CIPHARMA - Mestrado (Dissertações)

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    Validação de um modelo experimental animal de associação de alta ingestão de sódio e inflamação crônica : efeito do tratamento com a nanoemulsão de extrato de Baccharis Dracunculifolia.
    (2022) Lopes, Andre Luciano; Moura, Sandra Aparecida Lima de; Cardoso, Leonardo Máximo; Moura, Sandra Aparecida Lima de; Barcelos, Luciola da Silva; Costa, Guilherme de Paula
    A inflamação é um processo biológico complexo que inclui componentes vasculares, celulares e uma gama de mediadores químicos. A alta ingestão de sódio, influencia a liberação de mediadores pró-inflamatórios no organismo dos indivíduos. O sódio, altera o equilíbrio plasmático desencadeando alterações funcionais e agravando o processo inflamatório. Nesse trabalho foi desenvolvido um modelo experimental onde se associou dois processos patológicos simultâneos, inflamação crônica (induzida por um implante subcutâneo de uma esponja de poliéster-poliuretano) e uma dieta com alto teor de sal em ratos Wistar (para estabelecer o estado hipertensivo sódio- dependente). O objetivo do projeto foi determinar a influência de um processo patológico sobre o outro, e testar uma nanoformulação de extrato alcoólico de Baccharis Dracunculifolia afim de avaliar os possíveis efeitos sobre os parâmetros metabólicos e inflamatórios dos animais. Além disso, propôs-se determinar os níveis de compostos fenólicos e flavonoides presentes nos extratos e partir desse dado, produzir a nanoformulação para ser ministrada aos animais diariamente por via oral pelo tempo de 14 dias pós introdução do estado hipertensivo. O total de 64 ratos Wistar machos foram distribuídos em grupos de dieta contendo 0,27% de sódio (SDP e SDDC) e outro grupo com dieta de 0,90% de sódio (HSP e HSDC). Os grupos denominados DC receberam a nanoformulação contendo extrato de B. dracunculifolia pelo tempo de 14 dias. Foram realizadas prova de função hepática, renal e perfil metabolico. Os resultados mostraram que o modelo de implante de esponja em ratos Wistar foi efetivo e se manifestou de forma similar ao modelo camundongo. Nem a associação das dietas e nem o tratamento alterou o perfil metabólico e inflamatório em nenhum dos grupos avaliados. Os resultados obtidos da análise de sódio e potássio no soro mostrou diferença significativa nos grupos HSDC quando comparados ao grupo SDP. Pode-se concluir que o modelo proposto está adequado e de acordo com as referências obtidas na literatura.
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    Desenvolvimento de um nanocarreador lipídico sólido com atividade antioxidante e anti-inflamatória à base de subastâncias vegetais para formulações cosméticas de skincare e anti-aging.
    (2022) Luz, Gládia Fernanda Silva da; Santos, Orlando David Henrique dos; Silva, Elton Luiz; Santos, Orlando David Henrique dos; Santos, Délia Chaves Moreira dos; Silva, Gisele Rodrigues da
    O presente trabalho discorre sobre o desenvolvimento de um carreador lipídico nanoestruturado (CLN) como um insumo para incorporação em formulações cosméticas designadas ao rejuvenescimento cutâneo (anti-aging). Tem-se como objetivo principal a síntese de uma nanopartícula lipídica, incorporando ativos da flora brasileira, e a avaliação de seu potencial antioxidante. Foi utilizada uma combinação de manteiga de ucuúba (Virola surinamensis) e óleo essencial de candeia (Eremanthus erythropappus), devido aos seus ótimos potenciais antioxidantes e anti-inflamatórios dérmicos, juntamente com uma mescla de tensoativos hidrofílico e hidrofóbico biodegradáveis. Inicialmente, foi feita a otimização de uma nanopartícula contendo apenas manteiga de ucuúba através do método de inversão de fases, com o intuito de averiguar e selecionar os tensoativo que apresentem resultados satisfatórios na síntese e na estabilidade do carreador. Após a avaliação do tamanho da partícula e potencial zeta da CLN, deu-se início à incorporação do óleo essencial na formulação para a obtenção da CLN final, seguida de sua caracterização. A CLN final apresentou um tamanho de 105,0nm ± 0,2, com um índice de polidispersão de 0,120 ± 0,002, potencial zeta --0,165 ± 0,017 e um teor de encapsulação de 100%. Embora o potencial zeta não tenha apresentado uma carga desejável, sugere-se que a estabilidade apresentada pela formulação, em termos de tamanho e índice de polidispersão, seja decorrente do impedimento estérico causado pelas cadeias peguiladas do tensoativo selecionado. Os resultados da análise da atividade antioxidante in vitro da nanopartícula carregada foram promissores, mostrando que atende com as propriedades desejadas. Como o carreador lipídico nanoestruturado (CLN) possui características desejáveis para tratamentos cosméticos anti-envelhecimento, sugere-se futuros estudos em relação à estabilidade a médio e longo prazo dos ativos vegetais e formulação do insumo final.
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    Avaliação da solubilidade e permeabilidade da loratadina e desloratadina visando a classificação biofarmacêutica.
    (2018) Silva, Débora dos Santos da; Souza, Jacqueline de; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de; César, Isabela da Costa; Coutrim, Maurício Xavier
    O Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB), proposto em 1995, é fundamentado nos parâmetros de solubilidade e permeabilidade de fármacos e tem sido utilizado como ferramenta na decisão regulatória da substituição dos estudos de bioequivalência por testes in vitro. Devido à necessidade de estudos biofarmacêuticos para segura classificação e a discussão acerca da bioisenção, a loratadina e a desloratadina são fármacos de estudo que apresentam estreitas relações farmacocinética e estrutural entre si. Esses fatores despertaram a necessidade de um método analítico capaz de quantificá-los simultaneamente, sendo desenvolvido e validado um método por cromatografia a líquido de alta eficiência com as condições cromatográficas: C18 (150x4,6 mm, 5 μm), fluxo 1,0 ml/min, temperatura 25ºC, volume de injeção 20 μl, detecção na região do UV a 248 nm, a fase móvel foi composta por ácido acético a 0,1% em água (v/v) (A) e metanol (B) eluídos em modo gradiente (tempo (min)/% B): 0,0/5,0%; 3,0/100,0%; 5,0/100,0%; 6,0/5,0% e 7,0/5,0%. O método desenvolvido foi aplicado a estudos de solubilidade em equilíbrio pelo método da agitação orbital em frasco (shake-flask) e mostrou-se indicativo de estabilidade, sendo seletivo, linear, preciso e exato. A loratadina apresentou solubilidade dependente do pH, tendo razão dose/solubilidade de 0,59 mL, 415,0 mL e 17787, 64 mL nos meios tamponados FGSSE pH 1,2, TA pH 4,5 e FISSE pH 6,8, respectivamente. A desloratadina por sua vez apresentou alta solubilidade caracterizada com razão dose/solubidade 0,19 mL, 0,76 mL, 1,30 mL nos três meios tamponados FGSSE pH 1,2, TA pH 4,5 e FISSE pH 6,8, respectivamente. Em relação à permeabilidade, os dados da literatura compilados não compreendem estudos in vivo em humanos sadios, de forma que a partir dos dados disponíveis sugere-se que ambos os fármacos se comportem como altamente permeável, sendo a desloratadina passível de pertencer a classe I e a loratadina a classe II segundo o SCB. Nesse contexto, a desloratadina é um possível candidato a bioisenção enquanto que a loratadina não é um fármaco bioisento. A identificação e avaliação da composição dos medicamentos contendo esses fármacos isoladamente permitiu verificar a ausência de excipientes considerados críticos no processo de absorção nos medicamentos contendo 10 mg de loratadina, enquanto que duas das formulações contendo 5 mg de desloratadina apresentaram manitol em sua composição. Ao passo que esse excipiente pode afetar a biodisponibilidade dos fármacos, os estudos de bioequivalência que todos esses medicamentos foram submetidos asseguram a eficácia clínica e segurança dos mesmos.
