PPGSN - Mestrado (Dissertações)
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Item Efeito da suplementação com ácido Gama Aminobutírico associado ao exercício físico em parâmetros antropométricos, bioquímicos e hormonais.(2023) Pires, Larissa Vitalina de Medeiros; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Oliveira, Emerson Cruz de; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Oliveira, Emerson Cruz de; Silva, Albená Nunes da; Silva, Sandro Fernandes daIntrodução: Sabe-se que o número de indivíduos com sobrepeso ou obesidade aumentou consideravelmente nos últimos anos, de maneira que tal desordem metabólica, cujas causas são multifatoriais, é capaz de aumentar significativamente a chance de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), além de reduzir o tempo e a qualidade de vida, podendo afetar as gerações atuais e futuras. Uma hipótese que vem sendo investigada recentemente é a associação entre a suplementação com ácido gama-aminobutírico (GABA) e o anabolismo proveniente do aumento da secreção do hormônio do crescimento (GH). Nesse sentido, a literatura sobre o efeito do tratamento com GABA juntamente à prática regular de exercícios físicos ainda é escassa. Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação com GABA associada ao treinamento físico em parâmetros antropométricos, bioquímicos, hormonais e físicos. Metodologia: Participaram do estudo 26 voluntárias do sexo feminino com obesidade, randomizadas de forma cega simples em dois grupos, sendo eles: i) placebo (n = 12); e ii) GABA (n = 14). As voluntárias realizaram o treinamento combinado (aeróbico e de força) três vezes por semanas durante 50 minutos e suplementaram através de um comprimido de mesma cor, tamanho e cheiro, contendo 200mg de GABA ou placebo, ingeridos diariamente. Em dois momentos distintos (T0 e T90), as voluntárias passaram por uma bateria de testes (teste de VO2 pelo protocolo de Bruce modificado; teste de abdominal em um minuto; teste de força de preensão manual (FPM); e coleta de sangue). Resultados e discussão: No grupo placebo, observou-se um aumento significativo da % de gordura e FPM em 90 dias após o início do estudo (T90), ao mesmo tempo, houve uma redução da massa corporal, TMB, massa magra, água intracelular e água extracelular, demonstrando uma piora da condição física dessas voluntárias no decorrer do experimento. Por outro lado, o grupo GABA apresentou uma redução significativa do IMC, água intracelular, PAD (pico) e FC (repouso) ao final do estudo (T90), enquanto os testes de FPM e abdominal em um minuto demonstraram um aumento promissor da força física e vitalidade dessas participantes. Conclusão: Ainda que não tenha sido possível verificar uma melhora significativa da maioria dos parâmetros avaliados em relação à suplementação com GABA, alguns parâmetros como % de gordura e massa gorda apresentaram uma tendência de redução, possivelmente devido ao treinamento combinado. Nesse caso, vale salientar que a elaboração de dietas hipocalóricas e o controle da suplementação são vieses que poderiam ser minimizados com um maior tempo de estudo e/ou um maior número amostral.Item Satisfação com a imagem corporal de pais e crianças de 7 a 10 anos : um estudo na região metropolitana de Vitória/ES.(2023) Costa, Ana Luiza Leite; Molina, Maria del Carmen Bisi; Reis, Erika Cardoso dos; Molina, Maria del Carmen Bisi; Reis, Erika Cardoso dos; Rocha, José Luiz Marques; Meireles, Adriana LúciaA imagem corporal é a representação que o indivíduo tem do seu próprio corpo e está associada a aspectos fisiológicos, afetivos e sociais. A insatisfação com essa imagem pode afetar o bem-estar físico e psicológico dos indivíduos, desencadeando problemas emocionais e alimentares, os quais podem se agravar ao longo da vida. Os pais podem influenciar a percepção e a satisfação com a imagem corporal de seus filhos por meio de avaliações do próprio corpo, do corpo de terceiros e da criança, além de regular a exposição desses à mídia e a ideais culturais predominantes. Este estudo objetiva avaliar a satisfação com a imagem corporal de crianças e a relação dessa com a satisfação corporal de seus pais e os fatores associados à insatisfação com a imagem corporal na infância. Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados da linha de base do estudo de intervenção denominado “Prevenção da obesidade infantil na atenção primária em saúde: um ensaio comunitário na região metropolitana de Vitória/ES”. Foram avaliadas 446 crianças de 7 a 10 anos e seus pais ou responsáveis, cadastrados nas Unidades de Saúde da Família (USF) dos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, Espírito Santo. A avaliação da satisfação com a imagem corporal foi realizada por meio da aplicação de escalas de silhuetas para as crianças e seus pais/responsáveis, que escolheram a imagem que representa sua percepção do corpo atual e o desejado. Posteriormente, foram classificados em satisfeitos ou insatisfeitos com a imagem corporal. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos, de saúde e hábitos de vida. A análise estatística foi realizada no SPSS Statistics. Foi utilizado o teste qui-quadrado para as variáveis categóricas. Para avaliar a concordância entre a satisfação com a imagem corporal das crianças e seus pais/responsáveis foi utilizada a estatística Kappa e para a identificação de fatores associados à insatisfação corporal de crianças foi realizada uma regressão logística binária. O nível de significância adotado para todos os testes foi p<0,05. Foi observado alto percentual de insatisfação com a imagem corporal entre as crianças (88,6%). Meninas com excesso de peso e sensibilidade à ansiedade moderada ou alta apresentaram maiores chances de estarem insatisfeitas quando comparadas às que se encontravam eutróficas e às com baixa sensibilidade à ansiedade, respectivamente. A concordância entre a satisfação com a imagem corporal das crianças e seus pais/responsáveis foi ausente para as meninas e fraca para os meninos, sem significância estatística. Dada a importância da imagem corporal na saúde física e mental das crianças e o impacto da insatisfação com essa imagem não só na infância como em outras fases do desenvolvimento é essencial que mais estudos sobre esse tema sejam realizados.Item Efeito agudo do treinamento de força sobre as concentrações plasmáticas de irisina em indivíduos com sobrepeso ou obesidade.(2023) Moreira, Alessandro Roberto Silveira; Silva, Albená Nunes da; Moreira, Janaina Matos; Silva, Albená Nunes da; Moreira, Janaina Matos; Pereira, William Valadares Campos; Pinto, Kelerson Mauro de CastroA obesidade tem sido descrita como uma desordem metabólica crônica, com consequente aumento do tecido adiposo, que, atualmente, é entendido como um órgão endócrino capaz de produzir e secretar várias citocinas. Uma das estratégias adotadas na abordagem da obesidade é a prática regular de exercícios físicos (EF), e sua ação é atribuída ao fato que o tecido muscular também é considerado um órgão endócrino que sintetiza e secreta moléculas denominadas “miocinas/exercinas”, capazes de alterar o metabolismo em vários tecidos, inclusive o tecido adiposo. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito agudo de uma única sessão de treino de força sobre as concentrações plasmáticas de Irisina em homens jovens, sedentários com sobrepeso ou obesidade. Participaram do presente estudo doze homens (Idade: 34,95 ± 9,77 anos; Estatura: 174,16 ± 3,66 cm; Massa corporal: 97,83 ± 12,87 kg; IMC: 32,30 ± 4,51 kg/m2 ), que foram submetidos a uma única sessão de treino de força. Após os procedimentos de avaliação inicial, o protocolo se constituiu de quatro séries de 12 repetições máximas em seis exercícios (Leg press 45°, supino reto, cadeira extensora, remada máquina, mesa flexora, desenvolvimento de ombros máquina). Pré, imediatamente pós e pós-1 hora ao término da sessão de treino, o sangue dos participantes foi coletado para análise da Irisina. Os resultados mostraram que o protocolo utilizado não se associou a alterações significativas nas concentrações plasmáticas de Irisina em nenhum dos momentos avaliados (pré 2849 pg/mL vs imediatamente após 1343pg/mL, p= 0,6620); (pré 2849 pg/mL vs 1h após 379 pg/mL, p= 0,3774); (imediatamente após 1343 pg/mL vs 1h após 379 pg/mL, p= >0,999). Também não foram observadas correlações entre as variáveis massa gorda/Irisina e massa magra/Irisina. Desta forma, uma única sessão de treino de força não se associou a alterações significativas nas concentrações plasmáticas de Irisina em homens jovens, sedentários com sobrepeso ou obesidade.Item Avaliação do efeito da suplementação com Ácido Gama-Aminobutírico associado ao exercício físico em mulheres com obesidade.(2023) Guimarães, Aparecida Patricia; Oliveira, Emerson Cruz de; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Oliveira, Emerson Cruz de; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Camini, Fernanda Caetano; Costa, Daniela CaldeiraA obesidade é uma doença altamente prevalente que traz consigo diversos outros problemas de saúde que acarretam uma redução significativa da qualidade de vida, problemas como má qualidade do sono, ansiedade, depressão e alterações do controle autonômico. A prática regular do exercício físico é reconhecida como um tratamento da obesidade, associado a isso várias estratégias nutricionais e de suplementação são atualmente estudadas como aliado no tratamento. O ácido gama- aminobutírico (GABA), um neurotransmissor inibitório do Sistema Nervoso Central é reconhecido pelos efeitos positivos na qualidade do sono e em transtornos como: depressão, ansiedade, bem como no melhor controle autônomo. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da associação da prática regular do exercício físico à suplementação com GABA. Inicialmente 38 mulheres foram recrutadas para participar do estudo e divididas igualmente em dois grupos: GABA e Placebo, foram suplementadas por 90 dias com uma cápsula contendo 200 mg de GABA e 200 mg de substância placebo nessa ordem. Juntamente com a prática de exercícios funcionais, três vezes na semana. Destas, 26 (GABA: 14; Placebo: 12) mulheres concluíram o estudo. O teste de MANN WHITNEY foi utilizado para análise dos dados. Houve uma diferença significativa em relação à eficiência do sono do grupo GABA em comparação ao grupo Placebo, onde o efeito do tempo mostrou uma piora (deste parâmetro) para o grupo Placebo de 0 para 1 (p=0,035). Quanto ao controle autonômico, ao medir a Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC), diferenças significativas foram mostradas apenas no período de recuperação após o teste de esforço: para o componente simpático LF (Baixa Frequência) houve uma redução no grupo GABA de 81,3 n.u para 76,4 n.u (p=0,031); o componente parassimpático HF (Alta Frequência) mostrou um aumento no grupo GABA de 18,6 n.u para 23,4 n.u (p= 0,035). A relação SD1/SD2 (que representa predominância simpática) no grupo GABA reduziu de 2,85 para 2,47 (p= 0,034). Todas essas alterações nos componentes da VFC mostram uma melhora do controle autonômico produzida possivelmente por maior ativação vagal. Em algumas variáveis de qualidade do sono, ansiedade, estresse e depressão foram observadas reduções nas pontuações, o que indica melhora, porém não foram apontadas significâncias nos dados ao serem testados estatisticamente. Portanto, neste trabalho nós observamos que é possível a melhora da qualidade de vida a partir da prática de exercícios associada ao consumo de GABA como suplemento alimentar (no sono, ansiedade, depressão, estresse) e ainda melhorar a regulação do Sistema Nervoso Autônomo, de forma a aumentar a atividade do Sistema Nervoso Parassimpático sobre o Sistema Nervoso Simpático em momento de recuperação frente a uma situação de estresse. Porém, é necessário ainda que mais estudos sejam realizados para estipular a quantidade eficiente para suplementação em determinada população.Item Efeitos da suplementação do ácido gama-aminobutírico associado a exercícios físicos domiciliares em idosos.(2023) Trindade, Cristina Maria de Oliveira; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Oliveira, Emerson Cruz de; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Oliveira, Emerson Cruz de; Coelho, Daniel Barbosa; Silva, Sandro Fernandes daIntrodução: Uma complicação de saúde comum ao envelhecimento é a sarcopenia. A sarcopenia é definida como uma diminuição da força, massa e funcionalidade dos músculos esqueléticos. Ações nutricionais de suplementação aliadas a um programa estruturado de exercícios físicos têm sido apontadas por diversos estudos como o método mais eficaz na prevenção e tratamento da sarcopenia. Objetivo: Neste estudo, que é randomizado, duplo-cego, associamos a suplementação de GABA (ácido Gaba aminobutírico) a exercícios físicos realizados em casa, com idosos sarcopênicos e não sarcopênicos. Metodologia: Participaram do estudo 24 idosos divididos em 2 grupos de maneira randomizada, duplo-cego, grupo GABA (n=12) e grupo Placebo (n=12). Os idosos realizaram exercícios físicos domiciliares por 16 semanas e receberam a suplementação por cápsulas (100mg-GABA ou placebo- incipiente) que foram administradas diariamente. A presença de sarcopenia foi mensurada pelos parâmetros sugeridos pelo European Working Group on Sarcopenia in Older People 2 (EWGSOP2), a condições físicas por testes físicos, medidas antropométricas e qualidade do sono pelo questionário Pittsburgh Sleep Quality Index, antes e após intervenção. Resultados: Nos tempos T0 e T16 para os voluntários sarcopênicos, identificou-se diferença para o teste de Força de Preensão Palmar, em relação ao tempo, no grupo GABA (p=0,004) e no grupo Placebo (p<0,001), mas ao realizar o delta dos grupos, não houve diferença significativa. Em relação ao Índice de Massa Muscular dos voluntários sarcopênicos observa-se diferença no grupo GABA (p=0,004), e diferença do Grupo Placebo (p=0,01), em relação ao tempo final para o tempo inicial. No entanto, ao realizar a análise do delta dos grupos, observou-se diferença do grupo Gaba em relação ao grupo Placebo (p=0,02). Conclusão: 91,6% dos voluntários deixaram de ser considerados sarcopênicos, segundo os parâmetros para diagnóstico de sarcopenia definidos pelo EWGSOP2, após suplementação com GABA e programa de exercícios domiciliares. Por outro lado, 41,7% dos voluntários que tomaram placebo e fizeram exercícios físicos em casa permaneceram sarcopênicos, utilizando os mesmos critérios de avaliação da sarcopenia.Item Atividade antioxidante e anti-inflamatória de extratos vegetais com potencial fitoterápico.