PPGEBT - Programa de Pós-graduação em Ecologia de Biomas Tropicais
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Item Composição, distribuição espacial e sazonal da anurofauna de córrego e lagoa em uma região montana no sudeste do Brasil.(2015) Magalhães, Ana Clara Franco de; Pires, Maria Rita SilvérioAnfíbios anuros geralmente vivem associados a ambientes úmidos, sendo muito comum o encontro destes em lagoas ao longo da estação chuvosa e quente. Contudo, existem também espécies que ocupam córregos, ou riachos de corredeira em regiões montanhosas e preferem a estação mais fria e seca do ano como período de maior atividade. O presente trabalho teve como objetivos analisar comparativamente o que define a ocupação de anfíbios anuros em lagoas e córregos. Para tanto, foi avaliado como a composição de espécies, riqueza e abundância são influenciadas pela temperatura, umidade, pluviosidade ao longo de um ano; como estes animais se distribuem espacial e temporalmente; e se ocorrem deslocamentos de indivíduos. O estudo foi realizado na Estação Ecológica do Tripuí, no município de Ouro Preto, MG, Brasil, de outubro de 2013 a setembro de 2014. Foram amostrados um trecho do córrego Tripuí e a Lagoa dos Fortes através da busca ativa. Armadilhas de funil foram instaladas nestes locais e também em uma área no interior de mata, em região de ligação entre estes ambientes. Todos os animais capturados foram marcados com elastômero. Foram encontradas 23 espécies de anuros pertencentes a oito famílias: Brachycephalidae (2), Bufonidae (2), Centrolenidae (1), Craugastoridae (1), Hylidae (13), Leptodactylidae (2), Microhylidae (1) e Odontophrynidae (1). O esforço amostral foi suficiente para registrar a maior parte das espécies. O fator abiótico determinante para a atividade dos anuros foi a temperatura, sendo que as maiores abundâncias ocorreram durante os meses mais quentes na lagoa e nos meses mais frios no córrego. A sazonalidade na ocupação do córrego foi bem marcada, sendo observada uma composição de espécies distinta entre as estações seca e chuvosa. Por outro lado, na lagoa ocorrem espécies que se reproduzem o ano todo. A análise de interações entre espécies e microambientes ocupados resultou em quatro módulos especializados: (1) espécies que ocupam os ambientes mais baixos da lagoa; (2) espécies que utilizam os microambientes mais altos da lagoa; (3) espécies que utilizam todos os microambientes do córrego e (4) exclusivamente a espécie Proceratophrys boiei, ocupando a serrapilheira da lagoa. A fauna de lagoa e a fauna de córrego foram agrupadas em módulos distintos, bem como, os diferentes estratos da lagoa, refletindo as adaptações das espécies para a ocupação desses ambientes. Essa segregação também refletiu a proximidade filogenética entre as espécies e, em menor intensidade, os seus modos reprodutivos.