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    Atividade antinociceptiva, antiartrite gotosa e antioxidante de Lychnophora pinaster.
    (2019) Barros, Camila Helena; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Costa, Luciana Souza Guzzo; Guimarães, Andrea Grabe
    A gota é uma enfermidade que acomete as articulações e tecidos subcutâneos devido à deposição de cristais de ácido úrico nestes locais, seguido de inflamação, dor e disfunção do membro atingido. Os fármacos disponíveis atualmente para o tratamento da artrite gotosa são reduzidos, sua farmacoterapia não abrange todos os sintomas da gota em apenas um medicamento e apresentam uma série de efeitos adversos, justificando a necessidade da busca por novas opções terapêuticas. As Lychnophoras, conhecidas popularmente como “arnica”, são espécies utilizadas na medicina popular na forma de soluções hidroalcóolicas ou pomadas para o tratamento da dor, reumatismo e inflamação. Pesquisas anteriores realizadas na UFOP demonstraram os efeitos do extrato etanólico da Lychnophora pinaster (EEL) sobre a hiperuricemia, inflamação e nocicepção. O presente estudo avaliou os efeitos do EEL e de seus constituintes químicos principais sobre a artrite induzida por cristais de urato monossódico (MSU) na articulação fêmur-tibial de camundongos C57BL/6 e sobre o estresse oxidativo. Como resultado da atividade antinociceptiva, o EEL na maior dose avaliada, reduziu o limiar de nocicepção de maneira equivalente a indometacina, fármaco anti-inflamatório (padrão) do experimento. Provavelmente as substâncias presentes no EEL, ácido cinâmico, quercetina, lupeol e estigmasterol foram responsáveis pelo efeito antinociceptivo de EEL, sendo que o lupeol foi mais efetivo que a indometacina. Na determinação da atividade antioxidante, o EEL não apresentou efeito sobre a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) no tecido periarticular. Das substâncias avaliadas, apenas vitexina promoveu o aumento da atividade da CAT e o ácido E-licnofórorico estimulou o aumento tanto da atividade da SOD quanto da CAT. A redução da migração de neutrófilos para a cavidade periarticular da articulação fêmur tibial dos camundongos foi observada nos grupos tratados com diferentes doses do EEL e nos grupos tratados com as substâncias presentes em L. pinaster, ácido cinâmico, rutina, quercetina, vitexina, lupeol, estigmasterol, ácido cafeico e ácido clorogênico. Neste trabalho o efeito anti-inflamatório do EEL observado, ocorreu pela inibição da migração de neutrófilos e pela redução das concentrações das citocinas próinflamatórias, IL-1β e TNF-α, na região inflamadada. Todas as substâncias detectadas no EEL contribuíram para os efeitos do extrato sobre a artrite. O ácido cinâmico, a rutina, ácido E-licnofórico e o estigmasterol demonstraram sua capacidade de inibição da IL-1β. Já o ácido cafeico e a vitexina promoveram a diminuição tanto da citocina IL-1β, como do TNFα. Dessa forma, o extrato etanólico de Lychnophora pinaster e seus constituintes principais se mostraram promissores para o tratamento da dor e inflamação decorrentes da artrite gotosa.
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    Avaliação da microbiota facial humana e propriedades prebióticas dos extratos vegetais da Annona crassiflora e Mangifera indica e incorporação dos extratos em um produto cosmético.
    (2022) Sampaio, Larissa Silva; Santos, Orlando David Henrique dos; Santos, Orlando David Henrique dos; Silva, Breno de Mello; Watanabe, Evandro
    A microbiota da pele humana é composta por uma grande variedade de microrganismos que atuam de forma simbiótica e trazem benefícios para o ser humano, quando em equilíbrio, contribuindo inclusive para a imunidade local. Esta é única em cada indivíduo, podendo ser influenciada pela idade, tipo de pele, local do corpo em que se encontra, local de residência, hidratação, pH da pele, sexo, entre outros. É evidente a crescente preocupação das pessoas acerca dos cuidados com a pele e também com o uso de produtos cosméticos que apresentam grandes quantidades de conservantes e tensoativos, que podem prejudicar esta microbiota. Com o objetivo de amenizar estes danos, surgiram os produtos com apelo prebiótico. Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar o extrato etanólico bruto extraído do fruto maduro da Annona crassiflora e das folhas da Mangifera indica em uma formulação tópica, direcionado para aplicação na pele da face, através de uma avaliação fitoquímica onde foram quantificados compostos fenólicos, flavonoides e taninos totais; microbiológica qualitativa, CIM e CBM e avaliação da propriedade prebiótica; citotoxicidade em fibroblastos murinos (L929) e avaliação da estabilidade da formulação. Foi possível observar alterações relacionadas aos extratos na população bacteriana avaliada e desenvolver o cosmético para a pele da face.
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    Análise do potencial fotoprotetor dos extratos de Humulus lupulus e formulação de protetor solar de amplo espectro.
    (2022) Sampaio, Jéssica Silva; Santos, Orlando David Henrique dos; Santos, Orlando David Henrique dos; Araújo, Raquel Silva; Goulart, Gisele Assis Castro
    Os raios solares são responsáveis por causar danos às estruturas celulares da pele humana, podendo levar à formação de rugas, descamação, manchas, pele seca e câncer de pele, se tornando uma fonte de grande preocupação para a população, sendo imprescindível o uso de filtros solares. Os filtros solares sintéticos são amplamente utilizados, mas existem estudos sugerindo que estes produtos podem estar associados a alergias de contato e danos ambientais, desta forma, o uso de filtros solares naturais seria mais vantajosos. As plantas biossintetizam metabólitos como uma forma de proteção às agressões externas e alguns destes compostos são reconhecidamente eficazes na absorção de radiação UV. O lúpulo (Humulus lupulus) apresenta compostos bioativos capazes de exercer esta função. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é identificar a eficácia fotoprotetora do extrato bruto e frações de H. lupulus e desenvolver uma formulação para incorporá-los. A caracterização fitoquímica foi realizada por meio de testes quantitativos de identificação de compostos bioativos, com a finalidade de detectar compostos que possuam grupos cromóforos que absorvam radiação na faixa UV, como compostos fenólicos e flavonoides. Foi realizado um delineamento experimental para desenvolvimento de hidrogel a base de poloxamer para incorporação dos extratos. A citotoxicidade dos extratos e formulações foi avaliada em fibroblastos murinos. Análises do Fator de Proteção Solar e da razão UVA/UVB das formulações foram realizadas por método in vitro, utilizando espectrofotômetro UV-Visível. Foi avaliado o potencial antioxidante do extrato bruto e frações e formulações, a partir das metodologias de sequestro dos radicais livres DPPH e ABTS. Dentre os extratos testados, a fração butanólica foi a que apresentou o maior teor de compostos fenólicos e flavonoides totais (83,64 EAG/g e 7,21 ER/g, respectivamente). Foram desenvolvidas formulações utilizando o extrato etanólico bruto e fração butanólica, resultando em produtos com FPS 4,68 e 9,38, respectivamente. As formulações apresentaram melhor atividade antioxidante quando comparadas com os respectivos extratos e foi capaz de alterar sua atividade citotóxica. Este trabalho demonstrou a capacidade de produção de formulação fotoprotetora de amplo espectro e com atividade antioxidante a partir de folhas de H. lupulus.
