CIPHARMA - Doutorado (Teses)

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    Efeitos antiproliferativos e toxicogenéticos da crisina em linhagens tumorais de bexiga com diferentes status do gene TP53.
    (2021) Lima, Ana Paula Braga; Silva, Glenda Nicioli da; Silva, Glenda Nicioli da; Dolabela, Maria Fâni; Ribeiro, Daniel Araki; Magalhães, Cíntia Lopes de Brito; Brandão, Geraldo Célio
    A atividade antitumoral da crisina, flavonoide encontrado no mel, na própolis e na Passiflora caerulea, tem sido estudada em diversos tipos de cânceres. No câncer de bexiga, seus efeitos citotóxicos já foram demonstrados, entretanto pouco se sabe sobre seu mecanismo de ação. Nesse contexto, esse trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos antiproliferativos e toxicogenéticos e os possíveis mecanismos de ação molecular da crisina em células tumorais de bexiga com diferentes status do gene TP53 (RT4 – com gene TP53 selvagem; 5637 e T24 – com gene TP53 mutado). As células foram tratadas com diferentes concentrações de crisina (10, 20, 40, 60, 80 e 100 µM) para análise de citotoxicidade, proliferação celular, sobrevivência clonogênica, efeito pró-oxidante, efeitos genotóxicos e mutagênicos, alterações morfológicas, migração celular, cinética do ciclo celular, índice de divisão nuclear, perfil de metilação global e expressão dos genes SRC, PLK1, HOXB3, mTOR, FGFR3, c-MYC e RASSF1A. Os resultados mostraram que a crisina foi citotóxica e diminuiu a proliferação celular para as três linhagens estudadas, provavelmente através da produção de espécies reativas de oxigênio e da indução de danos no DNA das células. Além disso, a crisina diminuiu significativamente a formação de colônias e a migração celular nas três linhagens, sendo que nas linhagens com TP53 mutado, esses efeitos foram acompanhados pela diminuição da expressão de HOXB3 e SRC. A crisina diminuiu a densidade celular de todas as linhagens e alterou a morfologia das linhagens com TP53 mutado. Além disso, nas linhagens com TP53 mutado, a crisina causou parada do ciclo celular na fase G2/M, acompanhado pela diminuição da expressão de PLK1. Nas células RT4 e T24, a crisina aumentou as taxas de apoptose; nas células T24, taxas significativas de necrose também foram observadas. Nas células 5637, a crisina demonstrou interferir em eventos epigenéticos, aumentando o padrão de metilação global do DNA. Ademais, na linhagem T24, a modulação negativa dos genes c-MYC, FGFR3 e mTOR também parece contribuir para os efeitos antiproliferativos da crisina. Concluindo, a crisina diminui a proliferação e a migração celular independente do status de TP53 em células tumorais de bexiga, entretanto, os efeitos sobre a morfologia, cinética do celular e expressão de genes são dependentes do status de TP53.
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    Efeitos de uma sessão aguda de natação até exaustão sobre a contratilidade e transiente de ca2+ de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de ratos espontaneamente hipertensos em fase de função cardíaca compensada e descompensada.
    (2022) Teles, Maria Cecília; Isoldi, Mauro César; Isoldi, Mauro César; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Peixoto, Marco Fabrício Dias; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Silva, Glenda Nicioli da
    A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Estudos mostram o exercício realizado de forma exaustiva leva a danos cardíacos, mas pouco se sabe sobre os efeitos de uma sessão de natação até exaustão em animais hipertensos. Diante disso nosso objetivo foi investigar os efeitos de uma sessão aguda de natação até exaustão sobre as propriedades mecânicas de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de ratos espontaneamente hipertensos em fase de função cardíaca compensada e descompensada. Os animais foram alocados em cinco grupos, cada um composto por 7 animais: normotenso controle (NC); normotenso exaustão (NE); hipertenso controle na fase compensada (HC); hipertenso exaustão na fase compensada (HE), hipertensos exaustão na fase descompensada, já na fase de insuficiência cardíaca (IC). Os animais dos grupos exaustão foram submetidos a um protocolo de natação até exaustão, que consistia em natação por um período de 180 minutos com 5% da carga corporal, imediatamente após o exercício esses animais foram eutanasiados e o coração foi removido para isolamento dos cardiomiócitos. Foram avaliados o tempo de natação até exaustão, hipertrofia ventricular, transiente de cálcio e a contratilidade celular nas frequências de estimulação de 1, 3, 5 e 7 Hz. Os animais normotensos apresentaram uma massa corporal mais elevada do que os animais hipertensos na fase compensada e descompensada (p≤0,05), a relação do peso do ventrículo esquerdo pelo peso corporal apresentou um aumento nos animais hipertenso na fase compensada e descompensada em relação aos seus controles (p<0,00). Os animais normotensos conseguiram manter a natação apenas por 14 minutos ± 3 minutos e 41 segundos, enquanto os animais espontaneamente hipertensos na fase compensada completaram o protocolo proposto de 180 minutos, os animais hipertensos na fase descompensada mantiveram a natação por apenas 4,83 ±1,57 minutos. Em relação aos dados de contratilidade e transiente foram encontrados os seguintes dados: A amplitude de contração apresentou um aumento quando os animais hipertensos na fase compensada e descompensada foram submetidos ao exercício exaustivo, além disso a velocidade de contração e a velocidade de relaxamento foram aumentadas (1Hz). Quando analisado o transiente de cálcio, o exercício exaustivo levou a uma redução da amplitude de cálcio nos animais hipertensos na fase compensada (1, 3, 5 Hz) e uma redução no tempo para atingir o decaimento do cálcio (1Hz), a velocidade de liberação e recaptação do cálcio foi reduzida nos animais hipertensos na fase compensada quando submetido ao exercício (1, 3, 5, 7 Hz). A natação até exaustão provocou alterações adversas no mecanismo contrátil dos cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo, entretanto tais mecanismos devem ser mais explorados.
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    Estudo sazonal e avaliação das atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória e da estabilidade de extratos etanólicos de Lychnophora passerina (Mart. ex. DC) Gardn.
    (2017) Ugoline, Bruno César de Albuquerque; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Souza, Jacqueline de; Pimenta, Lúcia Pinheiro Santos; Serra, Cristina Helena dos Reis; Guimarães, Andrea Grabe; Barcellos, Neila Marcia Silva; Guimarães, Dênia Antunes Saúde
    Neste trabalho foi avaliada a influência da sazonalidade sobre o teor da lactona sesquiterpênica goiazensolida nos extratos etanólicos brutos de partes aéreas de L. passerina coletada no verão (EV), outono (EO), inverno (EI) e primavera (EP) e sobre as atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória. A goiazensolida foi isolada da fração hexano/acetato etílica obtida do extrato clorofórmico e sua estrutura química foi confirmada por meio de métodos espectrométricos usuais. Um método por CLAE empregando adição de padrão foi desenvolvido e validado para quantificação da goiazensolida em EV, EO, EI e EP, sendo um método inédito para a quantificação do marcador químico na espécie. A goiazensolida foi submetida à degradação forçada, por 24 horas, em meios alcalino e ácido, apresentando degradação completa nos referidos meios. O armazenamento da goiazensolida a 40 ºC promoveu uma redução de 35,4% no seu teor após as 24 horas. EV, EO, EI e EP apresentaram teores distintos da lactona sesquiterpênica. Soluções aquosas de EV, EO, EI e EP a 100 μg/mL foram avaliadas quanto à capacidade de reduzir in vitro a atividade da xantina oxidase (XO) e todos os extratos se mostraram ativos. Os tratamentos com os extratos EV e EO (125,0 e 250,0 mg/kg), e com a goiazensolida (10,0 mg/kg) reduziram os níveis séricos de ácido úrico em camundongos com hiperuricemia induzida por oxonato de potássio. Neste ensaio, a atividade da goiazensolida foi significativamente semelhante a do fármaco alopurinol. EV, EO, e EP, nas doses de 125,0 e 250,0 mg/kg, bem como a goiazensolida na dose 10,0 mg/kg, inibiram a atividade da XO hepática, evidenciando um dos prováveis mecanismos de ação anti-hiperuricêmica. Os animais tratados com EV e EO (125,0 e 250,0 mg/kg) e com a goiazensolida (5,0 mg/kg), tiveram o edema induzido por cristais de urato monossódico reduzido a partir de 24 horas do início do experimento. Não foram encontradas diferenças significativas entre a atividade antiedematogênica dos extratos, porém os resultados indicaram que EV e EP foram os extratos com maior efeito anti-hiperuricêmico. No ensaio do edema de pata induzido por carragenina, os tratamentos com EV, EO, EI, EP (125,0 e 250,0 mg/kg) e com a goiazensolida (10,0 mg/kg) foram capazes de reduzir significativamente o edema a partir da segunda hora de experimento. Os extratos não apresentaram atividade anti-inflamatória estatisticamente diferente, sugerindo que para o uso como agente anti-inflamatório a planta pode ser coletada em qualquer época do ano. O extrato EO e a tintura preparada com a espécie vegetal coletada na mesma estação (TO) foram avaliados quanto à estabilidade de longa duração a 30 °C, por 12 meses, e acelerada a 40 °C, por 6 meses. Parâmetros como características organolépticas, pH, densidade relativa e resíduo seco não apresentaram alteração significativa para ambas as amostras. O teor de goiazensolida foi maior que o limite estabelecido (≥ 90%) no primeiro mês de estudo de estabilidade acelerada, com decréscimo maior que 50% ao término dos 6 meses para EO e TO, cujos teores iniciais foram 6,6 ± 0,44 e 8,2 ± 0,79 % (p/p) e reduziram a 1,3 ± 0,17 e 3,9 ± 0,64 % (p/p); respectivamente. Nas condições de prateleira, o teor de goiazensolida reduziu a níveis abaixo do limite estabelecido pela Anvisa (≤ 10%) após o quarto mês de estudo. Desta forma, o extrato etanólico de L. passerina demonstrou ser uma promissora alternativa para a terapêutica da gota, devido às atividades anti-hiperuricêmica e anti-inflamatória apresentadas pelo mesmo, atuando de forma diferenciada e inovadora frente aos fármacos atualmente disponíveis.
