PPGHis - Programa de Pós-graduação em História
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Item À margem do texto : estudo dos prefácios e notas de rodapé de Casa Grande & Senzala.(2013) Ramos, Vanessa Carnielo; Fernandes, Luiz Estevam de OliveiraTendo em vista a importância de Gilberto Freyre para os estudos historiográficos do Brasil, bem como sua obra Casa-Grande & Senzala, a presente dissertação pretende analisar de forma minuciosa as margens que compõem tal obra, ou seja, os paratextos que envolveram a construção do livro: prefácios e notas de rodapé. Com o habitual costume de modificar sua escrita, o referido autor abusou dos acréscimos e retiradas de ambos artifícios para consolidar sua obra perante o meio intelectual. Neste sentido, esta pesquisa se propõe a refletir como estas alterações contribuíram de forma pontual na legitimação de Casa-Grande & Senzala.Item As ações de liberdade de escravos na justiça de Mariana 1850-1888.(Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Dias, Silvania de Oliveira; Jesus, Ronaldo Pereira deDurante séculos a demanda instaurada pelo projeto colonizador elevou as importações e consumiu trabalhadores em ritmo acelerado. Com o passar do tempo e, mesmo com as mudanças políticas observadas no Brasil após a Independência, o país permaneceu sendo um dos maiores consumidores de homens na produção de suas riquezas. Para os escravos africanos e especialmente para seus descendentes, a construção dos laços familiares, afetivos, de amizade, de confiança e solidariedade representou um poderoso mecanismo que auxiliava a sobrevivência no ambiente adverso da escravidão. Abandonar o mundo do cativeiro e ingressar no mundo dos livres era, certamente, uma possibilidade que todos sonhavam e a que dedicavam amplos esforços. Muitos cativos, mesmo após o longo caminho percorrido rumo à liberdade e mesmo após alcançar o direito de viver livremente na comunidade, ainda precisaram permanecer lutando para conquistar de modo efetivo sua condição de libertos. Sob a alegação de “injusto e ilegal cativeiro”, muitos homens, mulheres e crianças, representados por seus advogados e curadores, conduziram seus senhores, ou supostos senhores, aos tribunais, movidos pela esperança de conseguirem provar que eram forros e de poderem usufruir, enfim, dessa condição pela qual tanto sonharam, viveram e lutaram. Entender e demonstrar a relevância das relações sociais na vida dos cativos para se conquistar a alforria e principalmente para se abrir um processo judicial de liberdade contra seus senhores foi a principal proposta deste trabalho. Sem o apoio das pessoas pertencentes ao mundo dos livres, o alcance da justiça ficava inviabilizado para os escravos. Os contatos tecidos e consolidados ao longo dos anos de convivência na sociedade e a capacidade de usá-los em prol do objetivo de liberdade representaram a grande inquietude que nos estimulou a rastrear, através das ações de liberdade, o caminho percorrido pelos escravos na justiça de Mariana. Entender o fundamental papel exercido pelas relações na vida dos escravos, no momento de buscar o amparo da justiça, foi nosso grande desafio ao longo deste trabalho.Item Administração e poder local : a câmara de Mariana e seus juízes de fora (1730-1777).(Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2011) Souza, Débora Cazelato de; Silveira, Marco AntônioO objetivo deste trabalho foi compreender a administração e a justiça desenvolvida no território mineiro através de funcionários designados pelo rei para atuar em possessões portuguesas: os juízes de fora. O recorte cronológico abrangeu o período de 1730 até 1777, contemplando a criação do cargo de juiz de fora em Mariana e o fim do chamado período pombalino. O primeiro capítulo tratou de uma exposição sobre a institucionalização da capitania mineira, isto é, mostrou os principais ofícios e instituições criadas nos primeiros anos da colonização em Minas Gerais. Expôs-se como estava estruturada a administração e a justiça no período anterior à chegada do primeiro juiz de fora de Ribeirão do Carmo em 1730. Já no segundo capítulo, deteve-se especificamente na atuação dos juízes de fora que