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    Efeitos de polimorfismos nos genes ADIPOQ e NOS3 e fatores de risco no controle e nos níveis de pressão arterial em hipertensos.
    (2022) Cunha, Warlley Rosa; Belo, Vanessa de Almeida; Lima, Angélica Alves; Paula, Gustavo Henrique Oliveira de; Belo, Vanessa de Almeida; Soares, Fernanda Rodrigues; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do
    O tratamento e o controle da hipertensão arterial (HA) são essenciais para reduzir a morbimortalidade das doenças cardiovasculares. Enquanto polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) nos genes adiponectina (ADIPOQ) e óxido nítrico sintase endotelial (NOS3) têm sido associados a distúrbios cardiovasculares, a contribuição desses SNPs para o controle e níveis de pressão arterial (PA) em hipertensos com adesão à terapia ainda não está claro. Particularmente, não há estudos testando os efeitos dos polimorfismos da ADIPOQ no controle da pressão arterial. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar se os genótipos, haplótipos e a interação entre os SNPs dos genes NOS3 (rs3918226 e rs1799983) e ADIPOQ (rs266729 e rs1501299) afetam o controle e os níveis de PA em hipertensos em tratamento com anti- hipertensivos. Foram recrutados, em um estudo transversal de fevereiro a setembro de 2021, 196 hipertensos adeptos a terapia onde a média das três últimas medidas de PA obtida dos prontuários foi usada para agrupá-los em: HA controlada (PA <140 / 90mmHg) e HA não controlada (PA ≥ 140 / 90mmHg). Amostras de sangue venoso foram coletadas destes indivíduos e os genótipos foram determinados pelo ensaio de discriminação de alelos Taqman®. As frequências dos haplótipos foram estimadas usando o programa haplo.stats. Análises de regressão logística múltipla e regressão linear múltipla foram realizadas ajustando para etnia, dislipidemia, obesidade, doenças cardiovasculares e níveis de ácido úrico. Todos os SNPs apresentaram equilíbrio de Hardy-Weinberg. O genótipo CG para o polimorfismo rs266729 do gene ADIPOQ apresentou associação com a HA não controlada e com maiores níveis de pressão arterial sistólica (PAS) e média (PAM) (P<0,05). Além disso, o haplótipo GT dos polimorfismos rs266729 e rs1501299 do ADIPOQ foi associado a HA não controlada e a maiores níveis de pressão arterial diastólica (PAD) e PAM em comparação com o haplótipo CT. Não foram observados efeitos dos genótipos ou haplótipos dos SNPs do gene NOS3 nem a interação com SNPs do gene ADIPOQ no controle da PA em hipertensos em tratamento. Os resultados deste trabalho sugerem que polimorfismos no gene ADIPOQ influenciam o controle da HA e níveis pressóricos de hipertensos em tratamento, surgindo como potencial marcador para resposta a terapia anti-hipertensiva.
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    Avaliação de problemas farmacoterápicos e fatores associados identificados em pacientes atendidos pelo serviço de conciliação de medicamentos em um hospital de médio porte de Minas Gerais.
    (2022) Ramalho, Paula Carneiro; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Guimarães, Andrea Grabe; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Costa, Josiane Moreira da; Jeremias, Wander de Jesus
    Introdução: Erros de medicação (EM) decorrentes da falha de comunicação entre profissionais de saúde, em diferentes níveis de cuidado, correspondem à causa mais frequente no surgimento de problemas relacionados ao uso de medicamentos (PRM). A conciliação de medicamentos (CM) é um serviço farmacêutico que visa a prevenção de EM resultantes de discrepâncias da prescrição. Objetivos: Avaliar PRM identificados por meio da CM na admissão hospitalar de pacientes, em um hospital de médio porte. Metodologia: Estudo transversal quantitativo que envolve um serviço de CM no período de março 2021 a fevereiro de 2022 de pacientes admitidos no setor clínica médica e que fazem uso de ao menos um medicamento de uso contínuo. A primeira entrevista do serviço de CM foi realizada em até 48 horas após admissão dos pacientes, sendo realizada a coleta de dados sociodemográficos, indicadores de saúde, informações detalhadas sobre a farmacoterapia domiciliar e análise de discrepância medicamentosa (DM) classificada como intencional e não intencional. Os medicamentos foram descritos conforme o segundo e quinto nível da Anatomic Therapeutic Chemical (ATC). O banco de dados foi construído em planilhas do Microsoft Excel. Foram variáveis desfechos, ocorrência de DM e PRM identificados pelos farmacêuticos na CM, sendo o PRM avaliado na população idosa. Além disso, avaliado a adesão médica às intervenções farmacêuticas . As análises descritivas e estatísticas foram realizadas no Software Stata 13.0, e o limiar de significância foi de 5%. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (CEP/UFOP), parecer no 4.845.642. Resultados: Fazer uso de ao menos um Medicamento Inapropriado para Idosos (MPI) (p<0,001), polifarmácia (p=0,014) e internações por doenças do aparelho circulatório (p=0,007) apresentaram relação significativa para a ocorrência de ao menos um PRM. Já a análise multivariada, verificou-se que a ocorrência de ao menos um PRM em idosos foi associada ao uso de pelo menos um MPI (RP: 2,33; IC95% 1,68 - 3,25), apresentar história de alergia medicamentosa (RP:1,48; IC 95% 1,07-2,06), internações por doenças infecciosas e parasitárias (RP:1,52; IC95% 1,16-2,01) e doenças do aparelho circulatório (RP:1,30; IC95% 1,00-1,70). As variáveis, faixa etária (p=0,005), polifarmácia (p<0,001), ser portador de ao menos uma das duas comorbidades mais prevalentes (hipertensão arterial ou diabetes mellitus) (p=0,001), internações por doenças infecciosas e parasitárias (p<0,001) e doenças do aparelho circulatório (p=0,040) possuem relação significativa para a ocorrência de ao menos uma DM em prescrições. Com relação à adesão da equipe médica foi observada correlação estatisticamente significativa com a presença de DM do tipo não intencional (p=0,002), via de relato a equipe médica (p<0,001) e internações por doenças do aparelho respiratório (p=0,006). Medicamentos utilizados no Diabetes Mellitus (p<0,001), agentes que atuam no Sistema Renina-Angiotensina (p=0,028), agentes modificadores de lipídio (p=0,026), Medicamentos para doenças obstrutivas das vias aéreas (p=0,001), nutrientes gerais (p=0,005) e medicamentos hormonais tireoidianos (p=0,002) foram associados à DM não intencional. Conclusão: O serviço CM é capaz de avaliar PRM na população idosa e identificar um percentual significativo de DM em prescrição. A caracterização da população e o conhecimento do perfil de medicamentos utilizados pelos pacientes é uma estratégia essencial para reduzir os EM durante a transição do cuidado. Sugere- se que a adesão médica está mais favorecida nos casos de contexto epidemiológico atual devido o estudo ter ocorrido em período de pandemia pela COVID-19. Sendo assim, o serviço de CM é capaz de promover segurança do paciente em âmbito hospitalar.
