CIPHARMA - Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
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Item Participação de componentes do metabolismo do fosfatidilinositol no controle de vias de sinalização induzidas por glicose em Saccharomyces cerevisiae.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2007) Carvalho, Fernanda Machado de; Brandão, Rogélio LopesTrabalhos realizados pelo nosso grupo de pesquisa demonstraram que a ativação, induzida por glicose, da H + -ATPase de membrana citoplasmática em S. cerevisiae é dependente do cálcio extracelular e da ação da proteína Pkc1p, além disso, o metabolismo do fosfatidilinositol parece estar envolvido nesse processo: uma cepa de levedura (PJ69-2a) contendo a deleção do gene ARG82, que codifica uma quinase IP3-IP4 específica, possui altos níveis de IP3, que controlam os níveis de cálcio citosólico livre. Este estudo, também, mostrou que esse mutante não crescia na presença de galactose. Decidimos, então, analisar o crescimento celular em diferentes fontes de carbono de cepas que apresentavam deleção de genes que codificam proteínas envolvidas no metabolismo do fosfatidilinositol. Somente o mutante arg82D não apresentou crescimento em fontes alternativas de carbono. Verificamos, ainda que o mesmo não apresenta a segunda fase de crescimento celular, possui problemas na desrepressão de genes controlados por glicose e confirmamos novamente a participação de Arg82p na ativação da H + -ATPase. Esses resultados são semelhantes àqueles já demonstrados por outros trabalhos de nosso grupo de pesquisa para o mutante pkc1Δ. Recentemente, adquirimos a coleção de cepas mutantes EUROSCARF, apresentando deleções individuais em vários genes; decidimos então averiguar se o mutante arg82D dessa coleção apresentaria os mesmos resultados do mutante com o qual vínhamos trabalhando. De forma intrigante, eles foram diferentes. Diante desse fato, uma vez que se tratava realmente dos mutantes arg82D, o que foi confirmado por reações de PCR, deletamos novamente o gene ARG82na cepa selvagem PJ69-2a. Além disso, construímos cepas de leveduras que apresentavam a deleção do gene ARG82em associação com deleções de genes que codificam proteínas envolvidas no metabolismo de IP3e cálcio e analisamos seus fenótipos. Nossos resultados sugerem que um fator específico do “background” PJ69-2a – uma possível superexpressão ou mutação do gene YVC1, codificante para um canal de cálcio vacuolar - em associação com um papel direto ou indireto de Arg82p são responsáveis pelo envolvimento do metabolismo do fosfatidilinositol na desrepressão de genes controlados por glicose, metabolismo de fontes de carbono e ativação, induzida por glicose, da H + -ATPase.Item Estudo da Hovenia dulcis na diabetes e na cicatrização de feridas em coelhos.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Alvarenga, Luana Farah; Oliveira, Tânia Toledo deA diabetes é uma doença crônica não transmissível, que apresenta alterações nos níveis de glicose, triacilglicerol, substâncias cetônicas, colesterol, aldose redutase e glicoproteínas acídicas na circulação sanguínea, dentre outras. Diabetes foi induzida em coelhos por aloxano e no final de 28 dias, após tratamentos, foram avaliados parâmetros plasmáticos e hematológicos. As feridas de pele ocorrem por ataque de vírus, bactérias, fungos, choques mecânicos, na diabetes ou por alteração da microcirculação periférica , dentre varias causas. Feridas foram induzidas por HCl 20% em etanol, e após tratamento, foram avaliados parâmetros plasmáticos, hematológicos e histológicos. A Hovenia dulcis, uva-do-Japão, é uma árvore da família Rhamnaceae utilizada na medicina tradicional chinesa contra intoxicação alcoólica e para tratar diabetes, dentre outras utilizações. Formulações à base dos seus frutos e um flavonóide foram utilizadas no tratamento de diabe tes e à base de suas cascas e ácido tânico, no tratamento das feridas. De acordo com os resultados obtidos, o extrato dos frutos e o flavonóide reduziram a glicemia em 25% e 47%, aumentaram os níveis de insulina em 55% e 126% e reduziram os de triacilglicerol em 28% e 43%, respectivamente. Na cicatrização o ácido tânico acelerou o processo cicatricial de forma equivalente à sulfadiazina de prata (controle) e o extrato das cascas retardou o processo possívelmente pela presença de substâncias irritativas ou formação de corpo estranho.Item Síntese e atividades farmacológicas de derivados da 6-nitro-2H-1,4-benzotiazin-3-ona.(2008) Andrade, Juliana Luisa Teixeira de; Guarda, Vera Lúcia de Miranda; Guimarães, Andrea GrabeA necessidade de potencializar determinadas atividades farmacológicas e reduzir efeitos indesejáveis torna necessária a busca por novos fármacos. Utilizando técnicas de modificação molecular, cinco derivados da 2H-1,4-benzotiazin-3-ona foram sintetizados. Suas estruturas foram comprovadas por métodos espectroscópicos de infravermelho, RMN1H, RMN13C e espectrometria de massas. Estes compostos foram submetidos aos testes de toxicidade aguda, analgesia - pelo método da placa quente e das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético - e atividade antifúngica. Foram observadas estereotipias e sinais qualitativos indicativos de toxicidade nos animais. Os resultados da Dose Letal Mediana revelaram que as modificações moleculares induziram uma maior toxicidade, principalmente nos compostos que sofreram a redução do grupo nitro a grupo amino. O derivado benzoilado induziu maior redução nas contorções abdominais e aumento no tempo de latência sobre a placa quente. Nos experimentos antifúngicos apenas o composto de partida induziu atividade .Item Estudo fitoquímico da fração acetato de etila, avaliação da atividade antiinflamatória in vitro e in vivo da toxicidade em camundongos de Lychnophora trichocarpha spreng.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Ferrari, Fernanda Cristina; Guimarães, Dênia Antunes SaúdeAs Lychnophoras(Asteraceae) são espécies nativas do Brasil, popularmente conhecidas como “arnica” e utilizadas na medicina popular em tratamentos de inflamação, dor, contusões, reumatismos e picadas de inseto. A espécie Lychnophora trichocarphafoi escolhida para um estudo fitoquímico biomonitorado e avaliação da atividade antiinflamatória in vivoe in vitropor ter se mostrado ativa em estudos prévios (FERRAZ FILHA et al., 2006, GUZZO et al., 2008) . A avaliação da toxicidadeaguda do extrato etanólico bruto também foi realizada. No estudo fitoquímico foram analisadas as partes aéreas de L. trichocarphacoletadas nos meses de agosto e outubro. Os extratos etanólicos (LT1 e LT2) foram submetidos à coluna cromatográfica de filtração originando asfrações hexânica (LTH1), acetato de etila (LTA1 e 2) e metanólica (LTM1 e 2). Das frações LTA1 e LTA2 foram isoladas as lactonas sesquiterpênicas, licnofolida e ermantolida C, o esteróide β-sitosterol, e a mistura de triterpenos pentacíclicos, lupeol, αe β-amirinas. Com o objetivo de determinar o mecanismo de ação da atividade antiinflamatória foram utilizadas metodologias in vitro.Através da metodologia do DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila) foram observadas atividades antioxidantes de 94% para os extratos etanólicos brutos de ambas as coletas e de 69% para LTA1 na concentração de 100 µg/mL. As substâncias isoladas não apresentaram atividade antioxidante significativa pelo método avaliado. Os extratos LT1 e LT2 inibiram a xantina oxidase em 64 e 58% e as frações LTA1 e LTA2 de 77 e 41%, respectivamente, na concentração de 100 µg/mL. As substâncias isoladas não apresentaram atividade relevante quando avaliadas separadamente, sugerindo a existência de um sinergismo entre elas. Os extratos LT1 e LT2 e as frações apresentaram inibiçãoda ciclooxigenase-1 de até 100% na concentração de 200 µg/mL. Entre as substâncias isoladas, β-sitosterol e licnofolida apresentaram inibição de 69% e 56%, respectivamente, ambos na concentração de 100µg/mL. Eremantolida C, lupeol e a mistura de lupeol, αe β-amirinas não inibiram significativamente a COX-1. No método do edema de pata induzido pelacarragenina em camundongos, os extratos e frações (10%) e substâncias isoladas (1%)apresentaram atividades comparáveis ao Diclofenaco gel e à Arnica montanagel. A variação do edema no grupo controle foi de 22,4 ± 1,5 % (média ± e.p.m). Nos grupos em que foram aplicadas pomadas com as substâncias