(2021) Peixoto, Thainá Gomes; Silva, Fernanda Guimarães Drummond e; Queiroz, Karina Barbosa de; Silva, Fernanda Guimarães Drummond e; Queiroz, Karina Barbosa de; Pessato, Tássia Batista; Souza, Melina Oliveira de; Moraes, Erica AguiarA obesidade é acompanhada de inflamação sistêmica crônica de baixo grau e estresse oxidativo, estando associada ao desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes mellitus tipo 2 (DM2), doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. O aumento de espécies reativas de oxigênio (ERO), somado a outras modificações sofridas pelos adipócitos, estimula as citocinas pró-inflamatórias via fator nuclear kappa B (NF-kB), principal via de transcrição de diversos genes inflamatórios. É de grande interesse que terapias coadjuvantes eficazes contra o estresse oxidativo e a inflamação associados à obesidade, como a identificação de compostos naturais capazes de aumentar o poder antioxidante e anti-inflamatório do organismo, sejam estudados. Objetivou-se estudar e comparar os efeitos protetores de fitoterápicos, podendo contribuir com informações sobre o potencial de ação dessas espécies em relação a capacidade antioxidante in vitro e anti-inflamatória em cultura de células das espécies Curcubita moschata (CMO e CMV), Juniperus chinensis (JC), Peucedanum ostruthium (PO), Pinellia ternata (PTO e PTV) Breit., Rubus coreanus (RC), Rubus chingii Hu (RCH), Solanum tuberosum (STV e ST) e Viola mandshurica (VM). A atividade antioxidante foi determinada pelo teor de substâncias redutoras totais do reagente Folin-Ciocalteau, método FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power) e ORAC (Oxygen radical absorbance capacity). A atividade anti-inflamatória foi avaliada por meio da produção de óxido nítrico (NO), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucina 10 (IL-10), induzida por lipopolissacarídeo (LPS) em células de macrófagos de murinos RAW 264.7. A produção de NO foi avaliada por meio do teste do reagente de Griess, e IL-10 e TNF-α por kit ELISA. Os extratos PTO, RCH, RC, PTV e VM obtiveram as maiores capacidades redutoras e as maiores capacidades antioxidantes pelo método FRAP, sendo PTO o maior valor FRAP. O extrato RCH apresentou o maior valor ORAC, seguida pela RC e VM. Dessa forma, é provável que o extrato PTO possua como mecanismo preferencial para atuação como antioxidante a doação de elétrons. O extrato RCH, RC e VM parecem atuar como antioxidante por doação de elétrons e transferência de íons hidrogênio. Todos os extratos apresentaram atividade anti-inflamatória, seja pela redução da produção de citocinas pró-inflamatórias, NO e TNF-α, e/ou pelo aumento da citocina anti- inflamatória, IL-10. Os extratos RC e JC diminuíram a produção de NO em todas as concentrações estudadas, de forma dose-dependente, com reduções de até 68,63% e 64,91%, respectivamente, em relação a amostra não tratada. Da mesma forma, o tratamento com a PTO resultou no aumento, de forma dose depende, em até 6x da IL-10, em relação a amostra não tratada.Osfitoterápicos em questão apresentam atividade antioxidante e anti-inflamatória, com especial destaque ao extrato de Rubus coreanus, que uniu os dois efeitos aqui objetivados.Item Avaliação inflamatória e parasitológica da terapia com teracurmina em camundongos infectados pela cepa Colombiana do Trypanosoma cruzi.(2022) Silva, Vitória Louise Teixeira e; Silva, André Talvani Pedrosa da; Pinto, Kelerson Mauro de Castro; Silva, André Talvani Pedrosa da; Pinto, Kelerson Mauro de Castro; Souza, Melina Oliveira de; Horta, Aline LucianoA teracurmina é uma formulação de nanopartículas derivada da curcumina. Por apresentar propriedades anti-inflamatórias, este composto bioativo é proposto como mitigador de quadros patológicos pós-inflamação exacerbada. O Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas, induz intensa resposta inflamatória em mamíferos, ocasionando disfunções em células e tecidos de distintos órgãos como coração, cólon e sistema nervoso central. Neste estudo, avaliamos os efeitos da teracurmina sobre a resposta inflamatória e parasitológica em 32 camundongos Swiss machos infectados pela cepa Colombiana do T. cruzi. Os animais foram tratados com 30 mg/kg de teracurmina, via gavagem, por 30 dias, sendo os dados de parasitemia coletados diariamente. No 30o dia pós-infecção os camundongos foram eutanasiados e coletou-se o coração, baço, fígado, tecido adiposo epididimal e gastrocnêmio para análise histológica, além de 1ml de sangue para dosagens de TNF, IL-6, IL- 10, IL-15, CCL2 e CK. Os animais infectados e submetidos à terapia com teracurmina apresentaram redução na parasitemia e nas concentrações da IL- 15 (tecidos cardíaco e esquelético) e da CCL2 (tecido cardíaco). Houve aumento da massa esplênica com a infecção, mas não houve alterações na massa do coração e do fígado após infecção e/ou terapia com teracurmina nos 30 dias de investigação. Não foram observadas diferenças nas concentrações de CK, no perfil de infiltrado inflamatório e no índice de sobrevivência dos camundongos infectados sob terapia ou não com a teracurmina. Assim, conclui-se que a teracurmina atua controlando a replicação parasitária na circulação e regulando a produção de IL-15 e CCL2 teciduais.Item A influência da massa muscular na resposta imune após corrida em esteira.(2022) Lobo, Lázaro Fernandes; Silva, Albená Nunes da; Wanner, Samuel Penna; Silva, Albená Nunes da; Wanner, Samuel Penna; Faria, Marcelo Henrique Salviano de; Oliveira, Lenice Kappes BeckerTradicionalmente, o tecido muscular esquelético, que compões cerca de 40% da massa corporal total, é reconhecido por gerar movimento, produzir calor e proteger os órgãos vitais. Entretanto, recentemente, inúmeros trabalhos conseguiram comprovar que além destas funções, p tecido muscular também é um órgão endócrino, uma vez que produz e libera importantes mediadores biológicos, chamados de citocinas. Estas moléculas ganham a corrente sanguínea e são capazes de interagir agudamente e cronicamente com inúmeros órgãos e sistemas, tais como o sistema nervoso, sistema cardiovascular e também o sistema imune. Este estudo teve como objetivo investigar as possíveis associações entre a massa muscular, a contagem de leucócitos na corrente sanguínea e algumas citocinas liberadas na corrente sanguínea em resposta ao exercício físico. Investigamos o efeito de um protocolo de corrida na esteira até a fatiga e marcadores imunologócios em quinze voluntários saudáveis. Os participantes eram indivíduos bem treinados do sexo masculino com idade média de 30,5 ± 4,2 anos e massa total de 71,6 ± 6,9 kg. O exame de imagem de dupla absorção de raios-X (DEXA) foi utilizado para determinar a composição corporal dos indivíduos. Amostras de sangue foram coletadas antes, imediatamente e 1 hora após o protocolo da corrida para análise de marcadores de intensidade, dano tecidual, hemograma e miocinas. Os resultados foram correlacionados com a massa muscular do corpo inteiro e com a massa muscular dos membros inferiores. Os participantes alcançaram a fadiga voluntária após correrem por 52,3 ± 14,8 min. Como esperado, imediatamente após o exercício houve aumento nas concentrações plasmáticas de lactato, de creatina quinase (CK). A contagem de leucócitos totais aumentou de pré exercicio para imediatamente após e se manteve alta após uma hora. Os valores de linfócitos aumentaram da situação pré exercício para a situação imediatamente após a fadiga e diminuiram uma hora após. Os valores de neutrofilos aumentaram de pré exercicio uma hora após o término no protocolo. Além disso a interleucina 6 (IL-6) aumentou e se manteve alta após uma hora, enquanto a interleucina 10 (IL-10) aumentou e após uma hora os valores aumentaram ainda mais. Apesar das correlações positivas entre o tempo até a fadiga (TF) x IL-6, distância percorrida (Dst) x IL-6, TF x IL-10 e Dst x IL-10, não houve correlações entre a massa muscular total e de membros inferiores com as concentrações de IL-6 ou IL-10. Como conclusão, o protocolo de exercício físico até a fadiga, foi capaz de elevar o número de leucócitos totais, neutrófilos e linfócitos, além disto, elevou também os níveis plasmáticos de IL-6 e IL-10, porém estas alterações não se correlacionaram com a massa muscular.Item Associação entre o polimorfismo ACTN3-R577X, status de sarcopenia e desempenho físico de indivíduos com 50 anos ou mais, pré e pós treinamento de força.