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    Avaliação biofarmacêutica da losartana visando subsidiar a discussão de bioisenção.
    (2015) Souza, Janine Braga de; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de
    O Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) agrupa os fármacos de acordo com as suas características de solubilidade e permeabilidade, e tem sido utilizado como ferramenta regulatória para embasar a possibilidade de isenção dos estudos de bioequivalência in vivo (bioisenção), para certos fármacos veiculados em formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata (FFSOLI). A solubilidade, a permeabilidade e dissolução são os principais fatores que controlam a absorção e logo a atividade terapêutica de um fármaco. Neste estudo, foram realizadas avaliações biofarmacêuticas para o anti-hipertensivo losartana buscando complementar informações, ainda ausentes, que possam contribuir para a definição de sua classe no SCB e para uma segura decisão sobre a possibilidade ou não de bioisenção. Foi desenvolvido e validado o método para a quantificação da losartana por CLAE nos meios que simulam o fluido gástrico simulado sem enzimas (FGSSE, pH=1,2), tampão acetato (TA, pH=4,5) e suco entérico simulado sem enzimas (SESSE, pH=6,8). Ométodo foi linear, preciso, exato e seletivo na faixa de trabalho selecionada em todos os meios tamponados e aplicado a estudos de solubilidade pelo método da agitação orbital em frasco (shake-flask) e por dissolução intrínseca. No método da agitação orbital e frasco, a losartana apresentou baixa solubilidade no meio FGSSE (pH=1,2) - razão D/S >250 mL - e no meio SESSE (pH=6,8) houve uma divergência em relação a sua classificação de acordo com as condições utilizadas. Por outro lado, no estudo de dissolução intrínseca o fármaco apresentou alta solubilidade no meio FGSSE (pH=1,2) - VDI=0,90 mg/min/cm2 - e no meio SESSE (pH=6,8), VDI=10,04 mg/min/cm2. Não foi possível obter resultados conclusivos em relação à solubilidade do fármaco no meio TA (pH=4,5). Os resultados obtidos pelos estudos de Química Quântica forneceraminformações moleculares e eletrônicas que auxiliaram no entendimento acerca da solvatação da losartana nas diferentes faixas de pH. Também foram avaliados os perfis de dissolução da losartana a partir de comprimidos revestidos disponíveis no mercado brasileiro nos meios tamponados e os excipientes destes produtos. Foi verificado que eles não apresentaram rápida dissolução (85% em 30 minutos) em nenhum dos meios tamponados avaliados. Além disso, não houve diferença estatística entre os perfis de dissolução dos produtos avaliados. Entretanto, em relação a eficiência de dissolução, foi observada diferença estatística (P<0,05) do Produto A (referência) e do Produto B (similar) em comparação ao Produto C (genérico) no meio TA (pH=4,5). No meio SESSE (pH=6,8), também houve diferença estatística do Produto A em comparação com o Produto C. Esse fato indicaria que o medicamento genérico analisado possuiria diferenças importantes na liberação e, logo, na biodisponibilidade do fármaco que poderiam estar relacionadas com a presença de um excipiente. Emrelação a permeabilidade, os dados encontrados na literatura demonstraram a baixa permeabilidade da losartana. Portanto, a losartana poderia ser um fármaco de classe IV (baixa solubilidade e baixa permeabilidade) do SCB, o que inviabiliza a possibilidade de bioisenção pelas agências reguladoras.
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    Desenvolvimento de formulação de poloxâmero 407 contendo insulina e óleo de buriti e avaliação in vivo do efeito hipoglicêmico após administração retal em ratas fisher.
    (2015) Silva, Luana Christian Gonçalves da; Barichello, José Mario; Costa, Daniela Caldeira; Barichello, José Mario; Castro, Whocely Victor de; Silva, Glenda Nicioli da
    O Diabetes mellitus é uma doença metabólica que afeta milhões de pessoas no mundo, levando a diversos problemas. A descoberta da insulina, em 1921, permitiu o tratamento desta doença. Porém, a via de administração do fármaco é a injetável, a qual representa um grande desconforto, limitando a adesão de pacientes ao tratamento com insulina. A via oral seria a mais confortável para a administração da insulina, entretanto a degradação enzimática no trato gastrointestinal e sua baixa lipofilia impedem o seu uso por essa via. O óleo de buriti (OB) é um produto natural contendo várias substâncias de interesse terapêutico e tecnológico, como, por exemplo, carotenoides, α-tocoferol e vitamina C, além de conter grande quantidade de ácidos graxos, principalmente o ácido oleico (AO), reconhecido promotor de permeação de moléculas como a INS. Nesse estudo, solução micelar de poloxâmero 407 (P407) contendo OB e INS foi desenvolvida e o efeito hipoglicêmico desta formulação contendo INS foi avaliado in vivo. A análise quantitativa do OB realizada por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas demonstrou o ácido oleico como ácido graxo majoritário do óleo (71,67%), seguido do ácido palmítico (15,61%). A avaliação do microambiente micelar da formulação P407+OB+INS por espectrofluorimetria utilizando o pireno como sonda fluorescente demonstrou que a adição de OB reduziu consideravelmente a polaridade das micelas. A formulação P407+OB+INS apresentou tamanho médio de gotículas de 300 nm, com índice de polidispersão de 0,46 e potencial zeta de -44 mV. No estudo in vivo utilizando ratas albinas da linhagem Fischer, P407+OB+INS administrada por via retal apresentou importante efeito hipoglicemiante ao longo do tempo de 6 horas do experimento, enquanto a formulação contendo AO utilizado como controle positivo, apresentou um forte pico hipoglicêmico em 1 hora, retornando aos níveis glicêmicos normais ao final do tempo de 6 horas. Em ratas diabéticas, a formulação P407+OB+INS apresentou resultados semelhantes, porém, o efeito hipoglicêmico foi mais acentuado que nos animais saudáveis. Com isso, conclui-se, que OB, apresentou potencial para se tornar um importante agente promotor de permeação de fármacos, incluindo proteínas e peptídeos, sendo uma alternativa interessante para o desenvolvimento de formulações não invasivas de INS.
  • Item
    Classificação biofarmacêutica do cloridrato de fexofenadina e avaliação das condições para estudos de dissolução da suspensão oral.