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    Efeitos antiproliferativos de naftoquinonas em linhagens tumorais de bexiga.
    (2022) Ferreira, Gabriel Monteze; Brandão, Geraldo Célio; Silva, Glenda Nicioli da; Brandão, Geraldo Célio; Endringer, Denise Coutinho; Dolabela, Maria Fâni; Souza, Gustavo Henrique Bianco de; Cardoso, Leonardo Máximo
    As quinonas são compostos químicos produzidos a partir da oxidação de fenóis, Uma de suas principais características é a presença de dois grupos carbonílicos que formam um sistema conjugado com pelo menos duas ligações duplas em um anel de seis carbonos. Entre as quinonas, as naftoquinonas se destacam como potenciais agentes antitumorais. Com base neste histórico, oito naftoquinonas da biblioteca de moléculas do Laboratório de Química Medicinal e Bioensaios da Escola de Farmácia da UFOP tiveram suas citotoxicidades testadas pelo método colorimétrico do MTT (brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol2yl)-2,5-difenil tetrazolium]) em linhagens de carcinoma urotelial. A nafto [2,3-b] tiofen-4,9-quinona (NQ1), 8-metoxi-α-lapachona (NQ3) e a lausona (NQ8) apresentaram melhores índices de seletividade para células de carcinoma urotelial e, portanto, foram selecionadas para outros ensaios. A NQ1 apresentou índice de seletividade de 7,32; 18,16 e 10,55 respectivamente para as linhagens RT4, 5637 e T24, enquanto a NQ3 e a NQ8 apresentaram índice de seletividade respectivamente de 19,5 e 28,0 para a linhagem T24. Os cálculos foram feitos utilizando os valores de citotoxicidade obtidos para a linhagem não tumoral MRC-5 (fibroblasto humano). No ensaio de sobrevivência clonogênica, a maior concentração testada de NQ1 (2,5 µg/mL) reduziu 76, 52 e 48% a formação de clones para as linhagens RT4, 5637 e T24 respectivamente. A NQ3 reduziu 70,5% e a NQ8 reduziu 87,1% a formação de clones para a linhagem T24. Observou-se também que a NQ1 alterou a morfologia das três linhagens testadas e a NQ3 alterou a morfologia da T24, onde foi possível observar a presença de células alongadas. As três moléculas também apresentaram o efeito de diminuição no processo de migração celular. As três naftoquinonas alteraram o ciclo celular e induziram significativamente a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), que estão ligadas a danos no DNA. Em conclusão, as naftoquinas estudadas apresentaram potencial efeito antiproliferativo em linhagem tumoral de câncer de bexiga, interferindo no ciclo e na migração celular celular, possivelmente por meio de estresse oxidativo.
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    Avaliação in vivo da segurança cardiovascular do antifúngico Caspofungina.
    (2019) Machado, Danielle Cristiane Correa de Paula; Guimarães, Andrea Grabe; Leite, Elaine Amaral; Guimarães, Andrea Grabe; Bizarro, Heloisa D'Avila da Silva; Cáu, Stêfany Bruno de Assis; Souza, Gabriela Guerra Leal de; Leite, Romulo
    A caspofungina é um fármaco antifúngico relativamente seguro utilizado para tratar candidíase invasiva. Entretanto, a cardiotoxicidade desse fármaco foi relatada em humanos e modelos experimentais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia experimental in vivo da caspofungina sobre a Candida albicans e avaliar sua segurança terapêutica sobre o sistema cardiovascular em camundongos Swiss fêmeas não infectados e infectados por Candida albicans através da análise do eletrocardiograma (ECG). Os animais foram infectados utilizando a imunossupreção prévia com ciclofosfamida (100 mg/kg) e administração IV do inóculo de Candida albicans (SC5314) (1 a 5x105 UFC/ml). O tratamento com veículo ou caspofungina (5 ou 10 mg/kg) por 5 dias IP foi iniciado 24 horas após a infecção confirmada pela presença de unidades formadoras de colônia (UFC) de C. albicans em amostras de coração, rim, baço ou fígado. A sobrevida foi significativamente aumentada com o tratamento com caspofungina 5 ou 10 mg/kg IP e todos os camundongos infectados tratados apenas com o veículo vieram a óbito. A dose de 10 mg/kg de caspofungina inibiu o crescimento de UFC. A susceptibilidade in vitro de C. albicans foi realizada utilizando a técnica de microdiluição em caldo com concentrações cerscentes de caspofungina, sendo a concentração inibitória mínima de caspofungina para C. albicans de 0,3 g/ml, indicando que o fungo é sensível ao fármaco. O sinal do ECG na derivação II (DII) foi obtido em camundongos conscientes em contenção: para mensurar os intervalos do ECG. O ECG por telemetria foi obtido nos animais não infectados tratados com caspofugnina 10 mg/kg durante 5 dias IP para avaliar os parâmetros da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) nos tempos: basal, e após tratamento. A caspofungina induziu aumento significativo dos intervalos PR (18,5%) e QRS (26,6%) em comparação ao basal. Os intervalos QT (20,2 e 23,9%) e QTc (16,3 e 27,2%) aumentaram após tratamento com veículo e com caspofungina indicando que a infecção por C. albicans induziu essas alterações. No entanto, a caspofungina não induziu ao aumento adicional dos intervalos QT e QTc nem impediu o aumento induzido pela C. albicans. Não ocorreram alterações significativas nos parâmetros de VFC de animais não infectados após o tratamento com caspofungina. Concluímos que a caspofungina pode ser considerada um fármaco seguro, em relação aos seus efeitos cardíacos avaliados in vivo no presente estudo, mantendo sua eficácia antifúngica contra C. albicans.
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    Bases moleculares e bioquímicas da patogênese da doença hepática gordurosa não alcoólica induzida por carboidratos simples : foco na reprogramação epigenética e no metabolismo lipídico hepático.
    (2020) Oliveira, Daiane Teixeira de; Cota, Renata Guerra de Sá; Cota, Renata Guerra de Sá; Rodrigues, Tiago; Coimbra, Cândido Celso; Bezerra, Frank Silva; Isoldi, Mauro César
    Esse estudo teve como objetivo fornecer uma visão abrangente dos eventos metabólicos e bioquímicos que envolvem o consumo de carboidratos simples, em condição de equivalência energética, bem como elucidar o papel do metabolismo lipídico e das modificações epigenéticas na patogênese da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Por razões didáticas, dividimos os resultados desse estudo em três capítulos, de acordo com os objetivos específicos estabelecidos. No capítulo I e II avaliamos o efeito do consumo crônico de carboidratos simples sobre o desenvolvimento de alterações metabólicas e o papel do metabolismo lipídico hepático sobre o desenvolvimento de alterações hepatocelulares, respectivamente. Para isso, ratos Wistar recém-desmamados foram submetidos à dieta controle (DC; n=8) ou a uma dieta isocalórica rica em carboidratos simples (DRCS; n=12), ad libitum por 18 semanas. Capítulo I: independentemente do consumo calórico positivo a DRCS levou ao aumento significativo da massa corporal e da massa gorda, do índice de adiposidade, do índice de Lee, da massa do fígado, do nível sérico de triacilglicerol e VLDL, do conteúdo lipídico hepático, da frequência cardíaca e à hiperplasia e hipertrofia do tecido adiposo retroperitoneal, induziu intolerância à glicose, resistência à insulina e aumento compensatório da secreção de insulina pelas células β pancreáticas. Capítulo II: no fígado a DRCS desencadeou o estresse oxidativo e danos teciduais graves, como esteatose microvesicular, morte celular e ballooning. Através da análise do lipidoma hepático foram identificados e quantificados 362 espécies moleculares de lipídios. Mais especificamente, ratos alimentados com a DRCS exibiram aumento do conteúdo hepático de triacilglicerol esterificado em ácidos graxos saturados e monossaturados, aumento de lipídios biomarcadores de disfunção mitocondrial (fosfatidilglicerol, cardiolipina e ubiquinona) e do comprometimento da βoxidação de ácidos graxos (acilcarnitina) e alterações em lipídios de membrana. A DRCS também levou a down-regulation de genes da oxidação de ácidos graxos no fígado. No capítulo III avaliamos o efeito temporal da DRCS sobre a indução da reprogramação epigenética no fígado. Para isso, ratos Wistar recém-desmamados foram divididos nos grupos experimentais DC (n=20) e DRCS (n=20) e submetidos as respectivas dietas pelo período de 4 (n=5), 8 (n=5), 15 (n=5) e 18 (n=5) semanas. O desenvolvimento e a progressão da DHGNA, induzido pela DRCS, foi acompanhado pela desregulação dos padrões epigenéticos, evidenciados pela modulação negativa da expressão das metilases (Dnmts) e desmetilase (Tet2) do DNA, e das sirtuínas (sirt1-7), pela diminuição da metilação global do DNA e pela modulação negativa da marca de repressão da transcrição (H3K9me3 e H3K27me3) induzida pelo envelhecimento. Em conclusão, esses achados sugerem que o consumo precoce e crônico da DRCS leva ao fenótipo da síndrome metabólica, independentemente da ingestão calórica. No fígado, a DRCS induz a sobrecarga e o comprometimento da β-oxidação de ácidos graxos e desencadeia a reprogramação epigenética, resultando em perturbações drásticas no metabolismo lipídico hepático e no desenvolvimento e progressão da DHGNA. Esses achados contribuem para a consolidação do efeito deletério da DRCS sobre a saúde e para a elucidação das vias moleculares da patogênese da DHGNA.
