Browsing by Author "Diniz, Margareth"
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Item Aposta contemporânea de pesquisa-intervenção : impasses entre objetividade e subjetividade nas ciências humanas.(2020) Araujo, Arthur Medrado Soares; Diniz, MargarethNo artigo a seguir buscamos apresentar questões atinentes à pesquisa em ciências humanas, salientando o impasse acerca da objetividade/subjetividade em pesquisas que envolvem o sujeito. Por princípio, não escamoteamos as tensões entre narração, documentação e testemunho: os enlaces entre retórica e prova, entre pesquisadores e seus objetos e a distância que os permeia (se é que os permeia). Para tal, lançamos mão da pesquisa-intervenção, em que o/a pesquisador/a é parte de seu objeto de pesquisa, e do paradigma indiciário (GINZBURG, 1989) como contraposição entre o relativismo pós-moderno (que foge à responsabilidade de averiguação logo após análise) e a tensão entre retórica e prova (pensando a relação de forças no âmbito metodológico e político-ideológico). Em acordo com o que propõe o autor (e em diálogo com pesquisadores/as que o comentam), iremos chamar a atenção para o caráter artesanal do ofício do pesquisador/a, fazendo em última instância uma crítica severa ao paradigma positivista na produção do conhecimento. Entendemos, então, que a partir das pistas, indícios e sinais podemos elaborar possibilidades para as questões da pesquisa, sem anular a experiência vivenciada por quem participa e que se efetiva no corpo de quem resolve, a posteriori, no escrever sobre os processos.Item A branquitude e o ensino superior : reflexos e desafios na docência.(2020) Nunes, Adelina Malvina Barbosa; Diniz, Margareth; Diniz, Margareth; Muniz, Kassandra da Silva; Miranda, Shirley Aparecida deEsta dissertação tem como objetivo identificar os reflexos da branquitude presentes na docência de ensino superior, e foi estabelecido, como campo de pesquisa, a Universidade Federal de Ouro Preto. Para tal, apresentamos, inicialmente, uma retrospectiva conceitual e antropológica do conceito de raça até o seu uso na atualidade como categoria social, e as características singulares que são decorrência do racismo na sociedade brasileira. Nos propusemos a evidenciar como as ideias eugenistas difundidas no país migraram do campo científico para as políticas de educação. Buscamos demonstrar, teoricamente, os limites de execução das políticas de ação afirmativa de impacto no âmbito do ensino superior federal (Lei no . 10.639/2003, Lei no . 12.711/2012 e Lei no . 12.990/2014), conquistadas pelo Movimento Negro Brasileiro, diante das escolhas dos sujeitos agentes dessas políticas. Apresentamos algumas das contribuições da Psicologia e da Psicanálise brasileira, nos estudos sobre o tema das relações raciais e a psique, e uma análise racializada da subjetividade a partir da Abordagem Centrada na Pessoa. O perfil racial, majoritariamente branco, das e dos docentes do ensino superior emerge como um desafio na inclusão de um projeto antirracista para a educação, cenário que se faz presente também na UFOP. Os procedimentos metodológicos utilizados foram de caráter qualitativo, com coletas de dados por meio de entrevistas semiestruturadas. Os apontamentos emergidos evidenciaram que o padrão normalizador de raça pode afetar a compreensão de si, das e dos docentes, bem como a forma com que percebem o outro, docente ou discente, e a docência. Percebemos que o reconhecimento de alguns privilégios, por vezes, é insuficiente para uma ação de inversão da ordem do racismo nesse espaço. Os reflexos da branquitude puderam ser identificados na organização da universidade, nas experiências vividas e/ou observadas na docência, e nas relações institucionais com os colegas docentes e/ou discentes.Item Classificação social, modernidade/colonialidade e relações de gênero : uma abordagem decolonial do rompimento do tecido comunitário dos povos Tupinambás.