estiveram, no período de 1730 a 1777, em Ribeirão do Carmo. Objetivou-se, nesse capítulo, compreender como estava organizada a Câmara de Mariana nos primeiros anos da administração de d. José e seu ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo. Designado pelo rei, esse funcionário ocupava a presidência da Câmara. Vistas como locais privilegiados, as Câmaras são consideradas por muitos estudiosos como um dos principais pilares da administração real. Os juízes de fora, presidente delas, representaram da forma como puderam os ditames da política metropolitana, servindo mesmo como um lembrete do rei nesse Senado. Sua presença, mesmo indiretamente, tolhia algumas manifestações locais de desvios e interesses, mesmo que cooptados, por vezes, pelas amarras do poder local.Item Afrodescendentes e indígenas em livros didáticos de história : entre o nacional, o étnico e o intercultural (Mariana, MG – 2017/2018).(2019) Viana, Cibele Aparecida; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Rangel, Marcelo de Mello; Roza, Luciano Magela; Cunha, Nara Rúbia de CarvalhoEsta pesquisa portou uma dupla proposta investigativa: 1) a análise das representações de afro-descendentes e indígenas em uma coleção didática de História para o ensino fundamental; 2) a releitura de tais representações no cotidiano do ensino de História, mediante oficinas pedagógicas que contaram com a participação dos estudantes de 6º a 9º ano de duas escolas sediadas em distritos do município de Mariana, estado de Minas Gerais. Como primeira fonte de estudo, a pesquisa debruçou-se sobre a coleção Projeto Mosaico, devido à sua seleção como material didático de História pela rede de ensino municipal de Mariana em 2017; já como segunda fonte, foi produzido um material didático específico, que propunha novos questionamentos e formulações a partir dos textos e imagens trazidos pela coleção Projeto Mosaico. Em termos teórico-conceituais, a pesquisa priorizou as reflexões sobre o interculturalismo em uma dinâmica de legitimação identitária e dialógica das culturas, das práticas e das lutas dos grupos marginalizados na sociedade brasileira, bem como o entendimento do saber histórico escolar como uma produção particularizada que intercambia, sem subordinação, as interpretações provindas da historiografia e do conhecimenton científico em geral com as visões de mundo constituídas pelos sujeitos em seu percurso intersubjetivo. A pesquisa, por fim, embora tenha ratificado a validade conceitual, pedagógica e política das concepções de interculturalismo e da especificidade do saber histórico escolar, também demonstrou a intensa dificuldade dos estudantes em reconhecer as contribuições e o potencial transformador provindo da história e das culturas afrodescendentes e indígenas, sobretudo nas manifestações comunitárias das localidades onde habitam (em um indicativo da sedimentação de um imaginário de perfil hierarquizante e excludente, promovido ao longo de muitas décadas no Brasil, por variadas instâncias formativas. Daí a importância do ensino de História insistir na abordagem inclusiva dos segmentos afrodescententes e indígenas, de forma concomitante à valorização de uma narrativização de tal história e cultura por professores e alunos da educação básica.Item Agonística buarquiana : Sérgio Buarque de Holanda em combates com Gilberto Freyre e Alceu Amoroso Lima (1920-1960).(2019) Sanches, Dalton; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Mata, Sérgio Ricardo da; Rangel, Marcelo de Mello; Rodrigues, Henrique Estrada; Nicodemo, Thiago Lima; Pereira, Mateus Henrique de FariaTendo como fio condutor a imagem nietzscheana da agonística ateniense, esta tese aborda as disputas intelectuais de Sérgio Buarque de Holanda com Gilberto Freyre e Alceu Amoroso Lima. Ao lançar mão de variada estratégia discursiva e textual no combate com os dois interlocutores, Sérgio Buarque representa-se e erige sua memória intelectual assente nesse jogo de pares antitéticos, cujo móvel é a negação das empreitadas intelectivas e projetos postos em curso por eles. Como personagens nodais em cujas trajetórias se entreveem muitas das questões candentes que figuram ao longo da