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    Efeitos do exercício físico associado aos medicamentos anti-hipertensivos sobre a função cardiovascular.
    (2019) Castro, Quênia Janaína Tomaz de; Guimarães, Andrea Grabe; Soares, Pedro Paulo da Silva; Cáu, Stêfany Bruno de Assis; Alzamora, Andréia Carvalho; Leite, Romulo; Guimarães, Andrea Grabe
    A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica, sendo um dos principais fatores que colaboram para o surgimento de doenças cardiovasculares (DCV). O controle da pressão arterial (PA) contribui para a regressão da hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE). O presente trabalho teve como objetivo verificar, experimentalmente em SHR e clinicamente em estudo de metanálise, se a associação entre o exercício físico regular e o tratamento farmacológico, pode promover a regressão da HVE, e experimentalmente, se menores doses de captopril e losartana podem atingir este efeito quando associados ao exercício físico regular. Os animais foram distribuídos nos grupos sedentários (n=6 cada) e treinados em esteira (n=6 cada). O treino foi realizado durante 60 min/dia, 5 dias por semana, na velocidade 18 m/min durante 8 semanas. Os animais foram tratados por via oral com veículo, captopril 12,5, 25 ou 50 mg/kg ou losartana 2,5, 5 ou 10 mg/kg. Ao final de 8 semanas, foram avaliados a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), frequência cardíaca (FC), e os intervalos PR, QRS, QT e QT corrigido (QTc) do eletrocardiograma (ECG). Posteriormente, os animais foram eutanasiados e os corações foram extraídos. Os ventrículos esquerdos foram utilizados para determinar a atividade de MMP-2 por zimografia gelatinolítica, e para avaliação histológica (HE e tricrômico de Masson). O exercício físico isoladamente não alterou nenhum dos parâmetros analisados. O tratamento com captopril reduziu PA, FC, QT, QTc, em todas as doses, porém não alterou a atividade de MMP-2 e a estrutura cardíaca. Associado ao exercício, o captopril 25 e 50 mg/kg promoveu redução de 6,7% e 14,2% no intervalo QTc, respectivamente, e na dose de 50 mg/kg, reduziu 13,6% de QT, comparado ao sedentário. O tratamento com losartana 5 e 10 mg/kg reduziu QT tanto em sedentários quanto treinado e reduziu PA apenas na dose de 10 mg/kg. Isoladamente, a losartana não alterou a atividade de MMP-2, mas associado a prática de exercício físico reduziu em 25,4%, 24,8% e 31,8% a atividade de MMP-2 nas doses de 2,5, 5 e 10 mg/kg, respectivamente. O tratamento com captopril ou losartana não alterou o número de núcleos do tecido cardíaco e o comprimento dos cardiomiócitos. A segunda parte do trabalho consistiu de revisão sistemática seguida de metanálise. A revisão utilizou as bases de dados Pubmed, Bireme, Lilacs, Central (Cochrane) e Science Direct, compreendendo período indeterminado até 2018, e a comparação foi realizada entre pacientes treinados e sedentários, tratados com anti-hipertensivos. Os parâmetros analisados foram a massa do ventrículo esquerdo (MVE), índice de massa do ventrículo (IMVE), diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDVE), fração de ejeção (FE), PAS, PAD e FC. Cinco estudos (907 indivíduos) foram incluídos na metanálise. A associação exercício físico e anti-hipertensivos reduziu a MVE (IC95%: -21,63 a -1,81, N = 783), PAD (IC95%: -2,84 a -0,16, N = 843), FC (IC95%: -4,57 a -1,53, N = 907), aumentou FE (IC95%: 0,47 a 2,88, N = 843) e apresentou tendência a redução de IMVE e PAS. DDVE foi semelhante nos dois grupos. Concluímos que a associação do exercício físico ao tratamento com losartana mostrou ter efeito adicional nos parâmetros analisados, porém o mesmo não foi observado para o captopril. A metanálise demostrou que indivíduos em tratamento com fármacos anti-hipertensivos, combinados com a prática de exercícios físicos, podem ter o benefício adicional da redução da MVE e da PAD. Sendo assim, a prescrição de exercício físico deve ser considerada para prevenção e tratamento da HVE em indivíduos hipertensos.
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    Efetividade da vacinação na redução da prevalência e incidência da infecção por HPV e de lesões cervicais pré-neoplásicas em mulheres jovens.
    (2021) Santos, Ana Carolina da Silva; Lima, Angélica Alves; Vital, Wendel Coura; Lima, Angélica Alves; Zeferino, Luiz Carlos; Silva, Ismael Dale Cotrim Guerreiro da; Meireles, Adriana Lúcia; Silva, Glenda Nicioli da
    O objetivo deste trabalho foi avaliar a efetividade da vacina quadrivalente na redução da prevalência e incidência da infecção por HPV e de lesões cervicais pré-neoplásicas em jovens brasileiras, de 18 a 24 anos. O estudo foi conduzido nos municípios de Ouro Preto e Mariana/MG, no período de 2018 à 2021. Foi realizado um estudo de coorte concorrente com seguimento inicial de 12 a 18 meses. Além disso, para verificar as mudanças nas taxas de prevalência e perfil de infecção por HPV, foi desenvolvido um estudo de painel comparando os períodos pré (2008-2009) e pós-introdução da vacina no Programa de Imunização (2018-2021). As jovens selecionadas foram entrevistadas e separadas em dois grupos: vacinado e não vacinado. Foi realizado o exame de Papanicolaou e a coleta de amostra cervical para a detecção e genotipagem do HPV por PCR-RFLP e PCR tipo-específica. As prevalências de infecção por HPV e de alterações citológicas foram analisadas através do teste para comparação de proporções. Modelos de regressão multivariada de Poisson e Cox foram utilizados para estimar a efetividade da vacina. Foram avaliadas 270 jovens na linha de base. Não foi observada diferença significativa na prevalência geral de infecção por HPV entre os grupos vacinado e não vacinado (27,8% vs. 23,7%; p=0,453), assim como na comparação dos dados obtidos pré e pós-vacinação (30,6% vs. 25,2%; p=0,358). Contudo, a prevalência de infecção pelos tipos HPV6/11/16/18 nas jovens vacinadas (1,0%) foi inferior à das não vacinadas (7,5%; p=0,021), com resultado similar no estudo de painel. Em relação aos tipos não vacinais, maior prevalência foi identificada entre as jovens vacinadas (26,8% vs. 16,9%; p=0,036) e no período pósvacinação (20,0% vs.7,6%, p=0,017). A incidência geral de infecção por HPV foi de 14,5/100 jovens/ano entre as não imunizadas comparada a 9,3/100 jovens/ano naquelas imunizadas. A efetividade da vacina foi de 57%, independentemente do tipo viral, sendo que nenhuma jovem vacinada foi infectada com HPV vacinal no seguimento. HPV33/45, relacionados à proteção cruzada, foram detectados em 9,8% das amostras de jovens vacinadas e 1,3% das não vacinadas (p=0,002) na linha de base. No seguimento não foi detectada infecção por HPV45, já o HPV33 foi identificado em 1,8% das participantes vacinadas e 6,9% das não vacinadas. Quanto as alterações citológicas, não houve diferença significativa na prevalência geral entre os grupos vacinado e não vacinado (2,1% vs. 5,8%; p=0,155) e nem na comparação dos períodos pré e pós-vacinação (9,7% vs. 4,4%; p=0,082). Assim, os resultados mostraram que a vacina quadrivalente foi efetiva na redução da infecção pelo HPV. Contudo, a vigilância da infecção deve ser contínua para avaliar a prevalência dos diferentes genótipos e o impacto do programa de vacinação.
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    Potencial biofarmacêutico da eremantolida C : dissolução intrínseca e perfusão intestinal in situ em ratos.
