alexandre de Sá; Santos, Fábio Muruci dosNesta dissertação pretendemos investigar as principais características da historicidade (experiências históricas determinadas e temporalizadas) de parte da intelectualidade do início do século XX, mais especificamente acerca de Paulo Prado e Manoel Bomfim. Deste modo, serão analisados os ensaios Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira (1928) e O Brasil na História: deturpação das tradições, degradação política (1930), respectivamente escritos por Prado e Bomfim. Nossas reflexões serão norteadas pelas seguintes hipóteses: a) defende-se que a experiência de tempo foi marcada pela aceleração radical (a qual podemos tratar como instabilidade); b) há busca por orientação e certa estabilidade através da tematização do passado; c) os autores mencionados possuem uma atitude melancólica (tensão entre pessimismo e otimismo); d) ainda, pretendem reorganizar a relação acerca das experiências intensificando uma “distância histórica” a respeito das dimensões do passado consideradas negativas e reduzindo tal distância quando planejam reaproximar alguma experiência potencializadora do presente; e) as linguagens pragmáticas de seus ensaios se organizam em torno de dimensões lógico-formais e estéticas, ambas a partir de intenções ético-políticas.Item A historicidade do transitório na ficção contemporânea Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie.(2023) Souza, Lucas Sampaio Costa; Abreu, Marcelo Santos de; Abreu, Marcelo Santos de; Teixeira, Felipe Charbel; Klein, Kelvin FalcãoNesta pesquisa, procuramos investigar de que maneira a ficção Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie, lida com o passado e a História. Argumentamos que Chimamanda Adichie encena uma historicidade do transitório ao resgatar a visibilidade e a função moral do discurso romanesco, com personagens moralmente verossímeis e cuja relação com o enredo é definida pelo trânsito entre Terceiro Mundo e Ocidente. O incessante vai e vem entre memória, vivência e experiência que nos constitui enquanto sujeitos históricos é encenado a partir das situações e experiências de personagens negras e africanas transitando entre Terceiro Mundo e Ocidente: dotados de consciências às quais temos acesso irrestrito, os protagonistas de Americanah figuram um ângulo de observação sobre a História que se, por um lado, explicita a condição subalterna do Terceiro Mundo, por outro, remete ao questionamento pós-colonial sobre quem é e quem pode ser o sujeito da cultura. Em seguida, procuramos mostrar o processamento desta historicidade do transitório na forma da narrativa. Argumentamos, então, que a forma clássica do romance convive com uma forte aspiração à referencialidade, identificada nas nuances entre protagonista e autora e no blog onde a protagonista ensaia o choque com sua experiência do transitório.Item Historicidades em deslocamento : tempo e política entre os Ashaninka da Amazônia peruana e os Misak dos Andes colombianos.(2020) Moreira, Guilherme Bianchi; Pereira, Mateus Henrique de Faria; matteuspereira@gmail.com; Abreu, Marcelo Santos de; Nicolazzi, Fernando Felizardo; Pereira, Ana Carolina Barbosa; Fernandes, Luiz Estevam de Oliveira; Pereira, Mateus Henrique de FariaEsta tese investiga dimensões da experiência histórica de duas comunidades indígenas da América do Sul: os Ashaninka do rio Ene, da Amazônia peruana, e os Misak de Guambia, dos Andes colombianos. Com isso, queremos refletir sobre os dilemas teóricos da história disciplinar em contato com a legitimidade de mundos que resistem ativamente às tentativas de serem enquadrados nos termos analíticos de nossa tradição. Objetivamos demonstrar de que maneira a ação política e a produção cosmológica dessas comunidades desestabilizam potencialmente, quando levadas a sério, parte fundamental do repertório conceitual de nossa disciplina. Propomos entender, no interior das historicidades desses mundos, os sentidos através dos quais seus atores pensaram a questão do tempo e da história e como mobilizaram esses sentidos na vida prática e no domínio político. De maneira semelhante, os usos e as apropriações do conhecimento histórico pelas comunidades também são analisados como forma de entender o trânsito entre diferentes formas de dotar o passado de sentido e de deslocar as historicidades para além de lugares fixos e universais. A partir de fontes etnográficas e históricas, entrevistas e histórias recolhidas em uma curta investigação de campo, mitos, autobiografias e documentos produzidos pelas organizações indígenas ao longo das últimas décadas, refletimos sobre os modos ameríndios de construir relações entre o tempo, a política e a história e sobre as implicações disso para a atividade historiográfica moderna. Concluímos, em interlocução com uma série de desenvolvimentos recentes entre a antropologia e a teoria da história, com um convite a repensar a rigidez e a suposta universalidade de pares conceituais caros à nossa tradição disciplinar, de modo a imaginar um espaço interpretativo aberto às tensões produzidas de forma não imanente ao discurso histórico.Item Magda Tagliaferro : representações de uma pianista.(2023) Daher, Anderson da Mata; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Reyner, Igor Reis; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Reyner, Igor Reis; Vieira, Alice Martins Belem; Aubin, Myrian Ribeiro; Buscacio, Cesar Maia; Abreu, Marcelo Santos deNesta pesquisa, investigo os processos de representação da pianista brasileira Magdalena Tagliaferro com base em sua autobiografia e em publicações sobre essa musicista em jornais e revistas franceses. Como problemática, busco interpretar as estratégias assumidas pela pianista para constituir, corroborar ou contestar tais representações a ela vinculadas, bem como as motivações que orientaram suas escolhas em prol de algumas dessas figurações em detrimento de outras. Os resultados da pesquisa são apresentados em cada capítulo. No primeiro, busquei analisar a autobiografia da pianista e destacar alguns pontos por ela relatados, a fim de contextualizar historicamente sua trajetória inicial. No segundo capítulo, interpretei como as sociabilidades e afetividades vivenciadas por essa musicista auxiliaram como um meio para a consolidação de sua carreira. No terceiro capítulo, refleti sobre os critérios musicológicos, estéticos e culturais das escolhas de Magdalena para suas apresentações no palco e em estúdio, além de introduzir sua pontual incursão no canto. Por fim, no último capítulo, discuto a recepção da crítica musical francesa sobre a atuação de Magda, destacando principalmente as relações de gênero e de pertencimento nacional que perpassaram tais publicações na imprensa especializada. Como conclusão, aponto como as representações acerca da pianista culminaram na configuração de uma dupla e emblemática figuração, articuladora dos imaginários feminino e masculino ocidental circulantes principalmente no campo artístico. Por um lado, Magdalena foi aproximada das “divas” que até então atuavam no bel canto, o que lhe assegurou o reconhecimento de seu protagonismo como concertista ao piano; simultaneamente, ela foi uma das precursoras de um modelo de virtuose pianística feminina.Item Memória, cultura histórica e ensino de história no mundo contemporâneo.(2015) Abreu, Marcelo Santos de; Rangel, Marcelo de MelloProcuramos pensar as relações entre memória, cultura histórica e ensino de história no mundo contemporâneo. Discutimos, primeiramente, as análises do próprio mundo contemporâneo desenvolvidas por Jörn Rüsen, Christian Laville, François Hartog e Hans Ulrich Gumbrecht. Descrevemos, portanto, o horizonte histórico no interior do qual o ensino de história, como parte da cultura histórica, é desafiado a responder a demandas diversas tais como a tensão democratização/etnocentrismo e a relação sentido/presença na produção dos enunciados e orientação históricos.