    (2017) Rosa, Lorena de Sousa; Souza, Jacqueline de; Marinho, Flávia Dias Marques; Porta, Valentina; Barcellos, Neila Marcia Silva; Souza, Jacqueline de
    O objetivo do presente trabalho foi realizar estudos de dissolução para o cloridrato de fexofenadina na forma farmacêutica suspensão oral e avaliar os dados de solubilidade e permeabilidade para elucidar a sua classificação biofarmacêutica. Para tanto, foi desenvolvido um método por cromatografia a líquido de alta eficiência para quantificação do fármaco aplicado aos estudos de dissolução e solubilidade. O método, validado de acordo com o estabelecido na resolução 899/2003 da Anvisa, compunha-se de fase móvel tampão fosfato de sódio 25mM pH 6,8: acetonitrila (68:32 v/v), coluna Zorbax Eclipse® C18, fluxo 1mL.min-1 , temperatura de 30 °C e volume de injeção de 20μL. O estudo de solubilidade foi desenvolvido utilizando o método da agitação orbital em frasco, à temperatura de 37 °C±1 °C e agitação de 100 rpm por 12h nos meios tamponados compostos de ácido clorídrico pH 2,0, acetato pH 4,5 e fosfato pH 6,8. Esses mesmos meios foram utilizados no desenvolvimento do teste de dissolução. Nesse ensaio, 5mL da suspensão oral de cloridrato de fexofenadina foram inseridos em cubas contendo 900mL dos meios, com auxílio de seringas de vidro as quais foram pesadas cheias e após esvaziadas. O ensaio foi realizado com uso do aparelho pá, a 37°C ± 0,5 °C, nas velocidades de agitação 25 e 50 rpm. Alíquotas de 5mL foram coletadas, com reposição de mesmo volume de meio, filtradas em membranas PVDF de 0,45μm e quantificadas, sem diluição. Os dados relativos à permeabilidade do fármaco foram obtidos por meio de pesquisa bibliográfica em bases de dados científicas. Os excipientes da formulação da suspensão oral foram catalogados e classificados quanto à sua função, e suas interferências na dissolução foram pesquisadas na literatura científica. O estudo de solubilidade indicou que o cloridrato de fexofenadina é um fármaco de baixa solubilidade, com razão dose/solubilidade de 326,55mL no tampão pH 2,0; para o tampão pH 4,5, 2.456,33mL; e para o tampão pH 6,8, 1.021,16mL. No estudo de dissolução, a velocidade de rotação de 25rpm foi mais adequada para rotina no controle de qualidade. A forma de inserção da amostra tem grande influência na homogeneidade dos perfis de dissolução. Pode ser estabelecido como critério de aceitação a cedência de 85% em 30 min com base nos resultados obtidos e no tempo de esvaziamento gástrico. A dissolução ocorreu adequadamente no tampão ácido clorídrico pH 2,0 e provavelmente não seria uma etapa limitante da absorção da fexofenadina a partir da suspensão. Observou-se que dois excipientes da formulação podem ter auxiliado no aumento da dissolução. Quanto à permeabilidade, o cloridrato de fexofenadina foi considerado pouco permeável, assim, pertence à classe IV do Sistema de Classificação Biofarmacêutica.
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    Efeitos toxicogenéticos e toxicogenômicos do composto Silibinina em linhagens celulares de carcinoma de bexiga.
    (2016) Oliveira, Daiane Teixeira de; Silva, Glenda Nicioli da; Marcondes, João Paulo de Castro; Lima, Angélica Alves; Spanó, Mário Antônio
    A Silibinina é um flavonoide de ocorrência natural, isolado a partir dos frutos e sementes do Cardo-mariano (Silybum marianum). Dados recentes têm demonstrado a eficácia deste fitoquímico na prevenção e tratamento de tumores da bexiga (in vitro e in vivo), tornando-o um agente antineoplásico promissor. Mutações no gene TP53 são as alterações mais comuns em células de câncer de bexiga e estão relacionadas à resposta ao tratamento. Assim, o presente estudo objetivou avaliar o potencial antineoplásico e os possíveis mecanismos de ação da silibinina em células uroteliais de carcinoma de bexiga com diferentes status do gene TP53 (RT4 - tumor de baixo grau, com gene TP53 selvagem; T24 - tumor de alto grau, com gene TP53 mutado). As células foram tratadas com diferentes concentrações de silibinina para os ensaios de citotoxicidade, sobrevivência celular e clonogênica, para o teste do cometa, para os experimentos de ciclo celular e apoptose e para a análise da expressão dos genes RASSF1 e HDAC1. Os resultados mostraram aumento de danos primários no DNA para ambas as linhagens celulares. Além disso, diminuição da taxa de proliferação celular após 48 horas de tratamento em células TP53 mutado, mas não em células do tipo selvagem, foi observada. No entanto, após 72 horas de tratamento com a silibinina, diminuição da proliferação celular em ambas as linhagens celulares foi demonstrada. No teste de sobrevivência clonogênica, a silibinina induziu a diminuição significativa da capacidade de formação de colônias em T24 e RT4 células. Aumento das taxas de apoptose iniciais foram observados em ambas as linhagens celulares enquanto as taxas de apoptose tardia só foram detectadas na linhagem T24. Alterações na cinética do ciclo celular não foram observadas. Da mesma maneira, alterações na expressão dos genes RASSF1 e HDAC1 não foram detectadas. Em conclusão, a silibinina promoveu a diminuição da capacidade proliferativa em linhagens celulares de carcinoma urotelial de bexiga por meio da indução de danos na molécula de DNA e ativação de mecanismos de morte celular independentes do status de TP53. Esses resultados fornecem informações relevantes que poderão contribuir na elucidação dos mecanismos de ação da silibinina no tratamento do câncer de bexiga.
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    Análise química de extratos de Eruca sativa e seus efeitos na hiperuricemia.
    (2020) Teixeira, Arthur Ferrari; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Souza, Jacqueline de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Vieira Filho, Sidney Augusto; Cardoso, Leonardo Máximo
    O número de medicamentos para tratar a hiperuricemia é reduzido e gera efeitos adversos severos, justificando a busca por novas opções terapêuticas. Eruca sativa, popularmente conhecida como rúcula, é uma hortaliça originada do Mediterrâneo e leste do Irã, mas que foi domesticada na maior parte do mundo. Na medicina popular é conhecida por possuir várias propriedades biológicas incluindo diurética, protetora renal, anti-hipertensiva e antidiabética. A justificativa deste estudo se baseia na proposição de que tratamentos à base da rúcula poderiam ter efeitos na hiperuricemia, visto que ela é popularmente usada para o tratamento de comorbidades induzidas por níveis altos de ácido úrico. O presente trabalho propôs avaliar in vivo a atividade anti-hiperuricêmica (uricostática e uricosúrica) dos extratos hexânico e etanólico da rúcula, além de identificar seus constituintes químicos principais por CLAE-DAD e UHPLC-ESI-QTOF. As análises realizadas por CLAEDAD e por UHPLC-ESI-QTOF, sugeriram a presença de glicosinolatos e flavonóis poliglicosilados anteriormente identificados em outros estudos com E. sativa. O flavonoide majoritário do extrato etanólico, kaempferol-3,4’-O-diglicosídeo, foi isolado do EESE e sua atividade anti-hiperuricêmica foi avaliada na dose de 10 mg/kg. Um método analítico foi desenvolvido e validado para quantificar o kaempferol-3,4’-Odiglicosídeo no extrato etanólico por CLAE-DAD. Os experimentos in vivo foram realizados em ratos Wistar com hiperuricemia induzida por oxonato de potássio e ácido úrico. Alopurinol (inibidor da xantina oxidase), probenecida e benzbromarona (uricosúricos) foram usados controles positivos. Os tratamentos com ambos extratos na dose de 125 mg/kg e com kaempferol-3,4-O-diglicosídeo na dose de 10 mg/kg mostraram efeito hipouricêmico. Observou-se efeito dose-dependente em relação a atividade anti-hiperuricêmica nos tratamentos com ambos extratos. O principal mecanismo hipouricêmico observado para os extratos foi o uricosúrico, entretanto, outros mecanismos não elucidados contribuíram para o efeito anti-hiperuricêmico. Kaempferol-3,4’-O-diglicosídeo, principal flavonoide componente do extrato etanólico de E. sativa foi importante para a atividade total deste extrato. Os resultados obtidos indicaram o potencial da E. sativa e do kaempferol-3,4’-O-diglicosídeo para o tratamento da hiperuricemia e de doenças relacionadas.