periodização aqui delineada, sustentamos que, compósita e plasticamente, Buarque de Holanda molda-se por e molda tal relação triangular em três tempos: estético-político, ético-político e político-epistemológico. O primeiro, que terá como fontes privilegiadas publicações de artigos de imprensa, configura-se no ambiente dos modernismos na década de 1920, no qual se projetam os anseios e as disputas por interpretações seletivas de cunho estético em busca de uma “expressão nacional”; o segundo, já nas décadas de 1930 e 1940, que terá como excelência analítica as duas primeiras edições de Raízes do Brasil (1936-1948), é o ambiente no qual emergem poderosas e sedutoras propostas de leituras sobre o passado nacional e cujas rivalidades sobre modelos interpretativos, seguidas de apagamentos, construção de identidades e contração de memórias podem ser antevistas nas permutas efetuadas no clássico livro; no terceiro tempo, por fim, veremos que, por meio do combate pelas resenhas estampadas nos jornais ao longo das décadas de 1950 e 1960, o ensaísta, mantendo ainda vivas as disputas com os seus dois grandes oponentes, comporá o front nos campos disciplinares que se impunham gradativamente como matrizes hegemônicas e cujas dinâmicas de consagração se pautarão por seus combates pela história, não menos pela sociologia e – dimensão escassamente estudada em sua obra – pela filosofia.Item Alforriados e “fujões” : a relação senhor-escravo na região de São João del-Rei (1820-1840).(2009) Silva, Elisa Vignolo; Gonçalves, Andréa LislyAlforriados e “fujões” é um estudo das relações escravistas na região de São João del-Rei entre os anos de 1820 e 1840. As principais fontes históricas analisadas nesta dissertação foram as cartas de alforria e os anúncios de escravos foragidos do jornal Astro de Minas. Para a análise das questões que emergiam a partir da leitura desses documentos, nos baseamos na existência de uma ideologia paternalista, nas relações entre senhores e escravos. Assim, buscou-se discutir a partir da documentação e dos pressupostos dessa ideologia as distintas interpretações que senhores e escravos poderiam ter em relação ao contexto em que estavam inseridos.Item American Way of Rails : tecnologia e a construção da Estrada de Ferro D. Pedro II em perspectiva atlântica e no contexto da segunda escravidão (1835-1889).(2021) Santos, Welber Luiz Dos; Gonçalves, Andréa Lisly; Gonçalves, Andréa Lisly; Chaves, Cláudia Maria das Graças; Graça Filho, Afonso de Alencastro; Guimarães, Carlos Gabriel; Marquese, Rafael de BivarAo longo do século XIX, o mundo atlântico, especialmente sua porção oeste, passava por um momento de readaptação da instituição escravista em decorrência de um novo mundo industrial expansivo desde a centúria anterior. A economia de plantation, devido à demanda ampliada por bens de primeira necessidade no universo gerado pelo capitalismo internacional, revigorou-se para produzir algodão para o vestuário, açúcar para a alimentação e café para manter os trabalhadores acordados. Em meio a tal cenário, todas as economias, independentemente de seu fundamento, de subsistência a “industrial” agroexportador ou industrial fabril, adotaram, mais cedo ou mais tarde, o meio de transporte definido pela Grã-Bretanha como o modelo hegemônico a partir da década de 1820. As estradas de ferro se difundiram globalmente e, em cada economia, assumiram um papel que poderia ser de modernização de infraestrutura viária – sob múltiplas implicações internas e externas – ou, também, de modernização industrial ferroviária – sob múltiplas implicações internas e externas. A tese central deste trabalho reside nos fenômenos iniciados na década de 1830, em que o nordeste dos Estados Unidos da América desenvolveu uma cultura ferroviária particular, em contraposição à cultura europeia liderada pela Grã-Bretanha. Nesse contexto, o Império do Brasil, como uma economia de base agroexportadora e de subsistência do mercado interno e para o meio produtivo de plantation, assumiu o papel de importador de engenheiros e bens de capital, sobretudo norteamericanos, para construir sua malha ferroviária.Item Amizade, comércio e navegação : o Tratado de 1829 e as relações político-mercantis entre o Brasil e os Estados Unidos na formação do império brasileiro (1808-1831).