ICHS - Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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Item 1492 : partos do fecundo oceano - relatos históricos sobre o descobrimento da América em dois tempos (as Décadas de Anglería e de Herrera).(2014) Reis, Anderson Roberti dos; Fernandes, Luiz Estevam de OliveiraO artigo busca analisar as concepções de tempo e de escrita da história em dois cronistas, Pedro Mártir de Anglería e Antonio de Herrera y Tordesillas, ambos narradores dos eventos de 1492 em forma de “Décadas”. O primeiro escrevendo no calor dos acontecimentos, na virada do XV para o XVI, e o segundo, no início do século XVII. Para atingir tais objetivos, buscamos uma contextualização de suas produções e procuramos verificar como suas concepções de história e de narrativa ligavam-se a preceitos políticos e providenciais. Além disso, realizamos uma discussão sobre o próprio conceito de crônica e seus modos de registrar a história espanhola como um fenômeno atlântico ao longo do século XVI, mostrando o modo pelo qual as fórmulas de Anglería e de Herrera relacionavam-se com a tradição e a modernidade.Item À margem do texto : estudo dos prefácios e notas de rodapé de Casa Grande & Senzala.(2013) Ramos, Vanessa Carnielo; Fernandes, Luiz Estevam de OliveiraTendo em vista a importância de Gilberto Freyre para os estudos historiográficos do Brasil, bem como sua obra Casa-Grande & Senzala, a presente dissertação pretende analisar de forma minuciosa as margens que compõem tal obra, ou seja, os paratextos que envolveram a construção do livro: prefácios e notas de rodapé. Com o habitual costume de modificar sua escrita, o referido autor abusou dos acréscimos e retiradas de ambos artifícios para consolidar sua obra perante o meio intelectual. Neste sentido, esta pesquisa se propõe a refletir como estas alterações contribuíram de forma pontual na legitimação de Casa-Grande & Senzala.Item A systemic functional description of modal particles in brazilian Portuguese : the system of assessment.(2015) Figueredo, Giacomo PatrocinioThis paper aims at describing interpersonal discourse markers in Brazilian Portuguese related to assessment orientation. More specifically, it offers a systemic functional description of the system of ASSESSMENT. In Brazilian Portuguese, ASSESSMENT is realized by Modal Particles. As a consequence, a description of Modal Particles is presented including their class organization and frequency along modes (spoken/written & monologue/ dialogue) and text types. The method consists of a corpus compilation based on the language typology in the context of culture, and a trinocular analysis of Modal Particle functions: “from below” separating them out in terms of class and delicacy; “from roundabout”, in their interdependency to the interpersonal systems of MOOD and MODALITY; and “from above”, describing ASSESSMENT contributions to the unfolding of dialogue. Results suggest ASSESSMENT is a continuity to MOOD, consisting of more delicate MOOD options, and a complementarity to MODALITY, responding for the evaluation of speaker’s role and realizing part of ENGAGEMENT.Item Uma abordagem crítica sobre a oralidade e a escrita no candomblé da Bahia.(2012) Santos, Erisvaldo Pereira dosItem Abrindo a Caixa de Pandora : o ensaio como exorbitância.(2020) Maciel, Emílio Carlos RoscoeReflexão sobre os limites e possibilidades do ensaio como forma, esse artigo aborda as tensões entre, de um lado, o inacabamento estrutural inerente ao gênero – marcado pelo incansável compromisso em colocar em questão suas próprias premissas – , e, de outro, os constrangimentos institucionais usualmente associados à escrita acadêmica, cujas convenções e superstições, de um modo geral, operam como uma espécie de mecanismo defensivo contra a ameaça anti-fundacionista da tradição ensaística.Item Ação afirmativa em foco : táticas e estratégias de candidatos para burlar a Lei de Cotas em uma universidade pública.