PPGEBT - Programa de Pós-graduação em Ecologia de Biomas Tropicais
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Browsing PPGEBT - Programa de Pós-graduação em Ecologia de Biomas Tropicais by Subject "Anfíbio"
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Item Caracterização ecológica dos anfíbios anuros de áreas reflorestadas do entorno da represa de Volta Grande, no Rio Grande, MG/SP.(2014) Martins, Joice Paiva Vidigal; Pires, Maria Rita SilvérioAs espécies colonizadoras precisam ter características que permitam que cheguem ao local e se mantenham com os recursos e condições ali existentes. Dentre os anfíbios, ocorrem espécies com diferentes capacidades para colonizar ambientes alterados por ação antrópica. Esses animais podem ser utilizados para avaliar a efetividade de áreas a partir de suas características ecológicas. O presente estudo foi realizado em matas ciliares reflorestadas no Cerrado, localizadas no entorno do reservatório da usina hidrelétrica de Volta Grande, entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. A mata ciliar nativa foi inundada para a formação da represa. Entre 10 e 30 anos, o entorno das áreas inundadas foi reflorestado e, atualmente, estas áreas de mata ciliar reflorestadas estão isoladas de remanescentes florestais por matrizes agrícolas. O objetivo do presente estudo foi analisar as espécies de anuros que conseguiram colonizar as matas ciliares reflorestadas, utilizando como parâmetros aspectos da paisagem local, bem como da ecologia e da história natural das espécies. Foram amostrados cinco fragmentos ciliares reflorestados entre março de 2013 e janeiro de 2014. As coletas se deram por armadilhas de pitfall, instaladas no interior das matas ciliares, e por procura ativa no período noturno associada à zoofonia, nas áreas do entorno desses fragmentos. Como resultados, as matas ciliares reflorestadas da represa Volta Grande contribuem para a conservação de 21 espécies. Não foram encontradas espécies endêmicas ou dependentes de matas ciliares. As espécies capazes de colonizar estas áreas são predominantemente resistentes à alteração antrópica, com ampla distribuição geográfica; habitat generalistas e apresentam modo reprodutivo característico de áreas abertas e ambientes lênticos. Sendo assim, os aspectos predominantes da ecologia e história natural das espécies colonizadoras podem ser utilizados para comparações em estudos futuros em matas ciliares reflorestadas. O tipo de matriz exerceu influência somente sobre a abundância da anurofauna na área com matriz seringal, enquanto a composição diferiu entre as cinco áreas. Nas menores áreas reflorestadas, foram encontrados os menores valores de equitabilidade, provavelmente em função do efeito de borda. Dessa forma, é reforçada a importância da largura da mata ciliar e conectividade com matas ciliares nativas para que apresentem melhor distribuição da abundância entre as espécies e tenham um ambiente que seja fonte de espécies típicas de mata ciliar.Item Comunidades de girinos de lagoas permanentes e temporárias em ambientes montanos.(2017) Silva Junior, Cláudio Tavares; Pires, Maria Rita Silvério; Sant'Anna, Eneida Maria Eskinazi; Pires, Maria Rita Silvério; Lourenço, Ana Carolina Calijorne; Beirão, Marina do ValeCerca de 87 % das espécies de anuros que ocorrem no Brasil apresentam ciclo de vida que inclui girinos aquáticos. Os girinos estão sujeitos à predação e às condições dos habitats, incluindo a heterogeneidade ambiental e fatores físico-químicos da água, além do risco de dessecação, devido ao hidroperíodo dos corpos d´água. Nesse trabalho, são analisados os padrões de riqueza e composição de espécies de girinos em lagoas permanentes e temporárias, com o objetivo de avaliar como os fatores físico-químicos e a heterogeneidade ambiental afetam a ocupação desses ambientes. O trabalho foi desenvolvido na região do Quadrilátero Ferrífero mineiro em cinco lagoas permanentes e quatro temporárias. Como resultado, foram encontradas diferenças na composição de espécies entre os ambientes permanentes e temporários, assim como também ao longo dos meses. Nos ambientes permanentes, turbidez e oxigênio dissolvido foram significativamente