PPGEBT - Programa de Pós-graduação em Ecologia de Biomas Tropicais
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Item Abundância e distribuição temporal de Limnoperna fortunei Dunker, 1857 (Mollusca, Bilvalvia) nos reservatórios de Itaipu e Jupiá (PR).(2011) Mata, Frederico Augusto Ribeiro da; Sant'Anna, Eneida Maria EskinaziO molusco bivalve Limnoperna fortunei (DUNKER, 1857) comumente conhecido por mexilhão dourado, pertence à família dos mexilhões marinhos (Mytilidae), ordem Mytiloida e subclasse Pteriomorpha. Antigamente, seu hábitat ou distribuição geográfica restringia-se ao sudeste asiático, especialmente à China, entretanto em 1998 foi identificada como espécie invasora no Brasil. Os novos ambientes invadidos por esta espécie vêm apresentando diversos impactos ambientais e econômicos, seu crescimento populacional descontrolado alcançando densidades superiores a 100.000 ind./m2. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a abundância e distribuição temporal de L. fortunei nas Usinas Hidrelétricas de Itaipu e Jupiá (CESP) e os impactos da incrustação em usinas geradoras de energia elétrica em Porto Primavera (CESP). Os resultados demonstraram que processo de invasão do reservatório de Itaipu pelo L. fortunei foi muito rápido, sendo que após sua identificação no ano de 2001 em dois anos ele já apresentava maiores densidades do que detectadas no reservatório de Jupiá. Para o reservatório de Jupiá o que pode ser observado é que apesar de sua invasão ter ocorrido em 2004, às densidades encontradas foram muito baixas, similares há locais de recente introdução. Em relação à influência dos parâmetros limnólogicos sobre a densidade de L. fortunei para o reservatório de Itaipu, a oscilação da temperatura da água apresentou papel importante na regulação da densidade. No reservatório de Jupiá, observou-se que a temperatura da água (°C), oxigênio dissolvido (mg/L), condutividade (μS/cm), pH e turbidez (NTU) não foram os principais fatores reguladores na densidade L. fortunei e que neste ambiente outros parâmetros ambientais, possivelmente a disponibilidade de alimento, podem estar envolvidos neste controle. Quanto ao recrutamento populacional, ambos os ambientes apresentaram atividade reprodutiva durante todo o ano estudado, caracterizado pela presença de larvas no estágio “D”. Indivíduos no estágio de plantígrada foram encontrados em quase todos os meses. Com relação aos impactos causados pela entrada do L. fortunei na usina de Porto Primavera são similares aos ocasionados pelo Dreissena polymorpha, na América do Norte, como alteração significativa na frequência de manutenção dos equipamentos que estão em contato com a água bruta do reservatório. O sistema de resfriamento foi o que apresentou maior alteração na manutenção, equipamentos que exigiam limpeza mecânica a cada 30.000 horas passaram a necessitar de intervenção a cada 360 horas, acarretando assim, um aumento nos gastos anuais em mão-de-obra, materiais de consumo, peças de reposição e durabilidade dos equipamentos. Com relação à meta de disponibilidade anual, período em que a Unidade Geradora fica disponível para geração, não houve alteração. O comportamento reprodutivo de L. fortunei em águas brasileiras precisa ser mais bem estudado, pois é a base principal para proposição de tratamentos mais eficazes e direcionados. Ademais, outro fator considerável é a realização de monitoramento preventivo por parte das empresas do setor elétrico para a identificação inicial da infestação, o que facilitará a adoção de medidas que minimizam os impactos industriais e os altos custos financeiros.Item Acasalar demais é uma perda de tempo : custos da cópula para fêmeas de duas espécies de abelhas solitárias.(2015) Pimentel, Ana Laura de Araujo Franco Dutra; Oliveira, Reisla Silva deCopular é extremamente custoso para fêmeas e machos devido ao gasto energético, ao aumento do risco de predação, às injúrias sofridas na competição por parceiros e ao tempo gasto copulando. Apesar disso, os sistemas reprodutivos poligâmicos são os mais difundidos entre os insetos. Neste estudo, avaliamos o sistema reprodutivo da abelha solitária Arhysosage cactorum (Hymenoptera, Andrenidae) a fim de checar a poliandria na espécie. Estimamos o custo das cópulas múltiplas e da guarda de parceira para as fêmeas, em termos de tempo, e testamos as previsões de que (1) fêmeas em cópula dispendem mais tempo forrageando que sozinhas e de que (2) fêmeas evitam flores contendo machos. O estudo foi realizado durante duas estações reprodutivas da espécie, numa área dos pampas no sul do Brasil. Quantificamos as cópulas realizadas por machos e fêmeas e a duração da associação dos machos com suas parceiras após a cópula. Para avaliar se a presença dos machos altera o comportamento de forrageio das fêmeas, em campo, contabilizamos as visitas florais de fêmeas em flores contendo ou não um macho morto em seu interior. Nossos resultados mostraram que A. cactorum é uma espécie poligâmica. Os machos se mantêm associados às suas parceiras após a cópula, e são transportados pelas fêmeas enquanto elas forrageiam. Devido a este comportamento, fêmeas “tornaram-se” cerca de 80% mais pesadas e dispenderam o dobro do tempo de forrageio na flor quando associadas aos machos. Em A. cactorum a poliandria se mostrou custosa para as fêmeas. Fêmeas nunca rejeitam tentativas de cópula dos machos, mas a presença dos machos influencia o padrão de forrageio das fêmeas que evitam flores em que eles se encontram. Tal resposta das fêmeas pode ser uma contra adaptação ao comportamento de acasalamento dos machos. Na ausência de benefícios indiretos, o sistema reprodutivo de A. cactorum representa um caso de poliandria por conveniência.Item Acumulação de metais em plantas alimentícias cultivadas em solos e tecnossolos metalíferos no Quadrilátero Ferrífero.