Análise da expressão das proteínas p16, p53 e L1/HPV nas lesões intraepiteliais cervicais.
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2012
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O câncer cervical é o terceiro tipo de tumor mais frequente na população feminina mundial. A associação entre o Papilomavírus Humano (HPV) e as lesões préneoplásicas e neoplásicas do colo uterino está bem estabelecida. As oncoproteínas virais E6 e E7 interferem nos mecanismos de controle do ciclo celular da célula hospedeira e a investigação de proteínas regulatórias deste ciclo pode apontar algum biomarcador, que auxiliaria na definição da gravidade da neoplasia intraepitelial cervical. Objetivo: Analisar a expressão das proteínas do ciclo celular p16 e p53 e da L1 do vírus HPV (L1/HPV) em cervicites, neoplasias intraepiteliais cervicais e carcinomas e discutir a possível utilização como biomarcadores da gravidade destas lesões. Metodologia: Um total de 150 amostras de biópsias obtidas dos arquivos do Laboratório Tafuri, Belo Horizonte, MG, no período de 2006 a 2011, distribuídas de acordo com o diagnóstico histopatológico em LB, NIC I, NIC II, NIC III e CEI, foram submetidas ao procedimento de imuno-histoquímica para avaliar as proteínas p16, p53 e L1/HPV. Foram considerados dois métodos de análise da imuno-histoquímica: quantitativo e qualitativo (distribuição, intensidade e topografia). Resultados: A expressão da proteína p16 aumentou significativamente com a gravidade da lesão, independente do critério de análise, quantitativo (p=0,000) ou qualitativo (p=0,000), sendo que a quantificação permitiu diferenciar alguns graus de lesão. Associação estatisticamente significativa foi verificada também em relação aos parâmetros intensidade (p=0,000) e topografia (p=0,001). A expressão da proteína p53 não variou com a gravidade das lesões, seja pelo método quantitativo ou qualitativo. A proteína L1/HPV foi menos expressa nas lesões mais graves e associação significativa foi verificada entre o padrão de expressão da L1/HPV e o diagnóstico histopatológico tanto na análise quantitativa (p=0,000) quanto na qualitativa (p=0,006). A eficiência diagnóstica do teste da p16 e L1/p16 foi maior em relação à L1 isolada. Não foi observada melhoria no diagnóstico quando o teste da p16 foi associado à análise da L1/ HPV por imuno-histoquímica. A concordância entre os métodos de análise quantitativa e qualitativa não foi muito elevada, sendo maior na avaliação da p16 (k=0,617) e menor em L1/HPV(k=0,172). Conclusão: A proteína p16 parece promissora como biomarcador no prognóstico da neoplasia intraepitelial cervical. Por outro lado, a p53 não tem valor na avaliação de qualquer grau de NIC ou carcinoma. O padrão de expressão da L1/HPV sugere a fase da infecção viral (produtiva ou de transformação). A análise conjunta da p16 e L1/HPV pode ser útil para ser aplicada juntamente com a histologia, auxiliando na diferenciação do grau da lesão, além de sugerir a fase da infecção e direcionar o acompanhamento das pacientes. A utilização dos biomarcadores na rotina depende da padronização de variáveis relacionadas à técnica de imuno-histoquímica e dos métodos de interpretação dos resultados. O método quantitativo mostrou maior precisão, entretanto, apresenta dificuldades na padronização e execução.
Description
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Keywords
Saúde pública
Citation
PITOL, B. C. V. Análise da expressão das proteínas p16, p53 e L1/HPV nas lesões intraepiteliais cervicais. 2012. 126 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.