Browsing by Author "Duz, Ana Luiza Cassin"
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Item Avaliação do tratamento com benznidazol sobre a infecção experimental de cães por cepas do Trypanosoma cruzi pertencentes a DTU I (Colombiana) ou DTU II (Y).(2016) Duz, Ana Luiza Cassin; Carneiro, Cláudia Martins; Vieira, Paula Melo de AbreuEstima-se que 7 a 8 milhões de indivíduos estejam infectados pelo Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas (DC) (W.H.O., 2014), em especial na América Latina, onde essa doença é endêmica (Schofield e Dias, 1999). Desde a descoberta da DC, em 1909 por Carlos Chagas, a heterogeneidade do parasito foi considerada um fator relacionado às diferentes formas clínicas da doença. A classificação dos subtipos do T. cruzi foi determinada conforme as características biológicas, parasitismo tecidual, morfologia, virulência e patogenicidade do parasito na infecção murina (Brener, 1973; Andrade, 1974). Sendo o T. cruzi foi agrupado em três fenótipos, denominados como Biodemas I, II e III (Andrade e Magalhães, 1997). De modo geral, o Biodema I, correspondente ao Zimodema Z2b, foi caracterizado por apresentar cepas predominantemente de forma fina e macrofagotrópica na fase inicial da infecção, com alta virulência com 100% de mortalidade em 12 dias, e pico de parasitemia e mortalidade entre o 7º e o 11º dia pós-infecção (d.p.i.). O Biodema II, correspondente ao Zimodema Z2, apresenta cepas de forma predominantemente larga, miotrópica, com tropismo pelo músculo cardíaco e taxa de multiplicação lenta, cujo pico de parasitemia ocorre de maneira irregular entre o 12º e o 20º d.p.i. Cepas pertencentes a este tipo de Biodema podem apresentar diferentes níveis de virulência. Já o Biodema III, correspondente ao Zimodema Z1, exibe cepas de forma predominantemente larga e miotrópica, com envolvimento de músculo esquelético, pico de parasitemia tardio entre o 25º e o 30º d.p.i. e baixa mortalidade aos 30 dias (Andrade e Magalhães, 1997). Posteriormente, o parasito foi agrupado em dois grupos principais denominados como T. cruzi I e T. cruzi II, que anteriormente se encaixavam na classificação como Biodema III (Zimodema Z1) e Biodema II (Zimodema Z2), respectivamente. As cepas híbridas e com caracterização incerta foram denominadas apenas como T. cruzi até a realização de novos estudos (Anonymous, 1999). Recentemente, as populações de T. cruzi foram reagrupadas, conforme a expressão fenotípica e as características moleculares, em unidade de tipagem (do inglês “Discrete Typing Units” - DTU), denominadas TcI, TcII, TcIII, TcIV, TcV e TcVI, as quais foram caracterizadas por marcadores genéticos (Zingales et al., 2009). Estudos geográficos e epidemiológicos apontam distribuições distintas dessas DTUs, sendo os TcI e TcII mais abrangentes, visto que o TcI é prevalente na América Central e na região norte do Brasil, e o TcII é encontrado predominantemente na América do Sul (Zingales et al., 2009). Essas distintas DTUs, aparentemente, apresentam diferentes padrões de tropismo e parasitismo tecidual (Vago et al., 2000). O padrão do parasitismo tecidual e o grau de resistência ao tratamento por sua vez tem relação com as propriedades biológicas do parasito, uma vez que de modo geral a infecção com o T. cruzi I e o T. cruzi II estão relacionadas com casos de cardiomiopatia chagásica crônica (CCC). Ainda, a DTU I foi considerada resistente frente ao único fármaco disponível comercialmente no Brasilpara o tratamento da DC, o Benznidazol (Bz). Por outro lado, o T. cruzi II foi considerado macrofagotrópico e parcialmente susceptível ao tratamento com Bz (Filardi e Brener, 1987; Toledo et al., 2003; Toledo et al., 2004). Em estudos clínicos randomizados, o tratamento com Bz na fase aguda favorece a redução da carga parasitária e sororeversão dos pacientes tratados (de Andrade et al., 1996; Coura et al., 1997; Sosa-Estani et al., 1998). Sugere-se que o tratamento etiológico com Bz deva ser iniciado nos estágios iniciais da DC, pois quando iniciado na fase aguda pode alcançar níveis de 70% de cura (Rodrigues Coura e de Castro, 2002). Outros trabalhos tem revelado que a intervenção com o tratamento de pacientes na forma indeterminada melhora o prognóstico da doença (Lana et al., 1992; Macchado-de-Assis et al., 2013). O Bz ativa a resposta imune inata com aumento dos níveis de monócitos, todavia com diminuição dos monócitos TNF-γ + e IL-12+ (Sathler-Avelar et al., 2009). Na resposta imune adaptativa, o tratamento com Bz favorece mecanismos imunomoduladores mediados por IL-10 produzido por linfócitos T CD4 e B, além de aumentar o número de células NK ativas no sangue periférico, que tem participação na produção e citocinas pró-inflamatórias e moduladoras (Sathler-Avelar et al., 2006). Isto demonstra a importância da inter-relação entre a resposta imune inata e adaptativa no controle da resposta imune exacerbada, que poderá acarretar na lesão tecidual (Sathler-Avelar et al., 2009). Por outro lado, os casos de falha terapêutica, aparentemente, dependem de mecanismos que interferem na expressão de genes relacionados à resistência de algumas cepas do parasito (Campos et al., 2014). Apesar de estar elucidado que o Bz alcança