(2022) Aguiar, Francieli Pianzola Pereira de; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Souza, Daniela Boanares de; Sousa, Hildeberto Caldas deA contaminação do solo em todo o mundo é crescente. Elementos não essenciais presentes nos solos podem, de alguma forma, entrar na cadeia alimentar e se tornarem nocivos à saúde. Diante disso, com o objetivo de analisar as respostas de espécies vegetais alimentícias, cultivadas em diferentes naturezas de substratos metalíferos, avaliou-se a concentração e a absorção de elementos potencialmente tóxicos. A área de estudo limitou-se aos municípios de Ouro Preto – com áreas selecionadas de cultivos sobre canga (solo naturalmente metalífero), bem como em Mariana e Barra Longa, em áreas de tecnossolos oriundos da acumulação de rejeitos derivados do rompimento da Barragem de Fundão e em áreas não impactadas pelo rejeito adjacentes a estas, a fim de ser grupo controle. Foram analisadas quimicamente três espécies e os solos onde foram cultivadas. As concentrações dos elementos nas plantas e nos solos foram determinadas via ICP-MS e ICP-OES. Análises granulométricas e de fertilidade também foram realizadas nos solos. Os teores de elementos disponíveis nas partes consumidas das espécies foram comparados aos teores máximos permitidos para o consumo, visando verificar a segurança alimentar desses produtos. As análises de fertilidade demonstraram que o potássio disponível (K) e o magnésio trocável (Mg2+) no solo foram diferentes entre as áreas, no qual os solos não- afetados pelo rejeito apresentam valores maiores em comparação com os solos metalíferos naturais (MN) e afetados pelo rejeito (AF). Na análise geoquímica, a concentração total dos elementos no solo (Mg, P, S, Fe, Mn e Zr) demonstrou diferenças entre as áreas e o solo metalífero natural apresentou valores mais elevados. A cebolinha (Allium fistulosum L.), couve (Brassica oleracea L.) e hortelã (Mentha x villosa Huds) demonstraram maior coeficiente de absorção de macronutrientes, enquanto os elementos tóxicos, quando comparados aos níveis permitidos por instituições de controle de qualidade alimentar, demonstraram valores preocupantes. Maiores concentrações de micronutrientes encontradas na cebolinha e na couve são provenientes do cultivo em áreas não-afetadas pelo rejeito da barragem, enquanto elementos como As, Ni e Pb possuem concentrações maiores nas espécies coletadas em solo metalífero natural. A hortelã cultivada no solo de canga apresentou maiores teores de elementos como o Cu, Fe, Zn, As, Cd, Cr, Ni e Pb no solo metalífero natural. Os resultados gerais indicaram riscos potenciais à saúde no consumo dessas espécies como alimento e uso medicinal.Item Alta fidelidade temporal de interações parasito-hospedeiro.(2019) Lopes, Vitor Leandro; Moreira, Patrícia de Abreu; Costa, Fernanda Vieira; Moreira, Patrícia de Abreu; Araújo, Walter Santos de; Ribeiro, Sérvio PontesInterações antagonistas entre parasitos e aves são interessantes modelos para compreender a estrutura e dinâmica temporal das interações interespecíficas dentro de comunidades ecológicas. Abordagens envolvendo beta diversidade temporal possibilitam compreender a heterogeneidade das comunidades, dos parceiros interagentes, bem como das suas interações ao longo do tempo e, assim, entender o funcionamento do ecossistema como um todo. Neste contexto, esse estudo avaliou a estrutura e dinâmica temporal das interações entre parasitos e as aves ao longo de dois anos. Para tal, as seguintes perguntas foram formuladas: (1) Qual a contribuição da troca de espécies (turnover) e da perda/ganho de espécies (aninhamento) na composição da comunidade de parasitos e dos hospedeiros? Qual a contribuição da troca de espécies (species turnover) e do rearranjo (rewiring) nas interações parasito-hospedeiro? (2) As interações antagônicas entre parasitos e aves hospedeiras são consistentes ao longo do tempo? (3) A dinâmica temporal das interações parasito-hospedeiro são influenciadas por variações nas condições climáticas? As amostragens desse estudo foram realizadas mensalmente entre abril de 2013 e março de 2015, totalizando 24 amostras temporais. A detecção dos parasitos e, consequentemente, das interações parasito-hospedeiro foi realizada por meio da identificação molecular das linhagens dos hemosporídeos presentes no sangue das aves infectadas. Ao longo dos dois anos de coleta, capturamos 1.826 aves, encontramos 71 espécies de aves, 28 linhagens de hemosporídeos (Plasmodium e Haemoproteus) e uma prevalência de infecção em torno de 24%. Observamos que as redes antagonistas entre parasitos-hospedeiros possuem alta especificidade nas interações estabelecidas ao longo do tempo, associações muito coesas que não são afetadas pela sazonalidade e variações abióticas locais. Encontramos também que a inserção de novas espécies na comunidade interagente (turnover), e não os rearranjos das interações, são responsáveis pela dissimilaridade temporal existente no sistema estudado, afirmando que os parasitos possuem alta especificidade por determinadas aves, fato ainda não documentado na literatura. Os resultados aqui obtidos podem ser consistentes para outros sistemas antagonistas, tais como interações predador-presa e planta-herbívoro. Assim, esses achados podem dar suporte para a solução de problemas globais atuais, tais como os que envolvem agentes patogênicos emergentes que atualmente ameaçam a saúde dos ecossistemas.Item Análise da espécie Bibimys labiosus (Winge 1887) (Rodentia, Sigmodontinae) ao longo da sua distribuição geográfica no Brasil.(2014) Diório, Daniela Gonçalves; Pires, Maria Rita SilvérioBibimys labiosus é um roedor sigmodontíneo pertencente à Tribo Scapteromyni, caracterizado pela região labial proeminente e de coloração rosada. De acordo com a literatura, a espécie está distribuída ao longo de cinco estados brasileiros, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, além de algumas localidades na Província de Misiones, na Argentina. Nos últimos anos, houve um aumento no número de espécimes depositados em coleções zoológicas. Contudo, esse material ainda não havia sido analisado, visando atualizar o conhecimento sobre a espécie. Nesse sentido, a partir da análise dos novos exemplares e localidades disponíveis, o presente estudo buscou avaliar as variações morfológicas, morfométricas, ontogenéticas e sexuais ao longo da distribuição geográfica da espécie no Brasil e apontar regiões onde deverão ser intensificados os esforços de coleta em estudos futuros. Foram levantadas informações em todas as coleções científicas brasileiras, onde estão depositados espécimes de B. labiosus. Para as análises morfológicas e morfométricas, foram utilizadas 20 medidas cranianas. A variação ontogenética dos caracteres foi avaliada através do teste de Análise de Variância e o teste de Comparações Múltiplas de Tukey. A Análise de Componentes Principais foi empregada no estudo da variação geográfica dos caracteres. Após o sequenciamento do gene mitocondrial citocromo b, foi elaborada, por meio do método da Máxima Verossimilhança, uma árvore filogenética. Por meio do software Maxent, e considerando 19 variáveis bioclimáticas, foi proposto o mapa de distribuição potencial para a espécie. Foi reunido, para o presente estudo, um total de 81 espécimes, provenientes de 26 localidades nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Não foi observado dimorfismo sexual. A variação ontogenética foi maior entre as classes etárias 2 e 5. As análises de variação geográfica e molecular demonstram que não ocorre separação geográfica entre as populações de B. labiosus. Foi elaborado um novo mapa de distribuição geográfica, contendo todas as localidades registradas para a espécie. A distribuição potencial apontou as regiões maior probabilidade de encontro de B. labiosus nas regiões do sudeste, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e São Paulo.Item Análise da resistência térmica e diversidade da comunidade de borboletas frugívoras.