    (2019) Caldeira, Tamires Guedes; Souza, Jacqueline de; Guimarães, Dênia Antunes Saúde; Rolim, Clarice Madalena Bueno; César, Isabela da Costa; Gurgel, Leandro Vinícius Alves; Santos, Cláudio Gouvêa dos; Souza, Jacqueline de
    Solubilidade e permeabilidade são parâmetros fundamentais para promover a adequada biodisponibilidade oral de um fármaco ou substância biologicamente ativa. Baseado nisso, foi criado o Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SCB) com o intuito de definir testes in vitro capazes de prever o comportamento in vivo dos fármacos. No contexto do uso do SCB para o desenvolvimento de fármacos encontra-se a eremantolida C (EREC), uma lactona sesquiterpênica com comprovadas atividades antitumoral, anti-inflamatória, antihiperuricêmica e antiartrite gotosa, e baixa toxicidade. Considerando isso, o objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação biofarmacêutica da eremantolida C, por meio da determinação da velocidade de dissolução intrínseca (VDI) e da permeabilidade empregando a perfusão intestinal in situ em ratos. Para isso, a eremantolida C foi isolada e purificada, o que possibilitou a validação do método analítico para sua quantificação por cromatografia a líquido de alta eficiência (CLAE), aplicável aos estudos propostos. A VDI foi avaliada, após padronização da técnica, utilizando 100,0 mg de EREC, força e tempo de compressão de 1 tonelada e 1 minuto, respectivamente, 900 mL de meio tamponado a 37,0 ºC sob velocidade de 100 e 250 rpm, com coleta de amostras a cada 30 minutos durante 8 horas. A VDI obtida para a EREC nos meios tampão acetato (pH 4,5), fluido intestinal simulado sem enzimas (pH 6,8) e tampão fosfato (pH 7,4) apresentou valores inferiores a 0,1 mg/min/cm2 , confirmando a baixa solubilidade obtida para a substância. Apesar dos resultados dos estudos de solubilidade não indicarem a presença de polimorfismo, cinco diferentes amostras de EREC foram submetidas as análises de difração de raios-X, calorimetria diferencial exploratória e microscopias óptica e eletrônica de varredura com o intuito de avaliar a presença de formas polimórficas. A partir das análises realizadas, a EREC não apresentou qualquer tipo de polimorfismo, clássico ou morfológico, não havendo, portanto, influência de transições cristalinas na solubilidade e, consequentemente, em sua classificação biofarmacêutica e processo de absorção oral. Com relação à permeabilidade, a perfusão intestinal in situ foi avaliada no intestino delgado completo de ratos Wistar por meio da introdução de 10,0 mL da solução de perfusão contendo as substâncias de interesse. Alíquotas de 200,0 µL foram coletadas a cada 5 minutos durante 30 minutos e encaminhadas para quantificação, possibilitando o cálculo da permeabilidade efetiva (Peff) e a predição da fração absorvida (Fabs). O aciclovir (1,6 mg/mL) e o cloridrato de propranolol (0,32 mg/mL) foram empregados como fármacos padrão de baixa e alta permeabilidade, respectivamente, enquanto a permeabilidade da EREC foi avaliada frente às concentrações de 9,6 µg/mL, 96,0 µg/mL e 960,0 µg/mL, bem como, na presença de azida sódica 65,0 µg/mL. O aciclovir e o cloridrato de propranolol apresentaram Peff iguais a 1,09 x 10-5 ± 0,38 x 10-5 cm/s (Fabs = 19,6 %) e 10,94 x 10-5 ± 1,67 x 10-5 cm/s (Fabs = 88,8 %), respectivamente, confirmando a adequabilidade da técnica para a avaliação da permeabilidade. A EREC, por sua vez apresentou Peff entre 7,28 x 10-5 ± 0,52 x 10-5 cm/s e 7,81 x 10-5 ± 3,16 x 10-5 cm/s, demonstrando Fabs igual a 79,0 %. Os valores de Peff obtidos demonstraram sua alta permeabilidade e que o processo de absorção da EREC ocorre apenas pelo mecanismo passivo de permeação. Portanto, diante de todo o exposto, pode-se concluir que a eremantolida C pertence à classe II do SCB por apresentar baixa solubilidade e alta permeabilidade.
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    Avaliação in vivo da eficácia antimalárica, toxicidade cardiovascular e neurocomportamental do arteméter por via oral veiculado em nanocápsulas.
    (2017) Souza, Ana Carolina Moreira; Guimarães, Andrea Grabe; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Richard, Sylvain; Guimarães, Andrea Grabe; Fagundes, Elaine Maria de Souza; Leite, Elaine Amaral; Bahia, Maria Terezinha; Isoldi, Mauro César
    O arteméter (ATM) é um antimalárico utilizado clinicamente em combinação (ATC) com outros antimaláricos (WHO, 2016). Apresenta meia vida plasmática curta, baixa biodisponibilidade por via oral e toxicidade cardiovascular e neurológica, entre outros efeitos adversos. Nanocápsulas de poly-ε-caprolactona veiculando ATM (ATM-NC) foram desenvolvidas e caracterizadas anteriormente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia antimalárica in vivo e os efeitos cardiovasculares e neurocomportamentais de ATM-NC administrado por via oral em comparação ao ATM em sua forma livre. Foram utilizados camundongos C57BL6 fêmeas previamente infectados por Plasmodium berghei para a avaliação da eficácia antimalárica e machos para a avaliação dos efeitos cardiovasculares e neurocomportamentais. Os animais foram tratados por via oral, duas vezes ao dia por 4 dias com veículo (sorbitol/carboximetilcelulose) ou NC branca, ATM livre ou ATM-NC, nas doses de 40, 80 e 120 mg/kg. ATM-NC (120 mg/kg) aboliram a parasitemia e promoveram a sobrevida de 100 %. Para avaliar a cardiotoxicidade foram realizados: 1) eletrocardiograma (ECG) na derivação periférica II antes e após o tratamento em camundongos anestesiados, não infectados e infectados. O ATM livre induziu cardiotoxicidade evidenciado pelo prolongamento dos intervalos QT e QTc. Para a maior dose estudada (120ºmg/kg), em camundongos não infectados, ATM-NC impediu estes prolongamentos em 34 % e 30 %, respectivamente, comparado ao ATM livre. Nos camundongos infectados, ATM-NC também reduziu o prolongamento dos intervalos QT e QTc em 28 % e 27 %, respectivamente. 2) Ecocardiograma (ECO) foi realizado em camundongos não infectados e tratados com ATM livre e ATM-NC na dose de 120 mg/kg. Para este estudo não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos avaliados. Os cardiomiócitos de camundongos previamente tratados com a dose de 120 mg/kg foram isolados e avaliados in vitro 3) sob estimulação em campo (1 Hz) em sistema Ionoptix para o transiente de Ca2+ e contratilidade do sarcômero, 4) em sistema patch-clamp para o potencial de ação (PA) e a corrente nos canais de Ca2+. O ATM livre reduziu o transiente de Ca2+ em 41 %, o Ca2+ diastólico em 12 % e a porcentagem de encurtamento do sarcômero de 4,6 % (controle) para 3,1 %. Além disso, o ATM livre causou o prolongamento do PA comparado ao veículo (350,0 ± 49,3 ms e 137,7 ± 20,5 ms, respectivamente). 5) Cardiomiócitos de camundongos não tratados foram isolados e incubados com ATM livre nas concentrações 0,1; 1 e 10 µM. ATM livre 10 µM reproduziu os efeitos sobre Ca2+ observados nos cardiomióciotos dos camundongos tratados, assim indicando efeitos cardiotóxicos. Por outro lado, ATM-NC não causou nenhuma alteração significativa em nenhum dos parâmetros avaliados. A avaliação da neurotoxicidade foi realizada em camundongos não infectados e infectados. Para os camundongos não infectados o ATM livre (120 mg/kg) reduziu significativamente a capacidade de exploração nos braços abertos do labirinto em cruz elevado, indicando transtorno neurocomportamental como a ansiedade. Para animais infectados o tratamento com ATM livre (120 mg/kg) desencadeou comportamentos similares a ansiedade e diminui a capacidade locomotora dos camundongos, pois reduziu em 65 % e 67 % a capacidade exploratória dos braços abertos e fechados do labirinto em cruz elevado. ATM-NC impediu a manifestação dos efeitos neurocomportamentais em camundongos não infectados e reduziu os efeitos sobre os camundongos infectados. Concluímos que o ATM em NC apresentou eficácia por via oral e que NC são capazes de impedir ou minimizar os efeitos cardiotóxicos e neurocomportamentais causados pelo ATM em sua forma livre.
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    Efeitos toxicogenéticos do resveratrol em células de câncer de bexiga com diferentes status do gene TP53.
    (2020) Almeida, Tamires Cunha; Silva, Glenda Nicioli da; Silva, Glenda Nicioli da; Borges, Karina Braga Gomes; Machado, Carlos Renato; Isoldi, Mauro César; Souza, Gustavo Henrique Bianco de
    A atividade antitumoral do resveratrol, composto polifenólico encontrado principalmente nas uvas, tem sido estudada em diversos tipos de câncer. No câncer de bexiga, seus efeitos antiproliferativos já foram demostrados, tanto in vitro quanto in vivo, entretanto pouco se sabe sobre seu mecanismo de ação. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial antineoplásico e os possíveis mecanismos de ação molecular do resveratrol em células tumorais de bexiga com diferentes status do gene TP53 (RT4 - TP53 selvagem; 5637 e T24 - TP53 mutado). Avaliou-se os efeitos do resveratrol em relação a citotoxicidade, alterações morfológicas, sobrevivência clonogênica, genotoxicidade, mutagenicidade, produção de espécies reativas de oxigênio, progressão do ciclo celular, taxas de apoptose/necrose, migração celular, metilação global, imunocitoquímica para p53 e PCNA e expressão dos genes AKT, CDH1, CTNNBIP1, DNMT1, FGFR3, HAT, HDAC1, HOXB3, mTOR, MYC, PLK1, RASSF1A, SMAD4 e SRC. Os resultados mostraram que o resveratrol possui efeito citotóxico em todas as linhagens estudadas, sendo a linhagem TP53 selvagem mais sensível à ação desse composto. Em relação aos efeitos a longo prazo, observou-se que o resveratrol causou redução do número de colônias em todas as linhagens, juntamente com redução da expressão do gene PLK1. Aumento significativo de danos primários ao DNA foi detectado em todas as linhagens e provavelmente ocorreu devido aos efeitos pró-oxidantes do resveratrol. Aumento significativo das taxas de apoptose foram encontradas na linhagem TP53 selvagem ao mesmo tempo em que ocorreu redução da expressão dos genes AKT, mTOR e SRC. A redução da migração celular foi acompanhada pela redução da expressão do gene SMAD4 e aumento da expressão de CDH1. Além disso, os efeitos antiproliferativos do composto na linhagem TP53 selvagem foram acompanhados de modulação dos genes HAT, HOXB3 e DNMT1. Nas linhagens mutadas para o gene TP53 pode-se observar que o resveratol leva a parada do ciclo celular na fase S, juntamente com redução da expressão do gene PLK1. Também foi observada inibição da migração celular acompanhada do aumento da expressão dos genes CDH1 e CTNNBIP1. Adicionalmente, houve modulação de vias relacionadas a HOXB3, RASSF1A e HAT na linhagem T24. Concluindo, o resveratrol possui atividade antiproliferativa independente do status de TP53 em células tumorais de bexiga, entretanto, os efeitos antineoplásicos observados devem-se a diferentes mecanismos de ação.