(2017) Rabelo, Pedro Henrique de Mello; Chaves, Cláudia Maria das Graças; Chaves, Cláudia Maria das Graças; Gonçalves, Andréa Lisly; Ribeiro, Gladys SabinaEsta dissertação tem por principal fonte o tratado de amizade, comércio e navegação negociado e ratificado pelo Império brasileiro e pelos Estados Unidos entre fins de 1828 e inícios de 1829. Sua análise permite, entre outras muitas, a percepção de que as relações externas do Brasil de inícios dos Oitocentos não se resumiram às inauguradas pela antiga aliança política dos Bragança com o Império britânico. Nesse ínterim, a aproximação política ao governo dos Estados Unidos, iniciada no Primeiro Reinado, é muito significativa às pesquisas históricas que se dedicam ao estudo do período, sobretudo às que se referem ao contexto da formação do Estado imperial brasileiro.Item Uma análise sobre o lugar da história e da historiografia nas últimas obras de Friedrich Nietzsche (1882-1888).(2018) Crescêncio, Aniele Almeida; Mata, Sérgio Ricardo da; Mata, Sérgio Ricardo da; Mollo, Helena Miranda; Pimenta Neto, Olímpio JoséEssa dissertação buscou problematizar a visão de Nietzsche acerca da história e da historiografia, que é cristalizada no Brasil a partir das afirmações deste presentes em sua Segunda Consideração Intempestiva. É impossível entender o pensamento do filósofo sem contextualizá-lo, sendo assim, também discutimos o conceito de modernidade e dois grandes acontecimentos do século XIX que foram essenciais para a reflexão de Nietzsche acerca de sua contemporaneidade: a Unificação da Alemanha e a institucionalização da história. Para alcançar nosso objetivo, nos submetemos à análise das obras publicadas nas chamadas primeira e terceira fase de Nietzsche, a fim de apresentar suas semelhanças e divergências. Também analisamos as relações de Nietzsche com três historiadores contemporâneos. A partir das fontes identificamos que Nietzsche muda sua visão sobre a história após a publicação de sua famosa obra de 1874. Também pudemos perceber, acerca da relação com os historiadores, que Nietzsche admirou Burckhardt ao longo de toda a sua vida, apesar da relação polida entre ambos; Ranke foi alvo de suas críticas todas as vezes que foi mencionado por Nietzsche; e Treitschke, a quem Nietzsche cultivara certa admiração em sua juventude, foi duramente criticado em seus escritos finais.Item Anos 1970 : “Existir, apesar de…” - literatura, melancolia e stimmung : confrontos com a temporalidade.(2021) Marciano, Matheus Silva; Rangel, Marcelo de Mello; Rangel, Marcelo de Mello; Coração, Cláudio Rodrigues; Rodrigues, Thamara de OliveiraA proposta desta dissertação é, partindo-se de determinada literatura realista brasileira dos anos 1970, analisar e descrever as afecções mobilizadas nas obras que se intensificam enquanto atmosfera (Stimmung) do período em questão, que é melancólica. Para isto, este trabalho é dividido em três grandes partes. Na primeira parte, faz-se uma abordagem sobre o que se confrontou enquanto possibilidade de leitura da década de setenta, subdividida em três momentos, sendo estes: (1) o entendimento sobre determinada interpretação da melancolia enquanto afeto e seu relacionamento específico com a temporalidade (experiências e expectativas); (2) a abertura mais pontual aos anos 1970 a partir e através de reflexões críticas sobre a estética realista que se generaliza na literatura brasileira do período; (3) a análise e aprofundamento das possibilidades de leitura que se apresentam tendo em vista a tematização das atmosferas (Stimmungen) e, com isso, suas possibilidades no que tange ao conhecimento histórico. Já na segunda parte são apresentadas as descrições das obras que orientam a proposta desta dissertação. Subdividida em dois tópicos, a proposta é analisar as afecções específicas de cada uma destas obras, indicando-se as tonalidades da atmosfera (Stimmung) melancólica que se intensifica no período. No primeiro tópico, são tematizadas três obras de Antônio Torres, sendo elas: Um cão uivando para a lua (1972), Os homens dos pés