(2021) Silva, Ana Carolina da; Coelho, Daniel Barbosa; Cruz, Izinara Rosse da; Coelho, Daniel Barbosa; Cruz, Izinara Rosse da; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Ferreira Júnior, João BatistaA sarcopenia, doença de etiologia multifatorial, é caracterizada pela perda de massa e força musculares em idosos. Recentemente o fator genético tem sido atribuído como contribuinte para variação na massa magra. O gene ACTN3 codifica a proteína α-actinina-3 presente nas fibras musculares do tipo II, e se relaciona diretamente com a força e massa muscular. O polimorfismo ACTN3-R577X altera a expressão desta proteína, e tem sido relacionado à uma queda mais rápida de força e função musculares. A partir disso, o objetivo deste estudo é verificar, através de uma análise descritiva, seguida de um estudo longitudinal, a associação entre o polimorfismo ACTN3-R577X, o status de sarcopenia de adultos de meia idade e idosos, e sua resposta ao TF progressivo de longa duração. O estudo contou com a participação de 144 indivíduos. Não foi encontrada associação entre os genótipos e o status de sarcopenia. Em relação aos testes de força e desempenho, de maneira transversal, apenas a FPP diferiu significativamente entre indivíduos RR: 25,33 (10,00 - 46,67) kgf e XX: 19,32 (9,53 - 30,67) kgf; (p<0,05). Após 12 semanas de TF foram comparados dois grupos, intervenção (n=39) e controle (n=32). Foi constatada uma diferença em relação a alteração do status de sarcopenia que, no grupo intervenção retrocedeu ou permaneceu favorável para maioria dos participantes, independentemente do perfil genético apresentado. Após 24 semanas, o efeito do treinamento sobre o status de sarcopenia continuou perceptível, porém, assim como no período anterior, não foi observado efeito do genótipo ou de sua interação com o tempo de treinamento. Após 36 semanas foi encontrado efeito do genótipo sobre o %GCT, sugerindo que indivíduos XX tem pior composição corporal que indivíduos RR. A partir destes achados é possível concluir que não há associação do perfil genético para o polimorfismo ACTN3-R577X com o status de sarcopenia, mas sim com o fenótipo de baixa força muscular. Ainda, concluímos que o TF realizado de maneira progressiva e de longa duração beneficia adultos de meia idade e idosos, revertendo ou retardando o desenvolvimento de sarcopenia, independentemente do genótipo apresentado.Item Efeito de diferentes tratamentos sobre o estresse oxidativo em modelo de hepatotoxicidade induzida por paracetamol em ratos Fischer.(2019) Pereira, Mariana de Fátima Albuquerque; Silva, Marcelo Eustáquio; Santos, Eleonice Moreira; Guerra, Joyce Ferreira da Costa; Figueiredo, Sônia Maria de; Silva, Marcelo EustáquioO fígado é o principal órgão envolvido no processo de metabolização de xenobióticos. O fácil acesso a medicamentos como o paracetamol aliado ao desconhecimento da população sobre seus efeitos nocivos ao organismo tem aumentado significativamente o número de intoxicações por esse fármaco. As frutas, óleos e produtos medicinais são conhecidos por possuírem compostos antioxidantes e ou anti-inflamatórios, tais como compostos fenólicos, carotenoides, vitaminas A e E, sesquiterpenos e diterpenos, capazes de atenuar à injúria hepática induzida por paracetamol. Diante disso, o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de diferentes tratamentos sobre os mecanismos de hepatotoxicidade ocasionados pelo paracetamol em ratos. Foram utilizados ratos machos da linhagem Fischer, com 80 dias de idade, do Laboratório de Nutrição Experimental da UFOP, divididos em 2 experimentos. O primeiro foi realizado para avaliação temporal da injúria hepática usando 2 grupos de 8 animais: Controle (C) e Paracetamol (P), durante 48 horas, no qual amostras de sangue ocular, em diferentes intervalos de tempo, foram coletadas para quantificação das atividades das enzimas alanina e aspartato aminotransferase (ALT e AST). No segundo, os animais foram divididos em 6 grupos de 8 animais: Controle (C), Paracetamol (P), Óleo de Copaíba + Paracetamol (OCOP + P), Óleo de Castanha de Macaúba + Paracetamol (OM+P), Óleo de Coco Extra Virgem + Paracetamol e Suco de Uvaia + Paracetamol (UV+P). O período experimental foi de 1 semana, sendo a água filtrada para C e P (1o ao 7o dia), os pré tratamentos (1o ao 7o dia) e o paracetamol (835mg/Kg no 7o dia), administrados via gavagem orogástrica. No oitavo dia do experimento 2, os animais foram anestesiados e eutanasiados. O sangue, fígado, rim, e coração foram coletados e armazenados em freezer -80oC ou formol. Foram avaliados metabólitos séricos, marcadores do estresse oxidativo, enzimas antioxidantes e perfis histopatológicos. Os resultados do experimento 1 indicaram aumento de AST e ALT no grupo (P) no período de 12 e 24 h, respectivamente, após administração de paracetamol, retornando a níveis basais em 48h. No experimento 2, a intoxicação com paracetamol foi capaz de alterar o perfil lipídico dos animais aumentando LDL e diminuindo o HDL, prejudicar a função hepática aumentando as enzimas ALT, AST e fosfatase alcalina, alterar biomarcadores da função renal aumentando os níveis de creatinina e ureia e reduzir a quantidade de sulfidrilas séricas. Além disso o grupo P aumentou a carbonilação de proteínas e a concentração de glutationa oxidada (GSSG) e reduziu a razão GSH/GSSG. A nível histológico, o grupo P aumentou o percentual de hiperemia, além de aumentar o percentual e o grau de hemorragia e inflamação no fígado. A associação do paracetamol ao óleo de castanha de macaúba (OM+P) auxiliou na melhora do dano oxidativo reduzindo a concentração de GSSG e aumentando a razão GSH/GSSG. O grupo OCOP+P reduziu a atividade de catalase e atuou na redução da carbonilação de proteínas, percentual de esteatose microvesicular e células inflamatórias, assim como, reduziu o número de células comparados à P. O grupo OC+P aumentou os níveis de GSSG, assim como reduziu a razão GSH/GSSG. Por fim, o grupo UV+P demonstrou redução do estresse oxidativo pela diminuição da peroxidação lipídica e redução da carbonilação de proteínas, porém houve aumento de GSSG, diminuindo portanto a razão GSH/GSSG. Histologicamente, o grupo UV+P obteve redução do percentual e grau de hemorragia, percentual de esteatose microvesicular e células inflamatórias. Conclui-se, portanto, que o óleo de castanha de macaúba obteve efeitos benéficos no metabolismo da glutationa, melhorando a capacidade antioxidante prejudicada pelo paracetamol. Demonstrou-se um efeito hepatoprotetor do óleo de copaíba e também efeito anti-inflamatório no fígado. O óleo de coco extra virgem não demonstrou ação antioxidante e efeito hepatoprotetor, não podendo portanto, apontar nenhum efeito benéfico desse óleo nesse modelo. A associação de uvaia com paracetamol teve efeito hepatoprotetor, antioxidante e anti- inflamatório, porém não demonstrou efeito benéfico pela modificação das enzimas antioxidantes endógenas. Dessa forma, mais estudos devem ser feitos utilizando esses pré tratamentos a fim de elucidar melhor os mecanismos de atuação no metabolismo e na injúria hepática causada no modelo de hepatotoxicidade induzida por paracetamol em ratos.Item Perfil dos indivíduos atendidos no Centro de Testagem e Aconselhamento de Conselheiro Lafaiete/MG entre 2007 e 2018.(2021) Santos, Carolina Ali; Coelho, George Luiz Lins Machado; Marinho, Carolina Coimbra; Coelho, George Luiz Lins Machado; Marinho, Carolina Coimbra; Souto, Bernardino Geraldo Alves; Machado, Ísis EloahO diagnóstico precoce das infecções sexualmente transmissíveis (IST) reduz a morbimortalidade e interrompe a cadeia de transmissão das doenças. Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) contribuem para o diagnóstico precoce ao oferecer testagem para as principais IST de forma gratuita e desburocratizada. O Ministério da Saúde definiu as prioridades para as ações de prevenção dos CTA entre a “população-chave” (homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas, trabalhadoras do sexo e pessoas em privação de liberdade) e a população prioritária (população negra, jovem, população em situação de rua e população indígena). O perfil dos usuários dos CTA é bastante diversificado e conhecer as características e comportamentos desses indivíduos permite avaliar se esse serviço está sendo acessível à parcela mais vulnerável da população. O objetivo desse estudo foi descrever o perfil sociodemográfico, comportamental e sorológico dos indivíduos atendidos no CTA de Conselheiro Lafaiete-MG de 2007 a 2018, e a cobertura assistencial deste serviço segundo os critérios definidores de “população- chave” e população prioritária adotados pelo Ministério da Saúde. A fonte de dados foi o banco de dados do SI-CTA em que constam os atendimentos realizadosentre 2007 e 2018. As variáveis qualitativas foram representadas por frequências absolutas e relativas, e as quantitativas por média ± desvio-padrão [DP] (mediana). As variáveis quantitativas foram submetidas ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk, a associação entre variáveis foi avaliada pelo modelo de Poisson. Os resultados foram apresentados como razão de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%. A população do estudo foi composta por 8.287 atendimentos, equânimes entre homes (49,1%) e mulheres (50,9%), com idade média de 40,6, na sua maioria de cor da pele parda (46,1%), solteiros(as) (45,3%), com oito a 11 anos de estudo (39,5%), residentes de Conselheiro Lafaiete (86,7%). Metade dos atendimentos foram realizados em ações extramuros. Na avaliação do perfil de risco, homens e jovens apresentou maiores proporções de uso de drogas. As mulheres utilizaram menos o preservativo nas relações com parceiros fixos e eventuais. Jovens abaixo de 30 anos e aqueles com mais de 8 anos de estudo apresentaram maiores proporções de homens que fazem sexo com homens (HSH) e usaram até 50% mais preservativo que aqueles com menor escolaridade. Dos atendimentos, 41,9% foram realizados a indivíduos pertencentes a população prioritária e 16,7% a “população-chave”. A positividade dos exames foi de 1,6% para o HIV, 0,3% para o anti-HCV, 0,3% para o HBsAg e 4% para a sífilis. A partir destes resultados foi possível concluir que os usuários do CTA relatam mais comportamentos de risco quea população geral e que metade dos atendimentos foram realizados a população considerada vulnerável para as IST. A prevalência de exames reagentes para HIV e sífilis foram maiores que o esperado para a população geral.Item Elaboração e avaliação de pães de leite de fermentação natural e comercial.(2022) Santos, Janaína Gomes dos; Pereira, Patrícia Aparecida Pimenta; Vieira, Silvia Mendonça; Pereira, Patrícia Aparecida Pimenta; Vieira, Silvia Mendonça; Schmiele, Márcio; Cunha, Luciana Rodrigues daA fermentação natural é um processo que está em expansão nos dias atuais, sendo relacionado a alimentação saudável. Todavia, esses fermentos produzem metabólitos que podem provocar alterações microbiológicas, físicas, físico-químicas e sensoriais. Os pães possuem vida útil curta, sendo que esses metabólitos podem influenciar na manutenção do frescor e qualidade dos pães. Desta forma, o objetivo deste estudo foi elaborar e avaliar fermentos naturais e estudar os efeitos destes em pães de leite comparando-os o fermento comercial. Para isso, o estudo foi realizado em quatro etapas: 1ª etapa: produção do fermento natural com as farinhas integral, branca, combinando cada uma ou com mosto de cerveja ou suco de abacaxi ou iogurte natural, sendo avaliados junto com o fermento comercial quanto aos aspectos microbiológicos (contagem de leveduras e bactérias em condições anaeróbicas e em condições aeróbicas), físico-químicas (pH, compostos fenólicos e capacidade antioxidante (métodos β-caroteno/ácido linoleico, ABTS•+ e DPPH)) e capacidade fermentativa (somente dos fermentos naturais); 2ª etapa: pesquisa de mercado; 3ª etapa: produção dos pães de leite com os fermentos naturais e fermento comercial para análise no tempo inicial quanto aos aspectos físicos (salto de forno, formato dos pães, espessura da crosta, coeficiente de expansão, imagem dos alvéolos), e físico-químicos (composição proximal); 4ª etapa: análises dos pães ao longo do tempo de armazenamento avaliando quanto aos aspectos microbiológicos (contagem de fungos filamentosos e leveduras), físicos (volume específico e densidade aparente), físicoquímicos (pH, acidez, umidade e colorimétricas) e avaliação sensorial (testes afetivos e descritivos). Os resultados demonstraram que a farinha de trigo integral influenciou na microbiota dos fermentos, assim aumentando a acidez, além de que o fermento com mosto de cerveja obteve maior fator de proteção antioxidante, na capacidade fermentativa alguns fermentos apresentaram melhor estabilidade ao aumentar a temperatura. A pesquisa de mercado verificou que os pães de leite de fermentação natural terão boa aceitação no mercado. Nas análises dos pães, a acidez foi fator preponderante para os resultados das características físicas, físico-químicas e microbiológicas, sendo que os pães de fermentação natural com maior valor de acidez obtiveram maior prazo de validade. Além disso, todos os pães elaborados foram aceitos pelos consumidores.Item A suplementação de curcumina com piperina altera a resposta inflamatória induzida por uma sessão de corrida – estudo crossover duplo-cego.(2021) Castro, Stéfani Miranda; Silva, Albená Nunes da; Souza, Danielle da Glória de; Silva, Albená Nunes da; Souza, Danielle da Glória de; Oliveira, Lenice Kappes Becker; Lacerda, Débora RomualdoIntrodução: A literatura científica, incluindo trabalhos publicados pelo nosso grupo de pesquisa, tem mostrado que o exercício físico, entre eles a corrida de rua, é capaz de alterar a contagem de células do sistema imune, tais como neutrófilos, monócitos e linfócitos na corrente sanguínea, além de alterar os níveis plasmáticos de mediadores associados à resposta inflamatória, tais como a interleucina-6 (IL-6), a interleucina-10 (IL-10) e o fator de necrose tumoral (TNF). Neste sentido, os pesquisadores da área do exercício físico, tem testado suplementos com a perspectiva de modular a resposta inflamatória após eventos esportivos que induzem grande estresse fisiológico. Desta forma, recentemente, a curcumina passou a ser estudada como suplemento no meio esportivo devido ao seu efeito anti-inflamatório, o que poderia acelerar o processo de regeneração entre as sessões de treino. A curcumina é um composto bioativo presente na planta açafrão da terra (Curcuma Longa L.) que possui capacidade antioxidante e anti-inflamatória e para potencializar seu efeito tem sido administrada, nos estudos, associada à piperina. Objetivo: avaliar o efeito de uma semana de suplementação com 500mg de curcumina associada à 20 mg de piperina, no desempenho físico, na contagem de células do sistema imune, no dano do tecido muscular e sobre os níveis plasmáticos de marcadores pró e anti-inflamatórios após uma sessão de corrida na esteira ergométrica. Método: O delineamento do estudo, obedeceu a um ensaio clínico cruzado, duplo cego e randomizado. Foram recrutados para este estudo, 16 corredores do sexo masculino, com idade média de 36,17 ± 9,05 anos e VO2 max de 60,6 ± 9,03 ml de O2 kg-¹.min-¹ divididos aleatoriamente em 2 grupos: grupo suplementado diariamente por 7 dias com 500mg curcumina + 20mg piperina Grupo Curcumina (GC) e Grupo Placebo (GP). Após o 7º dia de suplementação, os voluntários foram submetidos ao protocolo experimental de corrida até a fadiga voluntária. O sangue foi coletado nos momentos Pré, Pós e 1H após o exercício para análise de hemograma, creatina quinase (CK) e concentração das citocinas IL-2, IL-6, IL-10, TNF e IFN por meio de citometria de fluxo. Este processo foi repetido 7 dias após o término da