isoladas, as variações foram significativamente menores: lupeol, αe β-amirinas (6,9 ± 2,6 %), β-sitosterol (9,6 ± 4,3 %), licnofolida (5,3 ± 2,5) e eremantolida C (7,2 ± 1,7 %) e comparáveis ao Diclofenaco (5,30 ± 1,56 %) e à A. montana(5,73 ± 2,10 %). Para avaliação da toxicidade aguda, o extrato etanólico (LT2) foi administrado a camundongos albinos, machos e fêmeas. Foram observados óbitos até o décimo primeiro dia entre os animais que receberam a dose de 0,750 g/kg e até e o sétimo e oitavo dia entre os animais que receberam as doses de 1,125 e 1,500 g/kg respectivamente. Foram detectadas alterações na atividade locomotora e na capacidade exploratória dos animais que receberam a dose de 0,750 g/kg, 1 e 4 horas após a administração do extrato e alteração na força muscular 1 hora após a administração do extrato. A capacidade exploratória também foi reduzida significativamente no grupoque recebeu a dose de 0,50 g/kg 1 e 4 horas após a administração do extrato. Os animais que receberam as doses de0,25; 0,50 e 0,75 g/kg não apresentaram alterações nas dosagens bioquímicas em relação ao grupo controle e apresentaram modificações histopatológicas sutis, como congestão e inflamação renal e hepática A dose de 1,5 g/kg causou sinais de toxicidade mais graves, sendo observadas alterações histopatológicas como hemorragia em 62,5% e congestão pulmonar em 100% dos animais. No cérebro e fígado foi verificada congestão em 62,5% dos animais. O trabalho realizado mostrou que as partes aéreas de L. trichocarphacoletadas nos meses de agosto e outubro e suas frações possuematividades antiinflamatórias equivalentes e, assim como as substâncias isoladas possuem atividades comparáveis ao Diclofenaco gel e à Arnica Montanagel. A espécie mostrou possuir mais de um mecanismo de ação para a atividade antiinflamatória e as análises de toxicidade mostraram que a via oral não é indicada para o uso, sendo a via tópica adequadapara garantir tal atividade.Item Avaliação das atividades biológicas de espécies do gênero Lychnophora (arnicas) e estudo fitoquímico do extrato ativo de Lychnophora staavioides Mart.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Ferraz Filha, Zilma Schimith; Guimarães, Dênia Antunes SaúdeVinte e dois extratos de cinco espécies de Lychnophora e uma espécie de Lychnophoriopsis, tradicionalmente usadas no Brasil como analgésica, antiinflamatória e para o tratamento de reumatismo foram examinados para as atividades de inibição da xantina oxidase (XO), antioxidante e citotóxica. Realizou-se também o estudo fitoquímico do extrato clorofórmico de Lycnhophora staavioides (LS2) que apresentou atividade frente a todos os testes. Para a inibição da XO, enzima que catalisa o metabolismo de hipoxantina a xantina e esta a ácido úrico, foram testados dezesseis extratos. Para todos eles foi encontrada excelente atividade inibitória da XO, com inibição maior que 38% na concentração de 100 μg/mL na mistura ensaiada. As espécies com maior atividade foram Lychnophora ericoides, Lychnophora trichocarpha, Lychnophora staavioides, Lychnophoriopsis candelabrum, com inibição de 78%, 77%, 67% e 66% a 100 μg/mL, respectivamente, e valores de IC50 de 8,28; 6,16; 51,07 e 49,34 μg/mL, respectivamente. Para a determinação da atividade antioxidante, utilizou-se o radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazila). A formação de radicais livres ocorre naturalmente no organismo devido à exposição ao oxigênio molecular. Eles são moléculas instáveis que contém um elétron desemparelhado levando a alterações e danos moleculares às células. Observou-se atividade antioxidante maior que 25% em doze dos vinte e dois extratos testados, na concentração de 100 μg/mL. As espécies com maior atividade foram Lychnophora passerina, Lychnophora trichocarpha, Lychnophora ericoides e Lychnophora pinaster, com inibição de 76,0%, 63,0%, 63,0% e 55,0% a 100 μg/mL, respectivamente. A atividade citotóxica foi avaliada através do teste larvicida com o microcrustáceo Artemia salina buscando a presença de lactonas sesquiterpênicas, marcadores químicos do gênero Lycnhophora¸ que possuem atividade antitumoral e citotóxica descrita. Vinte dois extratos foram testados. Observou-se que os extratos etanólicos brutos de L. trichocarpha, L. passerina, L. pinaster, L. ericoides e Lychnophoriopsis candelabrum, as frações hexânicas de L. candelabrum e L. ericoides, as frações clorofórmicas de L. candelabrum e L. staavioides, as frações acetato de etila de L. pinaster, L. trichocarpha, L. ericoides e a fração etanólica de L. candelabrum x apresentaram uma atividade citotˆxica menor que 1000 ‘g/mL e portanto podem conter as lactonas sesquiterpŠnicas. O estudo fitoqu‹mico do extrato clorofˆrmico de Lychnophora staavioides foi realizado visto que na triagem pelas atividades biolˆgicas esta esp‰cie mostrou-se ser promissora para a busca de subst ncias ativas. As partes a‰reas da planta foram extra‹das exaustivamente com hexano, clorofˆrmio e etanol. A fra†‡o clorofˆrmica foi submetida a novos fracionamentos, da qual foram isolados: uma mistura de triterpenos pentac‹clicos identificada como lupeol, α- e -amirinas, al‰m dos flavonˆides: 5-hidroxi- 7-metoxiflavona (tectocrisina), 5-hidroxi-7-metoxiflavanona (pinostrobina), 5-hidroxi-7- metoxiflavonol (isalpina) e 3β-O-acetoxi-5,7-diidroxi-2,3-diidroflavonol (pinobanksina - 3-O-acetato). Os quatro flavonˆides foram testados quanto ” atividade de inibi†‡o da XO, obtendo-se maior atividade para a subst ncia 3β-O-acetoxi-5,7-diidroxi-2,3- diidroflavonol na concentra†‡o de 100 ‘g/mL. As demais atividades n‡o foram avaliadas por n‡o haver quantidades suficientes das subst ncias puras.Item Avaliação da atividade farmacológica de Cissus verticillata Nicolson & C. E. Jarvis subsp. verticillata como antioxidante, antifúngico, hipoglicemiante e cicatrizante.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Braga, Tatiane Vieira; Nagem, Tanus JorgeA espécie Cissus verticillata (L.) Nicolson & C. E. Jarvis subsp. verticillata é conhecida popularmente como “insulina vegetal” e utilizada popularmente como hipoglicemiante. Neste trabalho avaliou-se primeiramente o processo de coleta e secagem da amostra vegetal e a qualidade de amostras comerciais de “insulina vegetal”. O material vegetal foi coletado em Ouro Preto, Minas Gerais, e a exsicata depositada no Herbário José Badini da UFOP (OUPR 20570). As folhas de C. verticillata verticillata possuem teor de água de 85,52%. O processo de secagem em estufa de ventilação forçada, a temperatura de 45ºC, foi eficaz, proporcionando folhas com teor de 11,47% de umidade e 17,99% de cinzas totais. Nas amostras comerciais de “Insulina vegetal” foram encontrados altos valores na carga de mesófilos aeróbios. O perfil cromatográfico de C. verticillata verticillata confirmou a presença de rutina na fração acetato de etila das folhas. Também foi avaliado a atividade antioxidante através da determinação de compostos fenólicos totais e metodologia do DPPH. A quantificação de compostos fenólicos totais em EHA, FD e FA foi respectivamente 381,0, 52,0 e 2574,0 mg/mL em equivalentes de ácido tânico. A atividade antioxidante determinada através da metodologia do DPPH foi de 11,68, 20,24 e 70,06% em EHA, FD e FA respectivamente. Determinou-se a atividade antifúngica visando novos compostos antifúngicos de origem vegetal que possam auxiliar a terapêutica. A FD teve CIM de 125 xxii µg/mL para C. krusei, e a FC teve CIM de 125 µg/mL para C. tropicallis. Na avaliação da atividade hipoglicemiante a dose de 4,5 mg/Kg reduziu a glicemia em 35% e a dose de 13,5 mg/Kg foi a mais eficaz, reduzindo a glicemia em 60% aos 28 dias. Nenhuma das doses testadas alterou os níveis plasmáticos de insulina. A dose de 13,5 mg/Kg reduziu os níveis de triglicerídeos em 70%. O extrato de C.verticillata verticillata auxiliou o processo de cicatrização das feridas cutâneas em coelhos.Item Nanocápsulas e nanoemulsões contendo antifúngicos : desenvolvimento farmacotécnico, caracterização e avaliação biológica em modelo de candidíase sistêmica.