CIPHARMA - Doutorado (Teses)
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Browsing CIPHARMA - Doutorado (Teses) by Author "Carneiro, Cláudia Martins"
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Item Avaliação do perfil imunológico em pacientes com tuberculose pulmonar ativa.(2017) Papini, Tatiane Figueiredo de Morais; Carneiro, Cláudia Martins; Carvalho, Andréa Teixeira de; Carneiro, Cláudia Martins; Pascoal, Vanessa Peruhype Magalhães; Araújo, Márcio Sobreira Silva; Rezende, Simone Aparecida; Silva, Breno de MelloApesar da identificação do bacilo Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) a mais de um século por Robert Koch e do desenvolvimento da vacina contendo o Baccile Calmette-Gérin (BCG), a tuberculose, doença tratável e curável, ainda é um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Compreender o comportamento do sistema imune do hospedeiro, durante a infecção pelo M. tuberculosis, é fundamental para o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos, fármacos e vacinas, o que permitirá salvar milhares de vida. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o perfil imunológico de indivíduos com diagnóstico bacteriológico de tuberculose pulmonar (Tb, n=105), em comparação a controles saudáveis (Co, n=107). Além disso, relacionou o status imunológico e a extensão da lesão pulmonar, classificada em unilateral (Uni) e bilateral (Bi), após análise das radiografias de tórax dos indivíduos do grupo Tb. População, Material e Métodos: O perfil fenotípico e funcional de leucócitos circulantes (imunidade inata e adaptativa) de indivíduos dos grupos Tb e Co foram examinados por ensaios de imunofenotipagem ex vivo e cultura de curta duração, in vitro, de sangue total com antígenos de M. tuberculosis, empregando citometria de fluxo. Adicionalmente, determinou-se a concentração de biomarcadores solúveis (quimiocinas, fatores de crescimento e citocinas), além do estabelecimento de assinaturas e redes de conexões que permitiriam a distinção entre indivíduos com tuberculose pulmonar e controles. Resultados: O grupo Tb, comparado ao Co, apresentou perfil alterado de leucócitos circulantes com contagens, significativamente menores, de células NK, células CD3+CD56+CD16+/-, linfócitos T CD4+ e linfócitos B CD19+. Além disso, observou-se aumento na capacidade migratória e ativação celular dos linfócitos T CD4+/ CD8+, através da regulação positiva dos marcadores de ativação celular (HLA-DR) e receptores de quimiocinas (CCR2, CCR3 e CXCR4) e molécula de adesão (CD18). Adicionalmente, o grupo Tb apresentou redução na frequência dos monocitos CD14LowCD16+, que encontravam-se mais ativados durante a infecção. Em relação à gravidade da doença, no grupo Bi, observou-se redução na frequência de linfócitos B CD19+CD5+ e expressão de HLA-DR nos monócitos CD14LowCD16+. Adicionalmente, no grupo Bi, as frequências de linfócitos T CD4+IL-17+ e linfócitos T CD8+IL-17+ foram significativamente maiores. Estes dados sugerem que a IL-17 possa ter um papel deletério na tuberculose pulmonar, enquanto a IL-4, ação protetora. Em relação aos biomarcadores solúveis, observou-se que o grupo Tb, em relação ao Co, apresentou aumentos significativos nas concentrações de quimiocinas (CXCL8, CCL5 e CXCL10) fatores de crescimento (PDGFBB, VEGF e G-CFS), citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-6, IL12p70, IFN-γ, IL-17) e citocinas reguladoras (IL-ra, IL-4 e IL-10). Em relação à gravidade da doença, observou-se aumentos nas concentrações dos biomarcadores solúveis CXCL8 e IL-6 no grupo Bi, quando comparado ao Uni. A análise dos sistemas biológicos revelou assinatura diferenciada entre os grupos Tb e Co, sendo o grupo Tb caracterizado por resposta imune intensa. Conclusão: Os resultados demonstram que, durante a tuberculose pulmonar ativa, ocorrem alterações sistêmicas nos componentes da imunidade inata e adaptativa do hospedeiro e que a extensão das lesões pulmonares relaciona-se com o microambiente diferenciado gerado pela resposta imune.Item Desempenho do pré-escrutínio rápido e da revisão rápida de 100% como métodos de monitoramento interno da qualidade dos exames citopatológicos do colo do útero.