(2020) Salles, Victória Taglialegna; Bomfim, Rainer; Diniz, MargarethA partir das exposições de narrativas descritivas da organização social dos Povos Tupinambá no Brasil e das interpretações antropológicas, o presente trabalho realiza uma abordagem crítica da apresentação das relações de gênero no mundo-aldeia, identificando características da colonialidade de poder, saber e de gênero que romperam o tecido comunitário indígena e ocultaram a sua autonomia. Aborda a criação das categorias gênero e raça como exercício legitimado de poder, compreendendo que a ótica da modernidade perpetua nos dias atuais por meio de uma matriz republicana burguesa. Identifica a reprodução do discurso moderno pelo Estado Democrático Direito, apesar do reconhecimento dos povos indígenas como sujeitos de direito, propondo uma nova interpretação do problema apontado. Apresenta-se a devolução da autonomia a partir do pluralismo, buscando o reconhecimento da diversidade enquanto individualidade e coletividade e, como ruptura, tensiona a luta pela existência de um Estado restituidor da jurisdição própria e do foro interno comunitário, que garanta a deliberação dos povos tradicionais e possibilite que o próprio povo construa seu projeto histórico. A operacionalização da pesquisa dá-se pelo método jurídicosociológico, bem como pela análise de dados quantitativos secundários e de revisão bibliográfica para o embasamento teórico decolonial.Item Como é ser adolescente? : sobre adolescência e seu(s) nós.(2017) Penna, Olga Ferreira e; Diniz, Margareth; Rahme, Mônica Maria Farid; Diniz, Margareth; Rahme, Mônica Maria Farid; Andrade, Cláudia Braga de; Pereira, Marcelo RicardoEsta pesquisa se insere nas discussões desenvolvidas pelo campo da Educação sobre a temática da juventude, entendendo os conceitos de adolescência e de juventude como pluridisciplinares. Assim, percorremos um caminho teórico que apresenta abordagens sociológicas sobre a juventude, trazendo, em seguida, as contribuições da Psicanálise sobre o tema, consentindo com a existência do inconsciente e pensando o adolescente enquanto sujeito. A partir disso, a pesquisa aborda a adolescência e a juventude conforme têm sido teorizadas por sociólogos e psicanalistas e, também, indaga o próprio sujeito adolescente sobre as maneiras como este tem vivido sua adolescência nas atuais condições contemporâneas, em uma sociedade na qual a própria adolescência assume, por vezes, lugar de um ideal. Para nortear essa pesquisa, levantamos as seguintes questões: sobre o que os/as estudantes adolescentes falam quando indagados/as sobre a própria adolescência? Diante dessa condição comum, em torno do que eles/as se identificam? Para dialogar com tais questões, apostamos na palavra como possibilidade de invenção, de criação, de elaboração. A escolha metodológica se deu em aproximação com a Psicanálise, consentindo com um sujeito divido e permitindo operar com o inconsciente na pesquisa acadêmica, optando pelo método clínico de pesquisa e a metodologia da Conversação, que possibilitou a escuta coletiva dos/as adolescentes participantes da pesquisa. As investigações aconteceram com estudantes adolescentes de uma escola pública de Ouro Preto-MG, em 8 encontros de Conversação. No decorrer deste trabalho, foi percebido que algumas adolescentes participantes das Conversações passaram a se afirmar como um grupo fechado, tendendo a segregar os/as demais colegas. Diante desse acontecimento, indagamos tal comportamento buscando compreender a constituição do vínculo entre elas, bem como as consequências de tal identificação na maneira como experimentam e vivenciam esse tempo da adolescência. As análises nos levaram a teorias que retratam a puberdade como encontro com o real do sexo, diante do qual os/as adolescentes precisam buscar saídas para responder ao impossível da não relação sexual. Diante dessa questão, as adolescentes parecem ter respondido sintomaticamente se agrupando em torno do ideal de amor romântico e segregando aqueles/as que não compartilham desse ideal. A constituição do grupo foi analisada com base na teoria freudiana sobre a identificação no processo de formação dos grupos e, também, a partir de teorias contemporâneas sobre as fratrias, nas quais as relações horizontais são privilegiadas na constituição de um grupo. Por fim, entendemos que os grupos podem contribuir para diminuir o mal-estar diante de um real que gera angústia, possibilitando experimentações e sendo importante nas elaborações que são demandadas ao sujeito na adolescência. Por outro lado, é preciso que haja possibilidades dos/as adolescentes se desidentificarem e de os grupos se desfazerem, de forma a não se tornarem um lugar de certezas e intolerâncias, que segrega e não movimenta o sujeito.Item O corpo da mulher com deficiência intelectual nos discursos em pesquisas acadêmicas.