(2019) Silva, Vanessa Diniz e; Cardoso, Danon Clemes; Beirão, Marina do Vale; Cardoso, Danon Clemes; Cornelissen, Tatiana Garabini; Cordeiro, Marco Antônio AlvesCondições ambientais como temperatura, umidade do ar e disponibilidade de recursos, são condições que limitam os organismos aos habitats em que vivem, direcionando sua distribuição. Borboletas frugívoras são organismos dependentes das condições ambientais de seu habitat, por isso são sensíveis a qualquer variação nas condições abióticas. Assim, considerando as mudanças climáticas e seu efeito na temperatura média anual, as borboletas podem ser úteis no monitoramento das alterações ambientais. Testamos a composição e a diversidade das borboletas frugívoras presentes em dois ambientes contrastantes. Foram amostradas 50 espécies em indivíduos onde a abundância e a riqueza de espécies não diferiram entre os habitats. A composição das espécies entre os habitats diferiu, esse fato pode ocorrer devido aos recursos vegetais disponíveis nos habitats. A distribuição das borboletas apresenta variação na diversidade temporal, e essa dissimilaridade ocorreu principalmente pela substituição de espécies. Os meses chuvosos são os meses mais abundantes e ricos, apresentando os meses de outubro e novembro como os meses de maior concentração de espécies. Esse fato pode ser explicado pelo aumento da produção de folhas e frutos devido ao aumento da precipitação. Ao analisar a diversidade das espécies de borboletas em diferentes habitats, nosso estudo abrange mais áreas e amostra maior número de espécies, contribuindo de forma mais completa para o conhecimento da comunidade local.Item Análise genética de um bando de catetos (Pecari tajacu) provenientes de cativeiro.(2019) Gomes, Paula Teixeira; Cristiano, Maykon Passos; Cristiano, Maykon Passos; Yotoko, Karla Suemy Clemente; Facchin, SusanneUm grande número de espécies de vertebrados terrestres está sofrendo declínio populacional, causado principalmente pelas pressões antrópicas. No Brasil, 110 espécies de mamíferos estão em risco de extinção, no entanto, muitas espécies ameaçadas regionalmente, não foram incluídas, como por exemplo o Pecari tajacu, nesta lista. O P. tajacu (Tayassuidae), popularmente conhecido como cateto, é altamente social e distribuído por todos os biomas terrestres do Brasil, e se estende a toda região neotropical. No entanto, as populações dessa espécie estão sendo reduzidas localmente, como no estado de Minas Gerais, em consequência da fragmentação do habitat e da caça predatória. Assim, medidas para reestabelecer essas populações estão sendo adotadas nesse estado. Estudos genéticos, comportamentais, parasitológicos e etnozoológicos foram realizados em um grupo de catetos cativos, com intuito de reintroduzir esses indivíduos em seu habitat natural. Neste contexto, os estudos genéticos são essenciais, pois por meio deles é possível quantificar a diversidade genética, o parentesco, dentre vários outros parâmetros importantes para a reintrodução dos animais na natureza. Sendo assim, este estudo teve como objetivo avaliar a diversidade genética de um grupo de 20 catetos nascidos em cativeiro de uma população com aproximadamente 70 indivíduos da Fazenda Engenho D’Água, localizada em São Bartolomeu, Minas Gerais, Brasil, por meio de marcadores microssatélites. Os dados genéticos gerados neste trabalho serão utilizados para avaliar a viabilidade de reintrodução dos catetos em seu habitat natural e também para propor medidas para o manejo e conservação dessa espécie. Foram utilizados oito microssatélites para caracterizar os indivíduos. Esse grupo apresentou uma alta diversidade genética, indicando que ele é geneticamente diverso. Os indivíduos fundadores da população de catetos da fazenda vieram de apreensões do IBAMA em seis regiões geográficas distintas, assim, quando foi formada a população da fazenda, cada um dos indivíduos trouxe a própria composição genética das populações de origem. Isso, pode explicar em partes os valores estimados para o grupo cativo, encontrados neste estudo. Não foi observado desequilíbrio de ligação significativo para os loci analisados, e seis loci microssatélites apresentaram desvios significativos ao equilíbrio de Hardy-Weinberg. Os desvios encontrados estão relacionados as deficiências de heterozigotos, representadas pelos coeficientes de endocruzamento (F>0). Como o grupo estudado foi amostrado aleatoriamente da população de catetos da fazenda, possivelmente durante a amostragem ele foi formado por animais de diferentes subpopulações, pois os 70 indivíduos estavam todos localizados no mesmo recinto. Assim, o efeito Wahlund pode ser o responsável pelo desvio. Outro fator responsável pelo desvio ao equilíbrio de Hardy-Weinberg foi o excesso de heterozigotos, provavelmente ocasionado pela mistura de indivíduos de origens distintas. Os resultados gerados com este trabalho indicaram que o grupo estudado possui uma composição genética para a reintrodução na natureza, mas a adoção de algumas estratégias antes e após a soltura dos animais na natureza são fundamentais, para que em longo prazo a sobrevivência dos indivíduos não seja comprometida.Item Análise sobre a composição da microbiota cutânea de anfíbios anuros em ambiente contaminado por arsênio.(2017) Cordeiro, Isabella Ferreira; Pires, Maria Rita Silvério; Moreira, Leandro Marcio; Pires, Maria Rita Silvério; Feio, Renato Neves; Ribeiro, Sérvio PontesOs microrganismos estão suscetíveis aos atributos químicos e físicos do substrato onde vivem, tais como temperatura, pH, disponibilidade de água, radiação, nutrientes, contaminantes e outros. Portanto, a microbiota presente na epiderme dos anuros expostos a estas variáveis pode ter sua composição modulada. O presente trabalho teve como objetivo analisar a composição da comunidade microbiana cultivável e sua resistência ao arsênio oriunda da pele de anfíbios da Estação Ecológica do Tripuí (EET – Ouro Preto, MG), na tentativa de compreender a importância deste fenômeno na relação e manutenção da sobrevivência do vertebrado associado. Para tanto, 214 isolados bacterianos foram obtidos a partir de 4 espécies capturadas em diferentes microambientes dentro da EET, um local naturalmente contaminado por esse elemento. Da mesma forma 68 isolados bacterianos foram obtidos