(2016) Tobias, Alessandra Hermógenes Gomes; Carneiro, Cláudia Martins; Amaral, Rita Goreti; Zeferino, Luiz Carlos; Thuler, Luiz Cláudio Santos; Veloso, Vanja Maria; Lima, Angélica AlvesO câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, e a realização periódica do exame citopatológico do colo do útero ou Papanicolaou é a principal estratégia adotada para o rastreamento desta neoplasia. O exame citopatológico é estratégico para detecção de lesões pré-neoplásicas, porém, sua eficiência ainda é questionada, porque mesmo sendo realizado periodicamente, muitas mulheres ainda são diagnosticadas com esse câncer, o que em parte ocorre devido a elevadas taxas de resultados falso-negativos (RFN). A implantação de métodos de monitoramento interno de qualidade (MIQ) na rotina laboratorial visa reduzir os RFN, melhorando o desempenho do exame citopatológico na detecção de lesões precursoras. Objetivo: Avaliar o desempenho do préescrutínio rápido (PER) e da revisão rápida de 100% (RR100%) como métodos de MIQ. Metodologia: Entre outubro de 2012 e outubro de 2014 o Laboratório Piloto de Análises Clínicas da Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto recebeu para análise 9.675 esfregaços do colo do útero colhidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Ouro Preto, Minas Gerais. Após avaliação pré-analítica 357 esfregaços foram rejeitados e aqueles em condições de análise foram enviados para leitura. Todos os esfregaços foram avaliados rapidamente pelo PER antes do escrutínio de rotina (ER). Em seguida, os esfregaços classificados como negativos pelo ER foram encaminhados para serem analisados pela RR100%. Todos os esfregaços classificados como positivos e insatisfatórios pelo ER, assim como os esfregaços discordantes entre o PER, o ER e a RR100% foram submetidos a uma revisão detalhada para definição do diagnóstico final. Foi realizado levantamento do exame citopatológico de seguimento e do exame histopatológico referentes às mulheres com exames citopatológicos alterados detectados neste estudo. Resultados: Dentre os 9.318 esfregaços analisados, 1.267 foram considerados positivos pelo diagnóstico final, destes 1.054 (11,3%) foram identificados pelo ER e 213 (2,3%) foram RFN detectados pelos métodos de MIQ. O PER suspeitou de 1.437 (15,4%) esfregaços e 647 (45%) foram classificados como positivos pelo diagnóstico final e destes, 140 (1,5%) foram RFN. A RR100% suspeitou de 507 (6,2%) esfregaços e 123 (1,3%) foram RFN classificados como positivos pelo diagnóstico final. As alterações mais frequentes entre os RFN detectados pelo PER foram ASC-US (0,7%) seguida de LSIL (0,6%) e ASC-H (0,1%). Em relação aos RFN detectados pela RR100% a LSIL (0,6%) foi a alteração mais frequente, seguida de ASC-US (0,5%) e ASC-H (0,1%). O ER detectou 11,3% dos esfregaços alterados e esse valor subiu para 12,8% com associação do PER e para 12,6% com a RR100%. Quando comparado ao diagnóstico final, a sensibilidade do ER foi de 83,2%. A sensibilidade do PER e da RR100% levando em consideração somente os esfregaços considerados como negativos pelo ER foi de 65,7% e 57,8%, respectivamente. Entre as mulheres com diagnóstico citopatológico positivo, apenas 668 (62,5%) realizaram novo exame citopatológico e 49 (25%) realizaram biópsia. A sensibilidade do PER, da RR100% e do ER, quando comparado ao resultado do novo exame citopatológico foi de 70,3%, 54,0% e 85,7%, respectivamente. Não foi possível calcular a sensibilidade do ER e dos métodos de MIQ comparado ao resultado do exame histopatológico devido ao baixo número de seguimentos (25%). Dentre os métodos de MIQ, o que dispensou maior volume de trabalho foi o PER, aproximadamente 13,6% a mais que a RR100%. Os citologistas mostraram melhor desempenho na realização do PER. Os indicadores de qualidade dos exames citopatológicos realizados no laboratório se encontraram dentro do recomendado pelo Ministério da Saúde tanto antes quanto após a realização dos métodos de MIQ. Conclusões: De acordo com os resultados deste trabalho, o PER e a RR100% foram capazes de melhorar o desempenho do exame citopatológico, mostrando resultados semelhantes na detecção de resultados falso-negativos da rotina laboratorial.Item Estudo da maturação e das alterações eritrocitárias e leucocitárias em cães naturalmente infectados por Leishmania (Leishmania) infantum.