redondos (1973) e Essa terra (1976) em que indicamos uma Stimmung caracterizada pela aridez; no segundo tópico, abordam-se duas distopias de Ignácio de Loyola Brandão, Zero (1975) e Não verás país nenhum (1981), em que se realça uma Stimmung constituída pelos constantes movimentos de fragmentação e cisão da existência. Ao final de cada um desses tópicos, é feita a descrição das atmosferas das obras e dos movimentos que as intensificam. Na terceira e última, parte, apresenta-se as conclusões da consideração de uma intensificação do afeto melancólico enquanto Stimmung, o que se poderia extrair no que se refere à determinada forma de relacionamento com/no tempo e o confrontar-se com tons desta forma de estar-nomundo, característico da temporalidade, dos horizontes e das expectativas, dos anos 1970 no Brasil.Item Anos dourados... para quem? : um estudo sobre as condições de vida das camadas populares e práticas de cidadania na capital da república durante o governo Juscelino Kubitschek (Rio de Janeiro, 1956-1960).(2023) Costa, Rodrigo Gomes da; Queler, Jefferson José; Queler, Jefferson José; Motta, Marly Silva da; Zangelmi, Arnaldo JoséOs cinco anos da administração Kubitschek são lembrados até os dias de hoje devido as mudanças dinâmicas que trouxeram a economia do Brasil. O objetivo dessa pesquisa é compreender o exercício da cidadania - através da participação social - pelos moradores do Rio de Janeiro enquanto Capital da República, durante o Governo JK. Participação Social é entendida neste trabalho como uma forma de participação ativista e inclusiva, pois é utilizada pelas mais diferentes camadas da população, se servindo de maneiras legítimas de reivindicação que passam ao largo das tradicionais formas institucionais, conforme o trabalho de Julia Del Carmen Carapia. Para atingir este propósito, nos propomos a examinar (1) a infraestrutura do Rio durante a construção de Brasília, situação encarada pelos jornais e por parte da população como decadente, (2) a aparente omissão da alta Administração Pública diante dos problemas que engolfavam a cidade e (3) como os cariocas procuraram, a sua maneira, participar do debate. Os vestígios documentais base utilizados nessa pesquisa são os jornais Correio da Manhã, Diário de Notícias e Última Hora. Todos se encontram disponíveis, de forma online, no site da Biblioteca Nacional/RJ. Desses periódicos selecionamos e analisamos editoriais de jornalistas, cartas e entrevistas de populares que foram publicadas. A metodologia principal utilizada para a análise dos conteúdos desses periódicos será a Análise do Discurso Crítica (ADC). Como resultado encontramos o abandono da Cidade do Rio de Janeiro pela União, o que acarretou um aprofundamento dos seus problemas históricos, levando os habitantes da cidade a lutarem contra as penosas condições de vida, o desrespeito aos seus direitos e para garantirem o seu direito à cidade.Item Antiescravismo e racialização em Ouro Preto (1871-1888).(Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2012) Silvério, José Carlos; Jesus, Ronaldo Pereira deEsta pesquisa pretende mapear as práticas discursivas presentes nos jornais publicados na cidade de Ouro Preto nas décadas de 1870 e 1880 que tenham tematizado o final da escravidão no Brasil. A análise procura captar os regimes e modos pelos quais a linguagem utilizada nos jornais tratou a questão da escravidão, dos escravos, dos negros e afrodescendentes em geral no momento em que a luta pela liberdade tomou novos impulsos a partir da Lei do Ventre Livre em 1871. Através do conceito de racialização discutimos a emergência de parâmetros e critérios sobre os quais se desenvolvia um novo traçado das desigualdades sociais.Item Antirracismo, história e tempo : ações afirmativas e reparação histórica no jornal Folha de São Paulo (2000-2012).