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Spósito, Pollyanna Álvaro; Mosqueira, Vanessa Carla FurtadoA freqüência de infecções sistêmicas por espécies de Candida tem aumentado nos últimos anos, principalmente, em pacientes imunossuprimidos. Os fármacos disponíveis para o tratamento são limitados, tanto pelo espectro de ação quanto pelos efeitos adversos. A associação de antifúngicos a nanovetores é uma estratégia para melhorar a eficácia e alterar a biodistribuição dos fármacos no organismo reduzindo os efeitos tóxicos. O objetivo deste trabalho foi desenvolver e caracterizar nanocápsulas (NC) e nanoemulsões (NE) de fluconazol (FCZ), cetoconazol (CTZ) e miconazol (MCZ) e avaliar essas nanoestruturas em modelo de candidíase sistêmica. As NC e NE foram obtidas pelo método de nanoprecipitação (Fessi et al., 1989). A concentração de fármaco utilizada variou de 1 a 5mg/mL na suspensão coloidal. A porcentagem de encapsulação foi determinada pelo método ultrafiltração/centrifugação e o doseamento dos fármacos por espectrometria no ultravioleta. Os maiores valores de encapsulação foram obtidos com NC convencionais de PCL, sendo que os valores máximos obtidos foram de 48, 97 e 96% para o FCZ, CTZ e MCZ, respectivamente e 37% para NC furtivas de FCZ. A distribuição de tamanho das nanopartículas, determinada por espectroscopia de correlação de fótons (PCS) e por microscopia de força atômica (MFA), ficou entre 190-310nm e todas as formulações apresentaram-se monodispersas. O potencial zeta das NC e NE, determinado por microeletroforese associada à anemometria do laser doppler (ADL), variou com a adição dos fármacos, indicando, no caso do MCZ e CTZ, uma forte influência na superfície dos carreadores convencionais. Essa influência foi muito evidente no caso das NC furtivas de PLA-PEG contendo FCZ, onde valores de +2mV foram obtidos, evidenciando-se tanto uma influência do FCZ quanto das cadeias de PEG sobre a superfície. As imagens obtidas por MFA das NC e NE mostraram estruturas esféricas e bastante polidispersas em relação a determinação de tamanho feita por PCS. As NC mostraram capacidade de achatamento sobre a mica, evidenciado por MFA. A associação do MCZ às NC e NE não alterou significativamente a relação diâmetro/altura em comparação com as NC e NE vazias, enquanto a associação do FCZ aumentou essa relação. A inclusão do MCZ em altas concentrações nas NC resultou em modificação das estruturas não carregadas. O uso de glutaraldeído alterou a morfologia das nanoestruturas originais contendo MCZ. A avaliação do perfil de liberação do FCZ a partir dos carreadores foi realizado por dois métodos, diálise direta em salina e método sink externo em octanol, respectivamente. O perfil de liberação no octanol do FCZ foi semelhante para as NC e NE, sendo que a liberação foi completa em 48h. A liberação do FCZ em salina foi semelhante para o FCZ livre e para o FCZ nanoestruturado. Entretanto, diferenças significativas foram observadas na quantidade de FCZ liberado, sendo que as NC liberaram menos que as NE. Em 6h a liberação do FCZ dos sistemas foi completada em salina, devido à hidrofilia do FCZ. A avaliação da eficácia in vivo das diferentes formulações e fármacos foram realizadas em modelo de candidíase disseminada em animais imunossuprimidos com radiação gama e, posteriormente infectadas com um inóculo de Candida albicans isolado de paciente sintomático. Foram avaliados diferentes parâmetros como a sobrevida, o peso, a presença da levedura no sangue e em alguns órgãos e alterações histológicas provocadas pela infecção e pelo tratamento. O tamanho do inóculo utilizado na infecção dos animais e o tempo para início do tratamento influenciaram significativamente na sobrevida dos animais e no nível de invasão dos órgãos. Esse parâmetro foi decisivo para a distinção entre diferentes esquemas terapêuticos e formulações. Em inóculos superiores a 107 UFC a mortalidade dos animais foi de 100% com tempo médio de sobrevida (TMS) inferior a 13 dias e todos os tratamentos e doses foram ineficazes. Em inóculos inferiores a 104 UFC a sobrevida foi próxima de 100% e o TMS superior a 60 dias, mesmo em animais imunossuprimidos, independentemente do uso ou não de tratamento. Os inóculos de 105 e 106 UFC permitiram uma melhor análise entre os grupos e entre as formulações de FCZ, sendo que os dados indicam que a formulação de NC furtiva contendo FCZ foi a mais eficaz comparada ao uso do FCZ livre em termos de sobrevida. O MCZ e o CTZ não foram eficazes no tratamento deste isolado clínico de C. albicans em camundongos, nem na forma livre nem na forma encapsulada. O tratamento com NC de FCZ proporcionou uma invasão menos significativa dos órgãos, principalmente dos rins em comparação aos animais não tratados. Em conclusão, nesse trabalho foram produzidos e caracterizados, sob o ponto de vista físico-químico, nanocarreadores contendo fármacos antifúngicos azólicos. Dentre eles, o FCZ associado às NC de PLA-PEG, ditas de circulação sanguínea prolongada, foi o mais eficaz no aumento da sobrevida de animais imunossuprimidos com candidíase disseminada. Esse resultado é provavelmente atribuído à capacidade das NC furtivas de 200nm de alterar a distribuição do FCZ no organismo, devido principalmente à sua circulção sanguínea prolongada, bem como a sua capacidade de acúmulo em focos infecciosos.Item Avaliação da efetividade da atenção farmacêutica no controle da hipertensão arterial.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Cid, Annaline Stiegert; Coelho, George Luiz Lins MachadoIntrodução: Com o aumento do número de medicamentos disponíveis, após o crescimento da indústria farmacêutica, o incentivo ao uso racional de medicamentos foi dificultado. O uso indiscriminado dos medicamentos acarreta uma série de conseqüências para o paciente, como reações adversas aos medicamentos, agravamento do quadro de saúde, hospitalizações entre outros (CIPOLLE et al.2004; HEPLER & SEGAL, 2003). O processo de busca da otimização dos resultados farmacoterapêuticos traduziu-se na atenção farmacêutica definida como o cuidado centrado no paciente, no qual os praticantes assumem a responsabilidade pela farmacoterapia dos pacientes (CIPOLLE et al. 2004). Os pacientes com hipertensão arterial, apresentam, na maioria das vezes um baixo índice de sucesso terapêutico, dados da literatura indicam que apenas 34% dos pacientes hipertensos tratados controlam seus valores da pressão arterial (NHI, 2004). A hipertensão arterial apresenta elevado custo médico-social por ser um dos mais importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares, sendo essas responsáveis por um terço das mortes no mundo (SBC/SBH/SBN, 2006; Le WINGTHON et al., 2002). Ensaios clínicos demonstram que o tratamento farmacológico da hipertensão arterial pode reduzir o risco de AVC em 30 a 43% e o infarto agudo do miocárdio em 15%, e a redução em 5 mmHg na pressão arterial sistólica contribui para a redução de 14% nas taxas de mortalidade por AVC e 9% das causas de enfermidades cardíacas (NHI, 2004). Objetivo geral: Avaliar a efetividade da atenção farmacêutica no controle pressórico de pacientes que apresentam hipertensão arterial sistêmica não controlada. Metodologia: Estudo experimental, randomizado, controlado, pareado por sexo e idade e aberto. A taxonomia para dos problemas relacionados com os medicamentos (PRM) segue a adotada pelo projeto de Minnessota, adaptado por Gutierrez e cols. Foram avaliados 222 pacientes, por seis meses, divididos em dois grupos, controle (103 pacientes) e intervenção (119 pacientes). No método, o processo de atenção é composto por três componentes: avaliação, plano de atenção e seguimentos, que foram rigorosamente documentados por questionários elaborados pelos pesquisadores. As informações foram analisadas para identificação dos PRM reais e/ou potenciais. Elaboraram-se os planos de atenção com as devidas intervenções. O paciente foi avaliado quanto à evolução das metas terapêuticas propostas e sempre que necessário, o médico responsável foi comunicado por meio de cartas entregues pelo paciente. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas nos hábitos de vida entre os pacientes dos grupos controle e intervenção. Em relação aos fatores de risco para a hipertensão arterial, o único parâmetro que apresentou queda significativa entre os grupos controle e intervenção foi a medida da circunferência da cintura (0,7 cm versus 44,3 cm). No início do estudo foi encontrada uma média de 1,76 PRM por paciente do grupo controle e 1,86 PRM por paciente do grupo intervenção. A maioria dos PRM encontrados no grupo intervenção estava relacionada com a conveniência (73,22%), seguida por segurança (14,75%), indicação (8,74%) e efetividade (3,28%). No grupo controle, os PRMs mais encontrados também relacionavam-se com a conveniência (53,71%), seguido por segurança (17,47%), efetividade (16,60%) e indicação (12,23%). Ao final dos seis meses de acompanhamento, os pacientes, do grupo intervenção apresentaram 99,1% dos seus PRM resolvidos. Quanto ao controle da pressão arterial, a atenção farmacêutica se mostrou efetiva ao controlar os valores da pressão arterial dos pacientes nos estágios I e III da hipertensão arterial. Ao final do estudo, dos pacientes do grupo intervenção, 90,1% apresentaram seus valores da pressão arterial dentro do considerado normal pelas V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, o que ocorreu com aproximadamente 10,5 % dos pacientes do grupo controle. A queda, em mmHg, apresentada pelos pacientes do grupo controle foi 4,27 mmHg e, nos pacientes do grupo intervenção, 28,5 mmHg. A avaliação da satisfação dos pacientes do grupo intervenção com os serviços de atenção farmacêutica mostrou que a satisfação média dos pacientes, numa escala de 8-40 pontos, foi de 38 pontos. Conclusão: A análise dos dados mostrou a efetividade da atenção farmacêutica no controle da pressão arterial, na redução, em mmHg, dos valores da pressão arterial sistólica e diastólica e na resolução de PRM, todavia, não foi efetiva para promover modificações nos hábitos de vida destes pacientes, nas condições estabelecidas para a realização deste trabalho e considerando as limitações do estudo.Item Avaliação biológica de extratos vegetais no tratamento de diabetes mellitus e hiperlipidemia em coelhos.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Amaral, Waleska Cláudia Dornas; Nagem, Tanus JorgeConsiderando que a prática dos tratamentos das desordens metabólicas em decorrência do crescimento das doenças crônicas não transmissíveis aumenta em todo o mundo, a proposta desse estudo é avaliar os possíveis efeitos biológicos dos extratos hidroalcoólicos das cascas das plantas Calophyllum brasiliense, Connarus perrottetii e Rourea paraensis associadas na diabetes experimental, e, isoladamente, avaliar o tratamentocom extrato da casca de C. brasiliense na hiperlipidemia induzida. Como modelos experimentais, foram utilizados coelhos da raça Nova Zelândia, machos e adultos com a indução através da droga diabetogênica aloxano (100mg/Kg) e para a hiperlipidemia adicionou-se 0,5g de colesterol à ração. Cada experimento utilizou 48 animais em esquema de parcela subdividida de 8 grupos com delineamento inteiramente casualizado em 6 repetições para ambos. Para os experimentos, foram avaliados colesterol, triacilglicerol, lipase, creatinina, proteínas totais, albumina e apenas glicose e hemoglobina glicosilada para o experimento de diabetes no meio e no final de cada fase, com duração de um mês. Esses dados foram analisados por meio de análise de variância seguida de teste de Dunnett e Tukey para comparação das médias entre os grupos e dentro de cada grupo, respectivamente, ao nível de 5% de significância. Após o final de cada experimento, rins e fígados foram retirados para análise histopatológica. Os resultados para o experimento de diabetes evidenciaram redução da glicemia nos animais doentes tratados com o extrato na dose de 100mg e que, nos animais normais tratados com o mesmo extrato, houve aumentoglicêmico assim como no tratamento com diabinese. Avaliação histológica do fígado demonstrou o aparecimento de processo inflamatório e degeneração com intensidade dosedependente mais evidente nos grupos de animais doentes exceto para o grupo tratado com extrato na dose de 100mg. Já no rim de animais diabéticos, mudanças glomerulares, inflamações e degenerações foram vistas sendo que o tratamento com extrato das plantas na dose de 100mgnovamente induziu menor comprometimento e alterações teciduais. Na hiperlipidemia, o tratamento com extrato de C. brasiliensediminuiu triacilglicerol em níveis bem significativos para os animais hiperlipidêmicos. Embora não significativo, o aumento dos níveis de colesterol nos animais com hiperlipidemia induzida foram inibidos quando comparados ao grupo doente sem tratamento. Nos animais normais tratados com extrato na dose de 150mg, observaram-se níveis aumentados de proteínas totais e albumina. Histologicamente, o extrato de C. brasiliense alterou o tecido hepático promovendo focos inflamatórios nos grupos normais, enquanto que animais com hiperlipidemia induzida apresentaram melhoras no aspecto histológico quando comparados com o grupo hiperlipidêmico não tratado que apresentou esteatose hepática, mas não se igualaram aos animais normais. Esses dados sugerem que o extrato das plantas na dose de 100mg utilizada na diabetes exibe atividade hipoglicemiante em modelo de coelhos com diabetes induzida e que C. brasiliense na hiperlipidemia demonstra possuir efeito hipotriacilglicemiante bem significativo. Para utilização dessas plantas como medicamentos, outros estudos devem ser realizados afim de se determinarem os constituintes ativos presentes e seus mecanismosde ação, além de avaliar a toxicidade, uma vez que essas espécies demonstraramalterações teciduais.Item Avaliação da toxicidade do antimoniato de meglumina.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2008) Kato, Kelly Cristina; Barcellos, Neila Marcia SilvaNo Brasil, o antimoniato de meglumina, medicamento à base de antimônio, é o fármaco de primeira escolha na terapêutica da leishmaniose. O alto custo do tratamento é um desafio que deve ser ultrapassado e que justifica a busca por alternativas terapêuticas. Assim, a disponibilidade de produtos sintéticos pode facilitar economicamente estudos de fármacos antimoniais pentavalentes e propiciar o desenvolvimento de novos medicamentos; por isto dois simples e eficientes métodos de obtenção de antimoniato de meglumina, utilizando como fonte de antimônio V SbCl 5 (produto AM) ou KSb (OH) 6 (produto AM1), foram desenvolvidos por Demicheli e cols. (1999-PI 9907575-0 e 2001-PI 0106305-7), e vêm sendo aplicados em diferentes estudos, uma vez que a análise dos mesmos mostrou similaridade com o fármaco comercial (Glucantime®) (Demicheli et al., 2003). No entanto, mesmo sendo os antimoniais fármacos empregados a muito tempo no tratamento da leishmaniose mostrando elevada efetividade, induzem efeitos adversos após sua aplicação, tais como: anormalidades no eletrocardiograma e nos níveis de transaminases, pancreatite e nefrotoxicidade. Neste contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar a toxicidade pancreática, hepática, renal e cardíaca, do antimoniato de meglumina obtido por diferentes rotas sintéticas: SbCl 5 (AM) e KSb (OH) 6 (AM1) e comercial (GLUC), no modelo ratos Wistar através de dosagens bioquímicas de amilase, AST, ALT, fosfatase alcalina, dosagens urinárias de sódio, potássio e proteínas, depuração de creatinina e CKMB; análise de ECG e PA; além de análise histológica dos órgãos em dois protocolos de administração dos fármacos: A: sub-agudo no qual os animais receberam 50 mg SbV/kg/dia VIP por até 30 dias,e foram realizadas análises nos dias 3, 7, 15 e 30 dias; e B: protocolo agudo no qual dose única de 500 mg de SbV/kg, foi administrada VIV. Inicialmente, para caracterização dos fármacos foram realizados doseamentos de SbIII e potássio residuais. Os resultados mostraram que os teores de Sb III nos fármacos AM, AM1 e GLUC, foram de 0,2%; 0,011% e 0,12% e de potássio 39,0; 113,0 e 10,2 mmol/L, respectivamente.A avaliação da toxicidade pancreática mostrou que AM, AM1 e GLUC, induziram alterações crescentes no teor de amilase, porém microscopicamente, apenas no tratamento agudo, pequena congestão celular pode ser identificada; estes resultados indicaram apenas indução de leve toxicidade pancreática nas condições experimentais empregadas. A avaliação hepática mostrou elevação sérica de AST induzida pelo tratamento com GLUC por 30 dias (423,2 U/L) em relação ao grupo controle (155,7 U/L) bem como de fosfatase alcalina induzida pelo tratamento por 15 e 30 dias com AM (231,8 e 260,0 U/L, respectivamente) em relação ao grupo controle (163,3 e 183,2 U/L), possíveis indicativos de toxicidade sub-aguda induzida pelos fármacos. No entanto, a análise histológica, não revelou alterações significativas, exceto por leve congestão hepática na administração aguda. Quanto à avaliação renal foi observada leve alteração de parâmetros bioquímicos: aumento