(2020) Pereira, Alcilene Rodrigues; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Diniz, MargarethO artigo visa compreender como as pesquisas acadêmicas expressam em suas produções discursos acerca dos corpos das mulheres ditas com deficiência intelectual. Para tanto, realizou-se um levantamento bibliográfico entre os anos de 2003 e 2020, nos bancos de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD-IBICT), no Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no Cientific Eletronic Library Online (Scielo) e no GT 15 da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPED. Os descritores usados para tal busca foram: deficiência intelectual, gênero, corpo e sexualidade. A metodologia utilizada para análise dos dados encontrados circunscreveu-se em organizações temporais, por meio das mesmas categorias elencadas para a busca. Como resultados da pesquisa, expostos neste artigo, destaca-se a ausência de pesquisas que discutam a relação corpo, gênero e sexualidade das mulheres consideradas com deficiência intelectual. Conclui-se que as produções discursivas reiteradas nas inúmeras pesquisas sobre os corpos das mulheres ditas com deficiência intelectual indicam que seus corpos são desconsiderados, evidenciando assim, a invisibilização dessas mulheres, bem como a reprodução de saberes que as fazem permanecer como corpos deficientes.Item Cota de gênero e representação política da mulheres na Assembleia Legislativa de Minas Gerais : uma análise jurídico-sociológica sob a ótica do feminismo decolonial.(2021) Salles, Victória Taglialegna; Diniz, Margareth; Lisbôa, Natália de Souza; Diniz, Margareth; Lisbôa, Natália de Souza; Almeida, Marlise Miriam de Matos; Pereira, Flávia Souza MáximoSob o método de abordagem jurídico-sociológico, a presente pesquisa desenvolveu-se de forma mista, qualitativa e quantitativa, com o objetivo geral de analisar os impactos da cota de gênero, expressa no artigo 10, §3º, da Lei nº 9.504/97, inserida pela Lei nº 12.034/09, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e na sociedade, no período de 2006 a 2020, no que tange à representação política substantiva das mulheres subalternizadas, sob a ótica do feminismo decolonial. Seu contexto central partiu da colonialidade de gênero enquanto sistema que reproduz subalternizações e alterações sociais na Abya Yala, em razão da colonialidade/modernidade. Diante das (re)existências das mulheres que vivenciam essas realidades em contextos interseccionais e a partir dos seus locais de enunciação, abarcou a representação por procuração e descrição enquanto movimentos dialógicos nas lutas plurais. Apresentou brevemente as lutas heterogêneas de mulheres e feministas no Brasil, chegando-se ao século XXI, tensionando o Direito e sua materialização de forma hegemônica e contrahegemônica. Focou nas lutas plurais pela despatriarcalização do Estado Democrático de Direito e pela ocupação do Estado, considerando a instituição da cota de gênero na América Latina em 1995. Em razão do objetivo desta ação afirmativa nas eleições proporcionais, apresentou de forma crítica a cota de gênero no Brasil e seus impactos na representação política substantiva das mulheres subalternizadas e que (re)existem em Minas Gerais. Para tanto, investigou-se dados quantitativos secundários e primários coletados no repositório de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral e no site da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, referentes às 16ª, 17ª, 18ª e às duas primeiras sessões legislativas ordinárias da 19ª Legislatura. Ademais, por meio de entrevista individual semiestruturada, ouviu-se 3 (três) deputadas estaduais que ocupam a 19ª Legislatura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ao final, interpretou-se os saberes compartilhados por meio de 5 (cinco) categorias teóricas estabelecidas a partir do feminismo decolonial, traçando conclusões finais.Item O (des)preparo do/a professor na presença dos/as estudantes com deficiência : os significados/sentidos da formação continuada na perspectiva da relação com o saber.