aplicação do protocolo experimental, invertendo a suplementação oferecida aos grupos Curcumina e Placebo. Resultados: A análise dos resultados mostra que o protocolo experimental até a fadiga foi capaz de alterar a contagem de leucócitos totais, neutrófilos e linfócitos na corrente sanguínea, porém não houve diferença entre os grupos GC e GP. Além disto, o protocolo experimental foi capaz de aumentar as concentrações de CK no GP quando comparados os momentos Pré (161,68 ± 85,70), Pós (205,08 ± 117,01) e 1H (205,53±116,03) e a curcumina não foi capaz de inibir este aumento. É possível observar que o protocolo experimental induziu aumento nos níveis plasmáticos das citocinas IL-2 (Pré (49,75±14,41), Pós(49,93±10,49) e 1 H(59,40±10,35)) , TNF(Pré (48,23±2,83), Pós(48,61±2,77) e 1 H(55,21±15,63)), IFN (Pré (128,82±30,95), Pós(139,85±27,69) e 1 H(165,07±31,40)), IL6(Pré (63,14±10,51), Pós(67,52±11,67) e 1 H(77,30±11,71)) e IL-10 Pré (47,00±13,98), Pós (48,18±12,54) e 1H (58,71±14,24) no GP A curcumina foi capaz de inibir estas elevações excetuando a IL-10. Conclusão: a suplementação com curcumina não induziu nenhum efeito sobre o desempenho físico, sobre a contagem de células do sistema imune e sobre o dano muscular. Entretanto, ela foi capaz de modular a possível elevação de citocinas inflamatórias.Item Ingestão de polifenóis totais e suas classes : linha de base da coorte de universidades mineiras (Projeto CUME).(2020) Diniz, Amanda Popolino; Meireles, Adriana Lúcia; Mendonça, Raquel de Deus; Meireles, Adriana Lúcia; Mendonça, Raquel de Deus; Miranda, Aline Elizabeth da Silva; Carraro, Júlia Cristina CardosoIntrodução: Mudanças globais nos padrões alimentares resultaram alterações nos cenários de adoecimento. Essas modificações refletiram no consumo alimentar brasileiro, acarretando diminuição do consumo de alimentos in natura que são fonte de polifenóis. Eles são compostos bioativos e segundo evidências científicas a sua ingestão está associada à proteção contra doenças crônicas não transmissíveis. Objetivo: Estimar a ingestão de polifenóis totais e suas classes da alimentação (flavonoides, ácidos fenólicos, lignanas e estibenos) e sua relação com características sociodemográficas, antropométricas e de hábitos de vida de egressos de Instituições Federais de Ensino Superior de Minas Gerais, participantes do projeto CUME. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com dados de 4.130 graduados ou pós-graduados entre os anos de 1994 a 2017 das IFES avaliadas. Os dados foram coletados por questionário online autopreenchido e constaram das variáveis sociodemográficas, hábitos de vida, consumo alimentar e dados antropométricos. A ingestão de polifenóis foi avaliada por meio de questionário de frequência alimentar (QFA) com 144 itens e os teores de polifenóis de cada alimento foram obtidos através da base de dados Phenol-Explorer. Foram realizadas análises estatísticas da ingestão de polifenóis totais e suas classes segundo as características sociodemográficas, antropométricas e de hábitos de vida. Além da avaliação do percentual de contribuição dos alimentos para a ingestão de polifenol total e classes. Resultados: A população do estudo apresentou mediana de ingestão, ajustado por consumo calórico, de polifenóis total de 753,41 mg/dia, 552,30mg/d de ácidos fenólicos, 154,70mg/d de flavonoides, 16,34mg/dia de lignanas e 0,32mg/d de estilbenos. Os alimentos que mais contribuíram para a ingestão de polifenóis totais e ácidos fenólicos foram café seguido das oleaginosas. Para os flavonoides foram as frutas leguminosas; estilbenos foi o vinho tinto e para as lignanas foram as frutas e tomate. A mediana de ingestão dos polifenóis totais foi diferente estatisticamente entre o estado civil, idade, escolaridade, área de formação profissional, situação profissional, renda, consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, índice de massa corporal, atividade física e realização de dieta (p<0,05). A mediana de ingestão dos ácidos fenólicos apresentou relação estatisticamente signifícativa para estado civil, idade, escolaridade, área de formação profissional, situação profissional, atividade física, consumo de tabaco e bebidas alcoólicas, índice de massa corporal e realização da dieta (p<0,05). Conclusão: O consumo de polifenóis é baixo na população estudada e diferenças estatisticamente significativas entre as medianas de ingestão de polifenóis e classes foram observadas de acordo com as características sociodemográficas, antropométrica e hábitos de vida. A avaliação da ingestão de polifenol total e classe segundo características da população pode ser útil para estudos futuros, principalmente para a definição de recomendação diária de ingestão.Item Distúrbios do sono em trabalhadores de turno alternante : validação de método e relação com hipovitaminose D.(2020) Menezes Junior, Luiz Antonio Alves de; Meireles, Adriana Lúcia; Nascimento Neto, Raimundo Marques do; Meireles, Adriana Lúcia; Nascimento Neto, Raimundo Marques do; Freitas, Lunara da Silva; Carraro, Júlia Cristina CardosoIntrodução: A jornada laboral em turnos tem sérios impactos na saúde dos trabalhadores devido a dessincronização do sistema circadiano. Como consequências, esses trabalhadores apresentam mais distúrbios do sono e transtornos endócrino-metabólicos relacionados com diversas comorbidades, como obesidade, hipertensão e hipovitaminose D. A vitamina D além de suas funções na homeostase óssea, tem sido implicada em um número crescente de mecanismos fisiológicos, incluindo o sono. Objetivos: Validar um método de avaliação de distúrbios do sono e verificar a relação de distúrbios do sono com os níveis de vitamina D em trabalhadores de turno alternante. Métodos: Estudo de delineamento transversal com trabalhadores de turnos alternantes, adultos do sexo masculino da região do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, realizado nos anos de 2011 e 2012. Foi realizada avaliação antropométrica, clínica e bioquímica, além de questões sociodemográficas, comportamentais e do sono. Avaliação do sono realizada por dois métodos, o exame de polissonografia e o questionário de Berlim (QB). O exame de polissonografia foi realizado durante a noite, de 22:00 horas às 06:00 horas, e avaliado tempo total, latência, eficiência e estágios do sono, além do índice de apneia-hipopneia, movimento periódico de pernas e saturação arterial de oxigênio. O QB foi utilizado como ferramenta indireta para avaliar o risco para apneia obstrutiva do sono (AOS). O estudo foi composto por duas amostras: amostra 1 que foi utilizada para validação do QB (n= 119) e amostra 2 para avaliar a relação dos distúrbios do sono medidos pela polissonografia com os níveis de vitamina D (n= 82). Foi realizada a avaliação da validade do QB original e com alterações na categoria 3 [(QB1 modificado: IMC > 30,0 kg/m²); (QB2 modificado: IMC > 25,0 kg/m²)] para avaliar o risco para AOS em trabalhadores de turno alternante. Para esta etapa, a análise estatística incluiu teste Kappa, análise de curva ROC e análise dos valores diagnósticos. Para avaliar a relação entre os níveis de vitamina D (25(OH)D) e distúrbios do sono, medidos pelo exame de polissonografia, a análise estatística incluiu o teste qui-quadrado de Pearson, ou teste exato de Fisher, para duas variáveis categóricas. E para variáveis contínuas, o teste T de Student ou U de Mann-Whitney, para variáveis com distribuição normal e não normal, respectivamente. Resultados: A amostra total foi composta por 119 trabalhadores com idade mediana de 34 anos. A hipovitaminose D (25(OH)D < 20 ng/mL) foi observada em 23,0% da amostra. Na etapa de validação do QB, 16,8% dos trabalhadores apresentaram alto risco para AOS segundo o QB. O QB2 modificado foi o que obteve melhor acurácia, sensibilidade e especificidade. Avaliando a relação da vitamina D com parâmetros da polissonografia, foi encontrado que indivíduos com hipovitaminose D (25(OHD < 20 ng/mL) apresentaram maior latência e menor eficiência do sono, quando comparados aos trabalhadores com níveis normais desta vitamina (25(OHD > 20 ng/mL). Conclusão: Em trabalhadores de turno alternante, o QB mostrou acurácia reduzida na identificação de pacientes com AOS e deve ser usado com cautela na seleção de pacientes para polissonografia. Ademais, observamos que trabalhadores com hipovitaminose D apresentam maior latência e menor eficiência do sono, do que aqueles com níveis normais desta vitamina.Item lCK, CXCL16 e IL-33 como marcadores plasmáticos de obesidade e imunossenescência em mulheres sem patologia clinicamente diagnosticada : marcadores plasmáticos como marcadores plasmáticos de obesidade e imunossenescência.