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    A percepção do climatério e menopausa por mulheres de Ouro Preto – MG.
    (2019) Serpa, Miguel Arcangelo; Veloso, Vanja Maria; Passos, Maria Cristina; Silva, Ana Lúcia Abrahão da; Chemello, Clarice; Carneiro, Cláudia Martins; Lima, Angélica Alves; Veloso, Vanja Maria
    Com o aumento da expectativa de vida da população brasileira, a vivência do climatério está cada vez mais presente, e demanda estratégias que visam melhorar a qualidade de vida das mulheres. O objetivo do estudo foi compreender e significar a percepção da vivência do climatério e menopausa por mulheres usuárias da UBS Padre Faria no município de Ouro Preto-MG. Para isso, inicialmente foi elaborado um protocolo para revisão sistemática sobre a vivencia do climatério e menopausa por mulheres. Posteriormente, foi realizado um estudo fenomenológico, utilizando como referencial teórico filosófico Merleau-Ponty e análise temática de conteúdo. Foram realizadas entrevistas abertas, gravadas na forma de áudio, com as seguintes perguntas norteadoras: “Qual o significado do climatério para você? Qual a experiência de vivenciar o climatério?”. Depois de transcritas, as entrevistas foram lidas repetidamente a fim de organizar os resultados de acordo com temas relevantes propostos e os que emergiram. As 10 mulheres participantes não dissociaram a vivência do climatério e menopausa do processo de envelhecimento. Na fala, algumas delas associaram o envelhecimento à perda de energia e diminuição das atividades. Permaneceu a ideia de que nesse período a mulher perde a juventude e a energia de outrora. Algumas mulheres associaram a menopausa e envelhecimento a início de aparecimento de manifestações de algumas doenças que são associadas ao envelhecimento. A percepção de vivência do climatério e menopausa das mulheres do estudo revelou-se carregada de tabus e preconceitos. Como essa vivência é indissociável de seu contexto sociocultural, traz em si um discurso que enfatiza a desvalorização do envelhecimento e decadência da sexualidade.
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    Abordagem epidemiológica e epigenética para estudo da esquistossomose mansônica.
    (2019) Assenço, Regina Aparecida Gomes; Cota, Renata Guerra de Sá; Borges, William de Castro; Gomes, Maria Aparecida; Babá, Élio Hideo; Lana, Marta de; Veloso, Vanja Maria; Cota, Renata Guerra de Sá
    Inicialmente foi realizado um estudo descritivo da positividade da esquistossomose mansônica, por meio de exames parasitológicos de fezes, realizados utilizando o método de Kato-Katz, no período de 2011 a 2015 no município de Mariana, Minas Gerais, Brasil. As áreas endêmicas foram localizadas por meio de mapas de distribuição. Concluiu-se que a maioria dos indivíduos infectados tinha entre 16 e 30 anos de idade; e crianças e adolescentes de 0 a 15 anos representam uma parte importante desse cenário. A maioria das pessoas infectadas apresentou uma baixa carga parasitária refletida pelo número predominante, de 0 e 4 ovos, encontrados nos exames realizados utilizando a técnica de Kato-Katz. Paralelamente, padronizou-se a metodologia de extração de miRNAs a partir de sangue, soro ou plasma de camundongos experimentalmente infectados com 100 cercárias de S. mansoni. Posteriormente o sangue total e o soro de 30 indivíduos infectados com S. mansoni e 30 não infectados, pertencentes a distritos do Município de Mariana, Minas Gerais, foram utilizados para a extração de miRNAs. Apesar de até o momento não temos uma visão consolidada do perfil de miRNA em indivíduos infectados, na esquistosomose murina detectou-se um enriquecimento dos seguintes miRNAs: Bantan, miR-2c-3p e miR190 nas amostras sequenciadas, independente do tempo e tratamento da infecção nas amostras. Nesse trabalho foi investigado se a metilação do DNA hepático, no modelo de esquistossome murina seria alterado em resposta à infecção por S. mansoni. Para investigar essa hipótese, foi avaliado: (i) a expressão dos genes DNMT1, DNMT3A, DNMT3B, TET1, TET2 e TET3 (ii) o conteúdo global de metilação e (iii) se haveria correlação entre número de ovos presente no fígado e a expressão dos genes que codificam as enzimas que metilam e desmetilam o DNA. Foi observado um aumento de expressão das enzimas TET1, TET2 e TET3 em resposta à infecção por S. mansoni e na expressão das enzimas envolvidas na metilação de novo do DNA, que não apresentou correlação direta com o conteúdo global de metilação do DNA hepático. Verificou-se que a interferência epigenética ocorreu e tem particular relevância no contexto da expressão gênica e da manifestação fenotípica. Investigações adicionais explorando como as interações modulam os mecanismos de de regulação da expressão gênica ao nível epigenético no parasita, podem revelar novas estratégias dirigidas para o controle da esquistossomose.
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    Cofatores genéticos e nutricionais associados às lesões pré-neoplásicas na cérvice uterina.
    (2019) Silva, Nayara Nascimento Toledo; Lima, Angélica Alves; Zeferino, Luiz Carlos; Xavier, Marcelo Antônio Pascoal; Vieira, Paula Melo de Abreu; Silva, Glenda Nicioli da; Lima, Angélica Alves
    Objetivo: Avaliar a associação de lesões pré-neoplásicas da cérvice uterina com polimorfismos das enzimas Metilenotetrahidrofolato Redutase (MTHFR C677T), Metionina sintase (MS A2756G), Metionina Sintase Redutase (MTRR A66G), Timidilato Sintase (TSER e TS3’UTR), e com os micronutrientes folato e vitamina B12. Métodos: Para avaliação da associação dos cofatores genéticos e nutricionais com as lesões préneoplásicas na cérvice uterina, foram selecionadas 214 mulheres divididas em: (a) Controle (n=120) – mulheres com citologia normal, e (b) Casos (n=94) – mulheres apresentando lesões cervicais préneoplásicas em células escamosas (ASC-US: n=37; LSIL: n=33; HSIL/ASC-H: n=24). Por outro lado, para análise do risco de persistência de alterações citopatológicas de acordo com os polimorfismos genéticos, foram avaliadas 106 participantes: (a) Grupos Remissão (n=66) – mulheres apresentando alteração citopatológica no início do estudo (T1) e citologia normal após seis meses (T2), e (b) Persistência (n=40) – mulheres apresentando lesão cervical pré-neoplásica em T1 e T2. Amostras sanguíneas foram coletadas para dosagem sérica de folato e de vitamina B12, realizada por quimioluminescência. Amostras cervicais foram obtidas para análise citopatológica pelo método de Papanicolaou; detecção e genotipagem do HPV pelas técnicas PCR-RFLP e LAMP; avaliação dos polimorfismos genéticos por PCR-RFLP; e dosagem de folato intracelular cervical por quimioluminescência. O Escore de Risco Genético (GRS) foi calculado para análise de todos os polimorfismos simultaneamente. Resultados: As concentrações medianas de folato intracelular cervical e sérico foram 2,5 ng/mg e 11,9 ng/mL, respectivamente, e menores concentrações deste micronutriente foram observadas em mulheres apresentando lesões cervicais pré-neoplásicas de alto grau (HSIL/ASC-H), embora as diferenças não tenham sido significativas. A concentração sérica mediana de vitamina B12 das participantes desse estudo foi de 274 pg/mL. Observou-se risco elevado de lesões de alto grau em mulheres com baixo nível desse micronutriente se comparado àquelas com níveis altos de vitamina B12 e dos grupos Controle [OR (IC95%): 2,13 (0,67-6,80)], ASC-US [OR (IC95%): 3,53 (0,94- 13,24)] ou LSIL [OR (IC95%): 3,18 (0,78-12,93)]. Em relação aos polimorfismos genéticos, não houve diferença significativa da distribuição dos genótipos e alelos de MTHFR C677T, MS A2756G e TS3’UTR entre os grupos apresentando ou não alteração citopatológica. No entanto, a presença do polimorfismo TS3’UTR foi considerada fator de risco para persistência das lesões cervicais, sendo que os genótipos ins/del e del/del aumentaram o risco de persistência pelos menos três vezes [OR (IC95%): 3,13 (1,21-8,12), p=0,019; OR (IC95%): 5,96 (1,67-21,25), p=0,006 - respectivamente]. A avaliação do risco de lesões pré-neoplásicas na cérvice uterina de acordo com o GRS e os níveis de folato e de vitamina B12, mostrou maior risco de HSIL/ASC-H em mulheres com altos níveis de folato intracelular cervical e com GRS≥3 [OR (IC 95%): 1,85 (0,42-8,11)]. Por outro lado, observou-se risco maior de alterações citológicas de alto grau em mulheres com baixos níveis de vitamina B12 e GRS≥3 [OR (IC 95%): 2,91 (0,46-18,62)]. Conclusão: A presença do polimorfismo TS3’UTR elevou o risco de persistência das lesões cervicais, enquanto os polimorfismos MTHFR C677T e MS A2756G não foram associados a alterações citopatológicas ou ao curso das lesões na cérvice uterina. Altos níveis intracelulares cervicais de folato ou baixos níveis séricos de vitamina B12, associados ao alto número de alterações genéticas, elevaram o risco de lesões cervicais pré-neoplásicas de alto grau. Além disso, a concentração sérica de vitamina B12 também foi associada a aumento do risco de HSIL/ASC-H quando analisada isoladamente.