(2019) Paula, Guilherme Oliva de; Roza, Luciano Magela; Abreu, Marcelo Santos de; Roza, Luciano Magela; Freixo, André de Lemos; Miranda, Shirley Aparecida deNesta dissertação apresento uma possível ligação entre os campos dos estudos raciais e da teoria da história, demonstrando como as diferentes performances dos conceitos de história, tempo e antirracismo podem ser conectadas a algumas interpretações sobre a formação nacional brasileira e a atuação dos movimentos sociais negros ao longo do período republicano brasileiro. Com isso, procuro historicizar as interpretações sobre as relações raciais no Brasil e a atuação dos movimentos sociais negros em diferentes contextos. Por conseguinte, apresento as possíveis relações entre a emergência de uma experiência do tempo e da história ligadas à ética da reparação dos traumas do passado com o desenvolvimento da luta pelas ações afirmativas para a população negra no final do século XX e início do século XXI. Por fim, por meio da análise dos argumentos dos articulistas do jornal Folha de São Paulo, entre os anos de 2000 e 2012, demonstro que os mesmos constroem seus posicionamentos sobre as ações afirmativas por critérios raciais lançando mão de duas interpretações históricas sobre a questão racial brasileira distintas. Os contrários valorizam a narrativa da miscigenação, negando a valorização política e identitária do conceito de raça. Ao passo que os favoráveis, por meio da ótica da reparação histórica, estabelecem a desigualdade racial presente como um processo de perpetuação histórica do qual só a valorização do conceito de raça é capaz de auxiliar no tratamento destes passados que não passam, representados pela desigualdade racial presente.Item Antropoceno : como olhar o nosso tempo (2007-2017).(2020) Eugênio, Kaian Luca Perce; Mollo, Helena Miranda; Mollo, Helena Miranda; Jorge, Janes; Silva, Valéria Mara da; Freixo, André de LemosEsta dissertação faz a análise da temporalidade do Antropoceno pela história ambiental e pela teoria da história para trazer à luz uma perspectiva geohistórica da modernidade. Seu objetivo central é analisar como a temporalidade do Antropoceno foi construída por meio das contribuições epistemológicas dos historiadores ambientais John McNeill, Dipesh Chakrabarty, Jason Moore e Christophe Bonneuil. O objetivo secundário da pesquisa é compreender como o Antropoceno foi se transformando em uma periodização para a historiografia designar aspectos socioambientais da história da modernidade. Ressalta-se que Moore utiliza o termo Capitaloceno e Bonneuil utiliza o termo Occidentaloceno que consideram mais adequados para nomear a nova época geológica do planeta. Entre 2007- 2017, os historiadores ambientais analisados discutiram três eixos temporais do Antropoceno a partir dos quais elaboramos a temática da pesquisa: o tempo geológico, o tempo da vida e o tempo da modernidade. Como hipótese norteadora, acreditamos que a construção da temporalidade do Antropoceno na historiografia expandiu o significado da ideia de um novo intervalo de tempo na história da Terra para além da geologia, a partir da problematização da experiência de tempo moderna. Além disso, o uso do Antropoceno por historiadores ambientais foi importante para que a historiografia tivesse um conceito mais atualizado para refletir sobre os rumos da globalização e da modernidade durante os séculos XX e XXI. Em última análise, também apontamos algumas controvérsias que foram levantadas durante as pesquisas.Item Apresentações do feminino na palavra sobre a tortura : sacralização da maternidade em Luta, Substantivo Feminino (2011).(2019) Santos, Ana Carolina Monay dos; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Pereira, Mateus Henrique de Faria; Abreu, Marcelo Santos de; Bauer, Caroline SilveiraLançado em lançado em 2010 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos/PR e pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres/PR, o livro-relatório Luta: Substantivo Feminino é uma publicação oficial cujo objetivo é apresentar a dimensão feminina da experiência da tortura na Ditadura Militar brasileira (1964-1988). Para tanto, o livro se embasa em 27 testemunhos de mulheres sobre a tortura, dos quais uma determinada interpretação embasa a hipótese do livro. Ao apresentar a dimensão feminina, o texto do livro fixa no referente “maternidade” um sentido sacro, oferecendo um sentido para experiência feminina. Compreendendo o relatório como uma instância de articulação discursiva que revela uma “voz estatal” que