a partir de 3 espécies de anuros da região do Jardim Botânico de Brasília (JBB), uma região controle, livre desta contaminação. Os resultados mostraram uma maior porcentagem de isolados resistentes a arsênio obtidos a partir de anuros da EET, além de apresentarem resistência a concentrações de 5 a 10 vezes maiores que isolados bacterianos obtidos a partir de anuros do JBB. Outro dado que chamou a atenção tem relação com a maior resistência associada a isolados obtidos a partir de anuros da EET que naturalmente estão mais expostos ao contato direto com a à água, como é o caso de Ololygon luizotavioi, frente às espécies Ischnocnema izecksohni (arbustiva) e Vitreorana uranoscopa (arborícola). Este estudo piloto estabeleceu pela primeira vez uma relação direta entre a microbiota associada a pele de anfíbios e a resistência a metais pesados do meio, pemitindo-se inferir que possam estar envolvidas com a manutenção da sobrevivência da espécie vertebrada, que classicamente é muito sensível a exposição a elementos tóxicos como o arsênio. Um provável fenômeno decorrente de coevolução entre as espécies que precisa ser melhor explorado e compreendido.Item Anfíbios anuros de serrapilheira do parque Estadual do Rio Doce : resposta à disponibilidade de recursos e aos fatores climáticos.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Rievers, Camila Rabelo; Pires, Maria Rita SilvérioA herpetofauna associada à serrapilheira apresenta características complexas e particulares quanto ao uso de recursos e estratégias reprodutivas. Ainda há muitas lacunas sobre os padrões de distribuição, abundância, riqueza e diversidade da herpetofauna e os fatores que os influenciam. A presente dissertação teve como objetivo estudar a comunidade de anuros associados à serrapilheira do Parque Estadual do Rio Doce (PERD), e sua relação com a heterogeneidade do habitat, a disponibilidade de alimento e as variáveis climáticas, de forma a entender padrões locais de distribuição, abundância e riqueza de espécies. O estudo foi realizado em três áreas (Preta, Central e Aníbal) de estruturas variáveis do habitat na Floresta Estacional Semidecidual no PERD. Foram realizadas campanhas mensais, no período de abril de 2007 a março de 2008, utilizando armadilhas de queda (“pitfall traps”) para a coleta de anfíbios anuros e artrópodes. Amostras de serrapilheira foram coletadas e analisadas. Foram registrados 326 anuros pertencentes a 15 espécies, representando oito famílias: Brachycephalidae (2 sp,), Bufonidae (1 sp,), Craugastoridae (1 sp,), Eleutherodactylidae (1 sp,), Hylidae (4 sp,), Leiuperidae (2 sp,), Leptodactylidae (2 sp,), Microhylidae (2 sp,). A serrapilheira é um habitat peculiar, disponibilizando ambientes e condições específicas que suportaram uma fauna abundante de espécies raras e menos abundante de espécies comuns. Do total de indivíduos amostrados, 117 (36%) foram registrados na Preta, 189 (58%) na Central e 20 (6%) na Aníbal. Houve uma maior similaridade entre as áreas Preta e Central. Essas áreas assemelham-se quanto às características estruturais, disponibilidade e heterogeneidade de habitat, composição florística, produção de serrapilheira e microclima, sustentando taxocenoses de anfíbios anuros de semelhante composição, riqueza, diversidade e abundância. As variáveis que explicaram significativamente a variação espacial da abundância, riqueza e biomassa de anuros no PERD foram a biomassa de serrapilheira, juntamente com a riqueza de taxa de artrópodes. A serrapilheira produzida é composta por diversos componentes vegetais, que disponibilizam uma grande quantidade e diversidade de habitats e microhabitats, sustentando uma diversa fauna de artrópodes, que por conseqüência dá suporte para uma comunidade abundante de anuros. A variação sazonal da abundância, riqueza e biomassa dos anuros não foi explicada de modo significativo pelas variáveis analisadas. Entretanto, a pluviosidade e a biomassa de serrapilheira estão associadas à variação sazonal da comunidade de anuros de serrapilheira do PERD.Item Aptidão reprodutiva e estrutura de um candeial com elevada mortalidade.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Campos, Núbia Ribeiro; Ribeiro, Sérvio PontesInvestigamos as características reprodutivas e a herbivoria em duas populações de E. erythropappus, uma com alta mortalidade e um controle, em uma floresta montana do sudeste do Brasil. Esperamos que a população em declínio apresente menor aptidão e maior vulnerabilidade a herbivoria do que a população resistente. Foram marcadas aleatoriamente e monitoradas 20 árvores por população de 2009 a 2011, nas quais foram mensuradas características da arquitetura copa, produção de flores, conversão em aquênios e área foliar perdida por herbívoros mastigadores. A presença de embrião foi verificada por testes de raios-X e testes de germinação foram realizados. Os indivíduos da população em declínio foram em média maiores em diâmetro do tronco em relação a população resistente, o que explicou as diferenças nas características reprodutivas. No entanto, ambas as populações apresentaram proporções equivalentes de aquênios com embriões. A população em declínio apresentou taxas de herbivoria semelhantes a população resistente em 2009, e significativamente menor em 2011. A herbivoria registrada foi inferior a 3% de área foliar perdida, que é muito baixo para os trópicos. As taxas de mortalidade observadas recentemente não apresentaram efeitos significativos na reprodução e poderá facilitar uma nova geração, devido a luz disponível no subosque e aos indivíduos remanescentes que estão reproduzindo ativamente.Item Arquitetura aérea de Lychnophora ericoides Mart. (Asteraceae) em complexos rupestres de quartzito e canga do Quadrilátero Ferrífero, sudeste do Brasil.