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    Avaliação do perfil imunológico em pacientes com tuberculose pulmonar ativa.
    (2017) Papini, Tatiane Figueiredo de Morais; Carneiro, Cláudia Martins; Carvalho, Andréa Teixeira de; Carneiro, Cláudia Martins; Pascoal, Vanessa Peruhype Magalhães; Araújo, Márcio Sobreira Silva; Rezende, Simone Aparecida; Silva, Breno de Mello
    Apesar da identificação do bacilo Mycobacterium tuberculosis (M. tuberculosis) a mais de um século por Robert Koch e do desenvolvimento da vacina contendo o Baccile Calmette-Gérin (BCG), a tuberculose, doença tratável e curável, ainda é um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Compreender o comportamento do sistema imune do hospedeiro, durante a infecção pelo M. tuberculosis, é fundamental para o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos, fármacos e vacinas, o que permitirá salvar milhares de vida. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o perfil imunológico de indivíduos com diagnóstico bacteriológico de tuberculose pulmonar (Tb, n=105), em comparação a controles saudáveis (Co, n=107). Além disso, relacionou o status imunológico e a extensão da lesão pulmonar, classificada em unilateral (Uni) e bilateral (Bi), após análise das radiografias de tórax dos indivíduos do grupo Tb. População, Material e Métodos: O perfil fenotípico e funcional de leucócitos circulantes (imunidade inata e adaptativa) de indivíduos dos grupos Tb e Co foram examinados por ensaios de imunofenotipagem ex vivo e cultura de curta duração, in vitro, de sangue total com antígenos de M. tuberculosis, empregando citometria de fluxo. Adicionalmente, determinou-se a concentração de biomarcadores solúveis (quimiocinas, fatores de crescimento e citocinas), além do estabelecimento de assinaturas e redes de conexões que permitiriam a distinção entre indivíduos com tuberculose pulmonar e controles. Resultados: O grupo Tb, comparado ao Co, apresentou perfil alterado de leucócitos circulantes com contagens, significativamente menores, de células NK, células CD3+CD56+CD16+/-, linfócitos T CD4+ e linfócitos B CD19+. Além disso, observou-se aumento na capacidade migratória e ativação celular dos linfócitos T CD4+/ CD8+, através da regulação positiva dos marcadores de ativação celular (HLA-DR) e receptores de quimiocinas (CCR2, CCR3 e CXCR4) e molécula de adesão (CD18). Adicionalmente, o grupo Tb apresentou redução na frequência dos monocitos CD14LowCD16+, que encontravam-se mais ativados durante a infecção. Em relação à gravidade da doença, no grupo Bi, observou-se redução na frequência de linfócitos B CD19+CD5+ e expressão de HLA-DR nos monócitos CD14LowCD16+. Adicionalmente, no grupo Bi, as frequências de linfócitos T CD4+IL-17+ e linfócitos T CD8+IL-17+ foram significativamente maiores. Estes dados sugerem que a IL-17 possa ter um papel deletério na tuberculose pulmonar, enquanto a IL-4, ação protetora. Em relação aos biomarcadores solúveis, observou-se que o grupo Tb, em relação ao Co, apresentou aumentos significativos nas concentrações de quimiocinas (CXCL8, CCL5 e CXCL10) fatores de crescimento (PDGFBB, VEGF e G-CFS), citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-6, IL12p70, IFN-γ, IL-17) e citocinas reguladoras (IL-ra, IL-4 e IL-10). Em relação à gravidade da doença, observou-se aumentos nas concentrações dos biomarcadores solúveis CXCL8 e IL-6 no grupo Bi, quando comparado ao Uni. A análise dos sistemas biológicos revelou assinatura diferenciada entre os grupos Tb e Co, sendo o grupo Tb caracterizado por resposta imune intensa. Conclusão: Os resultados demonstram que, durante a tuberculose pulmonar ativa, ocorrem alterações sistêmicas nos componentes da imunidade inata e adaptativa do hospedeiro e que a extensão das lesões pulmonares relaciona-se com o microambiente diferenciado gerado pela resposta imune.
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    Desenvolvimento e caracterização de sistemas autoemulsionáveis (SEDDS) contendo ravuconazol para o tratamento da doença de Chagas experimental.
    (2017) Spósito, Pollyanna Álvaro Ferreira; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Bahia, Maria Terezinha; Ferreira, Lucas Antônio Miranda; Leite, Elaine Amaral; Lana, Marta de; Veloso, Vanja Maria; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado
    Os sistemas lipídicos autoemulsionáveis (SEDDS) de uso oral tem sido alvo de intensas pesquisas nos últimos anos, visando o aumento da biodisponibilidade de fármacos pouco solúveis. O ravuconazol (RAV), Classe II no sistema de classificação biofarmacêutica, atua inibindo a enzima CYP51 responsável pela principal etapa da biossíntese do ergosterol e representa um fármaco promissor para o tratamento da doença de Chagas. O presente estudo teve por objetivo desenvolver e caracterizar SEDDS contendo RAV e avaliar a eficácia em modelo experimental murino de infecção aguda pelo T. cruzi. Foram desenvolvidas formulações de SEDDS do tipo IIIA, contendo diferentes concentrações do surfactante Labrasol®, que após a emulsificação, geraram nanoemulsões com diâmetros hidrodinâmicos médios em torno de 250 nm e potencial zeta entre -45 e -57 mV, sem precipitação do RAV sob diluição e com perfil polidisperso em termos de natureza das nanoestruturas formadas quando analisados pela técnica de AF4. O SEDDS aumentou a taxa de dissolução do RAV in vitro em comparação com o fármaco livre, de forma dependente da concentração de Labrasol® no meio de liberação. O SEDDS contendo baixo teor de surfactante (10% v/v) mostrouse seguro no tratamento de animais sãos e infectados por T. cruzi por períodos de 20 a 40 dias. A formulação SEDDS melhorou significativamente a atividade in vitro anti-T. cruzi no nível de IC50 do RAV. Doses diárias de 15mg/kg de RAV-SEDDS durante 20 dias resultaram em atividade supressiva, mas não curativa frente à infecção com a cepa Y de T. cruzi. O tratamento com a dose diária de 20 mg/kg de RAV-SEEDS por 30 dias resultou em 70% de cura, contra 40% para o RAV livre e 50% para benznidazol. A administração prolongada de RAV-SEEDS e RAV livre por 40 dias curou 100% dos animais, e resultou também em 90% de cura com o benznidazol. Estes resultados estão em acordo com atividade in vitro de RAV-SEDDS, onde foi verificada a redução significativa nos valores de IC50, mas não para IC90, em relação ao RAV livre. O tratamento da infecção frente à cepa Colombiana, resistente ao benznidazol com 20 mg/kg/dia de RAV ou RAV-SEDDS por 40 dias apresentou atividade supressiva da parasitemia, com 10% e 20% de cura respectivamente, e 50% de cura para os animais tratados com benznidazol. Esses resultados mostraram que o tratamento em fase inicial da infecção por longo prazo aumenta a eficácia com ambos os fármacos, e que os SEDDS contendo RAV são um sistema promissor de baixo custo, de fácil produção e adequado para a administração oral na terapia da doença Chagas.
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    Nanofarmacologia na leishmaniose visceral empregando uma mistura de lipossomas convencionais e peguilados com antimoniato de meglumina e vacinas.