fala sobre a questão da tortura, e adotando a categorização de “maternidade” como método para identificar as disputas políticas significantes em torno do termo, o objetivo dessa dissertação é revelar as condições contextuais éticas e políticas do ingresso desses testemunhos no livro-relatório Luta, Substantivo Feminino (2010). A hipótese sustentada nesta dissertação é a de que existe uma apropriação destes testemunhos no interior do discurso estatal, cujo efeito maior é o obscurecimento do sentido político fundamental de “maternidade” emergente nos testemunhos.Item Aproximações e distanciamentos entre o Brasil e as Américas nas revistas do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro entre 1889 e 1894.(2018) Pinto, Andrezza Kelly Lisboa Fernandes; Reis, Mateus Fávaro; Reis, Mateus Fávaro; Rangel, Marcelo de Mello; Baggio, Kátia GerabO principal objetivo dessa dissertação é apresentar as identidades criadas pelos intelectuais/letrados do IHGB em relação à noção de pertencimento ou não ao que se convencionou chamar de América Latina. Apresenta-se neste trabalho as principais características do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, bem como as de sua revista e seus intelectuais membros. Conceituam-se os diversos “americanismos” nos quais o Brasil foi incluído ou excluído, historiando-se a concepção dos mesmos e a evolução dos termos. São apresentados estudos de caso relacionados às aproximações entre os intelectuais/letrados brasileiros do IHGB e os dos demais países da América na tentativa de confirmar a existência de uma diplomacia cultural/intelectual entre esses países, ao menos no que diz respeito às instituições/organizações de produção histórica/geográfica/intelectual.Item Aproximações entre Nietzsche e Weber : a produção acadêmica brasileira sobre um problema em história das ideias (1979 - 2004).(2020) Félix, Maria Júlia Parente; Mata, Sérgio Ricardo da; Mata, Sérgio Ricardo da; Assis, Arthur Alfaix; Pimenta Neto, Olímpio JoséO objetivo deste trabalho é traçar as primeiras linhas acerca da produção brasileira sobre a relação Nietzsche-Weber sob um problema em história das ideias, entre 1979 e 2004. O primeiro ano deste recorte se refere ao ano de publicação da tese de livre docência do sociólogo Gabriel Cohn, Crítica e Resignação, que possui um capítulo dedicado a investigação da influência do filósofo Friedrich Nietzsche sobre os escritos metodológicos de Max Weber – identificamos este capítulo como o primeiro escrito de um pesquisador brasileiro acerca do assunto, que por sua vez apresenta fortes influências do ensaio de Eugéne Fleischmann, pesquisador Húngaro que estudou em Paris, e em 1964 publica o ensaio Weber e Nietzsche – tomado como o estudo pioneiro na europa e de maior substância na época. Estes dois escritos, apesar de inegavelmente reconhecidos, encontrarão opiniões que divergem, em diferentes graus, acerca desta influência, a princípio, tão marcante do filósofo do martelo sobre a caneta weberiana. Dentre tais opiniões, analisaremos com mais substância os trabalhos de Otávio Velho (1995), Berthold Öelze (2000) e Renarde Freire Nobre (2004). Para tanto, nosso trabalho se desenvolve em três capítulos, onde o primeiro fará um breve contexto histórico acerca da chegada dos pensamentos de Nietzsche e Weber no Brasil, bem como as primeiras traduções e estudos sobre cada um; no segundo capítulo investigaremos os escritos dos dois autores considerados pioneiros na discussão; e no terceiro fecharemos nosso recorte com as análises dos três autores posteriores a Cohn.Item A arena da medicina : cultura, mercado e conflito nas práticas curativas em Mariana, Minas Gerais (1718-1839).