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    Nanopartículas constituídas de poli(ε-caprolactona) e butirato de sódio revestidas por quitosana : desenvolvimento, caracterização e estudos de tolerância ocular.
    (2021) Reis, Júlia Stephania dos; Silva, Gisele Rodrigues da; Silva, Gisele Rodrigues da; Fialho, Sílvia Ligório; Santos, Orlando David Henrique dos
    No processo de angiogênese patológica, como nas doenças Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) e Retinopatia Diabética (RD), o corpo perde sua capacidade de manter o equilíbrio dos mediadores angiogênicos, como por exemplo o fator de crescimento endotelial (VEGF), que pode ocasionar no aumento da permeabilidade vascular, comprometendo a integridade da retina, e gradualmente, a visão. Nesse sentido, compostos capazes de inibir ou retardar o crescimento anômalo de novos vasos sanguíneos é de grande interesse haja visto que não há muitas opções terapêuticas disponíveis para inibir a angiogênese. Para este propósito, o butirato de sódio (NaB), um ácido graxo de cadeira curta naturalmente produzido no cólon humano, poderia se tornar uma nova alternativa terapêutica, uma vez que é ele capaz de modular moléculas associadas a neovascularização. Entretanto, este princípio ativo deve ser inserido em formulações para ser veiculado. Portanto, o objetivo deste trabalho foi desenvolver nanopartículas contendo NaB feitas de poli(εcaprolactona) (PCL), um polímero biodegradável e biocompatível, e revestido por quitosana (CS), um polissacarídeo capaz de modular a biodisponibilidade de fármacos, destinadas ao tratamento da neovascularização em doenças que acometem o segmento posterior do olho. As nanopartículas foram desenvolvidas por meio do delineamento fatorial 23 com réplicas no ponto central; caracterizadas e apresentaram diâmetro de 311 ± 3,10 nm, IPD de 0,208 ± 0,007, potencial zeta de +56,3 ± 2,62 mV e eficiência de encapsulação de 92,37%. A tolerância ocular foi avaliada por meio do teste da membrana corio-alantoide do embrião de galinha (teste HET-CAM) e as nanopartículas mostraram-se bem toleradas frente a CAM. Estes sistemas revestidos permitiram a viabilidade das células do epitélio pigmentar da retina (ARPE-19), após 48 horas de exposição. Em conclusão, as nanopartículas foram desenvolvidas, caracterizadas e mostraram-se bem toleradas frente à CAM e as células oculares. Sugere-se que estes sistemas possam ser utilizados para inibir a neovascularização em doenças como a DMRI e RD, as quais há um processo angiogênico patológico, e se tornarem uma nova alternativa terapêutica.
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    Perfil de utilização de medicamentos em idosos atendidos pela atenção primária do Sistema Único de Saúde : análise da segurança terapêutica.
    (2021) Silveira, Viviane Felix; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Nascimento, Renata Cristina Rezende Macedo do; Silveira, Micheline Rosa; Guimarães, Andrea Grabe
    Introdução: Os idosos tem grande representatividade entre os usuários de serviços públicos de saúde, tendo em vista que são mais suscetíveis a doenças crônicas e internações, além de serem consumidores de um grande número de medicamentos. Entretanto, poucos estudos de base populacional apresentam dados sobre a prevalência de problemas relacionados ao uso de medicamentos em idosos. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil de utilização de medicamentos e os aspectos relacionados à segurança terapêutica nos idosos atendidos pela Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS). Métodos: Trata-se de um estudo transversal, integrante da Pesquisa Nacional Sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM) - componente Serviços, a qual utilizou uma amostra representativa da população brasileira. As variáveis de interesse foram o uso de medicamentos e o uso de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI). A amostra foi composta por indivíduos com 65 anos ou mais, sendo a coleta dos dados realizada nos serviços de APS do SUS, no período de julho/2014 a maio/2015. Os medicamentos foram classificados segundo a Anatomical Therapeutic Chemical (ATC), sendo as interações medicamento-medicamento identificadas pelo aplicativo Micromedex®. Para a classificação dos MPI foi utilizado o Critério de Beers 2019 e a polifarmácia foi definida como o uso concomitante de cinco ou mais medicamentos. As análises foram construídas no programa R versão 4.0.2 utilizando o pacote survey para incorporação do desenho de análises complexas. Resultados: A amostra foi composta por 1.157 indivíduos, sendo que 899 estavam na faixa entre 65 e 74 anos, 223 tinham entre 75 e 84 anos e 35 tinham 85 anos ou mais. A maior parte dos idosos (63,4% IC95% 59,9- 66,7) era do sexo feminino; 58,7% (IC95% 54,1-63,2) casados ou em união estável; 58,8% (IC95% 50,4-66,7) possuíam ensino fundamental incompleto e 27,2% (IC95% 20,8-34,7) declararam serem analfabetos. Foi encontrada alta prevalência de uso de medicamentos (94,2% IC95% 92,2- 95,8) nos 30 dias anteriores à entrevista, com média de 2,87 ± 2,12 medicamentos/idoso. A prevalência de polifarmácia foi 21,0% (IC95% 15,9-27,3). Os medicamentos mais utilizados foram: Hidroclorotiazida (11,4% IC95% 10,1-12,8); Losartana (8,0% IC95% 6,3-10,1) e Captopril (8,0% IC95% 6,4-9,9). Entre os medicamentos identificados, 21,4% (IC95% 19,0- 23,9) são classificados pelo Critério Beers 2019 como MPI para a maioria dos idosos, sendo oÁcido acetilsalicílico (18,5% IC95% 15,2-22,3); Omeprazol (18,1% 14,6-22,2) e Glibenclamida (12,7% IC95% 9,4-17,0) os mais utilizados. Foram identificadas 1.226 interações medicamentosas (IM) potenciais, sendo a maioria classificada como de gravidade moderada (68,60% IC95% 63,50-73,30). As interações envolvendo o uso de Ácido acetilsalicílico foram bastante prevalentes, sendo responsáveis por 23,4% (IC95% 18,5-29,1) de todas as interações encontradas. O uso de medicamentos foi associado a piores indicadores de saúde (p <0,05). Foi constatada associação entre o uso de MPI e polifarmácia (OR 7,15 IC95% 13,45-14,81); diagnóstico de depressão (OR 3,10 IC95% 2,10-4,58) e necessidade de atendimentos em serviço de emergência (OR 1,94 IC95% 1,26-2,97). Conclusão: Os idosos brasileiros estão expostos a fatores que contribuem para a diminuição da segurança terapêutica. O cuidado clínico dos idosos deve ser multidisciplinar e o uso de ferramentas que auxiliem na identificação de IM e de MPI deve ser incentivado entre os profissionais de saúde, a fim de diminuir riscos evitáveis.
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    Avaliação dos efeitos de lactonas sesquiterpênicas na hiperuricemia, excreção do ácido úrico, estresse oxidativo e artrite gotosa.