    (2017) Reis, Levi Eduardo Soares; Reis, Alexandre Barbosa; Roatt, Bruno Mendes; Reis, Alexandre Barbosa; Marques, Marcos José; Andrade, Hélida Monteiro de; Lana, Marta de; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado
    Os antimoniais pentavalentes são fármacos de 1ª escolha no tratamento das leishmanioses no Brasil. Em virtude dos vários efeitos colaterais do tratamento, a associação do fármaco em lipossomas poderia aumentar a adesão e a eficácia terapêutica. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar diferentes protocolos de tratamento aplicados à leishmaniose visceral (LV) experimental empregando uma mistura de lipossomas convencionais e peguilados com antimoniato de meglumina e a sua associação com as vacinas LBSap e LBMPL. Para avaliação da quimioterapia com as formulações lipossomais, foram utilizados camundongos BALB/c (n=12/grupo), divididos nos seguintes grupos experimentais: (i) infectados e tratados apenas com solução salina (PBS); (ii) infectados e tratados com a mistura de lipossomas convencionais e peguilados vazios (Lip V); (iii) infectados e tratados com antimoniato de meglumina na forma livre - 20 mg/kg (AM) e (iv) infectados e tratados com a mistura de lipossomas convencionais e peguilados contendo antimoniato de meglumina - 20 mg/kg (AML). Após o tratamento os animais foram submetidos à infecção experimental com 1x107 promastigotas de L. infantum, em fase estacionária de crescimento, por via endovenosa. Os camundongos receberam uma dose única do tratamento no 14o dia pós-infecção (d.p.i) e a eutanásia foi realizada no 28o d.p.i. A formulação lipossomal consistiu na mistura de lipossomas convencionais - DSPC, CHO e DCP e lipossomas peguilados - DSPC, CHO, DCP e 2000-DSPE-PEG. As caracterizações físico-químicas das formulações lipossomais demonstraram uma taxa de encapsulação do fármaco de 20,5% e 30,6% para as formulações lipossomais convencionais e peguiladas, respectivamente. A mistura das formulações lipossomais convencionais e peguiladas apresentaram um diâmetro médio de 229 nm e uma liberação estável do fármaco em 24 horas. Para avaliação da resposta compartimentalizada em relação ao tratamento com lipossomas, foi avaliada de forma quantitativa a presença de células inflamatórias no fígado. Foi observada uma diminuição significativa do processo inflamatório nos grupos tratados com antimoniais (AM e AML) e ausência de granulomas hepáticos nos animais do grupo AML. A estimulação in vitro de esplenócitos com antígeno solúvel de L. infantum (ASLi) revelou um aumento significativo de linfócitos T CD8+ produtores de IFN-γ e uma redução nos linfócitos T CD4+ e T CD8+ produtores de IL-10 apenas no grupo AML. Além disso, os animais do grupo AML apresentaram um aumento na razão IFN-γ/IL-10 para os linfócitos T CD4+ e T CD8+ específicos. Quando avaliada a eficácia do tratamento, foi observada uma positividade na detecção de DNA do parasito no baço de 41,7%, 50,0%, 25,0% e 0,0% para os grupos PBS, Lip V, AM e AML, respectivamente. Já no compartimento hepático, a positividade foi de 83,3%, 100,0%, 83,3% e 41,4% para os grupos PBS, Lip V, AM e AML respectivamente, demonstrando assim, a eficácia obtida com a formulação lipossomal peguilada do antimoniato. Uma alternativa para melhorar a eficácia da terapêutica convencional é o uso da imunoterapia atuando no reestabelecimento do sistema imune, sendo esta utilizada isoladamente ou em associação com a quimioterapia (imunoquimioterapia). Dessa forma, nós avaliamos em um protocolo de imunoquimioterapia (lipossomas + vacinas), a capacidade de indução de memória imunológica nos animais infectados. Foram utilizados camundongos BALB/c (n=12/grupo), divididos nos seguintes grupos experimentais: (i) infectados e tratados com antígeno de L. braziliensis (LB); (ii) infectados e tratados com a vacina LBMPL (LBMPL); (iii) infectados e tratados com a vacina LBSap (LBSap); (iv) infectados e tratados com a associação da vacina LBMPL e a mistura de lipossomas convencionais e peguilados contendo antimoniato de meglumina (LBMPL+AML); e (v) infectados e tratados com a associação da vacina LBSap e a mistura de lipossomas convencionais e peguilados contendo antimoniato de meglumina (LBSap+AML). A infecção foi realizada com 1x107 promastigotas de L. infantum, em fase estacionária de crescimento, por via endovenosa. O esquema terapêutico utilizando vacinoterapia foi realizado com três doses vacinais no 28º, 35º e 42º d.p.i e a formulação lipossomal foi administrada em dose única no 35º d.p.i. No 49o d.p.i foi realizada a eutanásia dos animais para análise dos fenótipos de memória central (CD62Lhi CD44hi CD27hi CD197hi) e efetora (CD62Llow CD44hi) em esplenócitos estimulados com ASLi. Foi demonstrado que a associação imunoquimioterápica da vacina LBMPL+AML induziu um maior percentual de células de memória central em linfócitos T CD4+ e T CD8+. Já a associação da vacina LBSap+AML induziu uma resposta imunológica de memória efetora na subpopulação de linfócitos T CD4+. Dessa forma, o conjunto de resultados obtidos neste trabalho permite concluir que o emprego da quimioterapia com a nanoformulação composta por uma mistura de lipossomas convencionais e peguilados contendo antimonial é promissora no tratamento da LV. Este protocolo quimioterápico foi capaz de diminuir o processo inflamatório, impedir o comprometimento da arquitetura hepática e induzir a polarização de uma resposta imune do tipo 1 (Th1), associada a redução da carga parasitária em órgãos-alvo (baço e fígado). Além disso, a avaliação imunológica da imunoquimioterapia pela associação da formulação lipossomal com a vacinoterapia, demonstrou resultados relevantes por induzir a estimulação de células de memória central (LBMPL+AML) e efetora (LBSap+AML). Portanto, as formulações lipossomais compostas pela mistura de lipossomas convencionais e peguilados contendo antimoniato de meglumina são excelentes alternativas para o tratamento da LV, tanto isoladamente quanto em combinação com a vacinoterapia.
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    Do leishflow ao leishplex : inovações tecnológicas da sorologia por citometria de fluxo aplicada ao diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina.
    (2016) Ker, Henrique Gama; Reis, Alexandre Barbosa; Carvalho, Andréa Teixeira de; Reis, Alexandre Barbosa; Pascoal, Vanessa Peruhype Magalhães; Silva, Eduardo Sérgio da; Veloso, Vanja Maria; Silva, Glenda Nicioli da
    Os ensaios sorológicos para Leishmania são determinantes para indicar a eutanásia de cães como medida de controle da Leishmaniose Visceral no Brasil. No presente estudo, buscou-se avaliar o desempenho das metodologias sorológicas que atualmente são – e os que já foram – adotadas pelo Ministério da Saúde do Brasil (DPP, ELISA e RIFI), assim como o da sorologia por Citometria de Fluxo (CF), no diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina (LVC). Os ensaios foram conduzidos em uma ampla variedade de amostras de soro, que incluiu cães naturalmente infectados por Leishmania infantum portadores de diferentes formas clínicas, cães infectados com outras protozooses caninas (L. braziliensis, Trypanosoma cruzi, Ehrlichia canis e Babesia canis) e cães vacinados contra LVC (Leishmune®, Leish-Tec® e LBSap). Em relação aos testes oficiais, o principal achado se deu pela elevada especificidade do DPP (99,4%) em relação à ELISA (89,9%) e RIFI (75,2%). Quanto ao teste LeishFlow, destacou-se a sensibilidade de 95,0% tanto nos cães assintomáticos, quanto nos oligossintomáticos e sintomáticos. A especificidade do LeishFlow em amostras de soro de cães infectados por L. braziliensis foi de 80,0%, 55,6% nas amostras de T. cruzi, 93,3% em E. canis, e 100,0% em B. canis. Nos cães vacinados pela Leishmune®, Leish-Tec® e LBSap observou-se 100,0% de especificidade. A sequência do trabalho buscou o desenvolvimento de uma inovação metodológica na sorologia por CF por meio do acoplamento de antígenos recombinantes à microesferas de poliestireno. Os antígenos multiepitopo PQ20 e C1, e os recombinantes rLci1A e rLci2B foram acoplados a diferentes microesferas, formando os sistemas antigênicos microesfera–proteína C6–PQ20, E7–C1, A4–rLci1A, e E4–rLci2B. Constatou-se que os sistemas A4−rLci1A e E4−rLci2B foram os únicos que se mostraram adequadamente funcionais para a pesquisa de anticorpos caninos IgG. O ensaio sorológico pelo sistema A4−rLci1A apresentou sensibilidade de 85,0% nos cães assintomáticos, e 95,0% nos oligossintomáticos e sintomáticos. A especificidade deste sistema nos cães infectados por L. braziliensis foi de 100,0%, enquanto que nas infecções por E. canis e B. canis, esse valor foi de 30,0% e 20,0% respectivamente. Nos cães vacinados por Leishmune® e Leish-Tec® a especificidade foi de 70,0%, e por LBSap de 80,0%. O sistema antigênico E4−rLci2B, por sua vez, apresentou sensibilidade de 85,0% nos animais assintomáticos, e de 100,0% nos oligossintomáticos e sintomáticos. A especificidade deste sistema em relação as infecções por L. braziliensis e E. canis foi de 80,0%, e de 60,0% quanto a infecção por B. canis. A especificidade relacionada à vacinação por Leishmune® e pela Leish-Tec® foi de 90,0%, e na LBSap foi de 50,0%. A combinação dos sistemas A4−rLci1A e E4−rLci2B para o ensaio sorológico único, LeishPlex, apresentou sensibilidade de 85,0% nos cães assintomáticos, e 100,0% nos grupos oligossintomático e sintomático. A especificidade em cães infectados por L. braziliensis foi de 100,0%, enquanto que em E. canis foi de 70,0%, e em B. canis foi 60,0%. Nos cães vacinados pela Leishmune®, Leish-Tec® e LBSap observou-se 100,0% de especificidade. Portanto, a inovação LeishPlex resultou em uma elevação da precisão geral de acertos. O conjunto de dados evidenciados no presente trabalho fortalecem a sorologia por CF como uma importante abordagem para o diagnóstico sorológico da LVC.