(2020) Quadros, Lucas Samuel; Antunes, Álvaro de Araújo; Silveira, Anny Jackeline Torres; Figueiredo, Betânia Gonçalves; Abreu, Jean Luiz Neves; Furtado, Júnia FerreiraA tese a seguir trata do mercado das práticas curativas na cidade de Mariana durante o período colonial. Nosso exame privilegia as situações em que os doentes tiveram dívidas por assistências médicas cobradas em processos judiciais. Ou seja, damos ênfase aos indivíduos que faleceram ou recuperaram-se após os tratamentos, mas que, por diversas razões, não conseguiram saldar seus débitos com os médicos, cirurgiões, barbeiros sangradores e boticários que lhes prestaram assistência no delicado momento da doença. Partimos da hipótese de que o endividamento para recobrar a saúde era uma opção viável à boa parte dos pacientes, o que, com frequência, desencadeava conflitos relativos aos pagamentos e aos tratamentos empregados nas assistências. Objetivamos mostrar, na perspectiva dos adoecidos, que as limitações financeiras e discordâncias quanto aos procedimentos curativos adotados abriam espaço para contestação, relativizando o papel da autoridade médica e das formas de comércio de saberes e produtos medicinais. Na via dos praticantes de cura, vemos alguns elementos que permitem verificar que o mercado das práticas curativas funcionava de forma dinâmica, mesmo com a iminência da inadimplência de pagamentos por parte dos doentes. Fundamentamos nossa análise em dados referentes a 1026 processos judiciais abertos por praticantes, bem como em 3400 receitas médicas neles contidas. Além dos autos de justiça, estudamos 31 inventários e 48 testamentos, que permitiram conhecer o perfil social e o universo material dos agentes da cura. Através destas fontes, conseguimos ilustrar as naturalidades, outros negócios, a posse livresca de alguns dos praticantes, além de compreender as principais formas e os procedimentos de endividamento por parte de quem prestava e quem recorria às assistências curativas em Mariana. Tratava-se de um contexto de restrita circulação de moedas, no qual pacientes profissionais de cura eram, em boa parcela, dependentes das práticas creditícias, assentadas no princípio da confiança da restituição da saúde e da honradez dos pagamentos. Entretanto, nem sempre havia estreita observância de legislações, acordos e contratos, abrindo margem para conflitos e questionamentos mútuos.Item O Arquivo Privado São Caetano : registro(s) de si, constituição de memórias e escrita da história.(2014) Correia, Fernanda Póvoa; Gonçalves, Andréa Lisly; Gonçalves, Andréa Lisly; Buarque, Virgínia Albuquerque de Castro; Carrara, Ângelo AlvesEsta dissertação se propõe a discutir o processo de constituição, definição e uso dos arquivos privados, considerando o processo da escrita de si enquanto práticas dos indivíduos que se constitui em ferramentas na construção de memórias dos sujeitos titulares e da escrita da História. Por trás deste acúmulo existe nos indivíduos uma vontade de registrar e preservar suas trajetórias, condicionada por sensibilidades e anseios de representação. Tendo como campo de análise a documentação presente no Arquivo Privado São Caetano, iremos explorar especialmente os registros de um dos membros da família Ferreira Ramos, Arlindo Agostinho Ramos. Por meio da escrita epistolar e de outros registros acumulados por Arlindo, apreendemos expressões de intimidade deste titular, o modo pelo qual compreendia e registrava o mundo ao seu redor, assim como as redes de sociabilidade que se entrelaçaram no decorrer de sua vida.Item Arranjos de vida : direito e relações entre senhores e escravos - termo de Mariana, 1850-1888.(Programa de Pós-Graduação em História. Departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto., 2010) Meyer, Marileide Lázara Cassoli; Gonçalves, Andréa LislyA partir principalmente da década de 1980, muitos dos estudos históricos relacionados à história do trabalho e dos trabalhadores no Brasil elegeram as fontes judiciais como informantes preciosos, não somente da criminalidade ou dos mecanismos jurídicos como também da percepção e das noções de direito e de justiça que foram construídas por senhores, por escravos e por libertos acerca do domínio senhorial nos séculos XVIII e XIX. Este trabalho tem por objetivo analisar as percepções de direitos e de justiça, no universo escravista do Termo de Mariana, nas três últimas décadas da escravidão no Brasil, analisando regionalmente as acomodações ou as resistências que foram construídas a partir de uma intervenção cada vez mais marcante do Estado Imperial nas relações entre senhores e escravos via leis, e, sobretudo, a partir da Lei do Ventre Livre em 1871.