(2021) Toledo, Débora Nonato Miranda de; Silva, André Talvani Pedrosa da; Silva, André Talvani Pedrosa da; Ribeiro, Silvana Mara Luz Turbino; Valente, Flávia XavierA imunossenescência é caracterizada por uma deterioração natural da resposta imune nos seres humanos, culminando em maior susceptibilidade a infecções e doenças, além da adaptação aos novos padrões fisiológicos, sociais e emocionais, intrínsecos da senescência. O presente estudo avaliou a produção plasmática de potenciais mediadores inflamatórios associados à senescência e ao sobrepeso e obesidade (S-O). Para realização deste estudo transversal, 54 mulheres adultas e idosas, com idade entre 20 e 75 anos, sem patologia diagnosticada e assistidas pelo Serviço Público de Saúde da Região do Vale do Mucuri, Teófilo Otoni/Minas Gerais, Brasil, foram estratificadas em três faixas etárias (60 anos como idosas) avaliadas quanto ao padrão antropométrico e frequência alimentar e responderam a um questionário com informações sóciodemográficas e alimentares, além de terem uma amostra de sangue coletada para avaliação da enzima creatinoquinase e dos marcadores CXCL16, IL-33, leptina e resistina. Observou-se que 55,5% (n=30) das mulheres apresentaram S-O e maiores concentrações plasmáticas de CK, CXCL16 e IL-33. A leptina apresentou-se maior em mulheres de meia-idade com S-O, quando comparada àquelas eutróficas de mesma idade. Nas mulheres com S-O, observou-se maior consumo alimentar de alimentos in natura e minimamente processados quando comparado às participantes eutróficas, padrão este independentemente da idade. Além disso, mulheres com S-O apresentaram o hábito de consumir bebidas alcoólicas no seu cotidiano. Estes achados sugerem que mulheres jovens e com S-O, mas sem patologia aparente, produzem maiores concentrações plasmáticas de CK, CXCL16 e IL-33 que, de forma direta ou indireta, contribuem para o risco de desenvolvimento de comorbidades cardiovasculares. Conclui-se, portanto, que os marcadores plasmáticos CK, CXCL16 e IL-33 podem atuar em mulheres saudáveis (ditas sem patologia clínica diagnosticada) como indicadores de prognóstico clínico para comorbidades associadas ao S-O e à senescência.Item Suplementação com polpa de açaí na dieta hiperlipídica materna durante a gestação e lactação modifica a concentração de ácidos graxos de cadeia curta nas mães e suas respectivas proles.(2021) Pena, Carina Cristina; Souza, Melina Oliveira de; Freitas, Renata Nascimento de; Souza, Melina Oliveira de; Amaral, Joana Ferreira do; Mendes, Maria Carolina SantosO consumo de uma dieta hiperlipídica pode desencadear o desenvolvimento e a progressão da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Além disso, a literatura mostra que uma nutrição materna rica em gordura é capaz de promover alterações metabólicas precoces determinantes desta doença em sua prole. Atualmente, a conexão entre intestino e DHGNA tem atraído bastante atenção como forma de explicar a etiopatogenia e a adoção de estratégias terapêuticas. Nossa hipótese é que o açaí (Euterpe oleracea Martius), devido principalmente à sua composição química, rica em compostos fenólicos e fibras alimentares, pode modular a produção de ácido graxo de cadeia curta (AGCC) no intestino. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito da polpa de açaí suplementada na dieta materna hiperlipídica sobre a concentração de AGCC no conteúdo cecal de ratas e suas proles após o período de lactação. Foram utilizadas 32 ratas fêmeas, espécie Rattus norvegicus, linhagem Fischer, com 90 dias de idade, divididas em quatro grupos experimentais de acordo com a dieta recebida: grupo controle (C) (dieta padrão AIN-93G), grupo hiperlipídico (HF) (dieta hiperlipídica com 40% de banha de porco e 1% de colesterol), grupo açaí (A) (dieta padrão suplementada com polpa de açaí 2%) e grupo hiperlipídico + açaí (HFA) (dieta hiperlipídica suplementada com polpa de açaí 2%). Após um período de duas semanas recebendo as dietas experimentais, foi realizado o acasalamento aleatório poligâmico dessas ratas. Ao longo do período de gestação e lactação, sendo 21 dias para cada etapa, as fêmeas (geração G0) receberam suas respectivas dietas experimentais e água ad libitum. Após o nascimento, os filhotes (geração F1) permaneceram na gaiola junto com a mãe durante todo o período de lactação. No final do experimento as gerações G0 e F1 foram eutanasiadas e foi retirado o conteúdo fecal acumulado no ceco dos animais para análise da concentração dos AGCC (ácido acético, butírico e propiônico), utilizando a técnica de cromatografia líquida de alta eficiência. Foi avaliado também, a concentração hepática de TNF. Na geração G0, a dieta hiperlipídica (p<0,001), polpa de açaí (p<0,001) e interação (p<0,05) modificaram a concentração de ácido acético. Também foi encontrada uma redução na concentração do ácido acético nas mães do grupo HFA quando comparado ao grupo HF. A polpa de açaí (p<0,05) apresentou efeito sobre a concentração de ácido butírico e ácido propiônico. As mães do grupo HFA apresentaram uma concentração cecal de ácido propiônico menor que as mães do grupo HF. Na geração F1 a interação (p<0,05) apresentou efeito sobre a concentração de ácido acético. A dieta hiperlipídica (p<0,001) polpa de açaí (p<0,001) e da interação (p<0,05) apresentou efeito sobre a concentração de ácido butírico. A prole do grupo HFA apresentou um aumento na concentração de ácido butírico quando comparado ao grupo HF. Na prole, a polpa de açaí (p<0,001) e a interação (p<0,05) apresentaram efeito sobre a concentração de ácido propiônico. A prole do grupo HFA apresentou uma redução na concentração do ácido propiônico que a prole do grupo HF. Com relação ao resultado da concentração hepática de TNF, nas mães essa concentração foi influenciada pela polpa de açaí (p<0,05) e a interação (p<0,01) e nas proles sofreu influência da dieta hiperlipídica (p<0,001). Nossos achados podem ser úteis para ajudar na melhor compreensão do efeito de alimentos ricos em compostos bioativos sobre o trato intestinal de descendentes em um modelo de DHGNA induzida por dieta materna hiperlipídica. Entretanto, mais estudos de intervenção dietética são necessários para comprovar que o consumo de açaí é benéfico para a saúde intestinal e também indicado como estratégia terapêutica para a prevenção da DHGNA.Item Transtorno mental e comportamental em servidores da Universidade Federal de Ouro Preto : avaliação do afastamento do trabalho de 2011- 2019.