relacionados com a riqueza. Nos ambientes temporários, os fatores relacionados com a riqueza foram a temperatura da água e o pH. As maiores riquezas estiveram relacionadas com os estimadores de maior heterogeneidade das lagoas e de maior complexidade de estratificação da vegetação de entorno. Ambientes permanentes e temporários apresentaram dinâmicas e padrões de ocupação de espécies de girinos distintos ao longo do período chuvoso. O presente estudo ressalta a importância da conservação desses dois tipos de habitats, pois aumenta a diversidade local, não excluindo espécies exclusivas de somente um tipo de habitat.Item Efeito do fogo na composição, distribuição e dieta de uma taxocenose de anfíbios anuros de campos rupestres em Ouro Preto, MG.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Drummond, Leandro de Oliveira; Pires, Maria Rita SilvérioEste trabalho teve como objetivo a análise do efeito do fogo em uma taxocenose de anfíbios anuros de uma lagoa altitudinal circundada por Campos Rupestres, conhecida como Lagoa Seca (20°25’52”S; 43°29’12”W). Na primeira parte do trabalho é analisado o efeito do fogo sobre a diversidade, distribuição sazonal e ocupação do espaço pelos anuros. Para isso foram realizadas visitas quinzenais nos períodos pré-fogo, entre outubro de 2004 a setembro de 2005, e pós-fogo, entre outubro de 2007 e outubro de 2008. Dez espécies de anfíbios foram encontradas tanto no período pré-fogo quanto no período pós-fogo, sendo elas pertencentes às famílias Brachycephalidae (1 sp.), Hylidae (5 sp.), Leptodactylidae (2 sp.) e Leiuperidae (2 sp.). Cinco espécies foram encontradas, em baixa abundância, no ambiente apenas após a passagem do incêndio, indicando uma colonização facilitada pelo fogo: Scinax fuscovarius (família Hylidae), Rhinella pombali (Família Bufonidae), Leptodactylus cunicularius, Leptodactylus furnarius, Leptodactylus fuscus. Nos dois anos de estudo a pluviometria foi um dos fatores determinantes para a presença de anfíbios na Lagoa Seca, porém houve diferença no tempo de resposta dos anfíbios a variações na chuva, que foi de 5 a 10 dias antes e de 10 a 15 dias após o incêndio. A temperatura do ar afetou a atividade dos anfíbios apenas no período pós-fogo, o que pode ser conseqüência da maior flutuação térmica provocada pela retirada da vegetação. Houve notáveis mudanças na ocupação ambiental pelas espécies de anfíbios entre os anos de estudo. O aumento no número de espécies de anfíbios, associada à simplificação do ambiente provocada pela remoção da vegetação emergente, resultou em grande sobreposição espacial, aumentando a probabilidade de competição entre as espécies, o que foi comprovado para S. curicica e S. squalirostris. Foi encontrado um maior número de espécies e indivíduos utilizando bromélias como abrigo diurno após o fogo. Isto provavelmente se deve ao fato de que as bromélias não foram atingidas pelo fogo por estarem por estarem protegidas por afloramentos rochosos, associado à destruição de abrigos alternativos no entorno dos afloramentos. Na segunda parte do presente trabalho pretendeu-se analisar o efeito do fogo na dieta da taxocenose de anfíbios da Lagoa Seca. Para isso, foram avaliados os conteúdos estomacais de Leptodactylus jolyi, Scinax squalirostris, Scinax curicica logo após a passagem do incêndio. A dieta destas espécies foi composta exclusivamente por artrópodes, sendo que L. jolyi apresentou dieta com grande proporção de cupins alados, provavelmente devido a disponibilidade destes no ambiente e não devido à especialização na dieta. Scinax squalirostris e S. curicica apresentaram grande proporção de estômagos vazios, além de presas menores, menor abundância e menor volume total de presas quando comparado com L. jolyi. Esta diferença provavelmente se deve ao maior tamanho de L. jolyi, e ao hábito arborícola das espécies de Scinax, que contrastariam com o hábito terrestre/subterrâneo de formigas e cupins, insetos considerados resistentes a incêndios. É recomendada a realização de maior quantidade de trabalhos sobre o efeito do fogo sobre a fauna antes de serem utilizados incêndios controlados como forma de manejo em Unidades de Conservação no Brasil.