    (2018) Bernardes, Ana Catharina Fernandes Pereira Ferreira; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Márcio de Matos Coelho; Cardoso, Leonardo Máximo; Guimarães, Dênia Antunes Saúde
    A gota é uma artrite inflamatória aguda causada pela deposição de cristais de urato monossódico nas articulações. A elevação do ácido úrico no sangue pode ser decorrente a vários fatores. As lactonas sesquiterpênicas são substâncias de ocorrência em espécies do gênero Lychnophora (arnica brasileira). O grupo de pesquisa do LAPLAMED/CiPharma/EF/UFOP vem trabalhando há alguns anos com as lactonas sesquiterpênicas e reuniu volume considerável de dados que justificam a seleção destas substâncias como candidatas ao desenvolvimento de fármacos antigota. Estudos prévios realizados por este grupo demonstraram que licnofolida, eremantolida C e goiazensolida promoveram a redução das concentrações séricas de ácido úrico em camundongos Swiss. Entretanto, o mecanismo de ação para a atividade anti-hiperuricêmica não foi totalmente elucidado. A inflamação nas articulações gera um estresse oxidativo nas células de defesa, liberando mediadores pró-inflamatórios. O controle terapêutico da gota consiste em tratar as crises inflamatórias agudas e reduzir os níveis séricos de ácido úrico. Há um número limitado de medicamentos utilizados na prática clínica da gota e eles possuem efeitos adversos severos. Novas opções terapêuticas são necessárias para o tratamento desta patologia. Objetivando avaliar os mecanismos pelos quais as lactonas sesquiterpênicas exercem as ações farmacológicas descritas, o presente estudo avaliou a ação anti-hiperuricêmica, uricosúrica e de inibição da xantina oxidase de licnofolida, eremantolida C e goiazensolida em ratos Wistar além da ação antiinflamatória, antinociceptiva e antioxidante em camundongos C57BL/6. A metodologia do primeiro modelo animal consistiu em tratar ratos hiperuricêmicos com os medicamentos usados clinicamente no tratamento da gota e com as lactonas sesquiterpênicas. O ácido úrico foi dosado no sangue e urina dos ratos, e o fígado retirado para dosagem da atividade residual da enzima xantina oxidase hepática. As lactonas sesquiterpênicas apresentaram atividade anti-hiperuricêmica nas doses de 5 e 10 mg/kg, e ação uricosúrica e/ou inibitória da atividade da xantina oxidase hepática, dependendo da dose. A ação uricosúrica de goiazensolida e licnofolida foi observada na dose de 5 mg/kg. Goiazensolida e licnofolida na dose de 10 mg/kg demonstraram efeitos uricosúricos e de inibição da xantina oxidase, assim como a eremantolida C nas doses de 5 e 10 mg/kg. No segundo modelo experimental, camundongos da XI linhagem C57BL/6 com artrite induzida por MSU na articulação tibiofemoral foram tratados com indometacina e a vitamina C como controles anti-inflamatório e antioxidante, respectivamente, além das lactonas sesquiterpênicas. A nocicepção foi avaliada antes e após a indução da inflamação e tratamento. O líquido articular foi removido para análise da migração de neutrófilos e o tecido periarticular removido para dosagem das enzimas SOD e CAT; além das citocinas IL-1β e TNF-α. As três lactonas sesquiterpênicas foram eficazes como antinociceptivas e antioxidantes. O efeito anti-inflamatório ocorreu devido a inibição da migração de neutrófilos e inibição da produção de TNF-α. Sendo assim, licnofolida, eremantolida C e goiazensolida são candidatas promissoras para o desenvolvimento de fármacos para o tratamento da inflamação, hiperuricemia e gota.
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    Síntese e associação de peptídeos pré-selecionados por phage display à nanopartículas poliméricas : avaliação do potencial biomarcador em células de adenocarcinoma de cólon humano.
    (2020) Souza, Aline de; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Rúbio, Karina Taciana Santos; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Leite, Elaine Amaral; Cota, Renata Guerra de Sá
    O direcionamento de peptídeos ao câncer cólon-retal pode aumentar a seletividade e a especificidade no diagnóstico permitindo que esses atuem como biomarcadores. Os nanocarreadores podem proteger quimicamente e fisicamente o peptídeo de degradações químicas no trato gastrointestinal e assim possibilitar a interação com às células tumorais aumentando a seletividade e efetividade do biomarcador. O presente trabalho teve como objetivo sintetizar peptídeos pré-selecionados pela técnica de exibição de fagos (phage display) e associá-los às nanoesferas poliméricas biodegradáveis, avaliando a citotoxicidade e a interação dessas formulações com células de adenocarcinoma de cólon humano (Caco-2). Além disso, propusemos a avaliação da afinidade dos peptídeos pelos alvos moleculares proteicos. Para isso, 5 peptídeos foram sintetizados e avaliados quanto a pureza relativa e massa molecular por CLAE-UV e espectrometria de massas, respectivamente, apresentando pureza acima de 75% e massa esperada. Formulações de nanoesferas poliméricas obtidas a partir do polímero polietilenoglicol-block-poli(ácido láctico) encapsulando os peptídeos foram desenvolvidas por dois diferentes métodos: nanoprecipitação e emulsão dupla. As formulações foram caracterizadas quanto ao tamanho médio e dispersão de tamanho, potencial zeta e eficiência de encapsulamento (EE). Tamanhos de partículas entre 84 a 150 nm e EE (%) variando entre 4 a 32% foram obtidos. Não houve citotoxicidade significativa com os peptídeos livres ou encapsulados em concentrações de até 3 μM nos tempos de incubação de 6h e 24 h, indicando que como biomarcadores eles se mostraram seguros frente à linhagem Caco-2. Após marcação fluorescente dos peptideos com isotiocianato de fluoresceína a interação com célula Caco-2 mostrou que o peptídeo 1 em nanoesferas induziu maior interação com as células, onde a fluorescência se mostrou localizada no interior do citoplasma num padrão pontilhado, indicativo de internalização por vias endocíticas. Essa interação se apresentou mais intensa que no caso do peptídeo 2. A cromatografia de afinidade utilizando-se peptídeos imobilizados em colunas de sepharose evidenciouse a ligação dos peptídeos com alvos moleculares proteicos que serão futuramente identificados por análise proteômica.
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    Avaliação da qualidade dos processos envolvidos na fase pré-analítica dos exames citopatológicos do colo do útero de mulheres atendidas pelo SUS de Ouro Preto, MG.
    (2014) Vitalino, Aline Costa; Carneiro, Cláudia Martins; Carneiro, Cláudia Martins; Amaral, Rita Goreti; Veloso, Vanja Maria
    O câncer do colo do útero é um importante problema para a saúde pública mundial devido suas altas taxas de incidência e mortalidade. O exame citopatológico é o principal método de rastreamento das lesões precursoras do câncer do colo do útero. A realização deste exame envolve três etapas distintas: etapa pré-laboratorial, laboratorial e pós-laboratorial. Observa-se que, de todas as etapas que envolvem o exame citopatológico, a etapa pré-laboratorial não tem recebido a devida atenção, frente a sua enorme importância para melhoria da qualidade. Este trabalho foi realizado em três etapas distintas: Pré-intervenção, Intervenção e Pós-intervenção, e propôs, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Ouro Preto e o Laboratório Piloto de Análises Clínicas da Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto, buscando identificar as principais causas de erros na etapa pré-laboratorial e a efetividade da educação continuada com os profissionais que realizam o exame citopatológico. Os espaços destinados à realização do exame citopatológico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) apresentam importantes não-conformidades com as recomendações do Ministério da Saúde (MS). O serviço prestado pelos profissionais de saúde que atuam na realização do exame citopatológico nas UBS também não seguiu todas as recomendações do MS. Das condutas prévias a coleta apenas a identificação da mulher e sua história clinica foram abordadas por todos os profissionais. Com relação aos procedimentos de coleta, a lavagem das mãos foi o procedimento mais negligenciado. Comparando-se as etapas Pré e Pós-Intervenção, 99% das mulheres que realizaram o exame citopatológico se enquadravam na faixa etária estabelecida pelo Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ). Com relação a faixa etária estabelecida pelo MS houve um aumento significativo, quando comparadas as duas etapas. O percentual de mulheres que realizaram o exame pela primeira vez, dentro da faixa estabelecida pelo MS também apresentou aumento significativo na etapa PósIntervenção. O preenchimento incompleto da requisição do exame citopatológico pelos profissionais diminuiu de 16% na etapa Pré-Intervenção para 2% na etapa Pós-Intervenção indicando uma grande melhora na qualidade da requisição enviada ao laboratório. O resultado final do exame citopatológico apresentou melhora na etapa Pós-Intervenção. Houve aumento significativo entre os resultados positivos, destacando as lesões menos graves que passaram de 74% dos resultados positivos na etapa Pré-Intervenção para 86% na etapa Pós-Intervenção. De modo geral a qualidade dos processos envolvidos na fase pré-laboratorial mostraram melhora após a intervenção realizada neste trabalho. Contudo, ainda são necessários alguns ajustes para que todos os processos que envolvem a realização do exame citopatológico do colo do útero fiquem em conformidade com as recomendações do MS.