significativo na variação de potássio (AM-15 (60,9%); AM1- 3 (45,0%) e 15 (44,2%) e GLUC-3 (40,4%) e 7 dias (53,6%) e sódio (AM- 15 dias (163,8%) em relação ao grupo controle que mostrou para variação de potássio em 3, 7 e 15 dias (-12,6%, -15,7% e -9,6% respectivamente) e para sódio (-0,6%). Já análise histológica apresentou também leve congestão tecidual apenas no tratamento agudo. Estes resultados foram considerados indicativos da não ocorrência de lesões renais). A avaliação cardiovascular não revelou diferenças significativas nas dosagens bioquímicas de CKMB em ambos os protocolos estudados e a análise histológica apresentou apenas leve congestão após administração em dose única no protocolo agudo, assim como nos outros órgãos. Já os sinais de ECG, obtidos após administração por até 30 dias dos fármacos estudados, protocolo sub-agudo, não mostraram diferenças significativas para o intervalo PR e para o complexo QRS houve diferença significativa apenas para AM1 após 15 dias (AM1 28,8% e AM cont 23,1%). Já o intervalo QT apresentou aumento significativo nos tempos de 15 (AM 89,3% e AM cont 71,8%). e 30 (AM 88,4% e AM cont 72,2%). dias para o AM e nos tempos 7 (AM1 103,2% e AM1 cont 84,0%). e 15 (AM1 115,1% e AM1cont 92,2%). dias para o AM1; não tendo sido observada diferença significativa para o GLUC, embora sua administração tenha induzido a aumentos da ordem de 10% neste parâmetro. Quanto à avaliação de QTc, foram observados aumentos significativos: induzidos por AM em todos os tempos avaliados sendo observado os seguintes valores para o período controle e após administração: 131,0% e 161,8% para o tempo de 3 dias; 137,5% e 158,8% para 7 dias; 138,4% e 166,2% para 15 dias e 135,6% e 135,6 % para 30 dias.. e após 7 dias de administração do AM1 (AM1 181,7% e AM1 cont 157,4%). Por outro lado, a avaliação destes parâmetros cardiovasculares após administração de dose única de 500 mg/Kg, no protocolo agudo, não induziu variações significativas em nenhum parâmetro de ECG analisado. Os dados obtidos de pressão arterial (PA) e freqüência cardíaca (FC) no protocolo sub-agudo mostraram, respectivamente, significativa queda da PA induzida por AM1 no tempo 15 dias (PAS 63,0 e PAD 47,4 mmHg) em relação ao grupo controle (PAS 103,8 e PAD 67,2 mmHg),. e significativa bradicardia induzida por AM no tempo de 15 dias (AM 392 bpm e AMcont 432 bpm). Estes resultados mostram que os fármacos AM, AM1 e GLUC não induziram danos cardíacos significativos, indicando relativa segurança na utilização destes nas condições estudadas.Os dados obtidos neste estudo mostraram correlação de toxicidade hepática, renal e cardíaca com o fármaco AM que apresentou maior teor residual de SbIII (0,2%) e correlação de toxicidade renal e cardíaca com o fármaco AM1 que apresentou maior teor residual de potássio (113 mmol/L). No entanto, a análise conjunta dos dados das análises bioquímica, histológica e de alterações de ECG e PA, revelaram uma similaridade e relativa segurança na administração de AM, AM1 e GLUC tanto no protocolo sub-agudo onde foi utilizada a dose de 50 mg SbV/kg/dia por até 30 dias, quanto no protocolo agudo, onde uma dose dez vezes maior (500 mg SbV/kg) foi avaliada, uma vez que não houveram dados que evidenciassem lesões pancreáticas, hepáticas, renais ou cardiovasculares nessas condições experimentaisItem Desenvolvimento, caracterização e liofilização de nanopartículas e encapsulamento de antibiótico de uso veterinário.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Araújo, Raquel Silva; Mosqueira, Vanessa Carla FurtadoNa primeira parte deste trabalho foi avaliado o processo de liofilização de nanoesferas e nanocápsulas, utilizando-se vários crioprotetores e duas condições de congelamento, tendo como parâmetro de investigação a eficiência do método na manutenção da distribuição de tamanho inicial. Diferentes crioprotetores como glicose, sacarose, manitol e polidextrose, e concentrações foram utilizadas. A distribuição de tamanho das nanopartículas e o índice de polidispersão foram determinados por espectroscopia de correlação de fótons e a morfologia por microscopia de força atômica e eletrônica de varredura. As nanopartículas preparadas apresentaram-se com tamanho inferior a 300 nm e monodispersas. As amostras liofilizadas em presença de 5% (p/v) de sacarose forneceram como resultados de relação tamanho final/inicial valores de Tf/Ti=0,981 e Tf/Ti=0,995 a -80°C e a -196ºC, respe ctivamente. Estudos por calorimetria diferencial exploratória confirmaram o efeito da sacarose sobre a interação entre tensioativos e polímeros na estrutura das nanoesferas. O uso da polidextrose, como novo crioprotetor forneceu valores adequados de Tf/Ti=1,006, possibilitando a produção de nanoesferas liofilizadas na ausência de mono e dissacarídeos. O uso de sacarose a 10% (p/v) forneceu resultados adequados Tf/Ti=1,059 para nanocápsulas. Formulações nanoestruturadas contendo cloxacilina benzatina, um antimicrobiano de uso veterinário, foram desenvolvidas e caracterizadas. Uma nova metodologia de doseamento da cloxacilina benzatina por cromatografia líquida de alta eficiência foi desenvolvida e utilizada para determinação do fármaco em amostras contendo nanopartículas e outros componentes. A porcentagem de encapsulação foi de 37 e 87% para nanocápsulas de policaprolactona e de policaprolactona revestida com quitosana, respectivamente. O potencial zeta foi significativamente alterado pela presença de concentrações crescentes do fármaco evidenciando sua adsorção à superfície das nanopartículas. O perfil de liberação da cloxacilina benzatina a partir dos carreadores em condições sink, indicou uma maior eficiência na retenção do fármaco pelas nanocápsulas de policaprolactona e um perfil de liberação prolongado nas primeiras 6 horas, seguido de retenção por mais 42 horas. As nanocápsulas de policaprolactona revestidas com quitosana liberaram mais rapidamente a cloxacilina benzatina em meio contendo leite em relação às nanocápsulas de policaprolactona.Item Avaliação da atividade cardioprotetora da ipriflavona veiculada em um sistema autoemulsionável em modelo de isquemia do miocárdio em ratos fêmeas.(2009) Leão, Kemile Albuquerque; Guimarães, Andrea GrabeA Ipriflavona, um isoflavonóide sintético, é utilizada no tratamento e prevenção da osteoporose em mulheres. Sua potencial atividade cardioprotetora foi relatada em apenas um artigo, no qual a Ipriflavona livre foi avaliada utilizando o mesmo modelo deste trabalho. Por ser uma substância lipofílica a absorção da Ipriflavona pela via oral é dificultada, resultando em baixa biodisponibilidade e variabilidade intra e inter individual. Este fato justifica o desenvolvimento de formas farmacêuticas adequadas para a veiculação deste fármaco. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma formulação autoemulsionável contendo Ipriflavona e avaliar a potencial atividade cardioprotetora em modelo de ligadura da coronária em ratos fêmeas. Após desenvolvimento e caracterização, foi selecionada a formulação contendo 60% de óleo de milho, 25% de capryol e 15% de lecitina de soja para os estudos in vivo. Foi observado no estudo de liberação in vitro que 85% da Ipriflavona veiculada no sistema autoemulsionável se tornou solúvel em meio similar ao intestinal ao passo que apenas 59% da Ipriflavona livre solubilizou-se no mesmo meio. A avaliação dos efeitos cardiovasculares foi realizada utilizando as doses de 30 mg/kg e 1 g/kg de Ipriflavona livre em dose única e doses de 30 mg/kg e 240 mg/kg de Ipriflavona veiculada no sistema autoemulsionável, em dose única e por 7 dias. Após a ligadura de coronária em animais anestesiados foi observado aumento dos intervalos PR e QT nos animais não tratados ao passo que nos animais tratados com Ipriflavona não foi observado aumento de PR ou prolongamento de QT. O modelo de ligadura provocou elevação da área sob a curva do segmento ST e o tratamento com a Ipriflavona independente da dose, tempo de tratamento e formulação foi capaz de impedir significativamente esta elevação. A ligadura da coronária reduziu significativamente a pressão arterial e a freqüência cardíaca, tanto nos animais sem tratamento como nos animais tratados. Em relação à morfologia do ECG, foram observadas alterações em todos os grupos, porém as arritmias só ocorreram nos animais sem tratamento, submetidos à ligadura. A concentração plasmática da Ipriflavona livre (39,6 ng/ml) foi significativamente menor que a concentração plasmática da Ipriflavona autoemulsionável (204 ng/ml a 290 ng/ml). Neste trabalho foi possível demonstrar o potencial cardioprotetor da Ipriflavona veiculada no sistema autoemulsionável na prevenção da isquemia aguda do miocárdio.Item Avaliação da atividade cardioprotetora da piridostigmina veiculada em lipossomas.