(2018) Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Pena, Mariza Aparecida Costa; Sousa, Leticia Pereira deO presente artigo aborda as Ações Afirmativas no Ensino Superior, mais especificamente a aplicação da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Para a construção deste estudo, foram revistas discussões polarizadas que trouxeram argumentos favoráveis e contrários à implantação das Ações Afirmativas, buscando-se compreender o ciclo de desenvolvimento dessa política pública. Para além das discussões teóricas e políticas sobre a implementação da Política de Ação Afirmativa nas Instituições Federais de Ensino Superior, buscou-se verificar estratégias e táticas empreendidas pelos sujeitos de modo a se beneficiarem de tal política de acesso. Com base na pesquisa de mestrado “Caminhos de estudantes participantes da política de ação afirmativa: oportunidades e desafios no ensino superior”, realizada por Mariza Aparecida Costa Pena, a partir de levantamento feito no Registro Acadêmico, de denúncias e de percepções de funcionários, foram selecionados três casos diferenciados de estudantes de cursos da Universidade investigada, ingressantes por meio da Política de Ação Afirmativa entre 2013 e 2016, os quais utilizaram táticas para se beneficiarem da referida política. Os casos apresentados servem, principalmente, para a reflexão sobre a necessidade de uma ação conjunta de diversos agentes no sentido de coibir as táticas para ocupação de vagas em curso de graduação por estudantes que indevidamente se beneficiam da Política de Ação Afirmativa implementada a partir dessa Lei.Item O acesso de forros e escravos à justiça no Império Português.(2021) Gonçalves, Andréa LislyResenha de: PINHEIRO, Fernanda Domingos. Em defesa da liberdade. Libertos, coartados e livres de cor nos tribunais do Antigo Regime português (Mariana e Lisboa, 1720-1819). Belo Horizonte: Fino Traço, 2018. 335p.Item Ações afirmativas : a implementação de reserva de vagas no contexto da Universidade Federal de Ouro Preto.(2018) Ribeiro, Sílvia Nahas; Fonseca, Marcus Vinícius; Fonseca, Marcus Vinícius; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Silva, Natalino Neves daO presente trabalho se propôs a investigar a implementação da política de ações afirmativas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Nas reflexões realizadas, procurou-se compreender como a UFOP vem desenvolvendo sua política de ações afirmativas, bem como as discussões étnico-raciais se configuram nesse cenário. Com uma abordagem qualitativa e por meio de um estudo de caso, foi realizada uma pesquisa documental envolvendo o estudo de diferentes tipos de documentos da instituição, além da realização de entrevistas com alunos cotistas da UFOP e com o coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da UFOP. O arcabouço teórico deste estudo é constituído essencialmente por autores que discutem a expansão e a democratização do Ensino Superior, as Ações Afirmativas e as relações étnico-raciais, tais como Santos (2003, 2004, 2008), Munanga (1999, 2000, 2003, 2004, 2006), Gomes (2003, 2005, 2009, 2011, 2012a, 2012b), entre outros. No mapeamento documental, foram analisadas as evidências de como o processo de implementação de ações afirmativas da UFOP foi acompanhado de intensa pressão e resistência, sobretudo em relação ao recorte racial, que só foi efetivado por força de lei federal. Através da metodologia de análise de conteúdo, as entrevistas realizadas com os cotistas da UFOP permitiram discutir-se determinadas vivências, posicionamentos e inquietações da amostra. Assim, evidenciou-se que há, entre os cotistas entrevistados, diversidade no posicionamento quanto às cotas, bem como diferentes anseios e percepções frente às políticas de permanência estudantil e inserção no ambiente universitário, e constatou-se, também, a existência de dessemelhança nos desafios percebidos pelos cotistas raciais e cotistas sociais. A despeito de algumas iniciativas pontuais registradas nessa pesquisa, como o NEABI/UFOP, foi possível afirmar que as questões étnico-raciais não ocupam, de fato, espaço de discussão na instituição foco desse estudo e que essa não desenvolve plenamente uma política específica para atendimento aos ingressantes pelo recorte étnico-racial.Item As ações de liberdade de escravos na justiça de Mariana 1850-1888.(Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Dias, Silvania de Oliveira; Jesus, Ronaldo Pereira deDurante séculos a demanda instaurada pelo projeto colonizador elevou as importações e consumiu trabalhadores em ritmo acelerado. Com o passar do tempo e, mesmo com as mudanças políticas observadas no Brasil após a Independência, o país permaneceu sendo um dos maiores consumidores de homens na produção de suas riquezas. Para os escravos africanos e especialmente para seus descendentes, a construção dos laços familiares, afetivos, de amizade, de confiança e solidariedade representou um poderoso mecanismo que auxiliava a sobrevivência no ambiente adverso da escravidão. Abandonar o mundo do cativeiro e ingressar no mundo dos livres era, certamente, uma possibilidade que todos sonhavam e a que dedicavam amplos esforços. Muitos cativos, mesmo após o longo caminho percorrido rumo à liberdade e mesmo após alcançar o direito de viver livremente na comunidade, ainda precisaram permanecer lutando para conquistar de modo efetivo sua condição de libertos. Sob a alegação de “injusto e ilegal cativeiro”, muitos homens, mulheres e crianças, representados por seus advogados e curadores, conduziram seus senhores, ou supostos senhores, aos tribunais, movidos pela esperança de conseguirem provar que eram forros e de poderem usufruir, enfim, dessa condição pela qual tanto sonharam, viveram e lutaram. Entender e demonstrar a relevância das relações sociais na vida dos cativos para se conquistar a alforria e principalmente para se abrir um processo judicial de liberdade contra seus senhores foi a principal proposta deste trabalho. Sem o apoio das pessoas pertencentes ao mundo dos livres, o alcance da justiça ficava inviabilizado para os escravos. Os contatos tecidos e consolidados ao longo dos anos de convivência na sociedade e a capacidade de usá-los em prol do objetivo de liberdade representaram a grande inquietude que nos estimulou a rastrear, através das ações de liberdade, o caminho percorrido pelos escravos na justiça de Mariana. Entender o fundamental papel exercido pelas relações na vida dos escravos, no momento de buscar o amparo da justiça, foi nosso grande desafio ao longo deste trabalho.Item As ações do Projeto de Extensão Carro-Biblioteca da UFOP na mediação da leitura literária.(2021) Mattos, Elton Ferreira de; Corrêa, Hércules Tolêdo; Corrêa, Hércules Tolêdo; Jorge, Liliane dos Santos; Pinheiro, Marta Passos; Almeida, Eliana GuimarãesEsta pesquisa teve como objetivo geral traçar o percurso do Projeto de Extensão Carro-Biblioteca da UFOP e analisar suas ações para a formação de leitores, especialmente a formação de leitores literários. Os objetivos específicos do trabalho foram: descrever analiticamente o Projeto de Extensão Carro-Biblioteca da UFOP e suas atividades; identificar as práticas de letramento literário ocorridas no âmbito do trabalho do Projeto Carro-Biblioteca; analisar as contribuições do projeto para a formação de leitores, mais estritamente de leitores literários. O referencial teórico foi fundamentado em estudos sobre o letramento literário, a saber: Corrêa (2015, 2016), Cosson (2014, 2015), Kleiman (2010), Machado (2008), Paiva (2008), Paulino (1999, 2001, 2010), Soares (2009). Como metodologia de pesquisa, adotamos a abordagem qualitativa por meio da pesquisa documental e entrevistas. Ainda como estratégia metodológica, utilizamos a análise de conteúdo, a partir de Laurence Bardin (1977). Como resultados conseguimos apresentar o percurso histórico do Projeto, dados sobre sua equipe, seu acervo de livros, número de leitores cadastrados, comunidades atendidas e as atividades desenvolvidas para a formação de leitores. Identificamos as práticas de letramento literário ocorridas no âmbito do trabalho do Projeto. Assinalamos e explicitamos cada prática de letramento literário e as metodologias aplicadas em cada evento realizado, tais como contação de histórias; jogos e brincadeiras; rodas de leitura; produções de texto coletivas; desenho livre e pinturas. Houve também contribuições demonstradas na pesquisa pelos resultados da circulação de livros (confecção da carteira de leitor, quantidade de empréstimos de livros) e o acervo de livros diversificados para os seus leitores (crianças, adultos e idosos). Portanto, constatamos que o Projeto colabora para a formação de leitores, especificamente leitores literários, ao comparecer semanalmente nas comunidades, propondo atividades literárias e disponibilizando livros. Por fim, almejamos que os resultados desta investigação contribuam para novas pesquisas na área da educação, notadamente no campo do letramento literário.Item O Acorveamento de Poe : um estudo sobre como tradição e tradução se inter-relacionam.