(2013) Lúcio, Walquíria Silva; Diniz, MargarethNa década de 1990 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº. 9394/96), foi promulgada e uma parcela até então excluída do sistema escolar, as pessoas com deficiência, passou a fazer parte do dia a dia das salas de aula. A partir de então, o discurso do (des)preparo do/a professor/a tem sido recorrente na presença dessas pessoas. Numa abordagem sócio-histórica, esta pesquisa visou compreender os significados/sentidos da formação continuada em práticas educativas inclusivas para professores/as egressos/as, no intuito de entender a queixa do (des)preparo docente na presença do/a estudante com deficiência no ensino comum. As considerações teóricas e metodológicas fundamentaram-se nas teorias de Lev Vygotsky e Bernard Charlot, entre outras contribuições. O trabalho de campo retornou ao passado recente de um curso de formação continuada para a educação inclusiva, cujos eventos foram lembrados e retomados de maneira contextualizada no momento presente nas conversas entre os/as participantes. Os instrumentos usados foram: o questionário, o inventário de saber e a entrevista dialógica individual. Os resultados da investigação agruparam-se em quatro “índices de sentido” do curso de formação e apontou aspectos evolvidos na queixa do (des)preparo como os sócio-políticos, as concepções formativas e a relação com o saber. As análises mostraram que, para os/as professores/as participantes, a formação continuada significou uma alternativa para os desafios da inclusão, mas não uma solução definitiva. Compreendeu-se, na perspectiva da relação com o saber, que o (des)preparo é uma tensão necessária à mobilização para o saber-aprender dos/as professores/as participantes e que a queixa do (des)preparo pode ser uma manifestação dessa tensão.Item Descolonização do pensamento eurocentrico na formação do estudante de direito : tensões entre o ensino e a tradição jurídica.(2019) Bicalho, Filipy Salvador Pereira; Diniz, Margareth; Arantes, Bruno Camilloto; Diniz, Margareth; Arantes, Bruno Camilloto; Jardilino, José Rubens Lima; Henrique, José CarlosA pesquisa constitui-se da análise acerca das circunstâncias políticas e ideológicas em que ocorreu a criação dos cursos de Direito no Brasil, bem como sobre quais bases se consolidou o ensino jurídico. O objetivo geral foi verificar em que medida as características tradicionais do modelo de ensino implantado permanecem, e se a descolonização do pensamento e das práticas que ainda estejam naturalizadas no processo ensino/aprendizagem podem contribuir para a formação de bacharéis mais críticos e humanizados, e não apenas técnicos. Para responder ao problema central, a pesquisa dividiu-se em quatro partes. Inicialmente, foi realizada uma incursão histórica sobre o ensino jurídico e suas diretrizes curriculares. Num segundo momento, buscou-se compreender quais teorias curriculares são adotadas na escolha do currículo e como ocorre, nesse processo, a formação do corpo docente, componentes essenciais à formação dos futuros bacharéis. A seguir, trabalhou-se, primeiramente, com a compreensão do conceito de eurocentrismo, como se deu sua difusão pelo mundo, além das principais críticas ao modelo, baseadas nas posições de Immanuel Wallerstein, Edgardo Lander e Boaventura de Sousa Santos; posteriormente, discutiu-se que alternativas podem ser utilizadas no processo de descolonização, cujo principal referencial foi Paulo Freire. Por fim, forma analisados três projetos pedagógicos de cursos (UFMG, UFOP E UFLA), tanto a partir das teorizações pesquisadas e marcadas nessa pesquisa quanto da correlação dialética entre o conservadorismo/tradição e possíveis propostas de inovação, presentes nos cursos dessas instituições. Buscou-se complementar a análise com referência específica a ementas de algumas disciplinas presentes nos cursos das universidades citadas, para então, apresentar um modelo exemplificativo de projeto (Projeto Integrador), como prática de inovação apta à formação defendida. A pesquisa qualitativa foi utilizada quanto ao modo de abordagem, por meio de métodos científicos fundamentais para a análise e processamento de dados, com intuito de aprofundar o conhecimento e o desenvolvimento do tema. Para subsidiar o trabalho foram utilizadas as técnicas da pesquisa bibliográfica e exploratória. A hipótese inicial foi confirmada, isto é, que a formação tradicional, marcada por um paradigma elitista e heteronormativo, ainda permanece em grande parte enraizada nos cursos de Direito, o que exige, de um lado, que alguns cenários sejam superados e, de outro, que práticas inovadoras sejam incorporadas ao processo de ensino e aprendizagem na formação do bacharel.Item Diálogos entre educação, cidade e patrimônio : investigando produções científicas brasileiras.