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Vidal, Alessandra Teixeira; Guimarães, Andrea GrabeCom a demonstração dos benefícios da estimulação vagal em pacientes portadores de doenças cardiovasculares, foi sugerido que fármacos colinérgicos poderiam ter efeitos protetores semelhantes. A Piridostigmina, um agente anti-colinesterárico reversível, apresenta benefícios demonstrados em portadores de cardiopatias. No entanto, sua curta meia-vida de eliminação e incidência de efeitos adversos são fatores que podem limitar seu uso prolongado. O desenvolvimento de formas farmacêuticas, como lipossomas de circulação prolongada, podem promover a lenta liberação de fármacos nos tecidos e reduzir sua toxicidade, tendo sido demonstrado seu acúmulo no miocárdio isquêmico. Este trabalho teve por objetivo principal a investigação da atividade cardioprotetora da Piridostigmina veiculada em lipossomas. A preparação dos lipossomas contendo Piridostigmina foi realizada pelo método de congelamento/descongelamento e extrusão. A formulação obtida foi caracterizada e administrada, nas doses 0,1, 0,3 e 1,0 mg/kg, a ratos Wistar machos, os quais após 1, 2, 4 ou 6 horas foram submetidos à estimulação simpática por administração de 1 ou 3 μg de noradrenalina (NA). Foram obtidos os sinais de pressão arterial (PA) e eletrocardiograma (ECG) dos animais, sendo os parâmetros obtidos comparados aos de animais que receberam solução salina ou Piridostigmina na forma livre. Foi obtida uma eficiência de encapsulação de 15,5% da Piridostigmina nos lipossomas, com vesículas de tamanho médio de 174 nm, índice de polidispersão 0,06 e potencial zeta -50 mV. Nos animais que receberam salina, a NA induziu aumentos significativos de PA sistólica e diastólica, sendo os maiores aumentos observados após a administração de 3 μg de solução (76 e 70%, respectivamente.). Os intervalos PR e QRS do ECG não foram significativamente alterados, enquanto sobre o intervalo QT foram observados aumentos de 22% nos animais que receberam salina, em relação ao período controle. A administração de Piridostigmina nas formas livre e lipossomal não inibiu significativamente os aumentos da PA. Nos animais tratados com Piridostigmina, porém, foi observada redução significativa dos aumentos do intervalo QT decorrentes da estimulação simpática. O efeito máximo da Piridostigmina livre em impedir tais aumentos foi observado após 1 hora da sua administração (6,6% para a dose de 0,3 mg/kg) e não se manteve após 2 horas do tratamento. O efeito máximo da formulação lipossomal em impedir o prolongamento do intervalo QT foi observado 2 horas após o tratamento (8,5% para a dose de 1,0 mg/kg) e foi mantido até 6 horas após sua administração. A administração de Piridostigmina na dose de 1,0 mg/kg na forma livre causou aos animais alterações tóxicas características de hiperestimulação colinérgica, o que não foi observado para a mesma dose na forma lipossomal. Assim, pode-se concluir que a veiculação da Piridostigmina em lipossomas estabilizados estericamente pode ser considerada uma potencial ferramenta terapêutica na prevenção de complicações cardiovasculares decorrentes da hiperatividade simpática em pacientes com doença cardíaca isquêmica.Item Bioprospecção do potencial farmacêutico de duas espécies de fungos do solo do cerrado mineiro.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Moreira, Betânia Teixeira; Takahashi, Jacqueline AparecidaProdutos naturais são definidos como metabólitos secundários ou derivados produzidos por organismos em resposta a um estímulo externo como mudanças nutricionais, infecções e competições. Os fungos são conhecidos como produtores de uma grande variedade de metabólitos secundários e, apesar de muitas vezes ser desconhecido o papel dessas substâncias nesses organismos, esses compostos apresentam grande importância na medicina, na indústria e na agricultura. Muitas substâncias produzidas por fungos, ou seus derivados químicos, são utilizadas no tratamento de doenças pelo homem. Como exemplo pode-se citar os antibióticos – lactâmicos penicilinas e cefalosporinas, os antifúngicos da classe das equinocandinas, as estatinas, substâncias redutoras do colesterol sanguíneo e o imunossupressor ciclosporina A. Nesse trabalho, foi realizado o estudo de bioprospecção de metabólitos secundários dos fungos filamentosos Clonostachys rosea f catenulata e Penicillium brasilianum, isolados de solo do cerrado mineiro. Do extrato do fungo Clonostachys rosea f catenulata foram isolados uma mistura de triacilgliceróis, o ergosterol e uma mistura de ácidos graxos livres. Já do extrato do fungo Penicillium brasilianum foram isolados o poliol manitol, os meroterpenos austina e dehidroaustina e o ácido penicílico. Os extratos obtidos e as substâncias isoladas foram submetidos aos testes de atividade antibacteriana e anticolinesterásica. Apesar de os extratos terem apresentado atividade antibacteriana, das substâncias puras isoladas, somente o ácido penicílico foi ativo contra os microrganismos testados. Em relação ao teste de atividade anticolinesterásica, o ácido penicílico foi também a única substância ativa. Com o objetivo de avaliar a melhor condição de obtenção de substâncias com atividade antibacteriana, foi realizado para o fungo Penicillium brasilianum, um estudo de variação nutricional e das condições de fermentação. O fungo foi cultivado em três diferentes meios de cultura (meio de cultura líquido complexo, caldo batata dextrosado e arroz) e em duas condições diferentes de cultivo (com e sem agitação). Os extratos obtidos foram submetidos ao teste de atividade antibacteriana, sendo que, entre todas as condições testadas, o cultivo em caldo de batata dextrosado mostrou-se o mais promissor.Item Avaliação biofarmacotécnica IN VITRO de formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata contendo fármacos pouco solúveis(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Silveira, Gleiciely Santos; Mosqueira, Vanessa Carla FurtadoO estudo biofarmacêutico de formas farmacêuticas sólidas administradas por via oral (FFSO) contendo fármacos puco solúveis é de suma importância para subsidiar a dispensação farmacêutica. Embora a intercambialidade entre medicamentos genéricos e referência seja prevista pela legislação brasileira, existem relatos sobre a busca de redução dos custos terapêuticos por pacientes que fazem a substituição por produtos similares ou magistrais. As variações entre as formulações e as tecnologias de fabricação dessas FFSO podem provocar alterações nas etapas de liberação e dissolução do fármaco gerando deferenças na sua absorção e resposta terapêutica. As características físico químicas do fármaco como solubilidade e permeabilidade intestinal também são importantes para prever seu comportamento in vivo. Os fármacos classificados como pouco solúveis pelo Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), classes II e IV, tem a velocidade e a extensão de sua absorção significamente afetada pelas características da formulação. Os estudos de dissolução in vitro, permitem utilizar as características do fármaco e a simulação de condições fisiológicas do trato gastrintestinal (TGI) para avaliar a sua cinética de liberação comparando deiferentes formulações e estimando seu comportamento in vivo. O presente trabalho objetiva realizar avaliação biofarmacotécnica de medicamentos genéricos, similares, magistrais e referência, contendo fármacos pertencentes às classes II (carbamazepina) e IV (furosemida) do SCB, avaliando sua qualidade e as características de liberação in vitro simulando diferentes líquidos biológicos quando à sua constituição e pH. Os experimentos consistiram na análise dos parâmetros farmacopéicos para avaliar a qualidade de um produto genérico, similar magistral e o referência contendo furosemida e carbamazepina (exceto magistral). Todos os produtos cumpriram os requisitos mínimos que qualidade preconizados pelas farmacopéias. Os estudos de dissolução possibilitam verificar se a liberação