(2014) Brito, Pedro Alves de Oliveira; Galery, Maria Clara VersianiO gênio perturbado; a escrita desleixada; a grandiloquência vulgar: a despeito das tentativas de T. S. Eliot de se definir a posição de Edgar Allan Poe no cânone literário universal, ele é admitido como um dos maiores expoentes da literatura norte-americana, muito embora sua aceitação como grande poeta esteja longe de ser unânime. Do presente trabalho, consta, precisamente, a introdução e o desenvolvimento do conceito de acorveamento, utilizando como ponto de partida os pressupostos da teoria de polissistemas de Itamar Even-Zohar. Em seguida, considerando a tradução da obra poética de Poe para o português, apresentaremos a análise dos poemas The Raven, Annabel Lee e Alone, e suas respectivas traduções, feitas por Machado de Assis, Fernando Pessoa, Augusto de Campos e Milton Amado, à luz da concepção artística do próprio Poe. A obra poética do autor, ao longo dos tempos, tornou-se alvo de inúmeras traduções – cuja repercussão veio com um efeito retroalimentador. Organizando um estudo sistemático dessas traduções, este trabalho apresenta a extensão da influência de Edgar Poe nas literaturas para as quais sua obra foi traduzida, e de que forma sua obra entrou nas literaturas de chegada.Item Actualidad de la crítica fenomenológica de Edmund Husserl a la crisis de las ciencias.(2019) Mansilla Sepúlveda, Juan; Quilaqueo Rapimán, Daniel; Huaiquián Billeke, Claudia; Jardilino, José Rubens LimaEl presente trabajo ha estudiado principalmente la obra última y póstuma del filósofo moravo-judío Edmund Husserl: La crisis de las ciencias europeas y la fenomenología trascendental, poniendo énfasis en las reflexiones sobre el mundo de la vida, para así resignificar comprensivamente las posibilidades y límites de la fenomenología de Husserl -en tanto pensador original -como plataforma conceptual basal e histórica de las actuales ciencias humanas cualitativas y por consiguiente subrayar una crítica a las actuales lógicas y modos para construir conocimiento científico en la academia.Item Actualismo y presente amplio : breve análisis de las temporalidades contemporáneas.(2016) Pereira, Mateus Henrique de Faria; Araújo, Valdei Lopes deDiscutimos sintomatologías relacionadas con una ruptura entre el tiempo historicista-moderno, por lo general encontrado en el siglo xix, y un “cronotopo” o “régimen de historicidad” emergente, sustancialmente distinto. Después de leer “Temporalidad y cotidianidad”, de Ser y tiempo, de Heidegger, argumentamos que ciertos aspectos de este tiempo pueden derivarse de las descripciones de la temporalidad del “estado de apertura”. Por lo que para Heidegger estas formas de experiencia son ontológicas, tendríamos que pensar en el significado de su “pérdida de relevancia” en las descripciones de la “época moderna” y su hipertrofia en las descripciones de la novedad de nuestro actual cronotopo. Utilizamos la palabra “actualismo” para pensar en una forma de presente que pone el énfasis en las temporalizaciones no auténticas.Item Acumulando forças : luta pela alforria e demandas políticas na Capitania de Minas Gerais (1750-1808).(2008) Silveira, Marco AntônioO artigo tem por objetivo demonstrar que a expansão demográfica e econômica das populações de ascendência africana na Capitania de Minas Gerais da segunda metade do século XVIII foi acompanhada da organização política de grupos de negros e mestiços em torno de irmandades e tropas. Valendo-se fundamentalmente de petições enviadas ao Conselho Ultramarino, o texto procura ressaltar a capacidade de tais grupos de, através da formulação de um discurso crítico, acumular força política.Item A administração do Grupo Escolar Dom Benevides em tempos de ditadura (1964–1969).(2018) Souza, Janaína Maria de; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Carvalho, Rosana Areal de; Hamdan, Juliana Cesário; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Gonçalves Neto, WenceslauO presente trabalho investiga como se deu a administração escolar no Grupo Escolar Dom Benevides, em Mariana – MG, durante os primeiros anos da ditadura civil militar no Brasil, no período de 1964 a 1969. A partir da Carta de 1946, iniciou-se o ciclo das leis de diretrizes e bases da educação brasileira, efetivando-se com a Lei nº 4.024, de 1961 que manteve os princípios das competências entre município, estado e União. No que se refere à administração escolar, a legislação do Estado de Minas Gerais, através da Lei nº 2160, de 1962, instituiu que para a ocupação do cargo de diretor de grupo escolar deveria ser um professor primário, estável, diplomado pelo Curso de Administração Escolar do Instituto de Educação. Com o advento da Reforma do Ensino Superior pela Lei nº 5.540, de 1968, a exigência para a formação do administrador escolar passou a ser em cursos superiores para todos os níveis de ensino. O nosso objetivo é compreender como as