(2022) Souza, Raquel Salazar Ribeiro e; Diniz, MargarethEste artigo apresenta resultados de uma pesquisa cujo propósito foi compreender com quais concepções as metodologias educativas têm operado para lidar com o sujeito em sua relação com a cidade e o patrimônio. Para isso, construiu-se o estado do conhecimento partindo dos descritores “educação”, “cidade” e “patrimônio”, em busca das produções científicas brasileiras disponíveis no Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e publicadas entre os anos de 1997 e 2018. O estudo apontou um forte descompasso entre teoria e prática no que tange à questão do patrimônio e à necessidade de atualização e revisão de práticas educativas relacionadas com a cidade e o patrimônio cultural quando se pensa no sujeito.Item O direito à assessoria técnica independente às pessoas atingidas pelo desastre-crime de Fundão na bacia do Rio Doce : percursos e percalços.(2022) Lara, Marco Aurélio Souza; Carneiro, Karine Gonçalves; Souza, Tatiana Ribeiro de; Carneiro, Karine Gonçalves; Souza, Tatiana Ribeiro de; Diniz, Margareth; Pinto, Raquel GiffoniHá mais de seis anos, o rompimento da barragem de Fundão, localizada no complexo minerário de Germano, em Mariana (MG), pertencente à mineradora Samarco, controlada pela Vale S/A e BHP Billiton, instaurou, nas vidas das pessoas e em seus territórios ao longo da bacia do rio Doce, as consequências avassaladoras de um desastre-crime que se estendeu de Minas Gerais ao litoral do Espírito Santo e da Bahia. A complexidade e extensão dos danos causados resultaram na necessidade de implementação de processos de reparação às pessoas e territórios atingidos que vêm tendo, desde então, seus direitos violados. Por meio de acordos judiciais, foram previstas Assessorias Técnicas Independentes (ATI’s) às pessoas atingidas no intuito de trazer um equilíbrio de forças aos processos reparatórios. Nesse contexto, este trabalho busca dar visibilidade aos percursos e percalços na efetivação das ATI’s nos territórios atingidos, compreendendo que esse é um direito dessas pessoas. Direito que, se implementado, pode vir a propiciá-las: o protagonismo que lhe é devido na reparação integral dos danos que lhes foram causados; e o estabelecimento de condições mais justas nas negociações entre comunidades atingidas e as empresas mineradoras. Utilizar-se-á o estudo de caso do desatre-crime de Fundão ao longo do Rio Doce, sob uma perspectiva jurídico projetiva, averiguando bibliografias e legislações pertinentes. Inicialmente, se apresentará as ATI’s da Bacia do Rio Doce. Na sequência, mostra-se como foram tecidos os principais acordos judiciais que se constituíram acerca da temática e a repactuação, na atualidade, em curso. Finalmente, abordar-se a busca pelo reconhecimento legal do direito à ATI dos grupos que o reivindicam.Item O discurso docente na contemporaneidade : entre as narrativas e as conversações.(2017) Vila Real, Fernanda Carvalho de Faria; Diniz, Margareth; Diniz, Margareth; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Jardilino, José Rubens Lima; Favacho, André Márcio PicançoO presente trabalho pretendeu investigar o teor do discurso das docentes participantes da pesquisa, mulheres em sua maioria, na contemporaneidade, sobre a profissão docente e o efeito desses discursos sobre as próprias participantes. Além disso, buscou verificar a existência de posicionamentos inéditos nesse contexto e saídas singulares diante da pesquisa-intervenção realizada. Primeiramente, foi realizada uma contextualização histórica, profissional e identitária sobre a docência. Em seguida, foram apresentados os aspectos teórico-metodológicos sustentados pelo estudo das narrativas, metodologia de pesquisa considerada relevante no campo da Educação. Os/as autores/as que deram sustentação para tal estudo foram Josso (2007), Bueno, Sousa, Catani e Souza (1993) e Souza (2004), dentre outros/as. O dispositivo metodológico das conversações também foi considerado à medida que a autora sustenta a concepção de sujeito dividido (consciente/inconsciente) da Psicanálise, desde o início da pesquisa. Foram considerados os trabalhos realizados por Diniz (2005), Miranda, Vasconcelos, Santiago (2006), dentre outros/as. A partir da escuta das vozes dos sujeitos participantes da pesquisa, ou seja, professoras das séries iniciais do ensino fundamental, foi possível realizar a discussão entre as convergências e divergências das metodologias eleitas no estudo, marcando as diferenças entre identidade e identificação. Entre todos aspectos abordados nas discussões e análises, o fato da identidade docente habitar o corpo do sujeito da identificação mostrou-se como o ápice das considerações finais. Embora a pesquisa tenha se encerrado, o trabalho implicado da pesquisadora junto às docentes se fez continuar, o que funcionou como amostra bem sucedida da pesquisa-intervenção.Item A educação dos surdos : avanços e desafios.(2015) Oliveira, Rosely Lucas de; Diniz, Margareth; Diniz, Margareth; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Rodrigues, Sônia MariaEste trabalho tem por objetivo analisar os processos pelos quais a educação de surdos atravessou, buscando analisar seus avanços e desafios. Atualmente, existe uma política formal do Ministério da Educação que dá ênfase ao modelo de educação inclusiva, enquanto o Movimento Surdo e pesquisadores (QUADROS, 2000; 2006; BOTELHO, 2003) defendem um modelo de educação bilíngue em escolas específicas. Este trabalho procura analisar o percurso e os vários contextos pelos quais a educação de surdos passou. Ao longo dos anos, quais modelos de educação de surdos foram desenvolvidos? Quais políticas educacionais brasileiras organizaram e implementaram esses modelos? Dentre elas, quais garantiram uma educação que reconhecesse e garantisse a diversidade linguística e cultural do surdo? Qual foi a participação dos surdos nessas políticas? Este estudo objetiva analisar os processos percorridos pela educação de surdos no Brasil até atingir uma defesa ampla pela escola/educação bilíngue. Por meio da aproximação da experiência pessoal da autora com uma ampla revisão bibliográfica, procura-se discutir os vários modelos educacionais numa perspectiva histórica e biográfica e os principais desafios e avanços contemporâneos da educação de surdos.Item O enigmático na atividade do(a) pesquisador(a) : relação objetividade e subjetividade.(2016) Santos, Eloisa Helena; Diniz, MargarethItem O ensino da linguagem audiovisual e imagens-sintomas.(2020) Araujo, Arthur Medrado Soares; Diniz, MargarethNesse artigo abordaremos um processo de produção teórico/prático que pretendeu a elaboração de uma metodologia de intervenção, a Olhares (Im)possíveis, por meio de oficinas com a linguagem audiovisual. Estes escritos lançam um olhar sobre o trabalho desenvolvido com crianças de 10 e 11 anos, da escola Municipal Professor Adhalmir Santos Maia, na periferia de Ouro Preto durante os meses de maio e dezembro de 2017. Neste artigo iremos, em um primeiro momento, lançar os olhares para uma imagenssintoma produzida durante uma das atividades. A partir de sua dimensão acidental, inspirando-nos no paradigma indiciário de Carlo Guinzburg (1989), encontraremos nas perspectiva do detalhe apresentada por Rancière (2009), uma possibilidade de análise. Em seguida, iremos nos atentar a perceber como essa imagem parece funcionar como uma imagem-intolerável (Rancière, 2012). Por último, a partir da noção de violência (Soares, 2011 e Clastres, 2004) iremos entender que o trabalho com essas imagens-intoleráveis (a elaboração de seus testemunhos) permitiu aos sujeitos a criação de pequenos espaços de fuga as realidades as quais estão inseridos/as.Item Esbarrar no texto, esbarrar na vida : a escrita feminina como experiência e invenção para a formação docente.