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Bueno, Amauri Pires; Sousa, Hildeberto Caldas deIntrodução e objetivos: Arquitetura aérea vegetal pode ser definida como a organização tridimensional dos componentes da planta no espaço e é resultado da combinação de fatores genéticos e ambientais. Não existe uma morfologia ideal única e sim diferentes soluções morfológicas às particularidades ambientais. Nossos objetivos foram verificar se arquitetura aérea de L. ericoides varia em resposta a diferentes condições edáficas e entender como sua forma se relaciona com sua reprodução. • Métodos: Oito populações, igualmente distribuídas, em complexos rupestres de quartzito e canga foram amostradas no Quadrilátero Ferrífero. Análises geoquímicas e granulométricas foram realizadas para investigar possíveis diferenças nas características nutricionais dos solos oriundos de ambos os complexos. Oito parâmetros morfométricos (altura do ramo principal, altura máxima, diâmetro do ramo principal, altura da primeira ramificação, diâmetro da copa, número de ramos secundários e terciários, número de inflorescências e área foliar estimada) foram mensurados em 160 indivíduos adultos de L. ericoides. Uma análise discriminante foi usada para separar arquitetonicamente as plantas em função de seu habitat. A densidade e potencial reprodutivo estimado foram calculados para cada uma das populações. Regressão linear múltipla e ANCOVA foram usadas para verificar as relações entre forma e reprodução das plantas. • Resultados: Os solos dos complexos rupestres de canga se mostraram nutricionalmente mais férteis e apresentaram o dobro de partículas de argila quando comparado a solos de complexos rupestres de quartzito. As plantas puderam ser discriminadas arquitetonicamente em função do habitat sugerindo que a plasticidade fenotípica de L. ericoides esteja relacionada com as diferenças nutricionais do solo. Não foram observadas diferenças significativas nas densidades populacionais. Por outro lado, o potencial reprodutivo variou significativamente entre as populações, mas não entre complexos rupestres de canga e quartzito. O potencial reprodutivo foi diretamente correlacionado com o número de ramos e o diâmetro da copa das plantas. • Conclusões: As populações estudadas apresentaram alto polimorfismo no porte e tamanho das folhas. A arquitetura aérea de L. ericoides está intimamente relacionada a sua reprodução e parece ter evoluído condicionada pelas pressões ambientais oriundas do solo. A plasticidade fenotípica registrada para a espécie pode ser um indício de especiação por isolamento de longa data associado aos diferentes substratos do Quadrilátero Ferrífero.Item Aspectos da biologia de Melipona quinquefasciata Lepeletier (Mandaçaia do chão), características físico-químicas do mel, recursos alimentares e leveduras associadas.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Calaça, Paula de Souza São Thiago; Itabaiana, Yasmine AntoniniOs meliponíneos constituem um grupo de abelhas eussociais bem diversificado que ocorre principalmente em países da região Tropical. Melipona quinquefasciata pertence a este grupo e ocorre na parte sul do Estado do Ceará, na Bahia, Piauí, Pernambuco, sul do Estado do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Conhecida como mandaçaia-do-chão, a espécie diferencia-se das demais do gênero por nidificar no subsolo. O estudo foi desenvolvido no Parque Estadual Veredas do Peruaçú, uma área de Cerrado no norte de Minas Gerais. O objetivo deste trabalho foi descrever a biologia da nidificação de Melipona quinquefasciata por meio da avaliação dos recursos florais utilizados, caracterizar as propriedades físico-químicas do mel e verificar a diversidade e a abundância de leveduras associadas à espécie. A técnica de transferência dos ninhos naturais para caixas de criação racional modelo Uberlândia obteve sucesso e pode ser utilizada para o manejo desta espécie. Melipona quinquefasciata mostrou-se uma espécie generalista, porém com preferência por determinadas famílias e espécies botânicas. As principais fontes de néctar foram: Anacardiaceae (Anacardium cf. humile), Fabaceae (Copaifera sp., Mimosa cf. arenosa), Melastomataceae (Mouriri pusa, Macairea radula), Ochnaceae (Ouratea sp.), Polygalaceae (Bredemeyera barbeyana) e Sapindaceae (Cupania paniculata). As principais fontes de pólen foram: Fabaceae (Copaifera sp., Mimosa cf. arenosa), Myrtaceae (Eugenia dysenterica) e Ochnaceae (Ouratea sp.). As propriedades físico-químicas do mel de M. quinquefasciata foram similares aos méis de outras espécies de Melipona, com 28,02% de umidade, 73,93% de açúcares redutores, 0,94% de sacarose aparente, 6,45 UI de atividade de invertase, 44,61 meq.kg -1 de acidez livre, e 3,70 de pH. O número médio de leveduras no saburá foi de 6,0x10 3 ufc/g, no mel maduro foi de 6,0x10 2 ufc/mL e no mel imaturo foi de 8,4x10 3 ufc/mL. A contagem de leveduras foi maior em amostras de mel imaturo, em todas as três coletas o que evidencia que a abundância e a diversidade de leveduras diminuem, na medida em que ocorre o processo de maturação do mel. A espécie Candida sp. MUCL 45721, uma espécie para a qual ainda não foi feita descrição taxonômica, foi a mais freqüente nas amostras. A maior diversidade de leveduras esteve associada ao corpo das abelhas adultas e dentre estas, muitas são características do filoplano de plantas e do néctar de flores. M. quinquefasciata tem papel de vetor na distribuição de microrganismos entre plantas.Item Aspectos da história de vida de Arthrocereus glaziovii (K.Schum.) N.P.Taylor & Zappi (Cactaceae), uma espécie endêmica do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil.(2017) Oliveira, Danilo Vieira; Itabaiana, Yasmine Antonini; Locatelli, Marcus Vinícius; Itabaiana, Yasmine Antonini; Leandro, Cristiane Martins; Mendonça Filho, Carlos VictorOs campos rupestres ferruginosos são ambientes com alta biodiversidade e com alto grau de endemismo para espécies da flora. Organismos que vivem nesses ambientes estão adaptados a condições edafoclimáticas adversas. Dentre estas espécies, Arthrocereus glaziovii (K.Schum.) N.P.Taylor & Zappi, cacto colunar arbustivo ameaçado de extinção e endêmico do Quadrilátero Ferrífero, localizado no extremo sul da Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais. Investigamos neste estudo aspectos da história de vida de A. glaziovii como biologia floral e reprodutiva, densidade, distribuição espacial, fenologia reprodutiva, levantamento de visitantes florais e germinação de sementes. A biologia e morfologia florais sugerem a síndrome de esfingofilia. Apresenta padrão fenológico de floração do tipo anual com duração intermediária. Floração e frutificação foram assincrônicas entre as áreas de estudo. O número de flores e frutos foram positivamente influenciados pela temperatura, mas não foram influenciados pela pluviosidade. Encontramos dimorfismos para as flores de A. glaziovii, com flores de diferentes tamanhos entre as áreas de estudo e polimorfismos estilares, ou seja, flores com diferentes tamanhos do estilete. Experimentos de polinização controlada revelaram que o padrão reprodutivo diferiu entre as áreas de estudo, sendo que na Área 1 há limitação polínica, porém, na Área 2, os polinizadores foram mais eficientes. Os polinizadores noturnos foram mais eficientes que os polinizadores diurnos, pois foram responsáveis por uma maior produção de frutos e sementes em A. glaziovii. A. glaziovii foi considerada como parcialmente auto-compatível, mas com forte tendência à xenogamia, não excluindo portanto a forte dependência desta espécie de polinizadores para a reprodução cruzada. Os experimentos envolvendo germinação de sementes revelaram que as sementes oriundas do tratamento polinização natural germinaram mais do que as sementes oriundas do tratamento polinização cruzada manual. A densidade de cactos foi diferente entre as áreas de estudo, e o padrão de distribuição espacial foi do tipo agregado em ambas. Acreditamos que tais resultados serão de grande utilidade para a conservação, manejo e ainda utilização de A. glaziovii em programas de recuperação de áreas degradas no Quadrilátero Ferrífero.Item Aspectos ecológicos da ocorrência de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse, 1984) (DIPTERA:CULICIDAE) em áreas verdes urbanas e residenciais.