A influência de cenas de interação social sobre a eletromiografia facial e sobre os estados emocionais e sua relação com os traços individuais.
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Date
2019
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Abstract
Estímulos de interação social são agradáveis, podendo favorecer a expressão de emoções
positivas em quem os observa. Sabe-se que a agradabilidade e a ativação emocional
evocadas por estímulos sociais podem modular as respostas emocionais dos indivíduos. Além
disso, o estado emocional e os traços individuais podem influenciar o engajamento em
interações sociais. Nesse estudo, utilizamos estímulos visuais de interação social pareados
em valência (agradabilidade) e ativação emocional com a condição controle (cenas sem
interação social), com o objetivo de comparar a reatividade de músculos faciais e os estados
emocionais durante a visualização dessas cenas e verificar se há influência de traços
individuais. Participaram do estudo 80 estudantes saudáveis (47 mulheres e 33 homens, M =
23,24 anos, DP = 3,03) da Universidade Federal de Ouro Preto. Os participantes leram um
texto sobre interação ou isolamento social em uma tela de computador antes de,
respectivamente, verem 14 fotos com interação (Bloco Interação) ou 14 fotos sem interação
social (Bloco Controle). A ordem de apresentação dos blocos foi aleatorizada entre os
participantes. Foram registradas as atividades eletromiográficas dos músculos Corrugador do
Supercílio (CS), relacionado ao franzir da testa, e Zigomático Maior (ZM), relacionado ao
sorriso. Os participantes preencheram escalas de estados emocionais (Estado Afiliativo e
Comportamento Altruísta) no início do experimento (coleta basal) e após a exibição de cada
bloco de fotos. Além disso, preencheram escalas de traço individual: empatia (Contágio
Emocional e Índice de Reatividade Interpessoal - IRI) e frequência de toque social habitual
(Grooming Mútuo). Os resultados indicaram maior atividade eletromiográfica do ZM durante o
Bloco Interação (Mediana = 0,076 µV) do que durante o Bloco Controle (Mediana = 0,011 µV;
p = 0,01). Não houve diferença ao se comparar a atividade do CS durante a exibição dos
blocos Interação (Mediana = -0,06 µV) e Controle (Mediana = -0,03 µV; p = 0,07). Houve
correlação positiva entre a amplitude do ZM durante o Bloco Interação e as escalas de
Contágio Emocional (rho = 0,30; p = 0,01); as subescalas do IRI Consideração Empática (rho
= 0,30; p = 0,01) e Nível Global de Empatia (rho = 0,32; p = 0,006); e Grooming Mútuo: Fazer
Grooming (rho = 0,34; p = 0,005), Receber Grooming (rho = 0,38; p = 0,001) e Grooming Total
(rho = 0,38; p = 0,001). Para o músculo CS, houve uma correlação negativa entre a subescala
IRI Consideração Empática e a amplitude do CS durante a visualização do bloco Controle (rho
= -0,25; p = 0,04). Para os estados emocionais, encontrou-se maior Expectativa de
Aproximação e Altruísmo total após a visualização do Bloco Interação, quando comparados
ao basal e ao Bloco Controle (p = 0,02; p = 0,006, respectivamente para Expectativa de
Aproximação, e p = 0,006; p = 0,03 respectivamente, para Altruísmo Total). Levando-se em
conta que os estímulos de interação social e os estímulos controle estão pareados para
valência e ativação emocional, concluímos que a interação social causou aumento da
expressão de sorriso, do estado motivacional de se aproximar dos outros e do comportamento
altruísta global. Além disso, a maior expressão do sorriso se relacionou à maior frequência
habitual de toque social e ao maior nível de empatia.
Description
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Keywords
Interação Social, Empatia, Eletromiografia
Citation
MOTA, Bruna Eugênia Ferreira. A influência de cenas de interação social sobre a eletromiografia facial e sobre os estados emocionais e sua relação com os traços individuais. 2019. 83 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2019.