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    Desempenho do pré-escrutínio rápido e da revisão rápida de 100% como métodos de monitoramento interno da qualidade dos exames citopatológicos do colo do útero.
    (2016) Tobias, Alessandra Hermógenes Gomes; Carneiro, Cláudia Martins; Amaral, Rita Goreti; Zeferino, Luiz Carlos; Thuler, Luiz Cláudio Santos; Veloso, Vanja Maria; Lima, Angélica Alves
    O câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais frequente entre as mulheres, e a realização periódica do exame citopatológico do colo do útero ou Papanicolaou é a principal estratégia adotada para o rastreamento desta neoplasia. O exame citopatológico é estratégico para detecção de lesões pré-neoplásicas, porém, sua eficiência ainda é questionada, porque mesmo sendo realizado periodicamente, muitas mulheres ainda são diagnosticadas com esse câncer, o que em parte ocorre devido a elevadas taxas de resultados falso-negativos (RFN). A implantação de métodos de monitoramento interno de qualidade (MIQ) na rotina laboratorial visa reduzir os RFN, melhorando o desempenho do exame citopatológico na detecção de lesões precursoras. Objetivo: Avaliar o desempenho do préescrutínio rápido (PER) e da revisão rápida de 100% (RR100%) como métodos de MIQ. Metodologia: Entre outubro de 2012 e outubro de 2014 o Laboratório Piloto de Análises Clínicas da Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto recebeu para análise 9.675 esfregaços do colo do útero colhidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Ouro Preto, Minas Gerais. Após avaliação pré-analítica 357 esfregaços foram rejeitados e aqueles em condições de análise foram enviados para leitura. Todos os esfregaços foram avaliados rapidamente pelo PER antes do escrutínio de rotina (ER). Em seguida, os esfregaços classificados como negativos pelo ER foram encaminhados para serem analisados pela RR100%. Todos os esfregaços classificados como positivos e insatisfatórios pelo ER, assim como os esfregaços discordantes entre o PER, o ER e a RR100% foram submetidos a uma revisão detalhada para definição do diagnóstico final. Foi realizado levantamento do exame citopatológico de seguimento e do exame histopatológico referentes às mulheres com exames citopatológicos alterados detectados neste estudo. Resultados: Dentre os 9.318 esfregaços analisados, 1.267 foram considerados positivos pelo diagnóstico final, destes 1.054 (11,3%) foram identificados pelo ER e 213 (2,3%) foram RFN detectados pelos métodos de MIQ. O PER suspeitou de 1.437 (15,4%) esfregaços e 647 (45%) foram classificados como positivos pelo diagnóstico final e destes, 140 (1,5%) foram RFN. A RR100% suspeitou de 507 (6,2%) esfregaços e 123 (1,3%) foram RFN classificados como positivos pelo diagnóstico final. As alterações mais frequentes entre os RFN detectados pelo PER foram ASC-US (0,7%) seguida de LSIL (0,6%) e ASC-H (0,1%). Em relação aos RFN detectados pela RR100% a LSIL (0,6%) foi a alteração mais frequente, seguida de ASC-US (0,5%) e ASC-H (0,1%). O ER detectou 11,3% dos esfregaços alterados e esse valor subiu para 12,8% com associação do PER e para 12,6% com a RR100%. Quando comparado ao diagnóstico final, a sensibilidade do ER foi de 83,2%. A sensibilidade do PER e da RR100% levando em consideração somente os esfregaços considerados como negativos pelo ER foi de 65,7% e 57,8%, respectivamente. Entre as mulheres com diagnóstico citopatológico positivo, apenas 668 (62,5%) realizaram novo exame citopatológico e 49 (25%) realizaram biópsia. A sensibilidade do PER, da RR100% e do ER, quando comparado ao resultado do novo exame citopatológico foi de 70,3%, 54,0% e 85,7%, respectivamente. Não foi possível calcular a sensibilidade do ER e dos métodos de MIQ comparado ao resultado do exame histopatológico devido ao baixo número de seguimentos (25%). Dentre os métodos de MIQ, o que dispensou maior volume de trabalho foi o PER, aproximadamente 13,6% a mais que a RR100%. Os citologistas mostraram melhor desempenho na realização do PER. Os indicadores de qualidade dos exames citopatológicos realizados no laboratório se encontraram dentro do recomendado pelo Ministério da Saúde tanto antes quanto após a realização dos métodos de MIQ. Conclusões: De acordo com os resultados deste trabalho, o PER e a RR100% foram capazes de melhorar o desempenho do exame citopatológico, mostrando resultados semelhantes na detecção de resultados falso-negativos da rotina laboratorial.
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    Desenvolvimento, caracterização e avaliação de nanoestruturas contendo fotosensitizador para o tratamento de lesões malignas e potencialmente malignas em modelos experimenteis.
    (2014) Paula, Carina Silva de; Mosqueira, Vanessa Carla Furtado; Mesquita, Ricardo Alves de; Ferreira, Lucas Antônio Miranda; Aguiar, Maria Cassia Ferreira de; Almeida, Soraya de Mattos Camargo Grossmann; Lopez, Renata Fonseca Vianna
    Neste trabalho o fotossensitizador, cloro alumínio ftalocianina (AlClPc), foi incorporado em diferentes sistemas coloidais: nanocápsulas (NC) convencionais de ácido poli-D,L-lático (PLA), NC estericamente estabilizadas ou peguiladas com monometoxipolietilenoglicol-co-poli-D,L-lactídeo (PLA-PEG) e em nanoemulsões (NE) aniônicas e catiônicas utilizando-se a metodologia de precipitação seguida de evaporação do solvente. NC de PLA e PLA-PEG contendo AlClPc foram desenvolvidas e caracterizadas para o tratamento intravenoso de tumores sólidos em modelo animal usando a terapia fotodinâmica (TFD). As preparações de NC contendo AlClPc mostraram estreita distribuição de tamanho (monodispersão) com um índice de polidispersão médio de 0,13. O diâmetro médio, determinado por espectroscopia de correlação de fótons (ECF), variou em torno de 200 nm conforme a formulação e todas as formulações apresentaram potencial zeta negativo. A porcentagem de encapsulação de AlClPc foi próxima de 100% para todas as formulações. O perfil de liberação foi investigado para as nanoestruturas e foi observada uma liberação prolongada por 168 horas. A hemólise induzida pelo AlClPc livre ou pelo AlClPc-NC PLA foi baixa (< 10%), sendo que as NC PLA-PEG contendo AlClPc induziram maior hemotoxicidade (máximo de 37 %). A atividade antitumoral de AlClPc livre e incorporado em NC PLA e NC PLA-PEG foi avaliada em modelo murino de tumor sólido de Ehrlich, nas doses de 0,5 e 6,0 mg/kg de AlClPc e na dose de luz de 50 J/cm2. Os grupos controles apresentaram padrões macroscópicos e histológicos similares, enquanto, os tratados por terapia fotodinâmica induziram 70% e 68% de necrose no tumor após uma única aplicação de NC PLA e NC PLA-PEG nas doses mais altas de AlClPc, respectivamente, mostrando eficácia de NC-AlClPc no tratamento experimental por PDT em nosso modelo animal. Por outro lado, NE e NC aniônicas e catiônicas foram desenvolvidas e caracterizadas para utilização no tratamento tópico de desordens potencialmente malignas da mucosa oral, visando aplicações no tratamento futuro da leucoplasia. Nanoestruturas catiônicas compostas de estearilamina (EA) ou dodecilamina (DA) foram preparadas por nanoemulsificação espontânea. O procedimento resultou em NE monodispersas com diâmetro médio das gotículas de aproximadamente 273 nm. NC também foram preparadas e comparativamente apresentaram tamanho médio muito semelhante (263 nm). As nanoestruturas compostas de DA e EA apresentaram um potencial zeta de +17 e +76 mV, respectivamente. AlClPc-carregada em nanoestruturas catiônicas exibiram porcentagem de encapsulação de 100%. A porcentagem de AlClPc liberada in vitro de NC EA e NE EA foi de 13% e 15%, respectivamente, após 156 horas. A hemólise induzida por nanoestruturas catiônicas apresentou-se aumentada em relação às nanoestruturas aniônicas. Ambas foram também caracterizadas quanto a penetração in vivo de AlClPc através da mucosa da língua e bolsa de hamster, sendo as mucosas analisadas por microscopia confocal. Entretanto, a NE catiônica preparada com dodecilamina apresentou menor penetração na mucosa quando comparado às demais formulações. Estudos de permeação e retenção in vitro foram realizados utilizando-se mucosa da bolsa jugal de hamster com leucoplasia induzida por 7, 12- dimetilbenzoantraceno (DMBA). Os estudos de permeação e retenção in vitro demonstraram que o AlClPc incorporado à NE e mesmo em solução consegue penetrar até as camadas viáveis da mucosa com leucoplasia induzida, permanecendo retido mesmo após 6 horas de sua aplicação. Os resultados obtidos sugerem, portanto, que as nanopartículas contendo AlClPc são um sistema de vetorização promissor para aplicações clínicas na TFD em alterações potencialmente malignas, como a leucoplasia oral.