Avaliação dos efeitos de lactonas sesquiterpênicas na hiperuricemia, excreção do ácido úrico, estresse oxidativo e artrite gotosa.
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Date
2018
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Abstract
A gota é uma artrite inflamatória aguda causada pela deposição de cristais de urato monossódico nas articulações. A elevação do ácido úrico no sangue pode ser decorrente a vários fatores. As lactonas sesquiterpênicas são substâncias de ocorrência em espécies do gênero Lychnophora (arnica brasileira). O grupo de pesquisa do LAPLAMED/CiPharma/EF/UFOP vem trabalhando há alguns anos com as lactonas sesquiterpênicas e reuniu volume considerável de dados que justificam a seleção destas substâncias como candidatas ao desenvolvimento de fármacos antigota. Estudos prévios realizados por este grupo demonstraram que licnofolida, eremantolida C e goiazensolida promoveram a redução das concentrações séricas de ácido úrico em camundongos Swiss. Entretanto, o mecanismo de ação para a atividade anti-hiperuricêmica não foi totalmente elucidado. A inflamação nas articulações gera um estresse oxidativo nas células de defesa, liberando mediadores pró-inflamatórios. O controle terapêutico da gota consiste em tratar as crises inflamatórias agudas e reduzir os níveis séricos de ácido úrico. Há um número limitado de medicamentos utilizados na prática clínica da gota e eles possuem efeitos adversos severos. Novas opções terapêuticas são necessárias para o tratamento desta patologia. Objetivando avaliar os mecanismos pelos quais as lactonas sesquiterpênicas exercem as ações farmacológicas descritas, o presente estudo avaliou a ação anti-hiperuricêmica, uricosúrica e de inibição da xantina oxidase de licnofolida, eremantolida C e goiazensolida em ratos Wistar além da ação antiinflamatória, antinociceptiva e antioxidante em camundongos C57BL/6. A metodologia do primeiro modelo animal consistiu em tratar ratos hiperuricêmicos com os medicamentos usados clinicamente no tratamento da gota e com as lactonas sesquiterpênicas. O ácido úrico foi dosado no sangue e urina dos ratos, e o fígado retirado para dosagem da atividade residual da enzima xantina oxidase hepática. As lactonas sesquiterpênicas apresentaram atividade anti-hiperuricêmica nas doses de 5 e 10 mg/kg, e ação uricosúrica e/ou inibitória da atividade da xantina oxidase hepática, dependendo da dose. A ação uricosúrica de goiazensolida e licnofolida foi observada na dose de 5 mg/kg. Goiazensolida e licnofolida na dose de 10 mg/kg demonstraram efeitos uricosúricos e de inibição da xantina oxidase, assim como a eremantolida C nas doses de 5 e 10 mg/kg. No segundo modelo experimental, camundongos da XI linhagem C57BL/6 com artrite induzida por MSU na articulação tibiofemoral foram tratados com indometacina e a vitamina C como controles anti-inflamatório e antioxidante, respectivamente, além das lactonas sesquiterpênicas. A nocicepção foi avaliada antes e após a indução da inflamação e tratamento. O líquido articular foi removido para análise da migração de neutrófilos e o tecido periarticular removido para dosagem das enzimas SOD e CAT; além das citocinas IL-1β e TNF-α. As três lactonas sesquiterpênicas foram eficazes como antinociceptivas e antioxidantes. O efeito anti-inflamatório ocorreu devido a inibição da migração de neutrófilos e inibição da produção de TNF-α. Sendo assim, licnofolida, eremantolida C e goiazensolida são candidatas promissoras para o desenvolvimento de fármacos para o tratamento da inflamação, hiperuricemia e gota.
Description
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Keywords
Lactonas sesquiterpênicas, Inflamação, Gota, Estresse oxidativo, Nocicepção
Citation
BERNARDES, Ana Catharina Fernandes Pereira Ferreira. Avaliação dos efeitos de lactonas sesquiterpênicas na hiperuricemia, excreção do ácido úrico, estresse oxidativo e artrite gotosa. 2018. 94 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.