Ocorrência de vulcanismo bimodal de idade terciária na Bacia de Mucuri.
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Date
2012
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Abstract
Desde o século passado, são reconhecidas duas
épocas distintas de atividade magmática nas bacias
do Espírito Santo e Mucuri. A primeira delas, interpretada
como de idade cretácica, está relacionada
à abertura do Atlântico Sul e tem como registro os
basaltos toleíticos da Formação Cabiúnas, de idade
barremiana. A segunda e mais expressiva atividade
vulcânica da bacia se instalou durante o Terciário e
gerou os basaltos, descritos como de natureza alcalina
da Formação Abrolhos. Estudos recentes realizados
em amostras de calha oriundas de duas perfurações
realizadas pela Petrobras na parte submersa da Bacia
de Mucuri identificaram rochas de natureza intermediária
à ácida no topo da Formação Abrolhos.
A presença de riolitos e traquitos no topo dos basaltos
caracteriza um vulcanismo bimodal inédito na porção
submersa da bacia. Em ambos os litotipos, a substituição
dos minerais da matriz por carbonato e zeólitas
foi originada, provavelmente, pela interação das rochas
com a água do mar. Os dois poços amostrados
distam cerca de 120km, o que permite inferir que,
devido à pequena continuidade lateral característica
de magmas ácidos a intermediários, ocorrências tão
distanciadas devem refletir uma proximidade com os
condutos vulcânicos.
A presença de fragmentos de rochas vulcânicas na
base dos calcarenitos da Formação Caravelas imediatamente
sobreposta permite relacionar a extrusão dos
litotipos intermediários a ácidos aos estágios finais do
vulcanismo Abrolhos. Além disso, outras ocorrências
de rochas riolíticas e ignimbríticas reportadas sobre o
embasamento cristalino nas regiões de São Mateus,
no Estado do Espírito Santo e no nordeste do Estado
de Minas Gerais, em níveis intercalados nos arenitos da
Formação Rio Doce no extremo sul do Estado da Bahia,
poderiam ter um caráter cogenético e relacionarem-se
ao crepúsculo do magmatismo terciário de Abrolhos,
cuja dimensão tem sido subestimada até o presente.
Estudos geoquímicos, geocronológicos e isotópicos
dessas rochas são importantes na definição da extensão
do vulcanismo básico a ácido e, consequentemente,
contribuirão para um melhor entendimento da evolução
tectônica das bacias de Mucuri e do Espírito Santo.
Description
Keywords
Bacias do Espírito Santo e Mucuri, Formação Abrolhos, Rochas riolíticas, Ignimbríticas
Citation
GOMES, N. S.; SUITA, M. T. de F. Ocorrência de vulcanismo bimodal de idade terciária na Bacia de Mucuri. Boletim de Geociências da Petrobrás, v. 18, p. 89-104, 2012. Disponível em: <http://publicacoes.petrobras.com.br/main.jsp?lumPageId=8A9E308F545405DE0154A04B46AD0C9E&lumItemId=8A9D2A985A2833C5015AEB94A1530692&previewItemId=8A9D2A985A2833C5015AEB94A1480691&publicacaoId=8A9D2AAF5A284744015A2958DE4D3BC9#>. Acesso em: 20 jun. 2017.