(2016) Pelegrini, Natália Goulart; Diniz, Margareth; Andrade, Cláudia Braga de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Branco, Lúcia CastelloEsta pesquisa aborda a questão da escrita feminina como experiência e invenção para a formação docente. Com o objetivo de compreender os efeitos e os possíveis deslocamentos que a experiência literária pode transmitir à educação rumo a uma docência implicada e inventiva, oferecemos práticas de escrita às mulheres-professoras de Santa Rita de Ouro Preto-MG. Além da experiência com as professoras, percorremos e desconstruímos o conceito de gênero em direção ao conceito de feminino, a fim de se chegar à escrita feminina. Abordamos, ao longo da dissertação, a noção de testemunho como metodologia ao campo da educação, numa perspectiva psicanalítica e literária, para a análise dos textos das mulheres-professoras no (des)encontro com a escrita feminina. Procuramos ainda, pensar a mulher-professora na travessia e no tornar-se uma mulher de escrita, considerando as particularidades de cada escrita, uma a uma, como possibilidade e como potência de fazer surgir, de trazer algo do traço singular que percorrem os corpos, as vozes, a escritura e os contornos de cada uma delas.Item A escola é mesmo para todos(as)? : o que dizem as mães, professoras e alunos com deficiência a respeito da relação com a escola?(2019) Siqueira, Luanna Burgos; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Diniz, Margareth; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Diniz, Margareth; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Rahme, Mônica Maria FaridDesde a Constituição Federal de 1988, são garantidos direitos às pessoas com deficiência no Brasil, dentre eles a igualdade no acesso à escola. Embora existam leis e diretrizes que demarcam o direito da pessoa com deficiência no âmbito escolar e tenha se ampliado a discussão sobre inclusão escolar nas últimas décadas no cenário educacional brasileiro, quando falamos da relação família-escola em casos de alunos com deficiência constatamos que existem poucos estudos sobre a temática no campo da sociologia da educação, e que essa inclusão ainda não foi efetivada. Assim, buscando contribuir com este debate, esta dissertação trouxe como objetivo geral investigar como se constitui a relação família-escola nos casos de inclusão de alunos/as de camadas populares em escolas da rede pública de Mariana - MG. A pesquisa seguiu a abordagem qualitativa e partiu de uma análise documental e bibliográfica, realizada por meio do levantamento de artigos, teses e dissertações do Portal da CAPES, do site da Anped, da biblioteca eletrônica e demais publicações sobre o tema. Em um segundo momento, foi realizado um estudo qualitativo por meio de entrevistas reflexivas com os familiares dos alunos com deficiência e suas professoras. Ao todo foram feitas seis entrevistas, sendo duas com as mães dos alunos com deficiência, duas com as professoras destes alunos e duas com os próprios alunos. A escolha da entrevista como instrumento principal de construção de dados se deu pelo interesse em querer compreender as vivências das famílias e da escola no processo de inclusão. As falas das mães, professoras e alunos mostraram as dificuldades enfrentadas pelas famílias das camadas populares para que seus filhos sejam incluídos na escola. Sem o suporte necessário do Estado, essas famílias permanecem sem apoio, informações e condições concretas para a educação de seus filhos. As escolas, por sua vez, ainda não tiveram seus espaços, o projeto pedagógico, a formação dos professores e os materiais adaptados para a efetiva inclusão das crianças com deficiência e o acolhimento de suas famílias.Item A escolarização das pessoas com deficiência e necessidades especiais no Brasil : segregação e capacitismo.(2022) Diniz, Margareth; Oliveira, Cíntia Marques de QueirozEsse artigo analisou a relação entre a longa história de segregação à qual as pessoas com deficiência foram submetidas durante seus processos de escolarização no Brasil e o cenário da Educação Especial, a partir de estudo de caso em Ouro Preto/MG. Nesta análise, verificamos documentos legais e políticas públicas, além de dados de matrículas obtidos no Censo da Educação Básica, entre 2007 e 2020, o que tornou possível perceber que a atuação da APAE no atendimento de estudantes com deficiência se mantem hegemônica, apesar das transformações paradigmáticas ocorridas no Brasil e do crescente aumento do número de matrículas em outras redes de ensino. Conforme dados do IBGE de 2010 (revistos em 2018), 6,7% da população têm algum tipo de deficiência. São cerca de 14 milhões de brasileiros, um número expressivo, porém, cotidianamente, não é difícil encontrar discursos e atitudes que reforçam a exclusão das pessoas com deficiência, reafirmando atitudes capacitistas.Item A escolarização de estudantes da educação especial em Ouro Preto/MG : o que dizem as representações sociais e dados do Censo da Educação Básica.