níveis de cura importantes nos pacientes tratados na fase aguda da DC, ainda se faz necessário compreender a participação das diferentes DTUs de T. cruzi na patogênese da doença, bem como elucidar as alterações imunológicas e histopatológicas cardíacas frente ao tratamento na infecção com cepas do T. cruzi que apresentam diferentes graus de susceptibilidade ao tratamento com Benznidazol. Portanto, neste trabalho avaliamos a infecção com duas cepas de DTUs distintas, a cepa Y, caracterizada como TcII e considerada parcialmente resistente ao tratamento com Bz no modelo murino e susceptível no modelo canino, e a cepa Colombiana, classificada como TcI e resistente à terapia com Bz nos modelos murino e canino (Filardi e Brener, 1987; Veloso et al., 2001; Guedes et al., 2002).Item Enteric neuronal damage, intramuscular denervation and smooth muscle phenotype changes as mechanisms of chagasic megacolon : evidence from a long - term murine model of Tripanosoma cruzi infection.(2016) Campos, Camila França; Cangussú, Silvia Dantas; Duz, Ana Luiza Cassin; Cartelle, Christiane Teixeira; Noviello, Maria de Lourdes; Veloso, Vanja Maria; Bahia, Maria Terezinha; Leite, Camila Megale Almeida; Arantes, Rosa Maria EstevesWe developed a novel murine model of long-term infection with Trypanosoma cruzi with the aim to elucidate the pathogenesis of megacolon and the associated adaptive and neuromuscular intestinal disorders. Our intent was to produce a chronic stage of the disease since the early treatment should avoid 100% mortality of untreated animals at acute phase. Treatment allowed animals to be kept infected and alive in order to develop the chronic phase of infection with low parasitism as in human disease. A group of Swiss mice was infected with the Y strain of T. cruzi. At the 11th day after infection, a sub-group was euthanized (acute-phase group) and another sub-group was treated with benznidazole and euthanized 15 months after infection (chronic-phase group). Whole colon samples were harvested and used for studying the histopathology of the intestinal smooth muscle and the plasticity of the enteric nerves. In the acute phase, all animals presented inflammatory lesions associated with intense and diffuse parasitism of the muscular and submucosa layers, which were enlarged when compared with the controls. The occurrence of intense degenerative inflammatory changes and increased reticular fibers suggests inflammatoryinduced necrosis of muscle cells. In the chronic phase, parasitism was insignificant; however, he architecture of Aüerbach plexuses was focally affected in the inflamed areas, and a significant decrease in the number of neurons and in the density of intramuscular nerve bundles was detected. Other changes observed included increased thickness of the colon wall, diffuse muscle cell hypertrophy, and increased collagen deposition, indicating early fibrosis in the damaged areas. Mast cell count significantly increased in the muscular layers. We propose a model for studying the long-term (15 months) pathogenesis of Chagasic megacolon in mice that mimics the human disease, which persists for several years and has not been fully elucidated. We hypothesize that the long-term inflammatory process mediates neuronal damage and intramuscular and intramural denervation, leading to phenotypic changes in smooth muscle cells associated with fibrosis. These long-term structural changes may represent the basic mechanism for the formation of the Chagasic megacolon.Item Low and high-dose intradermal infection with Leishmania major and Leishmania amazonensis in C57BL/6 mice.(2010) Côrtes, Denise Fonseca; Carneiro, Matheus Batista Heitor; Santos, Liliane Martins dos; Souza, Talita Correia de Oliveira; Maioli, Tatiani Uceli; Duz, Ana Luiza Cassin; Jorge, Maria Letícia Ramos; Afonso, Luís Carlos Crocco; Carneiro, Cláudia Martins; Vieira, Leda QuerciaA model of skin infection with Leishmania amazonensis with low doses of parasites is compared to infection with high doses of L. amazonensis and low and high doses of Leishmania major. C57BL/6 mice were infected with 103 or 106 parasites in the ear and the outcome of infection was assessed. The appearance of lesions in mice infected with 103 parasites was delayed compared to mice infected with 106 Leishmania and parasites were detectable at the infection site before lesions became apparent. Mice infected with L. amazonensis displayed persistent lesions, whereas infection with L. major spontaneously healed in all groups, although lymphocytes persisted at the site of infection after healing. Macrophages persisted only in L. amazonensis-infected mice. High-dose L. amazonensis-infected mice produced lower levels of IFN-γ and TNF than mice infected with L. major. No correlation between the persistence of parasites and IL-10 levels and the production of nitric oxide or urea by macrophages was found. We conclude that infection with low doses of L. amazonensis in the dermis changes the course of infection by delaying the appearance of lesions. However, low-dose infection does not change the outcomes of susceptibility and cytokine production described for subcutaneous infection with high numbers of parasites.