Browsing by Author "Silva, Camilla Cristina"
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Item Embate entre camaradas : reconfigurações do imaginário comunista pelas páginas do jornal Imprensa Popular (1956-1958).(2014) Silva, Camilla Cristina; Queler, Jefferson JoséA conjuntura da segunda metade dos anos 1950 foi marcada por uma crise estrutural da tradição que regia o movimento comunista mundial, em curso desde a morte de Stálin e que teve seu estopim com as diretrizes e denúncias do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética. Os questionamentos, que se alastravam por partidos comunistas de diversos países, foram focados neste trabalho especificamente com relação aos revolucionários brasileiros. Neste sentido, busca-se contextualizar historicamente o debate que se instalou na imprensa do Partido Comunista do Brasil (PCB), evidenciando os posicionamentos de diversas categorias que compunham a organização, os questionamentos da tradição que os guiava e os conflitos em torno da estruturação e estratégias do coletivo. Devido à carência de estudos que interroguem primordialmente as discussões instaladas nos meios de comunicação do partido em 1956, e a primazia do semanário Voz Operária quando estes são feitos, foi escolhida como fonte desta pesquisa o jornal Imprensa Popular. Esta análise centrada no caso brasileiro tem o objetivo de demonstrar que a singularidade do período não se limitava à desintegração dos princípios stalinistas, pois também evidenciava rachaduras em toda uma narrativa mitológica que fora sacralizada em torno da União Soviética e dos princípios dali emanados para a revolução socialista e das formas de estruturação e ação dos partidos comunistas. Dessa forma, verificou-se que o debate político-partidário entre os militantes brasileiros, além de se configurar como um verdadeiro embate entre camaradas, gerou novas reflexões de como a organização deveria pensar e agir. Uma revitalização de ideias e práticas que ocasionaram o próprio redimensionamento do que era “ser comunista”.Item Histórias de repressão e luta na UFOP, Ouro Preto e região.(Editora UFOP, 2018) Silveira, Marco Antônio; Maia, Marta Regina; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Silva, Camilla CristinaItem Paradoxos dos direitos humanos no Brasil : da ditadura militar à democracia (1964-2019).(2020) Silva, Camilla Cristina; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Silveira, Marco Antônio; Lisbôa, Natália de Souza; Faria, Daniel Barbosa Andrade; Silveira, Mariana de Moraes; Pereira, Mateus Henrique de FariaPensar sobre anticomunismo, direitos humanos, história e justiça é também pensar sobre o tempo histórico. Um país assentado em bases profundamente autoritárias, que as enfrenta limitada e tardiamente, seguirá fadado a ratificá-las e até mesmo fortalecê-las. Dentre os países que vivenciaram ditaduras militares na segunda metade do século XX, na América Latina, o Brasil tem sido referenciado como um dos que menos cumpre os mecanismos de justiça de transição, pensados, internacionalmente, como premissas que sociedades e Estados deveriam colocar em prática para lidar com passados de abusos e violências em larga escala. Não enfrentar esse passado-presente (assim como não enfrentar a escravidão e o genocídio indígena) implicou e continua implicando na sua reatualização e na replicação de violências no presente. Nesse sentido, procuramos explicar o Brasil atual a partir de dois fenômenos: do dispositivo anticomunista e da manipulação do discurso de direitos humanos. Para isso, voltamos à ditadura militar para buscar os sentidos de direitos humanos organizados tanto pelos Estados autoritários implantados com golpes em vários países da América Latina, quanto pelo movimento internacional que se fortalece no final dos anos 1970. Nossa hipótese principal é que, sobre a inscrição na memória pública brasileira, a forte presença do sentido negativo da luta por direitos humanos – como direitos de “bandidos” – possui relação íntima com a manipulação de uma linguagem que vinculou o significado desses direitos ao discurso anticomunista. Como um dispositivo que tem moldado nossas relações sociais, políticas e econômicas, a retórica da ameaça comunista tem servido, no passado e no presente, para justificar a presença do Estado punitivista e excludente. Assim como a democracia brasileira, derivada da transição incompleta, é eivada de paradoxos, o locus e a relação da sociedade e das instituições com os direitos humanos também é. Nesses paradoxos, do passado ao presente, têm sido eleitos quem são sujeitos dos direitos humanos no Brasil e para quem o Estado continuará sendo de exceção. Procuramos demonstrar isso através da análise das sentenças do judiciário brasileiro, nas alçadas civil e penal, para as ações ajuizadas por familiares e sobreviventes do terrorismo do Estado ditatorial, bem como pelo fortalecimento do negacionismo e dos discursos de ódio no presente.