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2013) Pedrosa, Michelle Cristine; Ribeiro, Sérvio PontesAedes aegypti e Ae. Albopictus sofrem efeitos consideráveis, mas contrários, da urbanização e cobertura vegetal. Este estudo verificou se estas espécies estão presentes em áreas verdes inseridas e avaliou os aspectos dessa ocorrência em cidades com diferenças altitudinais e climáticas de uma mesma região. O estudo foi desenvolvido em duas áreas verdes de Ouro Preto e Mariana, Minas Gerais, com um total de 60 ovitrampas instaladas durante 15 semanas de 2009 e 3 semanas em 2012. A presença de Ae. aegypti e Ae. albopictus foi detectada, sendo coletados 4.793 imaturos no total. Aedes albopictus foi a espécie mais abundante (80,5 %) e Mariana apresentou a maior abundância dos culicídeos. O Índice de Positividade de Ovitrampa (IPO) máximo foi de 86% para ambas cidades e a distribuição dos ovos nas palhetas revelou disposição agregada. Em geral, locais com elevada abundância de Ae. albopictus também tiveram grande número de indivíduos de Ae. aegypti. Embora seja clara a relação de coexistência, foi observada uma separação espacial de habitats dentro destes locais favoráveis, sugerindo competição interespecífica por sítios de oviposição. A proporção das espécies nas áreas verdes foi similar em ambas cidades. Pluviosidade explicou o aumento de abundância apenas de Ae. albopictus. Os vetores ocorreram em áreas verdes urbanas mesmo em cidades sem casos de dengue e com altitude elevada. A elevada abundância de Ae. albopictus e a possível relação competitiva deste com Ae. aegypti leva a crer que áreas verdes possam ter um papel na desaceleração de infestações urbanas. A compreensão dos padrões de ocorrência dessas espécies em situações pouco estudadas e em locais com recente estabelecimento pode ser importante para a prevenção da dengue. O monitoramento de áreas verdes,é necessário para auxiliar na prevenção e controle da doença.Item Atividade da enzima redutase de nitrato em três espécies de campos ferruginosos (canga) responde a fertilização nitrogenada.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2009) Casarino, Jane Eyre; Kozovits, Alessandra RodriguesAs atividades antrópicas têm aumentado consideravelmente a entrada de nitrogênio no solo de áreas agrícolas e sistemas naturais, podendo causar profundas modificações na fisiologia, morfologia e ecologia das plantas. Neste contexto, a atividade da enzima redutase de nitrato (RN) torna-se uma importante ferramenta para o entendimento das respostas das plantas ao aumento da disponibilidade de N nos solos através da deposição atmosférica, já que é a enzima chave do metabolismo de N e se mostra bastante responsiva ao seu substrato. O presente estudo foi realizado em uma área de campo ferruginoso, sistema rupestre caracterizado pela baixa disponibilidade de N, no Campus da Universidade Federal de Ouro Preto, MG. Foram selecionados 10 indivíduos de três espécies pertencentes a grupos funcionais de alta, intermediária e baixa atividade de RN, respectivamente, Eremanthus incanus (Less.) Less., Byrsonima variabilis A. Juss. e Matayba marginata Radlk. Para cada espécie, os indivíduos foram divididos em dois grupos: controle e tratamento, que consiste em adições mensais de nitrato de amônio, totalizando um incremento de 30kg N ha -1ano-1. As atividades reais e potenciais de RN foram mensuradas in vivo mensalmente a partir de reação colorimétrica para quantificação de nitrito. Também foram realizadas medidas alométricas nos indivíduos, concentração de N e P foliar, taxa de retranslocação, AFE, quantidade total de folhas e quantificação da deposição atmosférica de nutrientes na área de estudo. A vegetação dos campos ferruginosos apresentou espécies com diferentes habilidades para usar o nitrato, sendo que E. incanus, apresentou o maior valor para a atividade da enzima redutase de nitrato, seguida por M. marginata e B. variabilis; não foram observadas correlações positivas entre os teores de N foliar e atividades de redutase de nitrato; entre a quantidade de nitrogênio adicionada e a concentração foliar de N e eficiência de retranslocação de N foliar durante a senescência e nem com o aumento da área foliar específica ou número de folhas; para as espécies M. marginata e B. variabilis observou que a resposta da atividade real de RN respondeu mais prontamente, em pelo menos alguns dos meses do estudo, a deposição de N, do que as mudanças na morfologia, concentração e taxa de retranslocação de N foliar, que nem mesmo chegaram a demonstrar diferenças entre os grupos tratamento e controle durante o estudo. Sendo assim, pode-se inferir que nessas espécies a atividade de RN foi um indicador mais sensível e precoce da poluição nitrogenada do que os métodos tradicionalmente usados (mudanças morfológicas, taxas de retranslocação, etc.). Para a espécie E. incanus, não foram observadas mudanças na atividade da RN e em nenhum dos parâmetros tradicionais. Novos estudos devem ser realizados, preferencialmente, de duração superior ao do presente trabalho, para que outros fatores, como associações micorrízicas e maior detalhamento de características do solo entre outros, possam ser considerados, o que poderá proporcionar resultados mais específicos sobre o ecossistema de canga, podendo, assim, ser percebido mais nitidamente o efeito da adição de N no referido ambiente.Item Atividade reprodutiva de anuros em uma lagoa temporária em Campo Rupestre.