dos fármacos ocorre em quantidade e tempo adequados à sua absorção, por meio dos parâmetros de eficiência e cinética de dissolução, análise estatística e cálculo dos fatores de diferença e similaridade. Para avaliar a liberação do fármaco em decorrência das alterações do pH e da constituição de líquidos do TGI foram traçados perfis de dissolução de furosemida (ácido fraco) nas seguintes meios: água, tampões fosfato pH 5,8, a acetado pH4,6. Os resultados obtidos indicaram diferenças na velocidade e quantidade de furosemida liberada entre os produtos avaliados e para omesmo produto em meios diferentes sugerindo que a libaração do fármaco pode ser afetada pelo pH do TGI. Os estudos de dissolução para carbamazepina (base fraca) foram realizados utilizando os seguintes meios: solução aquosa de lauril sulfato de sódio a 1%, tampão fosfato pH 5,8 e suco gátrico simulado sem pepsina pH 1,2. Os resultados obtidos indicam qua a velocidade e quantidade de carbamazepina liberada pode ser afetada pela constituição dos líquidos do TGI, mas não varia significamente devido às mudanças no Ph. Dentre os produtos analisados, o similar apresentou resultados de dissolução significamente maiores que o referência. Estas observações podem subsidiar discursões sobre alterações clínicas importantes, como maior incidência de efeitos adversos, quando são administrados produtos contendo carbamazepina que se dissolvem in vitro mais rapidamente que o referência.Item Estudo fitoquímico de espécies do gênero Erythroxylum com potencial atividade vasodilatadora e inibidora da enzima conversora de angiotensina.(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Lucas Filho, Milton Dayrell; Serra, Carla PenidoO gênero Erythroxylum (Erythroxylaceae) compreende espécies de porte arbustivo ou arbóreo, distribuídas em regiões tropicais e subtropicais da América do Sul, África, Sudeste Asiático e Austrália. O Brasil é considerado um dos centros de diversidade e endemismo de Erythroxylum e um total de 114 espécies ocorrem no país, dentre as 187 espécies descritas na América tropical. A atividade inibidora da enzima conversora de angiotensina (ECA) foi relatada para as folhas das espécies E. suberosum, E. tortuosum e E. gonocladum em um trabalho recente de nosso grupo. O presente trabalho teve por objetivo avaliar a potencial atividade anti-hipertensiva dessas espécies utilizando modelos in vitro e isolar os constituintes majoritários das frações ativas. Os extratos de folhas das três espécies foram preparados por percolação exaustiva com etanol a 96% e apresentaram atividade vasodilatadora, dependente de óxido nítrico, em anéis de aorta de ratos pré-contraídos com fenilefrina, com valores de CI50 de 0,96 ± 0,30; 0,48 ± 0,12 e 0,45 ± 0,20 μg/mL, respectivamente para E. suberosum, E. tortuosum e E. gonocladum. Esses resultados indicam que a vasodilatação induzida pelos extratos é promovida pelo aumento da biodisponibilidade de NO. O extrato etanólico de E. gonocladum foi fracionado empregando técnicas cromatográficas (coluna de sílica gel, RPHPLC preparativo) e/ou partição entre solventes imiscíveis, resultando no isolamento de três sólidos denominados PptEG-produto, HexEG 3C e HexEG 9A. A elucidação estrutural foi feita a partir de dados espectrais (RMN de 1H e de 13C mono e bidimensionais, UV, IV e Dicroísmo Circular), além de análises por cromatografia em fase gasosa, e permitiram identificar os constituintes como sendo diidroquercetina-3-O- -ramnosídeo (astilbina), - sitosterol e uma mistura de ácidos graxos (ácidos palmítico, esteárico e linolênico). A astilbina não apresentou atividade vasodilatadora em ensaio in vitro com anel de aorta de ratos pré-contraídos com fenilefrina; porém, induziu significativa inibição da ECA in vitro, com CI50 de 1,2 ± 0,7 μg/mL. Esse resultado demonstra a potencial atividade anti-hipertensiva de E. gonocladum, via inibição da ECA, e indica a astilbina como uma das substâncias bioativas da espécie.Item Estudo descritivo do consumo referido de psicofármacos em Ouro Preto Minas Gerais (2006).(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Fontes, Renata Aparecida; Coelho, George Luiz Lins MachadoA farmacoepidemiologia em saúde mental é incipiente no Brasil. Trabalhos sobre este tema contribuem para a discussão sobre a problemática de acesso às terapias farmacológicas dos transtornos mentais, pois permitem entender relação de sua utilização com as dimensões sócio-demográficas e políticas públicas de saúde. Por isso torna-se importante determinar a prevalência e fatores associados ao uso de psicofármacos e neste trabalho este procedimento foi realizado pela população residente na zona urbana de Ouro Preto, Minas Gerais. Este foi um inquérito epidemiológico do tipo transversal com base populacional, por meio de questionários censitários padronizados e testados cujos dados estão em banco digital. Critérios de inclusão: questionários que continham ao menos um psicofármaco. Os medicamentos foram classificados segundo ATC e realizou-se análise estatística descritiva para as variáveis sócio-demográficas. Foram coletadas informações de 24.169 habitantes. A prevalência estimada foi de 4,18% (n=1012). Subgrupos terapêuticos mais referidos: psicolépticos (n=767; 49,1%), psicoanalépticos (n=540; 34,6%), antiepilépticos (n=213; 13,8%) e antiparkinsonianos (n=39; 2,5%). Medicamentos mais utilizados: Diazepam (n=311; 19,9%) e Amitriptilina (n=187; 12,0%); a principal forma de uso foi a contínua (n=1522; 97,4%); a principal forma de obtenção relatada foi o fornecimento de medicamentos pelo SUS (n=363; 95,9%). Verificou-se que o maior consumo de psicofármacos foi feito por mulheres (n=763, 75,4%); faixa etária de 40 a 59 anos (n=360; 35,8%); o nível de escolaridade mais relatado foi baixo (n=593, 62,1%). Também foram referidas a presença doença crônica (n=716; 85,75%) e a prática de hábitos não saudáveis (n= 283, 51,27%). Este estudo permitiu a identificação dos grupos mais sujeitos ao uso de psicofármacos e assim pode embasar a estruturação de intervenções de Saúde Pública para a racionalização do uso medicamentos psicoativos.Item Avaliação da atividade antiinflamatória de formulações de uso tópico contendo extratos de Lychnophora pinaster e Symphytum officinale.(2010) Pinheiro, Paola Torres Silva Gandine; Guimarães, Andrea Grabe; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Mosqueira, Vanessa Carla FurtadoO processo inflamatório é uma resposta dos tecidos a estímulos nocivos através de alterações celulares e vasculares. Em geral são processos dolorosos e incômodos para os pacientes e o tratamento convencional é realizado com a utilização dos Antiinflamatórios Não Esteroidais (AINEs), apesar das reações adversas que provocam. No Brasil e em todo o mundo plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos são utilizados pela população para tratamento e prevenção de doenças, incluindo as inflamatórias. É o que ocorre com as espécies brasileiras, Lychnophora pinaster Mart. e Symphytum officinale L., utilizadas para tratamento de inflamação, dor e reumatismo, e que já tiveram a ação antiinflamatória demonstrada. Com base no exposto, este trabalho teve por objetivo a avaliação da atividade antiinflamatória de formulações de uso tópico, como gel, emulgel e nanoemulsão, contendo extratos de Lychnophora pinaster ou Symphytum officinale. A avaliação da atividade das formulações foi realizada em modelo de edema de pata induzido pela carragenina. Todas as formulações obtidas apresentaram aspecto homogêneo e odor característicos. A medida da viscosidade para as formulações base obtidas para o gel de hidroxietilcelulose 7 %, gel de hidroxietilcelulose 14 % e emulgel foi respectivamente de 1299782,00, 555632,00 e 373067,20 cP. Os emulgéis obtidos (base e contendo os diferentes extratos vegetais) apresentaram pH igual a 6,5, para os géis preparados com a utilização de hidroxietilcelulose a 7 % e 14 % (base e contendo os extratos ou nanoemulsão) a medida deste parâmetro foi 6,0 e 6,5 respectivamente. As formulações emulgel e géis base foram avaliadas durante 180 dias de estocagem, e durante este período não apresentaram alterações nas características observadas. Todas estas formulações foram de fácil aplicação. As nanoemulsões foram obtidas como suspensões coloidais com tamanho da partícula variando entre 233,0 ± 9,39 e 245,1 ± 8,17 nm e apresentaram distribuição de