(2022) Oliveira, Cíntia Marques de Queiroz; Diniz, Margareth; Diniz, Margareth; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Gonçalves, Taísa Grasiela Gomes LiduenhaNesta pesquisa, realizei uma investigação sobre o processo de escolarização dos estudantes da educação especial do município de Ouro Preto, Minas Gerais. Busquei compreender como os/as docentes que atuam na educação básica constroem suas representações sociais e como estas implicam em suas práticas educativas junto aos estudantes da educação especial. Analisei também os padrões de escolarização estabelecidos ao longo do tempo por estes estudantes em todas as redes escolares de Ouro Preto. Tendo como base teórico-metodológica a Teoria da Representação Social (TRS), de Serge Moscovici (2012), bem como a análise dos dados fornecidos pelo Censo da Educação Básica (INEP), parti de uma abordagem de cunho qualitativo, onde analisei os dados obtidos a partir de entrevistas semiestruturadas, aplicadas à 03 professoras da rede básica regular de Ouro Preto, MG; e quantitativo, a partir da análise dos dados do Censo da Educação Básica, abarcando os anos de 2007 a 2020. Neste sentido, elaborei um cenário geral da distribuição dos/das estudantes da educação especial no município, constatando que houve um crescimento da inserção destes estudantes no ensino regular, apesar de ainda ocorrer uma alta incidência de matrículas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Meus resultados permitiram traçar padrões sobre a entrada e permanência destes estudantes na rede escolar, demonstrando que ao longo dos anos investigados, os estudantes inseridos no ensino regular apresentam uma taxa maior de evasão do que os estudantes que se encontram matriculados na APAE. Por meio de minhas análises, constatei que, apesar das mudanças paradigmáticas e de políticas públicas que propiciaram o aumento do número de matrículas dos/das estudantes da educação especial no ensino regular no município, a escolarização destes estudantes encontra-se muito pautada na atuação da APAE Ouro Preto e que a representação social das docentes investigadas sobre a deficiência e as necessidades educativas especiais ainda encontra-se permeada por angústias, dúvidas, elementos segregadores e capacitistas.Item A escrita autoral de mulheres-professoras.(2019) Diniz, Margareth; Pelegrini, Natália GoulartO presente artigo trata da escrita feminina na formação docente. Quando nos atemos à formação docente, é inexorável atentarmos às histórias de vida das mulheres-professoras, posto que trabalhamos em prol de uma formação docente implicada, considerando a relação entre a docência feminilizada e o feminino. Como método de pesquisa utilizamos a pesquisa/intervenção por meio de oficinas, analisando as narrativas de vida das mulheres-professoras na relação com a escrita e nos perguntamos: O que quer a escrita das mulheresprofessoras? Que corpo e histórias irão se inscrever na experiência/invenção com a escrita das mulheresprofessoras? Que relação é esta que se estabelece entre a construção do gênero e a escrita feminina? Ao se falar de uma escrita feminina, de uma escrita que convive com o saber da falta, algo de novo pode ser reinventado, então é nesse lugar indecifrável que a escrita feminina desequilibra o paradigma, o centro. Como efeito da pesquisa/intervenção é possível dizer que o saber do vazio instaura um saber feminino.Item Formação de mulheres professoras afrodescendentes condição e profissão docente na região dos inconfidentes.(2016) Jardilino, José Rubens Lima; Diniz, MargarethO presente artigo oferece uma reflexão sobre as trajetórias formativas de professoras afrodescendentes na região dos inconfidentes, no estado de Minas Gerais, no sudeste brasileiro. A pesquisa realizada por meio de narrativas e histórias de vida de professores rurais, utilizando-se do método de conversações. Como base teórica se trabalha as categorias de gênero e raça a partir da construção das varias identidades com as quais os/as docentes vão desenvolvendo suas carreiras profissionais. Os resultados vêm demonstrando que os sujeitos da pesquisa – professoras do ensino básico da Região têm certa dificuldade de incorporar as identidades de raça e gênero em suas práticas educacionais e sociais.