práticas administrativas cotidianas foram adaptadas ao contexto da ditadura, ou seja, em que medida reproduziam-no ou não, ao atender às orientações legais, em nível estadual e federal. Buscamos também identificar como era o ambiente compartilhado entre professores, funcionários e diretora, bem como as atitudes tomadas pela diretora em prol do Grupo Escolar. O percurso investigativo se deu por meio da análise das fontes articuladas à legislação educacional do período nas esferas estadual e federal, e a bibliografia produzida sobre a Administração Escolar. Para entendermos como as práticas administrativas estavam articuladas ao contexto, as fontes que foram privilegiadas são as atas de reuniões entre professores e diretores, a partir das quais identificamos as ações administrativas. Essas atas fazem parte do acervo do Escola Estadual Dom Benevides e estão digitalizadas e transcritas. A pesquisa nos apresentou como hipótese que em tal período, constatar-se-ia pouca autonomia no processo de direção da referida escola, tendo em vista a ditadura como um período de repressão, censura e legislação autoritária. Para aprofundar a análise das relações de poder e resistência presentes nesse cenário, tomamos os estudos de Foucault como referência. Utilizamos também os estudos sobre a Administração Escolar produzidos no período da pesquisa. Analisando as referidas atas, percebemos que a diretora da escola parece conduzir as práticas educativas da escola bem alinhadas às determinações dos órgãos superiores de educação, orientando o corpo docente em relação aos prazos de aplicação e correção das provas, às formas de preencher os diários e às festividades previstas no calendário escolar. A ausência de registro de manifestações das professoras nas atas associada às advertências recorrentes da diretora quanto a certas condutas, nos levou a considerar uma possível resistência do corpo docente no acatamento às orientações dadas.Item Administração e poder local : a câmara de Mariana e seus juízes de fora (1730-1777).(Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Souza, Débora Cazelato de; Silveira, Marco AntônioO objetivo deste trabalho foi compreender a administração e a justiça desenvolvida no território mineiro através de funcionários designados pelo rei para atuar em possessões portuguesas: os juízes de fora. O recorte cronológico abrangeu o período de 1730 até 1777, contemplando a criação do cargo de juiz de fora em Mariana e o fim do chamado período pombalino. O primeiro capítulo tratou de uma exposição sobre a institucionalização da capitania mineira, isto é, mostrou os principais ofícios e instituições criadas nos primeiros anos da colonização em Minas Gerais. Expôs-se como estava estruturada a administração e a justiça no período anterior à chegada do primeiro juiz de fora de Ribeirão do Carmo em 1730. Já no segundo capítulo, deteve-se especificamente na atuação dos juízes de fora que estiveram, no período de 1730 a 1777, em Ribeirão do Carmo. Objetivou-se, nesse capítulo, compreender como estava organizada a Câmara de Mariana nos primeiros anos da administração de d. José e seu ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo. Designado pelo rei, esse funcionário ocupava a presidência da Câmara. Vistas como locais privilegiados, as Câmaras são consideradas por muitos estudiosos como um dos principais pilares da administração real. Os juízes de fora, presidente delas, representaram da forma como puderam os ditames da política metropolitana, servindo mesmo como um lembrete do rei nesse Senado. Sua presença, mesmo indiretamente, tolhia algumas manifestações locais de desvios e interesses, mesmo que cooptados, por vezes, pelas amarras do poder local.Item A administração fazendária na América portuguesa : a Junta da Real Fazenda e a política fiscal ultramarina nas Minas Gerais.(2013) Chaves, Cláudia Maria das GraçasO presente artigo aborda a constituição da administração fazendária na América portuguesa a partir da criação das Juntas da Real Fazenda, na segunda metade do século XVIII. Consideramos aqui as mutações dessas repartições específicas das políticas pombalinas de modernização e centralização fiscal do império ultramarino português que desempenhavam, ao mesmo tempo, o papel de tesourarias e tribunais.Item Administração fiscal nas províncias do centro : as fronteiras fiscais na América portuguesa (1780-1815).