(2016) Moura, Filipe Rodrigues; Pires, Maria Rita Silvério; Pires, Maria Rita Silvério; Eterovick, Paula Cabral; Sant'Anna, Eneida Maria EskinaziA maioria das espécies de anfíbios anuros se agregam nas proximidades de corpos d´água para a reprodução em período quentes e chuvosos, podendo utilizar, para tanto, riachos, lagoas ou poças temporárias. Os ambientes temporários, mesmo limitados em extensão, podem oferecer condições para a reprodução de diferentes espécies de anuros ao longo de uma estação chuvosa. Entre os anuros são descritos diversos modos reprodutivos, o que implicam na dependência de determinados tipos de ambientes ou recursos. No presente estudo foi acompanhada durante semanas alternadas (04/11/2014 a 30/06/2015) a ocupação de anfíbios anuros em uma lagoa temporária e sua atividade reprodutiva ao longo de uma estação chuvosa. O objetivo do estudo foi identificar como esses utilizam os microambientes disponíveis e os fatores que determinam a sua ocupação. Esta lagoa está situada em uma área de campo rupestre (aproximadamente 1600 metros de altitude) e permanece seca no período de inverno. Foi registrado um total de nove espécies de anuros, nunca simultaneamente, sendo que a maior riqueza (seis espécies) foi observada no primeiro evento de cheia. Em função das variações na profundidade da lagoa três tendências de ocupação foram registradas: espécies que utilizam o ambientem apenas nas primeiras chuvas, espécies que são encontradas durante toda a estação chuvosa e aquela que inicia a atividade nas primeiras chuvas, tem uma pausa e retornam quando a lagoa abaixa seu nível. Leptodactylus jolyi só esteve em atividade quando a lagoa não se encontrava completamente cheia. Situação contrária foi observada para Scinax squalirostris, registrada exclusivamente em momentos de cheia da lagoa, próximo ao seu nível máximo. Phyllomedusa ayeaye esteve em atividade logo após a chegada das primeiras chuvas. Foi registrada grande diversidade de modos reprodutivos entre as espécies, o que pode ser interpretado como indício da heterogeneidade de microhabitat. A umidade relativa do ar influenciou negativamente a atividade de vocalização dos machos e a riqueza de anuros na lagoa. O número de machos vocalizando foi correlacionado às variações no nível da profundidade da lagoa. Essas variações promoveram o surgimento de diferentes microambientes, que foram utilizados como sítios de vocalização e nidificação pelos anuros. A diversidade de espécies no ambiente temporário foi favorecida pelas alterações nos microhabitat no espaço e no tempo, que diminui a competição pelos sítios de vocalização e nidificação das diferentes espécies.Item Atributos funcionais morfológicos e anatômicos foliares de plantas de campo rupestre ferruginoso respondem abundancia?(2017) Eduardo, Denny Fernandes; Sousa, Hildeberto Caldas de; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Sousa, Hildeberto Caldas de; França, Marcel Giovanni Costa; Isaias, Rosy Mary dos SantosAtributos funcionais foliares são utilizados para um melhor esclarecimento sobre as adaptações que cada espécie tem em cada ambiente específico, e podem indicar quais características são mais importantes em espécies mais e menos abundantes em um determinado espaço e tempo. Diferentes histórias de vida das plantas podem ter sucesso em um mesmo espaço e tempo, podendo selecionar adaptações distintas com relação à economia de água, e sua aquisição e manutenção pelas folhas. Os campos rupestres ferruginosos são ambientes montanos que ocorrem acima de 900m e impõem severidade ambiental nas plantas por estresse hídrico devido à marcada estação seca, alta radiação, exposição a ventos e a ocorrência de solos rasos. É comum a ocorrência de neblina durante o ano todo, e as plantas podem absorver água pelas folhas quando ocorrem este evento o qual pode influenciar nos níveis de esclerofilia das folhas. Para analisar as adaptações que as plantas possuem neste tipo de ambiente, foram selecionadas cinco espécies mais abundantes, Tibouchina heteromalla, Baccharis reticularia, Diplusodon buxifolius, Periandra mediterranea e Erytroxylum mirophyllum, e cinco menos abundantes Myrsine squarrosa, Miconia coralina, Eremanthus incanus, Ouratea semiserrata e Trembleya laniflora, a partir do trabalho de (Arias 2016). E foram analisados a área foliar, área foliar específica, massa foliar específica, espessura do limbo foliar, espessura da cutícula, espessura da epiderme adaxial, espessura do parênquima paliçádico, espessura do parênquima lacunoso, espessura da epiderme abaxial, espessura da cutícula abaxial, densidade e área estomática. As espécies mais abundantes apresentaram áreas foliares reduzidas, maiores valores de área foliar específica, menores valores de massa foliar específica, menor espessura do limbo foliar, menor espessura da cutícula adaxial, maiores células epidérmicas na face adaxial, menor espessura do parênquima lacunoso, maior espessura da epiderme abaxial e menor espessura da cutícula abaxial, maior densidade estomática e também maiores valores de área estomática. Além disso, T. heteromalla, B. reticularia e D. buxifolius são anfiestomáticas tais características podem melhorar o desempenho fotossintético, refletindo na maior produtividade e crescimento das plantas mais abundantes. Em outro contexto, as espécies apresentaram convergência evolutiva em atributos que favorecem a absorção de água e manutenção nas folhas quando ocorrem eventos de neblina, como pubescência pesada e células mucilaginosas, além de atributos que podem estar relacionados à diminuição da temperatura da folha, como drusas de oxalato de cálcio. Indicando que a neblina é um fator muito importante na seleção das espécies que ocorrem nos campos rupestres ferruginosos. Palavras chave: Atributos funcionais foliares, área foliar específica, massa foliar especifica, anatomia foliar, atributos que podem estar relacionados com a absorção de água nas folhas.Item Avaliação da deposição atmosférica de poluentes em ecossistemas aquáticos montanos do Quadrilátero Ferrífero (MG).(2019) Alves, Natacha Jordania da Silva; Sant'Anna, Eneida Maria Eskinazi; Sant'Anna, Eneida Maria Eskinazi; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Bezerra Neto, José FernandesEstudos sobre a vulnerabilidade dos ecossistemas aquáticos montanhosos à deposição atmosférica são ainda incipientes, apesar da presença marcante de ecossistemas altitudinais e da expressividade da principal atividade econômica de produção industrial (mineração) no Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais). O presente estudo teve como objetivo determinar a ocorrência de poluentes transpostos via deposição atmosférica úmida em ambientes altitudinais no parque Estadual do Itacolomi (PEIT) e no Parque Estadual de Ouro Branco (PEOB), notadamente próximo a corpos d’água. Deste modo o estudo foi desenvolvido em áreas que englobam duas lagoas temporárias da região do Quadrilátero Ferrífero (Minas Gerais). As coletas de deposição úmida foram realizadas durante o período seco e período chuvoso, para obtenção de amostras de dois vetores de transporte de elementos, neblina e chuva. Foram realizadas análises de metais e semimetais, além de Nitrogênio e Fósforo e do pH das amostras. Os resultados indicaram que