tamanho unimodal, com índice de polidispersão menor que 0,184 ± 0,041. A administração tópica das formulações emulgel contendo L. pinaster nas duas concentrações avaliadas (2,0 % e 5,0 %) e gel contendo nanoemulsão de L. pinaster a 2,0 % apresentou maior atividade que o Cataflam Emulgel (cada 1,16 g equivale a 1,0 g de diclofenaco potássico), as nanoemulsões contendo L. pinaster a 1,25 % e 2,0 % mostraram atividade antiinflamatória similar ao medicamento Cataflam Emulgel, enquanto que a nanoemulsão contendo L. pinaster a 0,625% e o gel contendo L. pinaster nas duas concentrações avaliadas (2,0 % e 5,0 %) não demonstraram atividade farmacológica. A administração tópica das formulações gel e emulgel contendo S. officinale a 10,0 % e 16,0 % mostraram atividade antiinflamatória similar ao Cataflam em emulgel, as formulações emulgel contendo S. officinale a 2,0 % e 5,0 % não apresentaram atividade. A comparação entre as formulações mostra que o emulgel e a nanoemulsão contendo Lychnophora pinaster na concentração de 2,0 % e 1,25 %, respectivamente foram as formulações mais interessantes e satisfatórias dentre as analisadas para esta espécie vegetal, visto que apresentaram atividade antiinflamatória significativa com baixas concentrações de extrato, além da facilidade de produção e administração. Em relação ao Symphytum officinale, as formulações emulgel e gel contendo o extrato bruto glicólico da espécie nas concentrações 10,0 e 16,0 % também foram consideradas satisfatórias, pois além da atividade antiinflamatória semelhante ao cataflam em emulgel, elas também se apresentaram de fácil produção e administração.Item Estudo fitoquímico e avaliação da atividade antiinflamatória Lychnophora passerina (Mart ex DC) Gardn (Asteraceae).(Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Oliveira, Patricia Capelari de; Guimarães, Dênia Antunes SaúdeO homem mantém relações de subsistência com a natureza desde tempos primordiais. Nesse contexto, a natureza está relacionada aos processos de saúde e doença e serve como fonte de medicamentos para tratamento de enfermidades. As plantas medicinais ocupam lugar de destaque no fornecimento de drogas e a medicina tradicional, praticada por diversas sociedades em todo o mundo, aparece como ferramenta crucial na busca por novas drogas de origem vegetal, à medida que fornece o conhecimento associado à experimentação popular, adquirido de geração em geração, para o uso de preparações vegetais no combate e profilaxia de doenças. Espécies do gênero Lychnophora (Asteraceae) são comumente utilizadas por populações nativas do cerrado brasileiro para tratar condições inflamatórias e algésicas. O estudo fitoquímico de L. passerina resultou no isolamento de duas misturas de triterpenos pentacíclicos a partir da fração acetato de etila, sendo eles lupeol, t r x sterol, pseudot r x sterol, α e β-amirinas. O extrato etanólico bruto da espécie L. passerina e suas frações metanólica e acetato de etila foram avaliados quanto a potencial atividade anti-inflamatória in vivo e in vitro. O extrato etanólico bruto de L. passerina e a fração acetato de etila exerceram uma potente atividade inibitória da produção de NO e TNF-α por m cróf gos J774.A1 estimulados por LPS/IFN-γ. Além disso, foram capazes de estimular drasticamente o aumento nos níveis de IL-10 no mesmo modelo celular de inflamação. Por outro lado, a fração metanólica inibiu fortemente a produção de TNF-α, m s foi in tiv n inibição da produção do NO e na indução da IL-10 por macrófagos estimulados por LPS/IFN-γ. O ensaio in vivo de avaliação do edema de pata induzido pela carragenina em camundongos revelou uma inibição da formação do edema para a pomada do extrato etanólico bruto de L. passerina (LPaE) a 10%, efeito este comparável à droga padrão, diclofenaco dietilamônio (11.6 mg/ml), não havendo diferença estatisticamente significativa entre as duas preparações. As pomadas contendo as frações metanólica (LPaM) e acetato de etila (LPaA) do extrato etanólico de L. passerina na concentração de 20% apresentaram atividade significativa. Os resultados in vivo confirmaram os potentes efeitos anti-inflamatórios encontrados in vitro para o extrato etanólico bruto de L. passerina, e uma atividade de menor intensidade para as frações metanólica e acetato de etila. O fracionamento cromatográfico do extrato etanólico bruto nas frações primárias metanólica e acetato de etila não aumentou as atividades observada in vivo e dessa maneira a atividade antiinflamatória de L. passerina pode estar relacionada a efeitos sinérgicos de diferentes substâncias presentes no extrato etanólico bruto. Na medicina tradicional brasileira, macerados alcoólicos das partes aéreas de L. passerina têm sido usados para tratar condições inflamatórias, por isso, o presente estudo pode sustentar o uso popular dessa planta.Item Influência da alteração dos níveis de ferro sobre o curso crônico da infecção de camundongos pela cepa Y do Trypanosoma cruzi e sobre a dinâmica das populações dos parasitos reisolados por hemocultura.(2010) Bandeira, Lorena Cera; Carneiro, Cláudia Martins; Veloso, Vanja Maria; Carneiro, Cláudia Martins; Estanislau, Juliana de Assis Silva Gomes; Mosqueira, Vanessa Carla FurtadoNo presente trabalho foi investigada, na primeira etapa, a cura parasitológica e o processo inflamatório cardíaco e hepático em camundongos cronicamente infectados pela cepa Y do Trypanosoma cruzi e que foram submetidos à alteração dos estoques de ferro pelo uso da Desferrioxamina (DFA), tratados ou não com Benzonidazol (Bz). Utilizaram-se 80 camundongos Swiss, machos, 30 dias de idade, distribuídos em quatro grupos experimentais: INT - infectado e não tratado; BZ - infectado e tratado com Bz durante 21 dias; DFA-35 - infectado e tratado com DFA durante 35 dias e DFA/BZ-35 - infectado e tratado com Bz e DFA durante 35 dias. Dezoito meses após o inóculo foi observado que 16 camundongos (13,3%) sobreviveram à infecção. É importante mencionar que camundongos infectados com a cepa Y não sobrevivem à fase aguda da infecção. Foram utilizadas técnicas de ELISA, Hemocultura e PCR e, apesar da taxa de sobrevida de 20% nos grupos BZ e DFA-35 e 40% no grupo DFA/BZ-35, nenhum dos camundongos foi considerado curado. Isoladamente, os índices de cura foram 0% pela ELISA, 81,25% pela hemocultura e 25% pela PCR. Foi avaliado também o processo inflamatório do coração e fígado destes animais para verificar a influência dos diferentes protocolos sobre estes órgãos. Os resultados demonstraram que os animais do grupo BZ apresentaram processo inflamatório cardíaco e hepático mais intenso que o observado nos demais grupos. Fragmentos de DNA do T. cruzi foram detectados em 47,5% (67/144) das reações de PCR realizadas em diferentes tecidos dos 16 camundongos avaliados. O cólon (12/16 -75%) e o baço (4/16 - 25%) apresentaram a maior e a menor taxa de positividade respectivamente. Os resultados obtidos sugerem que os diferentes esquemas terapêuticos não promoveram a cura parasitológica nos animais. Entretanto a associação DFA/BZ-35 além de permitir uma maior sobrevida também protegeu o coração do desenvolvimento de lesões, semelhante ao observado nos animais apenas submetidos ao tratamento com DFA. Na segunda etapa, foi realizada a caracterização biológica e bioquímica das populações isoladas por hemocultura. Utilizaram-se 120 camundongos Swiss, alocados nos seguintes grupos experimentais: Cepa Y, Isolado 1A, Isolado 1B, Isolado 2A, Isolado 2B e Isolado 3. A sobrevida foi maior para os animais inoculados com os isolados 1A, 2A, 2B e 3. O período pré-patente (PPP) e o pico máximo de parasitemia (PMP) observados para os isolados foram significativamente menores do que os valores da cepa Y. O isolado 1A apresentou o maior período patente (PP) (18 dias) e o isolado 1B o dia do pico máximo de parasitemia (DPMP) mais tardio. Em relação ao processo inflamatório no coração e fígado, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos estudados. A avaliação do perfil eletroforético de isoenzimas revelou que não houve alteração para os sistemas avaliados (GPI, PGM, G6PD, ICD, GDH, MPI e 6PGDH) quando comparados à cepa Y. Esses resultados sugerem que o protocolo utilizando Bz e DFA associados pode ter alterado a dinâmica populacional dessa cepa ou ainda favorecido o surgimento de uma população menos patogênica, entretanto, não alterou seu comportamento bioquímico.