(2020) Bouzada, Deisyane Fumian; Silva, Camilo Adalton Mariano da; Sól, Núncio Antônio Araújo; Silva, Camilo Adalton Mariano da; Sól, Núncio Antônio Araújo; Lourenção, Luciano Garcia; Mendonça, Raquel de DeusOs Transtornos Mentais e Comportamentais (TMC) configuram como uma das principais causas de afastamento do trabalho no Brasil e no mundo. O aumento dos afastamentos para tratamento de saúde entre os servidores públicos no Brasil tem sido significativo nas últimas décadas, todavia a produção científica sobre absenteísmo por doença relacionada a essa classe trabalhadora e a sua relação com a organização do trabalho têm sido restritas. O objetivo da pesquisa foi analisar a prevalência do afastamento do trabalho de acordo com a Classificação Internacional das Doenças (CID-10), com estratificação da doença definida como Transtornos Mentais e Comportamentais (CID10- Cap. V), dos servidores efetivos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e sua relação com os determinantes sociodemográficos. Trata- se de um estudo epidemiológico, descritivo e analítico, com delineamento transversal e abordagem quantitativa. A população foi composta pelos servidores públicos federais (docentes e técnicos administrativos em educação) pertencentes ao quadro efetivo da UFOP com Licenças Médicas para tratamento da própria saúde no Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS-Inconfidentes) no período de 2011-2019. Os dados foram coletados no sistema de informação do SIASS-Inconfidentes através de relatórios do SIAPE SAÚDE e nos prontuários individuais dos servidores através do instrumento de coleta construído pela pesquisadora com as variáveis de interesse. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e bivariada (Stata 14.0) dos socio- demográficos. No período de 2011-2019 houve 69.143 dias perdidos por licenças de saúde, sendo que os dias perdidos em virtude de afastamento para tratamento da própria saúde por TMC foi de 15.545. Nos resultados houve uma variação de 23,0% dos afastamentos por TMC no período da pesquisa, sendo a primeira causa de afastamento. Na avaliação dos prontuários individuais dos servidores efetivos dentro dos critérios de admissão (n=733), o sexo feminino teve maior prevalência de absenteísmo com 51,4% (n=377). Na amostra 23,2% (n=170) apresentaram afastamento do trabalho por TMC, sendo o sexo feminino mais preponderante com 57,6% (n=98). Referente a categoria profissional os docentes apresentaram 37,7% (n=64) e os TAE 62,3% (n=106) de afastamento por TMC. As faixas etárias com maiores percentuais de afastamento foram 31-40 anos com 30,0% e 41-50 anos com 25,9%. Na amostra 61,2% apresentaram mais de um afastamento por TMC e as principais causas de afastamento foram os Episódios Depressivos (F32) e os Transtornos Depressivo Recorrente (F33). Na análise multivariada apenas a variável tempo de UFOP apresentou associação no modelo final com a variável dependente momento do primeiro afastamento por TMC, sendo que os servidores da UFOP com tempo de instituição maior que 11,35 anos apresentam fator de proteção de 19%. Assim podemos concluir que as ações de promoção e prevenção à saúde mental devem ser gerais para todos os servidores. A alta prevalência de TMC encontrada nesta investigação alerta para a magnitude do problema, evidenciando-se a urgência da implantação de medidas de detecção de fatores psicossociais de risco associados ou não ao trabalho.Item Percepções acerca da prática de Shivam Yoga durante o climatério.(2021) Santos, Paula Soares dos; Meireles, Adriana Lúcia; Passos, Maria Cristina; Meireles, Adriana Lúcia; Passos, Maria Cristina; Regis, Ana Lúcia Rissoni dos Santos; Batista, Rodrigo SiqueiraO refreamento da síntese dos estrógenos e progestágenos que ocorre entre 45 a 65 anos de idade na mulher é conhecido como climatério. Esta redução leva a diversos sinais e sintomas como a cefaleia, os fogachos, a insônia, os problemas cardiovasculares e a osteoporose, entre outros. Os manejos sintomáticos se baseiam em intervenções terapêuticas biomédicas ou integrativas e complementares. Entre as terapêuticas biomédicas há os medicamentos alopáticos e os fitoterápicos. Entre as intervenções integrativas e complementares o Yoga vem sendo associado a benefícios fisiológicos em estudos quantitativos, contudo há poucos estudos na perspectiva qualitativa. O Shivam Yoga é uma modalidade composta por técnicas de concentração, respiração, exercícios psicofísicos, relaxamento e meditação e foi utilizado no Projeto de Extensão “Yoga para Mulheres no Climatério” da PROEX/UFOP. A fim de conhecer as percepções acerca da prática do Shivam Yoga no climatério das praticantes foram utilizadas entrevistas semiestruturadas face a face, com duas perguntas disparadoras: como você percebe o yoga em sua vida? Como você percebe o yoga no climatério/menopausa? O critério de saturação foi utilizado para delimitação do grupo de participantes. A saturação ocorreu com 7 participantes, entre 45 a 65 anos de idade e que praticavam Shivam Yoga há 40 meses, com duas aulas semanais de 60 minutos, em diferentes turmas e com diferentes instrutores. Avaliou-se as entrevistas a partir dos preceitos da análise de conteúdo (Bardin,1977). Emergiram da análise temática cinco categorias com suas diversas significações: Climatério e isolamento social, Shivam Yoga na sintomatologia, Shivam Yoga e interação social, Shivam Yoga como instrumento de autoconhecimento e, finalmente, Shivam Yoga como uma prática diferente e espiritual. O Shivam Yoga foi percebido como benéfico no manejo sintomático, aumentou a interação social e a empatia, e proporcionou o autoconhecimento e domínio do corpo. A utilização do Shivam Yoga no climatério mostrouse promissora.Item Desenvolvimento e avaliação de embalagem ativa antimicrobiana na estabilidade de doce de banana desenvolvido sem adição de açúcar.(2019) Dias, Ana Clara Costa; Pereira, Patrícia Aparecida Pimenta; Cunha, Luciana Rodrigues da; Santos, Eleonice Moreira; Cunha, Luciana Rodrigues da; Pereira, Patrícia Aparecida PimentaA sacarose é um dos principais componentes do doce de banana, uma vez que, juntamente com as substâncias pécticas e o ácido, define a formação do gel. Ao retirá-la da constituição desse doce, é necessário que se tenha estratégias tecnológicas que o aproxime o máximo possível do alimento tradicional. Ademais, o açúcar também atua como um agente conservante, inibindo o crescimento microbiano. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi desenvolver e utilizar embalagem ativa antimicrobiana, incorporada com extrato bruto de abricó, jambolão e sorbato de potássio, na estabilidade de doce de banana sem adição de açúcar elaborado utilizando cloreto de cálcio, goma carragena e pectina de baixo teor de metoxilação. Para isso, o trabalho foi desenvolvido em duas etapas. A primeira etapa correspondeu à avaliação do efeito do cloreto de cálcio, da goma carragena e da pectina de baixo teor de metoxilação nas características físico-químicas, sensoriais e no teor de compostos bioativos e na atividade antioxidante dos doces de banana sem adição de açúcar. A segunda etapa compreendeu o desenvolvimento e avaliação da atividade antimicrobiana de filmes adicionados de extrato bruto de abricó, extrato bruto de jambolão e sorbato de potássio. Os resultados mostraram que menores concentrações de cloreto de cálcio resultaram em formulações com tonalidade vermelho-amarelada e menor umidade, diminuindo assim o sabor e a intenção de compra. Além disso, a utilização de maiores concentrações de goma carragena diminuíram a percepção do aroma de banana. Tem-se ainda que a formulação F3 apresentou o maior teor de compostos bioativos e atividade antioxidante. Em relação ao filme, constatou-se que o potencial de inibição do jambolão foi maior quando comparado ao do abricó. Além disso, o extrato de jambolão foi capaz de reduzir o crescimento microbiano em quase um ciclo log, e a adição do sorbato de potássio ao filme foi tão eficiente quanto a sua adição direta no doce, sendo uma alternativa viável a utilização de filmes ativos antimicrobianos para acondicionar doces de banana sem adição de açúcar.