(2014) Nicolato, Roney Luiz de Carvalho; Reis, Alexandre Barbosa; Carneiro, Cláudia MartinsAnálises hematológicas apresentam aplicações limitadas para o diagnóstico da doença em cães infectados com L. infantum, mas podem ser importantes para a avaliação das formas clínicas da doença e para a compreensão da evolução da patogênese leishmaniose visceral canina (LVC). Recentemente, foi demonstrado que alterações na leucopoese e eritropoese estão relacionadas com o estado clínico e densidade parasitária da medula óssea em cães naturalmente infectados por L. infantum. Para melhor caracterizar estas alterações, no presente estudo foi avaliada a associação entre os parâmetros hematológicos na medula óssea e alterações do sangue periférico em grupos de cães infectados por L. infantum: Cães assintomáticos I (CA-I: soro negativo/PCR+; n=6), assintomáticos II (CA- II: soro/PCR+; n=7), oligossintomáticos (CO; n=8), e cães sintomáticos (CS; n=12) e cães não infectados (CNI; n=7). A densidade parasitária foi avaliada na medula óssea e os resultados expressos como “Leishman Donovan Units” (LDU), e classificados em tercis como baixo (BP, n=7) ou alto (AP, n=7) parasitismo. No grupo CS foi encontrado uma diminuição na linhagem eritropoética com reduções concomitantes em eritrócitos circulantes, bem como nos parâmetros de hemoglobina e hematócrito, resultando em anemia. Neste mesmo grupo CS também observou-se aumento de precursores de neutrófilos e eosinófilos porém com diminuição de bastonetes neutrófilos e eosinófilos circulantes, levando a leucopenia no sangue periférico. No grupo CA-II, foi detectada uma linfocitose que ocorreu tanto no sangue periférico como no compartimento da medula óssea. O grupo CS exibiu linfocitose na medula óssea, com linfopenia no sangue periférico. Em contraste, o grupo CA- I, não apresentaram alterações significativas sugestivas de LVC, apresentando contagens normais tanto na medula óssea como no sangue periférico. A avaliação do impacto do parasitismo na medula óssea mostrou resultados similares quando se avaliou os cães classificados em diferentes formas clínicas, tais como, hipoplasia eritróide, hipoplasia eosinofílica e proliferação de células precursoras neutrofílica no grupo de cães com alto parasitismo. Os nossos resultados mostram pela primeira vez que importantes alterações na hematopoiese e parâmetros hematológicos (hemograma) podem ocorrer durante o curso de LVC em cães naturalmente infectados por L. infantum, principalmente na doença sintomática. Tomados em conjunto, os nossos resultados com base nos parâmetros do mielograma e hemograma permitem uma melhor compreensão da patogênese da anemia, linfocitose e linfopenia, bem como a leucopenia (eosinopenia e monocitopenia), que contribuem para o prognóstico e monitoração da LVC.Item A percepção do climatério e menopausa por mulheres de Ouro Preto – MG.(2019) Serpa, Miguel Arcangelo; Veloso, Vanja Maria; Passos, Maria Cristina; Silva, Ana Lúcia Abrahão da; Chemello, Clarice; Carneiro, Cláudia Martins; Lima, Angélica Alves; Veloso, Vanja MariaCom o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a vivência do climatério está cada vez mais presente, e demanda estratégias que visam melhorar a qualidade de vida das mulheres. O objetivo do estudo foi compreender e significar a percepção da vivência do climatério e menopausa por mulheres usuárias da UBS Padre Faria no município de Ouro Preto-MG. Para isso, inicialmente foi elaborado um protocolo para revisão sistemática sobre a vivencia do climatério e menopausa por mulheres. Posteriormente, foi realizado um estudo fenomenológico, utilizando como referencial teórico filosófico Merleau-Ponty e análise temática de conteúdo. Foram realizadas entrevistas abertas, gravadas na forma de áudio, com as seguintes perguntas norteadoras: “Qual o significado do climatério para você? Qual a experiência de vivenciar o climatério?”. Depois de transcritas, as entrevistas foram lidas repetidamente a fim de organizar os resultados de acordo com temas relevantes propostos e os que emergiram. As 10 mulheres participantes não dissociaram a vivência do climatério e menopausa do processo de envelhecimento. Na fala, algumas delas associaram o envelhecimento à perda de energia e diminuição das atividades. Permaneceu a ideia de que nesse período a mulher perde a juventude e a energia de outrora. Algumas mulheres associaram a menopausa e envelhecimento a início de aparecimento de manifestações de algumas doenças que são associadas ao envelhecimento. A percepção de vivência do climatério e menopausa das mulheres do estudo revelou-se carregada de tabus e preconceitos. Como essa vivência é indissociável de seu contexto sociocultural, traz em si um discurso que enfatiza a desvalorização do envelhecimento e decadência da sexualidade.