os elementos mais frequentes e com maiores concentrações nas amostras foram Ca, K, S, Ba, Sr, Zn, Al, Fe, Mg e Na. O pH exibiu características levemente ácidas a neutras (> 5.0 < 7.0), sobretudo na região do Parque do Ouro Branco. A neblina representou a principal via de entrada de elementos na área do PEIT, enquanto a chuva apresentou maior representatividade na dispersão de poluentes na área do PEOB. Os elementos Ca, K e S apresentaram maiores concentrações nas amostras de neblina na área do PEIT. A deposição via precipitação pluviométrica foi mais expressiva na área do PEOB, destacando-se as altas concentrações de K e Na. Foram detectados valores elevados de Nitrogênio e Fósforo em comparação com outros ambientes montanhosos, dissolvidos nas amostras das áreas estudadas, sugerindo uma contribuição expressiva dessas vias atmosféricas para a entrada de nutrientes nos ecossistemas aquáticos da região. Os valores de deposição de elementos por área indicam alta entrada de poluentes, sobretudo de Nitrogênio, cuja taxa de deposição foi superior a 8000 µg/cm2 /ano. Os resultados obtidos sugerem uma influência das vias úmidas chuva e neblina na entrada de elementos nas áreas altitudinais estudadas, com grande possibilidade de replicação para as demais áreas do Quadrilátero Ferrífero.Item Avaliação da sustentabilidade de um trecho de mata ciliar inundável à margem do Rio das Velhas, Sabará, MG, com o uso de indicadores vegetais de restauração.(Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto., 2013) Ferreira, Vinícius Londe; Sousa, Hildeberto Caldas deA vegetação é um parâmetro importante na classificação de habitats, pois as plantas são elementos conspícuos e estacionários do ecossistema, havendo relativa facilidade em sua mensuração e acompanhamento ao longo do tempo. No presente trabalho objetivou-se conhecer a estrutura do estrato arbóreo, a composição florística e as diferentes formas de vida da vegetação, além de averiguar se as espécies implantadas se estabeleceram com sucesso em um trecho de mata ciliar reabilitada às margens do Rio das Velhas, município de Sabará, MG, após cinco anos do plantio. Para tal, foram sorteadas 15 parcelas de 100 m 2 cada nas quais foram amostrados todos os indivíduos arbóreos e coletado material botânico fértil destes e de outros estratos da vegetação. 220 indivíduos arbóreos foram registrados, pertencentes a 27 espécies, com altura média de 5,4 m, diâmetro de 7,4 cm e área basal total de 12547,1 m 2 há -1 . Constatou-se que três das espécies arbóreas plantadas não se desenvolveram, enquanto outras três exóticas surgiram. Houve registros de arbustos, ervas e trepadeiras, com aumento de 76% na riqueza total de espécies, embora sendo, a maioria, composta por ervas daninhas. As espécies arbóreas mais abundantes foram Croton urucurana com 28 indivíduos, Mimosa bimucronata e Piptadenia gonoacantha com 27 indivíduos cada e Samanea tubulosa com 21. Verificou-se que as árvores da área têm ainda a crescer e a acumular biomassa, mas atenção especial deve ser dada às espécies exóticas estabelecidas, recomendando-se também o manejo extensivo das ervas e arbustos invasores que podem comprometer a regeneração natural na floresta estudada. A estrutura e a composição florística foram indicadores úteis da condição de sustentabilidade da floresta estudada sendo recomendados para uso em outras pesquisas em áreas em processo de restauração.Item Avaliação de metais em plantas cultivadas nos solos impactados pelo rejeito de minério de ferro da Barragem de Fundão.(2020) Ferreira, Daniela Arcanjo Paiola; Messias, Maria Cristina Teixeira Braga; Kozovits, Alessandra Rodrigues; Messias, Maria Cristina Teixeira Braga; França, Marcel Giovanni Costa; Leite, Mariangela Garcia PraçaO rompimento de uma barragem de rejeito pode contaminar o solo e, consequentemente, aumentar a concentração de elementos potencialmente tóxicos em partes comestíveis de plantas nele cultivadas. A barragem de Fundão da mineradora Samarco em Mariana, Minas Gerais, rompeu em 5 de novembro de 2015 liberando aproximadamente 39 milhões de m3 de rejeitos de minério de ferro. Foram impactados diretamente mais de 650 km de cursos hídricos e, além de destruir o ecossistema aquático, a onda de rejeito removeu a vegetação e modificou química e fisicamente o solo das zonas ripárias. No trecho inicial impactado, grande parte das áreas atingidas eram destinadas à produção agrícola e pecuária. Atualmente, parte das áreas impactadas foram reocupadas e, em algumas localidades, os moradores voltaram a realizar práticas agrícolas. Tendo em vista que algumas plantas podem acumular metais quando cultivadas em solos contaminado, órgãos públicos e organizações ambientais estão preocupados com a segurança alimentar dos moradores locais que consomem os produtos agrícolas cultivados nos substratos afetados. Desta forma, com o objetivo de verificar a concentração de metais em plantas cultivadas na região impactada, foram realizadas análises químicas em plantas alimentícias e forrageiras e também nos substratos utilizados para o cultivo. Foram verificados os teores de ferro em banana, cana-de-açúcar, goiaba, milho, manga e mamão. Também foram analisados os teores de Al, As, Ba, Cd, Cu, Fe, Mn, Zn e Pb na forrageira Brachiaria decumbens, além dos teores de Al, Ba, Cu, Fe, Mn e Zn nos substratos impactados e não impactados. Foi verificado que a deposição do rejeito proveniente da barragem alterou a composição química do substrato das áreas impactadas, aumentando o teor de ferro e diminuindo o teor de Ba, Cu e Zn. De forma geral, observou-se também que as amostras de B. decumbens coletadas em áreas impactadas próximas à barragem apresentaram maiores concentrações de Al, Ba, Cd, Fe, Mn e Pb. No entanto, não foram encontrados teores de metais em concentrações consideradas tóxicas na forrageira. Nas plantas alimentícias os teores de ferro observados foram superiores aos teores apresentados pela Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, principalmente na manga (Mangifera indica). Foi verificado que as características geológicas da região também influenciam nas concentrações de metais das plantas analisadas, uma vez que também foram encontradas altas concentrações dos elementos nas plantas coletadas em áreas adjacentes não impactadas diretamente pela lama de rejeito. Considerando que a biodisponibilidade de diversos elementos é influenciada pelo pH do substrato e que os solos das áreas impactadas tenderão a acidificar com o tempo, os teores de metais nas plantas cultivadas nessas regiões poderão sofrer alterações elevando seus teores. Portanto, estudos a longo prazo se fazem necessários para garantir a segurança alimentar da população local.