(2015) Chaves, Cláudia Maria das GraçasEste artigo trata dos conflitos de fronteira entre as províncias de Minas Gerais e São Paulo (1780-1815). Mais especificamente, são abordados os conflitos de jurisdição administrativos a partir da criação das Juntas da Real Fazenda na América portuguesa e da criação do Erário Ré¬gio no Império português.Item Adoráveis Cadafalsos : memória e narrativa em Nove noites de Bernardo Carvalho.(2017) Benevenutto, Luiz Fernando Etelvino; Bignotto, Cilza Carla; Bignotto, Cilza Carla; Guimarães, Raquel Beatriz Junqueira; Agnolon, AlexandreEsta dissertação tem como objetivo analisar o romance Nove Noites de Bernardo Carvalho. Baseado em fatos reais, Nove Noites conta a história de um antropólogo americano que se matou na década de 1930 no Brasil, enquanto pesquisava os índios Krahô do alto Xingu. Um jornalista tenta, sessenta e dois anos depois, descobrir o que levou Buell Quain a se matar. Em contrapartida, há a narração de Manoel Perna, confidente do antropólogo, que guardou consigo durante anos o peso do segredo a respeito do suicídio de Quain. Partindo do enredo do livro, pretende-se analisar a relação estabelecida entre memória e narrativa, à medida que as narrativas são rememorações sobre o passado de Quain, interseccionadas à memória dos próprios narradores. Será feita análise dos modos composicionais da obra, com o objetivo de apreender a forma da qual a memória é representada. Por intermédio da investigação do panorama, a denominada ficção contemporânea, que delimita as condições de produção de Nove Noites, é possível entrever a escolha temática e as características gerais das técnicas empregadas na narrativa, para então ser realizado um estudo das singularidades de Nove Notes enquanto gênero, o romance, e narrativa. Através de uma profusa intertextualidade, o sexto romance de Bernardo Carvalho problematiza os limites que separam a realidade da ficção. Com isso, procura-se verificar como a própria trama encara as relações entre os discursos que praticam a verdade e o discurso ficcional, percebidos como representação da memória e da imaginação.Item Afrodescendentes e indígenas em livros didáticos de história : entre o nacional, o étnico e o intercultural (Mariana, MG – 2017/2018).(2019) Viana, Cibele Aparecida; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Rangel, Marcelo de Mello; Roza, Luciano Magela; Cunha, Nara Rúbia de CarvalhoEsta pesquisa portou uma dupla proposta investigativa: 1) a análise das representações de afro-descendentes e indígenas em uma coleção didática de História para o ensino fundamental; 2) a releitura de tais representações no cotidiano do ensino de História, mediante oficinas pedagógicas que contaram com a participação dos estudantes de 6º a 9º ano de duas escolas sediadas em distritos do município de Mariana, estado de Minas Gerais. Como primeira fonte de estudo, a pesquisa debruçou-se sobre a coleção Projeto Mosaico, devido à sua seleção como material didático de História pela rede de ensino municipal de Mariana em 2017; já como segunda fonte, foi produzido um material didático específico, que propunha novos questionamentos e formulações a partir dos textos e imagens trazidos pela coleção Projeto Mosaico. Em termos teórico-conceituais, a pesquisa priorizou as reflexões sobre o interculturalismo em uma dinâmica de legitimação identitária e dialógica das culturas, das práticas e das lutas dos grupos marginalizados na sociedade brasileira, bem como o entendimento do saber histórico escolar como uma produção particularizada que intercambia, sem subordinação, as interpretações provindas da historiografia e do conhecimenton científico em geral com as visões de mundo constituídas pelos sujeitos em seu percurso intersubjetivo. A pesquisa, por fim, embora tenha ratificado a validade conceitual, pedagógica e política das concepções de interculturalismo e da especificidade do saber histórico escolar, também demonstrou a intensa dificuldade dos estudantes em reconhecer as contribuições e o potencial transformador provindo da história e das culturas afrodescendentes e indígenas, sobretudo nas manifestações comunitárias das localidades onde habitam (em um indicativo da sedimentação de um imaginário de perfil hierarquizante e excludente, promovido ao longo de muitas décadas no Brasil, por variadas instâncias formativas. Daí a importância do ensino de História insistir na abordagem inclusiva dos segmentos afrodescententes e indígenas, de forma concomitante à valorização de uma narrativização de tal história e cultura por professores e alunos da educação básica.