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    Avaliação da atividade anti-Trypanosoma cruzi in vitro e in vivo do composto silibinina isolado e associado ao benznidazol.
    (2019) Torchelsen, Fernanda Karoline Vieira da Silva; Lana, Marta de; Silva, Glenda Nicioli da; Murta, Silvane Maria Fonseca; Brandão, Geraldo Célio; Lana, Marta de
    A doença de Chagas (DC) é uma doença parasitária endêmica na América Latina e encontrada em diversos países no mundo. Seu tratamento é feito com o benznidazol (BZ) e o nifurtimox (NF), ambos fármacos com baixa eficácia terapêutica na maoria dos pacientes em fase crônica tardia da DC, e que causam vários efeitos colaterais. A busca por novos fármacos para a DC é estimulada entre produtos naturais e em estratégias como associação de fármacos. A silibinina (SLB) é um composto natural capaz de inibir a proteína de efluxo (Pgp) nas membranas celulares, induzir a morte de microrganismos, além de possuir atividade anti-inflamatória. Ainda não há na literatura relato de sua atividade em T. cruzi. Neste trabalho foi avaliada a atividade in vitro e in vivo de SLB e de SLB associada a BZ (SLB+BZ) frente a cepa Y de T. cruzi. Foi realizado ensaio de citotoxicidade pelo método de MTT em células VERO (24h), que revelou IC50 de 250,22 µM para a SLB. A atividade tripanocida avaliada por método com resazurina em epimastigotas (24h) mostrou que a SLB 25 µM inibiu o crescimento dos parasitos. O ensaio em amastigotas revelou índice de seletividade de 3,13, além de mostrar a maior porcentagem de inibição (> 90%) quando a SLB foi usada na associação de SLB100+BZ10µM, em comparação com SLB (100; 25; 6,25 µM) ou BZ (10; 5; 2,5 µM) isolados. No ensaio in vivo, camundongos Swiss comprovadamente infectados IP com 10.000 tripomastigotas sanguíneos foram tratados por via oral por 20 dias consecutivos com SLB50, SLB150, SLB50+BZ25, SLB50+BZ50, SLB50+BZ100, SLB150+BZ25, SLB150+BZ50, SLB150+BZ100, BZ25, BZ50 e BZ100 mg/kg/dia. Os animais foram avaliados diariamente na fase aguda (parasitemia) e aos 90, 180 e 240 dias após tratamento por hemocultura, qPCR de eluato sanguíneo e sorologia (ELISA). Após a eutanásia, foram feitas, além das avaliações anteriores, a qPCR do tecido cardíaco. Os resultados in vivo demonstraram que a SLB em monoterapia não foi capaz de controlar a parasitemia e a mortalidade dos animais. As avaliações parasitológicas mostraram 100% de negatividade na maioria dos grupos de animais tratados com combinação de drogas ou doses menores de BZ, enquanto a sorologia foi positiva em todos os animais não sendo constatada cura pelo critério clássico. Entretanto verificamos que os grupos experimentais tratados com BZ em menores doses e que os tratados com BZ em menores doses quando associado a SLB apresentaram maior negatividade nos exames parasitológicos, porém sem diferenças significativas entre os demais grupos. Análise histopatológica cardíaca será feita para avaliar se houve redução da inflamação/fibrose entre os grupos tratados com a associação SLB+BZ versus BZ.
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    Estimativa do risco do desenvolvimento do diabetes Mellitus tipo 2 na população brasileira.
    (2021) Nascimento, Lúbia Guaima; Vital, Wendel Coura; Correr, Cassyano Januário; Vital, Wendel Coura; Teodoro, Juliana Alvarez; Meireles, Adriana Lúcia
    O Diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica não transmissível (DCNT) de elevada prevalência, sendo um importante e crescente problema de saúde pública a nível mundial e o Brasil é o quinto país com o maior número de casos. O presente trabalho, teve como objetivo estimar a frequência de pacientes com glicemia elevada, sem o diagnóstico prévio de DM; identificar os fatores de risco associados à glicemia elevada e avaliar o risco de a população brasileira desenvolver DM tipo 2 (DM2) nos próximos dez. Para isto foi realizado um estudo transversal, com pessoas sem o diagnóstico prévio do DM e idade entre 20 e 79 anos. O trabalho foi conduzido em farmácias brasileiras de todos os estados, nos meses de novembro e dezembro de 2018. Durante as entrevistas, além da avaliação de medidas antropométricas e dosagem de glicemia capilar, foi aplicado pelo farmacêutico o questionário FINDRISC (Finnish Diabetes Risk Score), uma ferramenta com o objetivo de prever o risco do desenvolvimento de DM2. Um total de 977 farmacêuticos de 345 cidades participaram do estudo e 17.580 pessoas foram incluídas. A população foi composta principalmente por mulheres (59,5%) e pessoas com idade <45 anos (47,9%). A frequência de glicemia elevada na população brasileira foi de 18,4% (IC 95% 17,9–19,0), sendo que as regiões com maior frequência foram o Centro-Oeste (24,6%), Norte (22,5%) e Nordeste (19,8%). . Os fatores associados à glicemia elevada no país foram: sedentarismo, circunferência abdominal, familiares portadores de DM1 e/ou DM2, IMC, glicemia elevada no passado, hipertensão arterial, não ingestão de frutas e verduras diariamente e baixa escolaridade. Segundo o FINDRISC, 19,5% da população brasileira apresentaram risco alto de desenvolver DM2 nos próximos 10 anos e 3,2% um risco muito alto. Na região Norte mais de 20,0% da população apresentou risco alto de desenvolver DM2. Por outro lado, a população da região Sul apresentou o maior percentual (22,7%) de pessoas com risco baixo de desenvolver diabetes nos próximos 10 anos. Estes achados mostram que há um novo cenário regional de risco de diabetes se estabelecendo no Brasil, já que inicialmente as regiões Sul e Sudeste eram as que mais se destacavam. Hoje observamos uma mudança, principalmente para a região Norte. Essa descoberta pode orientar novas políticas de saúde pública em relação ao diabetes e também abre uma oportunidade para um maior envolvimento das farmácias como pontos para triagem e educação em saúde.